Autor Tópico: Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.  (Lida 31836 vezes)

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Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #200 Online: 27 de Julho de 2014, 17:43:16 »
Humm, fiquei triste agora  :(, você concorda com o Cienstista que todo comportamento humano é inato?

Porque naquele tópico eu estava defendendo que parte do comportamento humano é inato e parte aprendido (por influencia dos estímulos do ambiente físico-geográfico e sócio-cultural), e indagava sobre qual parte fosse a mais influente na formação do nosso desejo sexual por determinado tipo de mulher. Eu apostei no comportamento aprendido, e o Cientista não respondeu porra nenhuma, simplesmente continuo a implicar na forma como a questão fora elaborada.

O Cientista, como de praxe, distorceu todo o assunto com o aparente objetivo de demonstrar um determinismo biológico. Eu tentei deixar o assunto em torno de comportamentos inatos e comportamentos aprendidos (com uma enfase na ideia de ambos atuando em conjunto, mas no meu caso (opinião), com uma predominância das influências sócio-culturais como guia dos desejos humanos por determinados tipos de parceiros).

Agora eu lhe pergunto, você acredita mesmo que todo o comportamento humano é inato, como no caso dos insetos?

Eu acho que não, existem diversos exemplos não só entre humanos, mais entre quase todos os animais, de que parte do comportamento é inato, e parte aprendido, sendo no caso dos humanos, boa parte desta parcela aprendida, oriunda dos estímulos do ambiente sócio-cultural. Ou você acha que pode-se com uma teoria inatista explicar a variedade dos padrões de beleza feminina mundo afora (ignorando por completo toda e qualquer influência sócio-cultural)?

Eu acho que não!

Abraços!
« Última modificação: 27 de Julho de 2014, 17:49:22 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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Offline Donatello

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #201 Online: 27 de Julho de 2014, 21:01:28 »
Vou evitar de fazer manobras nesta onda por enquanto: depois eu posso passar no tópico em que isto está sendo já debatido e expor minhas impressões de forma mais cuidadosa, depois de ter lido o que já foi colocado :) Talvez por estar cursando hoje biologia e não mais uma ciência social eu hoje vejo muito mais biologia na cultura, muito mais padrões etológicos e evolutivos típicos que me parecem explicar aspectos que costumamos julgar como meramente culturais, não que eu tenha tido em qualquer momento da vida dúvidas sobre se a biologia influenciava no que chamamos de cultura, mas hoje vejo isso muito mais forte.

Aquela série de documentários noruegueses, feito por um cientista social, aliás,  apontava muito por este caminho, interessante porque você parece ter gostado delas.

Além do mais não sei exatamente o que está sendo defendido por cada um lá, passei por alto, tive a impressão de concordar mais com o Cientista que com você.

O Cientista, ao meu ver, é um forista sério fantasiado de troll nível hard (mas com certeza essa fantasia dele não ajuda muito a convencer ninguém da sua seriedade, não que ele pareça se importar também...). Por ser um forista sério também não quer dizer que assine embaixo de tudo quue ele diz, claro (até porquê é bem comum eu não captar o que ele disse :lol: )

Offline AlienígenA

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #202 Online: 27 de Julho de 2014, 21:35:40 »
Pergunta aos universitários: para uma mulher, qual o melhor lugar para evitar o assassinato, em casa ou fora dela? Faz diferença se ela for casada ou solteira? E para um homem? 
Eu tinha postado uma resposta pontual a esta questão mas de fato fiquei na dúvida então resolvi burlar o jogo e apagar a resposta que tinha dado: melhor manter a maré de sorte do que arriscar todas minhas fichas no grande prêmio: saindo pela porta dos fundos em direção à tangente, depois eu penso nesse quebra-cuca que você propôs :hihi:

Assisti o vídeo que você recomendou. E entendi melhor porque achou a questão empolgante. É, pode dar pano para manga. Assim, de pronto, minha primeira dúvida é se nossas "más decisões" se aplicam mais aos números relativos ou absolutos, porque aparentemente, quero dizer, cruzando as informações disponíveis superficialmente, a melhor coisa que um homem pode fazer para evitar ser assassinado é... se casar. Já para uma mulher... bom, aí eu passo. Não sei dizer. :/ 

Offline AlienígenA

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #203 Online: 27 de Julho de 2014, 23:09:14 »
Vou evitar de fazer manobras nesta onda por enquanto: depois eu posso passar no tópico em que isto está sendo já debatido e expor minhas impressões de forma mais cuidadosa, depois de ter lido o que já foi colocado :) Talvez por estar cursando hoje biologia e não mais uma ciência social eu hoje vejo muito mais biologia na cultura, muito mais padrões etológicos e evolutivos típicos que me parecem explicar aspectos que costumamos julgar como meramente culturais, não que eu tenha tido em qualquer momento da vida dúvidas sobre se a biologia influenciava no que chamamos de cultura, mas hoje vejo isso muito mais forte.
Divagando...

Nunca cursei e nem tenho tanta intimidade com biologia como gostaria, o que sei (que é muito pouco) e o que acho que sei (que é maior parte) é por curiosidade e tenho a tendência de ir buscar reposta para tudo primeiro na biologia, meio que automático, mas tenho uma séria resistência com a sociobiologia/psicologia evolutiva humana (1) - o que é contraditório. Ou não exatamente. Eu subestimo a influência da cultura no comportamento (2), mas supervalorizo sua influência na nossa capacidade de interpretação. Outras espécies, mesmo próximas, não servem para nos dizer muito sobre a nossa, justamente por causa da cultura. O que é óbvio no mundo natural, não é tão óbvio no mundo "cultural". E não estou dizendo com isso que a cultura humana não seja natural, apenas excepcional, e que portanto, não sabemos descrever com muita exatidão seu papel.

(1) Tenho impressão, talvez por desconhecimento, com frequência que as explicações beiram a falácia naturalista. Para tudo que se possa dizer, exceto a nível genético, um detalhe me parece importante - não há na natureza paralelo para a civilização.

(2) Comigo acontece o oposto, venho "evoluído" mais no sentido de especular, questionar o papel da cultura no comportamento. Tenho cada vez mais sensação de que talvez subestimemos além da conta seu papel. Me ocorre que por ser peculiar talvez não tenhamos como ter noção de sua real dimensão. Os debates ideológicos de forma geral, acho, são o que mais me fazem caminhar nesse sentido. Perceber, por exemplo, como as ideias moldam o comportamento e como a mudança de ideias o remodelam. E como somos ora resistentes ora propensos a mudanças de ideias e comportamentos. Se o cérebro é de fato tão plástico como dizem e de fato parece, isso não atesta a favor da influência cultural? O poder do convencimento, da conversão, é algo que me impressiona mais quanto mais observo. Esse tópico, o tema dele, por exemplo, é um bom exemplo disso. Visões tão diferentes sobre a realidade, interferindo na interpretação dos números ou de sua aplicação prática. Enfim...  :olheira:

Offline AlienígenA

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #204 Online: 28 de Julho de 2014, 00:03:31 »
Na vida real também temos exemplos de como as pessoas reagem de maneira desigual a homens e mulheres cometendo os mesmos crimes:

<a href="https://www.youtube.com/v/uv-EI02gdcQ" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/uv-EI02gdcQ</a>

Você notou algo mais que talvez mereça atenção nesse vídeo além do fato de a maioria das pessoas reagirem de forma diferente a agressões contra homens e mulheres? Uma dica: o mesmo ocorre num vídeo semelhante que você colocou na primeira página. Alguém aqui do meu lado me chamou a atenção para um outro evento que se repete nos dois vídeos. Confesso que não percebi nem no primeiro nem no segundo nem vendo os dois na sequência. Creio que deva ser apenas coincidência, para dizer a verdade, pois dois vídeos é muito pouco para apontar um suposto padrão, mas não deixa de ser interessante que tenha me escapado, mesmo diante do desafio.     

Offline Donatello

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #205 Online: 28 de Julho de 2014, 05:43:54 »
Chutando: a postura das atrizes "víitimas" ser mais reativa do que a dos atores "vítimas"? Isto é: no caso da menina que está sendo importunada/empurrada/chingada ela também empurra e grita de volta enquanto no caso do cara ele se limita a esquivar?











« Última modificação: 28 de Julho de 2014, 21:28:00 por Pai Donna de Irôko »

Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #206 Online: 28 de Julho de 2014, 10:43:32 »
Também notei isso Donatello, no caso das mulheres atuando como vitimas nos vídeos postados por mim, elas lutavam contra o agressor, oferecendo algum tipo de resistência, enquanto no caso dos homens como vítimas, eles somente apanhavam, sem oferecer qualquer resistência, que se não, no máximo se esquivarem das esbofeteadas. E mesmo assim, o público que presenciou o ocorrido, de forma geral presumiu as mulheres como corretas e os homens como errados em ambos os casos.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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Offline AlienígenA

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #207 Online: 28 de Julho de 2014, 22:17:26 »
Não. Não é sobre os atores. É sobre o público.

Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #208 Online: 29 de Julho de 2014, 12:01:56 »
Não. Não é sobre os atores. É sobre o público.
Quando os homens agrediam a parceira, a reação do público era de horror e choque, que logo se transformava em uma maneira de intervir na situação a fim de salvar a mulher agredida, na medida em que reprendia o homem agressor. Já nos episódios que as mulheres agrediam o parceiro, a reação do público era a de achar engraçado e ainda por cima culpabilizar o homem agredido de alguma maneira, quando perguntados por que não interviram e/ou porque acharam engraçado, a resposta quase sempre era a de que ele provavelmente mereceu apanhar.

 :ok:
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Offline Brienne of Tarth

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #209 Online: 29 de Julho de 2014, 16:03:22 »
Mas Skepticos, veja que a maioria de nós reage partindo de dois pressupostos:

1. agressão à mulher: o homem é mais forte fisicamente e na visão comum, isso é covardia, pura e simples;
2. agressão ao homem: a mulher "perdeu a paciência" e partiu para a agressão física.

Não defendo nem um nem outro porque não defendo a violência a não ser em legítima defesa, mas fica claro quais dos lados estaria em desvantagem no caso de luta corporal.

Quando ocorre uma agressão, nosso cérebro recebe adrenalina e duas ordens: "BATA OU CORRA!", muito de nós tem base nisso, e nós mulheres temos um histórico de corrida, e não de luta. :P
GNOSE

Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #210 Online: 29 de Julho de 2014, 17:19:04 »
Eu lhe compreendo, mas o fato da mulher ser de forma geral fisicamente mais frágil do que o homem, não justifica nem valida a agressão dela contra um homem. Agressão é agressão, e mesmo que a mulher tenha batido com menos força, ela ainda deve ser punida e/ou repreendida por ter cometido tal ato criminoso. Isso seria a verdadeira igualdade, independente de gênero.  :ok:
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Offline AlienígenA

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #211 Online: 29 de Julho de 2014, 18:09:21 »
Não. Não é sobre os atores. É sobre o público.
Quando os homens agrediam a parceira, a reação do público era de horror e choque, que logo se transformava em uma maneira de intervir na situação a fim de salvar a mulher agredida, na medida em que reprendia o homem agressor. Já nos episódios que as mulheres agrediam o parceiro, a reação do público era a de achar engraçado e ainda por cima culpabilizar o homem agredido de alguma maneira, quando perguntados por que não interviram e/ou porque acharam engraçado, a resposta quase sempre era a de que ele provavelmente mereceu apanhar.

 :ok:

Além disso, filho. Vou repetir a pergunta: você notou algo mais que talvez mereça atenção nesse vídeo além do fato de a maioria das pessoas reagirem de forma diferente a agressões contra homens e mulheres? Ok, já vi que não. Como eu.

O fato é que somente mulheres tomaram a iniciativa de intervir na situação, tanto em favor das moças (nos dois vídeos) quanto de um dos rapazes (no primeiro vídeo). Muitos homens ficaram visivelmente chocados quando o agressor era o homem, assim como mulheres, mas nenhum deles tomou qualquer iniciativa, exceto observar (um único rapaz, no segundo vídeo, disse algo a meia distância, mas somente após um grupo de mulheres cercar o casal). Alguns homens permaneceram indiferentes à situação, independente de quem era o agressor, assim como mulheres. Muitos homens acharam graça quando o agressor era a mulher, assim como mulheres. Alguns homens não parecem ter achado graça, assim como mulheres.

Isso interessa se o tema é sobre a diferença de percepção da violência conforme o sexo, você não concorda?

Como acaba de dizer nossa colega:

Mas Skepticos, veja que a maioria de nós reage partindo de dois pressupostos:

1. agressão à mulher: o homem é mais forte fisicamente e na visão comum, isso é covardia, pura e simples;
2. agressão ao homem: a mulher "perdeu a paciência" e partiu para a agressão física.

Não defendo nem um nem outro porque não defendo a violência a não ser em legítima defesa, mas fica claro quais dos lados estaria em desvantagem no caso de luta corporal.

Quando ocorre uma agressão, nosso cérebro recebe adrenalina e duas ordens: "BATA OU CORRA!", muito de nós tem base nisso, e nós mulheres temos um histórico de corrida, e não de luta. :P

O esperado seria que mais homens tomassem a iniciativa de intervir na situação do que mulheres, ao menos, em favor das mulheres. Não que exista um padrão aí, não é o que estou dizendo, como falei, creio que se trate de uma coincidência, já que a amostra é pequena, mas houve uma quebra no padrão de expectativas que não foi percebida nem por mim e suponho que nem pelos demais já que tem relação com o tema.

Talvez você pergunte: e daí? E daí que isso levanta algumas questões sobre nossas percepções sobre as diferenças de gênero que podem tanto atestar contra quanto a favor do tema do tópico. Não parei para pensar sobre elas, exceto que as expectativas podem influenciar mais do que eu supunha na percepção.   
 

Offline Donatello

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #212 Online: 29 de Julho de 2014, 18:39:25 »
Realmente não notei, e é realmente uma boa observação, eu realmente esperaria algo diferente (como você, que homens intervissem inclusive violentamente, num dos vídeos que o Skeptikos postou, que pelo que entendi não era "armado" mas da vida real, inclusive acontece isso). Não estou com tempo para assistir os dois vídeos mas reassistirei olhando este detalhe :)
« Última modificação: 29 de Julho de 2014, 18:41:39 por Pai Donna de Irôko »

Offline Gabarito

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #213 Online: 29 de Julho de 2014, 19:18:45 »
Mais um vídeo de violência entre uma mulher e um homem negro. A temática não trata de relações em ambiente doméstico, mas em ambiente comercial e talvez esteja um pouco deslocada do assunto do tópico, mas rende um bom debate.

Citar
Gerente do Procon coloca cargo à disposição após vídeo em que agride funcionário de restaurante
Cliente filmou Janaina Cavadas Mendes discutindo exaltada com funcionário do estabelecimento
por Bruno Dalvi
07/07/2014 12:07 / Atualizado 07/07/2014 12:31

VITÓRIA - A gerente do Procon de Vitória, Janaina Cavadas Mendes, colocou o cargo à disposição depois da divulgação de um vídeo em que ela aparece agredindo verbalmente e fisicamente um funcionário de um restaurante da capital capixaba. O fato ocorreu no dia 28 de junho, após o jogo do Brasil com o Chile, e foi filmado por um cliente do restaurante. No vídeo é possível ver Janaina discutindo com um dos funcionários do restaurante.

Com a voz alterada ela diz:

- Eu ponho o dedo na sua cara se eu quiser, se eu quiser, entendeu? E você cala a tua boca, porque eu sei o que eu estou falando. Você sabe quem eu sou? Eu sou gerente do Procon. Cala a sua boca seu idiota. Cala a sua boca!.

O funcionário do restaurante retruca:

- Eu não vou baixar o meu nível ao seu nível, dá licença me deixa trabalhar.

De acordo com o cliente que filmou a cena, a gerente se exaltou porque o pedido dela teria atrasado. A briga só acabou depois da intervenção da família de Janaina e de outros clientes que estavam no local. Um dos donos da lanchonete, Bruno Furtado, afirmou que o funcionário que aparece no vídeo sendo agredido por Janaína gostaria apenas de um pedido de desculpas.

- Ele não quer nada além de um pedido de desculpas - afirmou.

A gerente do Procon de Vitória alegou que foi desrespeitada por uma cozinheira e por uma garçonete quando foi reclamar do pedido atrasado.

- Uma delas ainda me chamou de vagabunda. Eu disse que era gerente do Procon para mostrar que sabia dos direitos do consumidor e não para exaltar meu cargo. Reconheço que errei, vou pedir desculpas ao funcionário e coloquei meu cargo à disposição - disse Janaina Cavadas Mendes.

A prefeitura de Vitória, que gerencia o procon municipal, lamentou o fato e disse que o desligamento da servidora será publicado no Diário Oficial essa semana.


Para ver o vídeo, visite a página da notícia.


Lembra a palestra do prof. Mário Cortella sobre a famigerada pergunta: "Você sabe com quem está falando?"

<a href="https://www.youtube.com/v/P3NpHryB-fQ" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/P3NpHryB-fQ</a>

Agressão, violência, ódio, rancor, destempero, malcriação, impaciência, arrogância, ofensa...
Muitas coisas que afastam o ser humano de uma vida feliz.

Mario Bergoglio deu uma entrevista recentemente com a receita para uma vida feliz.

Offline Sergiomgbr

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #214 Online: 29 de Julho de 2014, 19:53:00 »
Não. Não é sobre os atores. É sobre o público.
Quando os homens agrediam a parceira, a reação do público era de horror e choque, que logo se transformava em uma maneira de intervir na situação a fim de salvar a mulher agredida, na medida em que reprendia o homem agressor. Já nos episódios que as mulheres agrediam o parceiro, a reação do público era a de achar engraçado e ainda por cima culpabilizar o homem agredido de alguma maneira, quando perguntados por que não interviram e/ou porque acharam engraçado, a resposta quase sempre era a de que ele provavelmente mereceu apanhar.

 :ok:

Além disso, filho. Vou repetir a pergunta: você notou algo mais que talvez mereça atenção nesse vídeo além do fato de a maioria das pessoas reagirem de forma diferente a agressões contra homens e mulheres? Ok, já vi que não. Como eu.

O fato é que somente mulheres tomaram a iniciativa de intervir na situação, tanto em favor das moças (nos dois vídeos) quanto de um dos rapazes (no primeiro vídeo). Muitos homens ficaram visivelmente chocados quando o agressor era o homem, assim como mulheres, mas nenhum deles tomou qualquer iniciativa, exceto observar (um único rapaz, no segundo vídeo, disse algo a meia distância, mas somente após um grupo de mulheres cercar o casal). Alguns homens permaneceram indiferentes à situação, independente de quem era o agressor, assim como mulheres. Muitos homens acharam graça quando o agressor era a mulher, assim como mulheres. Alguns homens não parecem ter achado graça, assim como mulheres.

Isso interessa se o tema é sobre a diferença de percepção da violência conforme o sexo, você não concorda?

Como acaba de dizer nossa colega:

Mas Skepticos, veja que a maioria de nós reage partindo de dois pressupostos:

1. agressão à mulher: o homem é mais forte fisicamente e na visão comum, isso é covardia, pura e simples;
2. agressão ao homem: a mulher "perdeu a paciência" e partiu para a agressão física.

Não defendo nem um nem outro porque não defendo a violência a não ser em legítima defesa, mas fica claro quais dos lados estaria em desvantagem no caso de luta corporal.

Quando ocorre uma agressão, nosso cérebro recebe adrenalina e duas ordens: "BATA OU CORRA!", muito de nós tem base nisso, e nós mulheres temos um histórico de corrida, e não de luta. :P

O esperado seria que mais homens tomassem a iniciativa de intervir na situação do que mulheres, ao menos, em favor das mulheres. Não que exista um padrão aí, não é o que estou dizendo, como falei, creio que se trate de uma coincidência, já que a amostra é pequena, mas houve uma quebra no padrão de expectativas que não foi percebida nem por mim e suponho que nem pelos demais já que tem relação com o tema.

Talvez você pergunte: e daí? E daí que isso levanta algumas questões sobre nossas percepções sobre as diferenças de gênero que podem tanto atestar contra quanto a favor do tema do tópico. Não parei para pensar sobre elas, exceto que as expectativas podem influenciar mais do que eu supunha na percepção.   
 
Eu também já tanto presenciei quanto intervi, separando duas moças brigonas, e também nessa ocasião notei a mesma atitude de não envolvimento nas  pessoas que as assistiam passivamente.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #215 Online: 29 de Julho de 2014, 21:43:06 »
Não. Não é sobre os atores. É sobre o público.
Quando os homens agrediam a parceira, a reação do público era de horror e choque, que logo se transformava em uma maneira de intervir na situação a fim de salvar a mulher agredida, na medida em que reprendia o homem agressor. Já nos episódios que as mulheres agrediam o parceiro, a reação do público era a de achar engraçado e ainda por cima culpabilizar o homem agredido de alguma maneira, quando perguntados por que não interviram e/ou porque acharam engraçado, a resposta quase sempre era a de que ele provavelmente mereceu apanhar.

 :ok:

Além disso, filho. Vou repetir a pergunta: você notou algo mais que talvez mereça atenção nesse vídeo além do fato de a maioria das pessoas reagirem de forma diferente a agressões contra homens e mulheres? Ok, já vi que não. Como eu.

O fato é que somente mulheres tomaram a iniciativa de intervir na situação, tanto em favor das moças (nos dois vídeos) quanto de um dos rapazes (no primeiro vídeo).
No primeiro vídeo somente esta única pessoa interviu, de fato era mulher, mas se não me engano mais de cem pessoas passaram pelo local, sem nada fazerem, e no segundo apenas uma única encenação de agressão do homem contra a mulher fora feita, e apesar de três mulheres terem apartado, enquanto apenas um homem, ainda é uma amostra muito pequena para podermos generalizar este padrão de comportamento para a população de forma geral. Mas foi uma boa observação esta sua.


Citação de: Doubt
Muitos homens ficaram visivelmente chocados quando o agressor era o homem, assim como mulheres, mas nenhum deles tomou qualquer iniciativa, exceto observar (um único rapaz, no segundo vídeo, disse algo a meia distância, mas somente após um grupo de mulheres cercar o casal). Alguns homens permaneceram indiferentes à situação, independente de quem era o agressor, assim como mulheres. Muitos homens acharam graça quando o agressor era a mulher, assim como mulheres. Alguns homens não parecem ter achado graça, assim como mulheres.
Um adendo é que quando se inverte a situação, não se viu em nenhum dos vídeos que assisti, homem ou mulher achando graça da situação (da mulher apanhando), e muito menos a julgando como culpada por apanhar, como aconteceu no caso do homem agredido por sua parceira.


Citação de: Doubt
Isso interessa se o tema é sobre a diferença de percepção da violência conforme o sexo, você não concorda?
Sim, ambos (tanto homens quanto mulheres) devem mudar a sua percepção, como visto em todos os exemplos aqui apresentados.

Citação de: Doubt
O esperado seria que mais homens tomassem a iniciativa de intervir na situação do que mulheres, ao menos, em favor das mulheres.

<a href="https://www.youtube.com/v/lQIcghjEGZE" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/lQIcghjEGZE</a>

Citação de: Doubt
Não que exista um padrão aí, não é o que estou dizendo, como falei, creio que se trate de uma coincidência, já que a amostra é pequena, mas houve uma quebra no padrão de expectativas que não foi percebida nem por mim e suponho que nem pelos demais já que tem relação com o tema.

Talvez você pergunte: e daí? E daí que isso levanta algumas questões sobre nossas percepções sobre as diferenças de gênero que podem tanto atestar contra quanto a favor do tema do tópico. Não parei para pensar sobre elas, exceto que as expectativas podem influenciar mais do que eu supunha na percepção.
Claro, tanto homens quanto mulheres devem mudar suas percepções sobre crimes de violência doméstica.

 :ok:
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Offline Gabarito

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #216 Online: 04 de Agosto de 2014, 17:37:20 »
A matéria que segue abaixo deve ser de interesse de Skeptikós e Pai Donna de Irôko e material de estudo:

Citar
CNJ discutirá formas de combater e prevenir o feminicídio
Aug 4th 2014, 17:52, by Redação

Foto: Reprodução/CNJ

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza, nos dias 7 e 8 de agosto, em Brasília/DF, a VIII Jornada da Lei Maria da Penha, evento que discutirá os desafios a serem cumpridos pelos Tribunais de Justiça na implementação da Lei n. 11.340/2006. Entre os temas que serão debatidos no evento estão as medidas para combater e prevenir o chamado feminicídio, assassinato cometido de forma violenta e intencional contra mulheres em razão de seu sexo.

O tema será abordado no evento, na manhã do dia 8, na palestra da militante e ativista do movimento feminista e secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves. De acordo com ela, o Brasil é o país com o 7º maior índice de assassinatos de mulheres no mundo, grande proporção decorrente do feminicídio, o que é uma realidade triste e inaceitável, que precisa ser mudada. De acordo com o Mapa da Violência, em que são utilizados principalmente dados do Ministério da Saúde, estima-se que os assassinatos de mulheres entre os anos de 1980 e 2010 somem mais de 92 mil.

Confira abaixo a íntegra da entrevista com a palestrante, em que ela fala sobre esse tipo de crime, suas origens e como enfrentá-lo.

O que caracteriza o feminicídio?

O feminicídio é um crime de ódio contra as mulheres, caracterizado por circunstâncias específicas em que o pertencimento da mulher ao sexo feminino é central na prática do delito. Entre essas circunstâncias estão incluídos os assassinatos em contexto de violência doméstica e os crimes que envolvem violência sexual, mutilações– especialmente do rosto, seios e genitais –, exposição pública do corpo da mulher – quase sempre nu –, tortura, etc.

O que diferencia esses crimes de outros tipos de assassinatos de mulheres?

Os crimes que caracterizam o feminicídio reportam, no campo simbólico, à destruição da identidade da vítima e de sua condição de mulher. Nesses casos, a mulher torna-se potencial vítima apenas por ser mulher. É um crime de ódio, muito diferente de outros tipos de assassinatos que estão ligados à violência urbana ou ao crime organizado, por exemplo.

Existem números relativos a esse tipo de crime?

Temos no Brasil algumas bases de dados sobre o assassinato de mulheres, que podem ser utilizadas para estimarmos a dimensão geral do fenômeno, já que o feminicídio corresponde a uma grande proporção desses crimes, mas não tem definição específica na lei penal.

E como tem sido a evolução desses números?

De acordo com o Mapa da Violência, em que são utilizados principalmente dados do Ministério da Saúde, estima-se que os assassinatos de mulheres entre os anos de 1980 e 2010 somem mais de 92 mil, sendo que a taxa de assassinatos de mulheres passou de 2,3 por 100 mil mulheres, em 1980, para 4,6 por 100 mil mulheres, em 2010. O maior aumento ocorreu entre 1980 e 1996. Um dado importante é que 41% dos assassinatos de mulheres ocorrem na residência das vítimas, enquanto, no caso dos homens, esse número é de apenas 14%.

É verdade que o Brasil é um dos países com maior índice de homicídios de mulheres no mundo?

O Brasil é o país com o 7º maior índice de assassinatos de mulheres no mundo, o que é realidade triste e inaceitável, que precisa ser mudada.

Por que motivos isso acontece, na opinião da senhora?

Além de uma cultura geral de violência, que subsiste na sociedade brasileira, os assassinatos de mulheres são fortemente impactados por uma cultura machista e patriarcal, em que o valor da vida da mulher é considerado menor e na qual a mulher é vista como propriedade do homem, como objeto a ser apossado ou descartado, conforme a conveniência masculina.

Como combater e prevenir o feminicídio?

O combate à impunidade é a forma mais direta de enfrentamento ao feminicídio, tanto para dar justiça às mulheres covardemente assassinadas, como para evitar novas mortes. Na quase totalidade dos casos, o feminicídio não é um ato isolado, mas parte de um histórico de violência que culmina em morte. Se os agressores forem identificados e sancionados de forma eficaz e as vítimas forem protegidas desde a primeira agressão, com apoio total do Estado e da sociedade, acredito que seremos capazes de diminuir esses números. No Brasil, a política de enfrentamento à violência contra a mulher e a Lei Maria da Penha estão sendo implementadas para atingir esse objetivo, por meio dos serviços especializados de assistência, das Delegacias da Mulher e dos Juizados, Promotorias e Defensorias Especializados. Mas ainda temos um caminho longo a percorrer para a universalização do acesso à Justiça e aos serviços de proteção, e também para a mudança das mentalidades.

Na opinião da senhora, a inserção cada vez maior da mulher no mercado de trabalho tem impacto sobre o feminicídio? Por quê?

Por um lado, as mulheres que ingressam no mercado de trabalho conseguem se empoderar e aumentar seu grau de independência e autonomia, tanto financeiramente quanto em relação à própria autoestima. Isso as ajuda a sair de relacionamentos abusivos e a denunciar violências sofridas no espaço público ou privado, por exemplo. Mas há também uma reação masculina ao empoderamento da mulher, que é a não aceitação da relação de igualdade. Isso pode se transformar em violência e pode ocorrer tanto no espaço privado – no caso das relações íntimas de afeto e a tentativa de controle pelos parceiros violentos – quanto no espaço público. A mulher hoje ocupa cada vez mais o espaço público, as ruas, ônibus e metrôs. A intimidação, o assédio e a violência sexual são formas de negar o espaço público a elas, de tentar “enquadrá-las” novamente no papel que a sociedade patriarcal reservava às mulheres no passado. A inserção no mercado de trabalho, porém, não é a única causa. Acredito que o preconceito, a discriminação e a cultura machista são os principais fatores do feminicídio. (Agência CNJ de notícias)


Offline Brienne of Tarth

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #217 Online: 05 de Agosto de 2014, 11:57:59 »
E qual a motivação doentia que leva um homem matar uma mulher parada num ponto de ônibus, sem roubar nada, sem falar nada, só matar?
O homicídio acontece mais entre os homens, é verdade, mas a maioria deles está contextualizado, rixa, drogas, ou mesm briga de rua.
Como assim mais de 10 mulheres, com caracteísticas semelhantes, foram mortas da mesma maneira em Goiânia?
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2014/08/05/interna_brasil,440717/com-possivel-serial-killer-a-solta-mulheres-temem-sair-de-casa-em-goiania.shtml
GNOSE

Offline Gabarito

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #218 Online: 05 de Agosto de 2014, 12:52:32 »
E qual a motivação doentia que leva um homem matar uma mulher parada num ponto de ônibus, sem roubar nada, sem falar nada, só matar?

Acho que vai aí um componente psicológico de um maníaco. Esse pode ser um daqueles casos de assassinos seriais, exposição e materialização de frustração, algum complexo psicológico.


Mas essa matéria do Jabor me chamou a atenção e eu a trouxe aqui para conhecimento de vocês:

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Revolução das periguetes
No Brasil das celebridades, o feminismo foi um mal-entendido, muitas vezes rima com galinhagem ou até com uma forma velada de prostituição
Arnaldo Jabor

Chega de política. Vou falar de sexo. Antes, havia a “sexpol”, bandeira da política sexual dos anos 60. Hoje, temos no máximo a “polsex”, ou seja, como as ideologias dançaram, só a sexualidade explica os rumos do mundo e, claro, do Brasil, nosso grande motel das ilusões perdidas. Sexo: nossos sentimentos estão canalizados para um mesmo buraco. Ando pela rua e todos os outdoors são de mulher nua — outro dia, quase bati o carro na Avenida Paulista, por causa da lourinha nua da “Playboy”. Todas as capas de revista são uma grande feira de mulheres gostosas e homens raspadinhos. Tudo parece liberdade, mas a coisa é outra. Nos anos 60 (oh... os recentes anos remotos) o sexo era uma novidade política, depois dos caretíssimos anos 50, quando o sexo tinha algo de crime, algo de secreto que perfumava nossas vidas com o estímulo da culpa. Não havia motéis, nem as pílulas que, depois, fizeram mais pela liberdade sexual que mil livros feministas. Nunca vi tanta publicidade movida a sexo. A propaganda nos promete uma suruba transcendental. Em nenhum lugar do mundo vemos o apelo sexual nas ruas, nas roupas de meninas — nosso feminismo resultou na revolução das “periguetes”. No Brasil das celebridades, o feminismo foi um mal-entendido. Muitas vezes rima com galinhagem ou até com uma forma velada de prostituição. É uma mistura de liberdade com submissão a uma salada de frutas: mulher melancia, mulher melão, mulher jaca.

Hoje em dia, as mulheres foram expulsas de seus ninhos de procriação, de sua sexualidade expectante, e são obrigadas ao sexo ativo e masculino. A “supergostosa” é homem; ou melhor, é produto do desejo masculino. O homem é pornográfico; a mulher é amorosa. A pornografia é só para homens.

Já expuseram o corpo todo, seios, vagina, mucosas, ânus. O que falta? Os órgãos internos? Seu ideal é serem desejadas como bons produtos. Felicidade é serem consumidas. Felizes como coisas: Uma salsicha é feliz? Uma bela lata de caviar? Mas como amar um eletrodoméstico? A grande moda do momento são mulheres penduradas em acrobáticas posições ginecológicas para raspar os pelos pubianos nos salões de beleza. Ficam balançando em paus de arara e, depois, saem felizes com um jardinzinho estreito e não mais a floresta peluda onde mora a temível “vagina dentata”. Parecem uns bigodinhos verticais que me fazem pensar em Hitler.

Que querem essas mulheres? Querem acabar com nossos lares? Querem nos humilhar com sua beleza inconquistável? Elas têm de fingir que não são reais, pois ninguém mais quer ser “real” hoje em dia.

Nos anos 60, sexo era revolução política. Tudo era político. O sexo utópico dos anos 60 era o prelúdio para outras conquistas sociais. O orgasmo para Reich era uma vitória contra a burguesia. Eu me lembro de ter dito para uma mulher amada: “Querida, nosso amor é uma forma de luta contra o imperialismo norte-americano”. O sexo dos 60 era um comício; queria acabar com a culpa, com o limite, com o proibido. Todas as sacanagens foram testadas, mas chegou-se ao outro lado com uma vaga insatisfação. O que faltava? Faltava o pecado. Sem o pecado ficávamos insuportavelmente livres. Em meio a tanta liberdade, nunca fomos tão solitários. Tudo era referido ao sexo, para substituir frustrações políticas e sociais.

Com a recaretização do mundo, a liberdade aparente conquistada andou para trás. A liberdade deu lugar à “dessublimação repressiva,” como nomeou Marcuse, uma “liberdade” tão ostensiva e grossa que é um louvor à proibição. Os sonhos viraram produto. Todas as conquistas viraram fetiches de consumo: revolta, igualdade, utopias, até o desespero e a angústia passaram a vender roupas e costumes.

O prazer é obrigatório no mercado. A partir dessa época, sob a aparência de grandes euforias narcisistas de gestos e risos de prazer, há um regressismo oculto no mundo de bundas e coxas lipoaspiradas, seios siliconados, bofes comedores. A anatomia virou uma das poucas portas de fuga da classe baixa, como uma saída para a miséria. Nuas, todas as mulheres são iguais: a democracia da bunda. A bunda é a esperança de milhares de Cinderelas. A mídia e a propaganda compraram a liberdade, que não é mais “uma calça velha e desbotada,” mas é a superação do pudor, da intimidade. Se alguma mulher ficar famosa, tem de tirar a roupa. O striptease é a “antiburka” — igual pelo avesso. A pessoa não tem mais um corpo; o corpo é que tem uma pessoa, frágil, tênue, morando dentro dele. O corpo e a pessoa são duas coisas diferentes; a menina mostra sua bunda como se fosse uma irmã siamesa. Tanta oferta sexual angustia-nos, dá-nos a certeza de que nosso desejo é programado por indústrias masturbatórias, provocando tesão para vender satisfação.

A verdade é que o prazer anda de cabeça baixa, deprimido, apesar do eufórico exibicionismo em revistas de celebridades. Todos podem confessar tudo: “Sim, eu gosto de atacar nos mictórios das rodoviárias e me orgulho de minha tara!” — diz o perverso sorrindo na TV. A permissividade total esvai a tesão. O prazer precisa da proibição. Aliás, o vício solitário é bem seguro. A punheta é metafísica. A masturbação a dois existe até no grande amor romântico, onde dois narcisismos se tocam, se beijam, se arranham, mas não se comunicam.

Ninguém mais quer ser “sujeito”, apesar de afirmar o contrário. Todos querem ser “inconformistas como todo mundo”. O corpo tem de dar lucro. Todo mundo quer ser coisa.

Vi um anúncio de uma boneca inflável que sintetizava o desejo secreto do homem de mercado: ter mulheres digitais que não vivam. O anúncio tinha o slogan embaixo: “She needs no food nor stupid conversation” (“Não precisa de comida nem de conversa fiada”). A liberdade de mercado produziu um estranho “mercado da liberdade”.



Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #219 Online: 05 de Agosto de 2014, 14:14:07 »
A matéria que segue abaixo deve ser de interesse de Skeptikós e Pai Donna de Irôko e material de estudo:
Com certeza. Esta secretária até já foi refutada aqui, e o impressionante é perceber que apesar do absurdo das falácias que esta secretária usa, nenhuma refutação na mídia é apresentada, nenhum intelectual esclarecido o faz isso, e as falacias desta secretária continuam a se repetirem de maneira indiscriminada, discurso após discurso.

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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza, nos dias 7 e 8 de agosto, em Brasília/DF, a VIII Jornada da Lei Maria da Penha, evento que discutirá os desafios a serem cumpridos pelos Tribunais de Justiça na implementação da Lei n. 11.340/2006. Entre os temas que serão debatidos no evento estão as medidas para combater e prevenir o chamado feminicídio, assassinato cometido de forma violenta e intencional contra mulheres em razão de seu sexo.
Ok, lá vamos nós.

Citar
O tema será abordado no evento, na manhã do dia 8, na palestra da militante e ativista do movimento feminista e secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves. De acordo com ela, o Brasil é o país com o 7º maior índice de assassinatos de mulheres no mundo
informação irrelevante, já que é também o 5º maior país do mundo em população, logo, ocupar a 7ª posição no ranking de assassinatos de mulheres no mundo não é nada assombroso, estando até abaixo do esperado para um país tão grande como o Brasil.

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grande proporção decorrente do feminicídio o que é uma realidade triste e inaceitável, que precisa ser mudada.
Especulação infundamentada, primeiramente pelo fato de não existir dados precisos sobre as motivações e circunstâncias dos assassinatos de mulheres, e depois pelo fato de que cerca de 95% dos crimes no Brasil (incluindo assassinatos) não são solucionados.

Citar
De acordo com o Mapa da Violência, em que são utilizados principalmente dados do Ministério da Saúde, estima-se que os assassinatos de mulheres entre os anos de 1980 e 2010 somem mais de 92 mil.
Mais uma informação irrelevante com o intuito de ser simplesmente sensacionalista e desonesta, primeiro pelo fato de que este número se refere ao total geral de mulheres assassinadas no Brasil neste período, de todas as formas, bem como nos casos onde as autoras são as próprias mulheres, ou seja, mulheres matando mulheres, mortes por envolvimento no tráfico, troca de tiros com a polícia, entre outros, não tendo este número geral, por tanto, relevância alguma para o caso do "feminícidio" (assunto da noticia e do encontro supracitado).

Depois, pelo fato de não se apresentar o número de homens mortos no Brasil neste mesmo período, evidentemente para efeito de comparação, como de praxe em todo estudo estatístico sério. Mas devido as intenções de má fé da secretária acima, isso é até compreensível, pois a apresentação destes números mostrariam que este encontro não teriam sentido algum de acontecer, visto que o número de homens mortos no país neste mesmo período (segundo a mesma fonte utilizada pela secretária) é mais de dez vezes maior do que o de mulheres, o que mostraria que as maiores vitimas de violência no Brasil, ao contrário do que se pensa, são os homens, e não as mulheres (informação esta intencionalmente omitida pela secretária).


Citar
O que caracteriza o feminicídio?

O feminicídio é um crime de ódio contra as mulheres, caracterizado por circunstâncias específicas em que o pertencimento da mulher ao sexo feminino é central na prática do delito.
como visto, é um crime bem especifico, com circunstâncias e motivações bem especificas, logo, veremos se a secretária manterá esta especificidade abaixo:

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Entre essas circunstâncias estão incluídos os assassinatos em contexto de violência doméstica
Pelo jeito não manteve, pois já no primeiro exemplo de suposto "feminicídio", a senhora secretária realiza uma generalização absurda, pois os casos de briga entre marido e mulher que resultam em morte da mulher, acontecem por vários motivos, e nem todos envolvem o padrão psicológico de ódio pelo sexo feminino em si como motivação principal do ato (talvez a minoria envolva isso).

A secretária no entanto parece de má fé, generalizar intencionalmente uma informação evidentemente irrelevante e imprecisa, de forma sensacionalista, com o aparente e simples intuito de impactar a opinião pública (de forma extremamente desonesta, como de praxe nos discurso desta secretária).

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e os crimes que envolvem violência sexual, mutilações– especialmente do rosto, seios e genitais –, exposição pública do corpo da mulher – quase sempre nu –, tortura, etc.
Mesma coisa que acima. Novamente informações imprecisas e tendenciosas apresentadas de maneira sensacionalista com aparente intenção de impactar a opinião.

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O que diferencia esses crimes de outros tipos de assassinatos de mulheres?

Os crimes que caracterizam o feminicídio reportam, no campo simbólico, à destruição da identidade da vítima e de sua condição de mulher. Nesses casos, a mulher torna-se potencial vítima apenas por ser mulher. É um crime de ódio, muito diferente de outros tipos de assassinatos que estão ligados à violência urbana ou ao crime organizado, por exemplo.
Beleza, esta é uma definição precisa do que seria um crime de feminicídio, a motivação do crime pelo ódio pelo fato da vitima simplesmente ser mulher parece ser uma característica determinante de um crime de feminicídio.

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Existem números relativos a esse tipo de crime?

Temos no Brasil algumas bases de dados sobre o assassinato de mulheres, que podem ser utilizadas para estimarmos a dimensão geral do fenômeno, já que o feminicídio corresponde a uma grande proporção desses crimes, mas não tem definição específica na lei penal.
Não existem dados específicos e relativos sobre este tipo de crime, e uma prova disso foi o fato da senhora secretária não nos ter passado referência alguma que respondesse objetivamente a pergunta do entrevistador.

Citar
E como tem sido a evolução desses números?

De acordo com o Mapa da Violência, em que são utilizados principalmente dados do Ministério da Saúde, estima-se que os assassinatos de mulheres entre os anos de 1980 e 2010 somem mais de 92 mil, sendo que a taxa de assassinatos de mulheres passou de 2,3 por 100 mil mulheres, em 1980, para 4,6 por 100 mil mulheres, em 2010. O maior aumento ocorreu entre 1980 e 1996. Um dado importante é que 41% dos assassinatos de mulheres ocorrem na residência das vítimas, enquanto, no caso dos homens, esse número é de apenas 14%.
E todos estes dados estão relacionados a crimes violentos de forma geral, não nos dizendo nada de especifico sobre crimes de "feminicídio", logo, são informações irrelevantes.

Não obstante, novamente se omiti a evolução do crime de assassinato cometidos contra homens no Brasil neste mesmo período, que como já afirmado aqui, supera em mais de dez vezes mais o número total de mulheres assassinadas no país.

E o número total de homens assassinados no país por ano, supera o de mulheres em todos os crimes violentos que se tem noticia, inclusive nos cometidos dentro de suas residências, onde 41% (mulheres assassinadas dentro de suas residências) de pouco mais de 4 mil (média total de mulheres assassinadas no Brasil por ano) não chega ao número total de 1.8 mil mulheres assassinadas por ano no Brasil, dentro de suas residências. Já o número de homens 14% de homens assassinados em sua residência (número informado pela própria pela secretária) de pouco mais de 50 mil (número total de homens assassinados no Brasil por ano) chegaria a um número total de 7 mil homens assassinados dentro de sua residência, um número quase 4 vezes maior de homens assassinados em suas residência em comparação ao inverso (número de mulheres assassinadas dentro de sua residência).

Se a intenção da secretária é a de insinuar que os crimes de assassinados cometidos dentro da residência da vítima são cometidos por seus(suas) parceiros(parceiras), a informação implícita é a de que pelo menos quase quatro vezes mais homens são assassinados por ano por suas parceiras, do que o inverso. Logo, o tiro da secretária acabaria de sair pela culatra.

No entanto, como já repetido muitas e muitas vezes aqui por mim, não existem informações precisas de quem são os autores desses crimes, e muito menos de suas motivações, logo, qualquer informação deste tipo, passada com ar de precisão e relevância (como de praxe o é feito pela secretária em suas entrevistas frequentes), é no minimo uma especulação tendenciosa e desonesta por pate de quem a fizer (neste caso, da secretária).

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É verdade que o Brasil é um dos países com maior índice de homicídios de mulheres no mundo?

O Brasil é o país com o 7º maior índice de assassinatos de mulheres no mundo, o que é realidade triste e inaceitável, que precisa ser mudada.
A irrelevância desta informação já fora discutida acima.

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Por que motivos isso acontece, na opinião da senhora?

Além de uma cultura geral de violência, que subsiste na sociedade brasileira, os assassinatos de mulheres são fortemente impactados por uma cultura machista e patriarcal, em que o valor da vida da mulher é considerado menor e na qual a mulher é vista como propriedade do homem, como objeto a ser apossado ou descartado, conforme a conveniência masculina.
:susto: Esta mulher ainda está falando do Brasil?  Se sim, de onde ela tirou isso?  :o

O Brasil deve ser um dos países onde a mulher é mais amparada e protegida pelo Estado e pela população de forma geral, existe um estrutura gigantesca com foco exclusivo na prevenção, combate e punição aos crimes cometidos contra mulheres, desde leis especificas (como a lei Maria da Penha) a estruturas físicas como as Delegacias de Mulheres, com foco e atendimento exclusivo às mulheres.

Em casos de estupro ou mesmo simplesmente em casos de suspeitas por exemplo, em nossa sociedade tal crime é considerado especialmente hediondo, que se reflete por exemplo na reação de linchamento dos acusados pela população em geral, mesmo nos casos onde a acusação não passa de uma suspeita sem comprovação. Este crime, até mesmo entre os criminosos e presidiários é duramente repreendido, existindo entre eles uma lei informal de tolerância zero contra estupradores e espancadores de mulheres. Que após terem seu delito descobertos pelos demais presidiários, são constantemente espancados e estuprados (muitas vezes até a morte) nos presididos Brasil a fora.


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Como combater e prevenir o feminicídio?

O combate à impunidade é a forma mais direta de enfrentamento ao feminicídio, tanto para dar justiça às mulheres covardemente assassinadas, como para evitar novas mortes. Na quase totalidade dos casos, o feminicídio não é um ato isolado, mas parte de um histórico de violência que culmina em morte.
Se não existem dados precisos como é que ela pode afirmar isso com tanta convicção?

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Se os agressores forem identificados e sancionados de forma eficaz e as vítimas forem protegidas desde a primeira agressão, com apoio total do Estado e da sociedade, acredito que seremos capazes de diminuir esses números. No Brasil, a política de enfrentamento à violência contra a mulher e a Lei Maria da Penha estão sendo implementadas para atingir esse objetivo por meio dos serviços especializados de assistência, das Delegacias da Mulher e dos Juizados, Promotorias e Defensorias Especializados.
Na mesma medida que abrem espaços pra efeitos colaterais capazes de prejudicarem imensamente os homens, através de por exemploo, falsas acusações (que representam pelo menos 5 de cada 30 acusações), motivadas por diversos motivos, entre eles vingança, obtenção de vantagens financeiras, entre outros. O homem é prejudicado pois desde o início da acusação (ainda não provada) o homem já  começa a ser punido através de medidas "protetivas" para a mulher, que acabam sendo "punitivas" para o homem, como a expulsão de casa (mesmo que a casa seja DELE), a proibição de se aproximar de seus filhos (mesmo que eles explicitamente prefiram ficar com o paí), a obrigação ao pagamento de pensão alimentícia (mesmo que a mãe tenha condições financeiras de sozinha manter a si mesma e as crianças), alienação parental (A persuasão das crianças por parte da mãe, que os fazem acreditar que o pai é o vilão da história, não tendo este direito de se defender, devido ao fato de estar proibido de se aproximar das crianças) entre outros variados problemas mais, através do pressuposto falho de melhor prevenir do que remediar, que aceita evidências insuficientes para se iniciar a medida punitiva, ops, quero dizer, "protetiva". A mulher no entanto, após descoberto sua falsa acusação, nada sofre de imediato, nem mesmo a guarda do filho perde.

Isso para não falar que a Lei Maria da Penha é extremamente sexista e discriminatória, onde nos conflitos de marido e mulher, a mulher é explicitamente SEMPRE presumida como vitima, e o homem é implicitamente SEMPRE presumido como perpetrador da violência, o que por consequência privilegia a mulher enquanto desfavorece o homem quando estes recorrem a assistência do Estado em decorrência de conflitos deste tipo.

Não obstante, toda a estrutura estatal focadas em crimes de violência doméstica, TODA ELA, presume SOMENTE a mulher como vitima, e SEMPRE o homem como agressor, o que evidentemente caracteriza-se como um tratamento discriminatório e sexista, que ampara e privilegia a mulher, enquanto desampara e desfavorece o homem, mesmo quando evidentemente este é a vitima. Pois como já citado aqui anteriormente em estudos, mesmo quando é o homem a ser agredido e a chamar a policia, ele tem três vezes mais chances de ser preso, e em experimentos sociais, a maioria das pessoas presume o homem sempre como culpado e a mulher sempre como vitima, mesmo quando é o caso do homem estar claramente a apanhar da mulher.

Para finalizar, é ao meu ver surpreendentemente vergonhoso ler discursos tendenciosos, desonestos e sensacionalistas como este de cima, principalmente quando partem de pessoas com cargo público importante em nossa sociedade, como a senhora secretária acima.  :no:
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Brienne of Tarth

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #220 Online: 05 de Agosto de 2014, 14:37:57 »
Existe algum estudo que possa comprovar quantos homens são vítimas de homicídio APENAS por serem homens, como parece ser o caso das vítimas de Goiânia?
GNOSE

Offline Brienne of Tarth

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #221 Online: 05 de Agosto de 2014, 14:45:12 »
obrigação ao pagamento de pensão alimentícia (mesmo que a mãe tenha condições financeiras de sozinha manter a si mesma e as crianças)

A maioria das mulheres arca sozinha com as despesas na criação dos filhos, veja quantas mulheres são chefes de família, apenas aquelas que podem pagar um bom advogado tem condiçõesa de exigir uma PA. http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/11/29/em-dez-anos-quadriplica-percentual-de-mulheres-que-sao-chefes-de-familia.htm

Não concordo na prisão pelo não pagamento da PA, mas se os filhos são 50% de cada um, nada mais justo que haja responsabilidade compartilhada.
GNOSE

Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #222 Online: 05 de Agosto de 2014, 15:05:26 »
obrigação ao pagamento de pensão alimentícia (mesmo que a mãe tenha condições financeiras de sozinha manter a si mesma e as crianças)

A maioria das mulheres arca sozinha com as despesas na criação dos filhos, veja quantas mulheres são chefes de família, apenas aquelas que podem pagar um bom advogado tem condiçõesa de exigir uma PA. http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/11/29/em-dez-anos-quadriplica-percentual-de-mulheres-que-sao-chefes-de-familia.htm

Não concordo na prisão pelo não pagamento da PA, mas se os filhos são 50% de cada um, nada mais justo que haja responsabilidade compartilhada.
O contexto acima supramencionado por mim se refere a casos específicos, onde os homens são sumariamente expulsos de suas casas e proibidos de verem seus filhos, além de forçados a pagarem pensão alimentícia, entre outras mazelas mais, por decorrência de falsas acusações de violência doméstica.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Cientista

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #223 Online: 10 de Agosto de 2014, 14:13:19 »
Vou evitar de fazer manobras nesta onda por enquanto: depois eu posso passar no tópico em que isto está sendo já debatido e expor minhas impressões de forma mais cuidadosa, depois de ter lido o que já foi colocado :) Talvez por estar cursando hoje biologia e não mais uma ciência social eu hoje vejo muito mais biologia na cultura, muito mais padrões etológicos e evolutivos típicos que me parecem explicar aspectos que costumamos julgar como meramente culturais, não que eu tenha tido em qualquer momento da vida dúvidas sobre se a biologia influenciava no que chamamos de cultura, mas hoje vejo isso muito mais forte.

Aquela série de documentários noruegueses, feito por um cientista social, aliás,  apontava muito por este caminho, interessante porque você parece ter gostado delas.

Além do mais não sei exatamente o que está sendo defendido por cada um lá, passei por alto, tive a impressão de concordar mais com o Cientista que com você.

O Cientista, ao meu ver, é um forista sério fantasiado de troll nível hard (mas com certeza essa fantasia dele não ajuda muito a convencer ninguém da sua seriedade, não que ele pareça se importar também...). Por ser um forista sério também não quer dizer que assine embaixo de tudo quue ele diz, claro (até porquê é bem comum eu não captar o que ele disse :lol: )
Só para lembrar e incentivar. Aquilo lá é uma diversão só.

Offline Feliperj

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #224 Online: 13 de Agosto de 2014, 01:35:49 »
A matéria que segue abaixo deve ser de interesse de Skeptikós e Pai Donna de Irôko e material de estudo:

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CNJ discutirá formas de combater e prevenir o feminicídio
Aug 4th 2014, 17:52, by Redação

Foto: Reprodução/CNJ

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza, nos dias 7 e 8 de agosto, em Brasília/DF, a VIII Jornada da Lei Maria da Penha, evento que discutirá os desafios a serem cumpridos pelos Tribunais de Justiça na implementação da Lei n. 11.340/2006. Entre os temas que serão debatidos no evento estão as medidas para combater e prevenir o chamado feminicídio, assassinato cometido de forma violenta e intencional contra mulheres em razão de seu sexo.

O tema será abordado no evento, na manhã do dia 8, na palestra da militante e ativista do movimento feminista e secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves. De acordo com ela, o Brasil é o país com o 7º maior índice de assassinatos de mulheres no mundo, grande proporção decorrente do feminicídio, o que é uma realidade triste e inaceitável, que precisa ser mudada. De acordo com o Mapa da Violência, em que são utilizados principalmente dados do Ministério da Saúde, estima-se que os assassinatos de mulheres entre os anos de 1980 e 2010 somem mais de 92 mil.

Confira abaixo a íntegra da entrevista com a palestrante, em que ela fala sobre esse tipo de crime, suas origens e como enfrentá-lo.

O que caracteriza o feminicídio?

O feminicídio é um crime de ódio contra as mulheres, caracterizado por circunstâncias específicas em que o pertencimento da mulher ao sexo feminino é central na prática do delito. Entre essas circunstâncias estão incluídos os assassinatos em contexto de violência doméstica e os crimes que envolvem violência sexual, mutilações– especialmente do rosto, seios e genitais –, exposição pública do corpo da mulher – quase sempre nu –, tortura, etc.

O que diferencia esses crimes de outros tipos de assassinatos de mulheres?

Os crimes que caracterizam o feminicídio reportam, no campo simbólico, à destruição da identidade da vítima e de sua condição de mulher. Nesses casos, a mulher torna-se potencial vítima apenas por ser mulher. É um crime de ódio, muito diferente de outros tipos de assassinatos que estão ligados à violência urbana ou ao crime organizado, por exemplo.

Existem números relativos a esse tipo de crime?

Temos no Brasil algumas bases de dados sobre o assassinato de mulheres, que podem ser utilizadas para estimarmos a dimensão geral do fenômeno, já que o feminicídio corresponde a uma grande proporção desses crimes, mas não tem definição específica na lei penal.

E como tem sido a evolução desses números?

De acordo com o Mapa da Violência, em que são utilizados principalmente dados do Ministério da Saúde, estima-se que os assassinatos de mulheres entre os anos de 1980 e 2010 somem mais de 92 mil, sendo que a taxa de assassinatos de mulheres passou de 2,3 por 100 mil mulheres, em 1980, para 4,6 por 100 mil mulheres, em 2010. O maior aumento ocorreu entre 1980 e 1996. Um dado importante é que 41% dos assassinatos de mulheres ocorrem na residência das vítimas, enquanto, no caso dos homens, esse número é de apenas 14%.

É verdade que o Brasil é um dos países com maior índice de homicídios de mulheres no mundo?

O Brasil é o país com o 7º maior índice de assassinatos de mulheres no mundo, o que é realidade triste e inaceitável, que precisa ser mudada.

Por que motivos isso acontece, na opinião da senhora?

Além de uma cultura geral de violência, que subsiste na sociedade brasileira, os assassinatos de mulheres são fortemente impactados por uma cultura machista e patriarcal, em que o valor da vida da mulher é considerado menor e na qual a mulher é vista como propriedade do homem, como objeto a ser apossado ou descartado, conforme a conveniência masculina.

Como combater e prevenir o feminicídio?

O combate à impunidade é a forma mais direta de enfrentamento ao feminicídio, tanto para dar justiça às mulheres covardemente assassinadas, como para evitar novas mortes. Na quase totalidade dos casos, o feminicídio não é um ato isolado, mas parte de um histórico de violência que culmina em morte. Se os agressores forem identificados e sancionados de forma eficaz e as vítimas forem protegidas desde a primeira agressão, com apoio total do Estado e da sociedade, acredito que seremos capazes de diminuir esses números. No Brasil, a política de enfrentamento à violência contra a mulher e a Lei Maria da Penha estão sendo implementadas para atingir esse objetivo, por meio dos serviços especializados de assistência, das Delegacias da Mulher e dos Juizados, Promotorias e Defensorias Especializados. Mas ainda temos um caminho longo a percorrer para a universalização do acesso à Justiça e aos serviços de proteção, e também para a mudança das mentalidades.

Na opinião da senhora, a inserção cada vez maior da mulher no mercado de trabalho tem impacto sobre o feminicídio? Por quê?

Por um lado, as mulheres que ingressam no mercado de trabalho conseguem se empoderar e aumentar seu grau de independência e autonomia, tanto financeiramente quanto em relação à própria autoestima. Isso as ajuda a sair de relacionamentos abusivos e a denunciar violências sofridas no espaço público ou privado, por exemplo. Mas há também uma reação masculina ao empoderamento da mulher, que é a não aceitação da relação de igualdade. Isso pode se transformar em violência e pode ocorrer tanto no espaço privado – no caso das relações íntimas de afeto e a tentativa de controle pelos parceiros violentos – quanto no espaço público. A mulher hoje ocupa cada vez mais o espaço público, as ruas, ônibus e metrôs. A intimidação, o assédio e a violência sexual são formas de negar o espaço público a elas, de tentar “enquadrá-las” novamente no papel que a sociedade patriarcal reservava às mulheres no passado. A inserção no mercado de trabalho, porém, não é a única causa. Acredito que o preconceito, a discriminação e a cultura machista são os principais fatores do feminicídio. (Agência CNJ de notícias)


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