È mesmo a religião islâmica o fator nº 1?
O fator nº 1? A principal causa do "terrorismo" e de conflitos que hoje se estendem pela África, Oriente Médio e
Rússia?
Parece que sim na visão de Clyde Rathbone. Mas quem é Clyde Rathbone?
Clyde Rathbone, auto-acreditado filósofo contemporâneo e cientista político, é um blogger que nasceu na África do Sul, filho de pais brancos, que atualmente ganha a vida como jogador de rugby profissional na Austrália.
http://clyderathbone.com/home/2014/12/15/ew6qtmu85w2f5u5jum4mb2fd36yzhpClyde compartilha muitas das observações profundas feitas por alguns dos foristas aqui sobre como a malignidade intrínseca desta religião explica facilmente toda a complexidade geo-política dos conflitos envolvendo grupos islâmicos.
No seu blog até cita, com sabedoria:
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”
E também:
"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."
Mas ele também reflete:
"Whenever Islam appears inextricably linked to an atrocity, a host of reasons about why Islamists are lying to us, or themselves, is quickly trotted out. We're told that fundamentalists do not actually believe in the concepts of martyrdom, jihad or apostasy. Instead of religion, foreign policy, the military industrial complex or capitalism, are cited as the true underpinnings of violence in the Muslim world."
Apesar de alguns preconceitos que existem sobre jogadores de rugby Rathbone demonstra que não desconhece que existem análises que relacionam certas conturbações popularmente associadas ao islã a fatores como a política externa de certas potências, interesses do complexo industrial militar e interesses capitalistas. Ele não dá muito crédito a estas considerações simplórias, e com a mente afiada de quem já recebeu inúmeras pancadas na cabeça jogando de quarto-zagueiro, entende muito bem que são as exortações malévolas do Alcorão que tem levado tantos muçulmanos a agirem de maneira demoníaca.
Mesmo possuindo suas próprias opiniões não podemos deixar de observar que o fato de Ckyde Rathbone viver na Austrália permitiu que ele tivesse conhecimento de outras perspectivas. Porque na mídia subserviente dos Estados Unidos discussões desse nível praticamente inexistem em editoriais e artigos de jornais respeitáveis como o NYT e o Washington Post.
A ponto de Rubbermaid Wavebrake, um colunista do New York Times, em 2012, ter criticado abertamente o próprio jornal que o emprega.
É como se não tivessem aprendido nada com as mentiras e a sede imperial de poder que nos arrastaram para uma guerra assassina com o Iraque que consumiu trilhões de dólares. Na sexta, o conselho editorial do “New York Times” aplaudiu as ameaças militares dos EUA contra o Irã e pediu “pressão econômica máxima” contra o país.
E esse é o mais influente jornal “progressista” da América. A imprensa de direita, com um discurso de ódio que alcança milhões de pessoas por dia, é ainda pior.
O Irã vem reagindo com ameaças próprias de fechar o estreito de Hormuz -por onde passa um sexto do petróleo do mundo- se os EUA cortarem suas exportações de óleo. Não surpreende, já que o governo americano tenta estrangular economicamente o Irã. O enorme esforço diplomático e de propaganda internacional dos EUA pode não levar imediatamente a uma guerra -como foi o caso com a Guerra do Iraque, o timing de qualquer ataque será sujeito a considerações eleitorais.
[...]
Enquanto isso, o Congresso, com a Câmara controlada por republicanos e o Legislativo inteiro fortemente pelo lobby de Israel, soma mais pressão em favor da guerra.
E o lobby de Israel está seguindo o governo israelense de direita, pró-guerra. Mas dados de pesquisas indicam que, a despeito da lavagem cerebral diária, ( o quê?! um colunista do NYT afirma que a imprensa livre está empregada em uma lavagem cerebral em massa?? Nah... isso só acontece em regimes como a Alemanha Nazista... ) a imensa maioria dos americanos não deseja uma guerra com o Irã. Como a mídia americana não reconhece a vontade da sociedade civil independente no que tange questões de política externa, a voz do povo americano passa sem ser ouvida.
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/01/colunista-do-new-york-times-pede-ajuda.htmlMas dissidências assim são incomuns no New York Pravda, digo, New York Times...
EDIT: A propósito... vem a calhar o artigo a seguir:
O jornalista Greg Mitchell é autor de um livro sobre os erros da mídia na cobertura da guerra do Iraque. Chama-se So Wrong For So Long (Tão Errada Por Tanto Tempo). Há poucos dias, Mitchell teve um artigo sobre os 10 anos da guerra recusado pelo Washington Post. A justificativa foi que o trabalho não oferecia análise ou insights mais amplos.
Mitchell não engoliu o motivo da recusa. Em seu lugar, entrou outro colunista, defendendo o papel da imprensa durante o conflito.
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AQUIMas eu teria pelo menos uma pergunta para Clyde Rathbone: O Islã não é tipo a Cientologia, não é um modismo que surgiu na Califórnia no mês passado. O Islã está por aí desde o século 7, já foi uma das civilizações mais avançadas do mundo. E tolerante.
Quando, em 638, o Califa Omar tomou Jerusalém esta era uma cidade cristã de onde os judeus haviam sido expulsos. Esta foi a ocupação mais pacífica de Jerusalém que já ocorreu. Os cristãos puderam permanecer na cidade e tiveram liberdade para professar sua fé e os judeus foram convidados pelo próprio Califa para retornar a Jerusalém.
Séculos mais tarde cruzados cristãos iriam arrasar cidades muçulmanas que estavam repletas de judeus e cristãos onde viviam sem ser incomodados. Mesmo assim, diante do cerco dos cruzados a cidades como Nicéia e Antióquia, as autoridades apenas pediram aos cristãos que deixassem a cidade - por segurança - mas sem cometer nenhuma violência contra eles e ainda garantindo que seriam bem-vindos de volta quando a crise terminasse. Melhor até do que os EUA fez com os cidadãos nipo-americanos na 2ª guerra.
Parece que desde aquela época e durante todos estes séculos os muçulmanos sempre leram o mesmo livro sagrado, mas este só se tornou inspiração para a "barbárie e o terrorismo" de umas poucas décadas para cá.
Por quê?
O que Clyde Rathbone responderia?