Autor Tópico: No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)  (Lida 8657 vezes)

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Offline Barata Tenno

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #75 Online: 22 de Agosto de 2014, 15:52:05 »
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Não há como negar que um Estado mais enxuto só faria bem pro Brasil atualmente.

Tipo Suécia, Noruega, Finlândia, Japão, China, etc?

Ênfase no "atualmente". Até porque se Estado gordo fosse sinônimo de sucesso sueco, já estaríamos todos loiros.

Se temos dois estados gordos, um em ótima situação e um em péssima situação, o problema é o estado gordo ou outras variáveis?
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #76 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:00:00 »
Isso acontece normalmente em empresas grandes onde existem muitas regras e pouco bom senso, mas em empresas privadas isso é excessão, em empresas públicas isso é regra. Regras de contratação em empresas privadas não estão escritas em pedra, não são dogmas imutáveis, basta convencer o responsável de que a pessoa a ser promovida realmente merece a promoção.
Na verdade isso aconteceu em uma empresa privada (CSN), que por sinal (se não me engano) é a quinta maior do mundo em um de seus ramos de atuação (siderurgia). E acontece também com frequência em outras empresas privadas da região, uma delas por exemplo, a Vale, a maior mineradora do mundo.


Citação de: Barata Tenno
O que acontece muito é que normalmente funcionários se dão mais valor do que realmente tem, as vezes um funcionário realmente tem o conhecimento técnico para ser um supervisor, mas não o perfil de líder. E para ser líder o conhecimento técnico muitas vezes é menos importante do que a capacidade de liderança. Como diz o meu tio, cuidado ao promover um sargento a oficial, as vezes você perde um grande sargento e fica com um péssimo oficial.
Neste caso ele fora convidado a preencher a vaga de supervisor que havia surgido, pelo fato do gerente confiar nele como capaz de atender as necessidades da função, logo, pode-se deduzir que o gerente acreditava que ele tinha também o perfil de líder que a função exigia.

Citação de: Barata Tenno
Mas esses são casos diferentes do ponto onde eu queria chegar, o problema do diploma na contratação é que em empresas grandes a quantidade de interessados pela vaga é imensa, então tem que existir algum tipo de corte, exigência de diploma é uma delas, claro que podem existir pessoas sem diploma que seriam perfeitas para a vaga, mas quando se tem 10 mil currículos na mesa, não da pra ler todos com extrema atenção, não da pra entrevistar todos os candidatos. Não tem como o recrutador saber que o cara que só tem o segundo grau e nunca trabalhou na área, na verdade é um gênio incompreendido.
O caso que dei de exemplo é diferente neste ponto também, pois ambos os funcionários aspirantes a vaga eram muito bem conhecidos pelos seus superiores, que se sentiram impedidos de classifica-los à função superior simplesmente em respeito a uma das normas da empresa, que como já dito aqui, é privada, e não estatal.

Ou seja, é de fato um problema comum, e não somente de empresas estatais, mais privadas também. Além disso, não é um problema somente de critério de desempate numa questão de analise superficial onde se analisa somente o currículo, onde duas pessoas com experiência comprovada igual, mas uma com diploma e a outra não, resultando no favorecimento da que possuí o diploma. É um problema da supervalorização do diploma em detrimento de fatores mais importantes, como a experiência prática por exemplo.

Além disso, como colocado pelo Lorentz, parece estar a acontecer a supervalorização de profissionais com diplomas universitários de nível acadêmico, voltados para pesquisa, em detrimento de profissionais muito mais qualificados de nível técnico, formados justamente para trabalharem na industria desempenhando funções técnicas que não necessitam de formação universitária.

Estes universitários estão a ocuparem cargos e funções técnicas para as quais não estão preparados, tomando a vaga dos técnicos que estariam verdadeiramente preparados para desempenharem esta função, com muito mais eficiência.

No final das contas isso resulta na injustiça de o menos preparado ganhar mais do que o mais preparado simplesmente por uma questão absurda de supervalorização do nível de formação, independente de sua real relação com as reais necessidades da função que ele esta a desempenhar.

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #77 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:03:13 »
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Não há como negar que um Estado mais enxuto só faria bem pro Brasil atualmente.

Tipo Suécia, Noruega, Finlândia, Japão, China, etc?

Ênfase no "atualmente". Até porque se Estado gordo fosse sinônimo de sucesso sueco, já estaríamos todos loiros.

Se temos dois estados gordos, um em ótima situação e um em péssima situação, o problema é o estado gordo ou outras variáveis?

Diria que nosso estado gordo é um sintoma, e não o problema. Quando digo "enxuto" me refiro a menos impostos, intervenção e ministérios inúteis, pelo bem da economia e por perceber que mais impostos, intervenção e ministérios não necessariamente melhorou nosso país.

Então que se corte, ou que melhore drasticamente o uso do dinheiro público. A primeira opção é mais fácil num primeiro momento.
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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #78 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:17:24 »
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Não há como negar que um Estado mais enxuto só faria bem pro Brasil atualmente.

Tipo Suécia, Noruega, Finlândia, Japão, China, etc?

Ênfase no "atualmente". Até porque se Estado gordo fosse sinônimo de sucesso sueco, já estaríamos todos loiros.

Se temos dois estados gordos, um em ótima situação e um em péssima situação, o problema é o estado gordo ou outras variáveis?

Diria que nosso estado gordo é um sintoma, e não o problema. Quando digo "enxuto" me refiro a menos impostos, intervenção e ministérios inúteis, pelo bem da economia e por perceber que mais impostos, intervenção e ministérios não necessariamente melhorou nosso país.

Então que se corte, ou que melhore drasticamente o uso do dinheiro público. A primeira opção é mais fácil num primeiro momento.

Você mesmo disse que melhorou. Se você quiser eu mostro pra você aqui que a melhora do país é continua em praticamente todos os parâmetros sociais e econômicos ao longo dos últimos 20 anos.

Offline Tekira

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #79 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:19:35 »

Na verdade isso aconteceu em uma empresa privada (CSN), que por sinal (se não me engano) é a quinta maior do mundo em um de seus ramos de atuação (siderurgia). E acontece também com frequência em outras empresas privadas da região, uma delas por exemplo, a Vale, a maior mineradora do mundo.

Mas essas duas eram empresas públicas que foram privatizadas, sim já foram quase 20 anos, mas ainda assim há quadros, principalmente no cargos mais altos, que estão lá desde aquela época e devem manter alguns vícios, e esse tipo de burocracia acaba por não afetar tanto na performance geral e acaba sendo esquecida.


Estes universitários estão a ocuparem cargos e funções técnicas para as quais não estão preparados, tomando a vaga dos técnicos que estariam verdadeiramente preparados para desempenharem esta função, com muito mais eficiência.

Mas já há um pouco mais de bom senso atualmente, alguns profissionais superqualificados acabam não conseguindo uma recolocação rápida justamente por oferecerem mais do que exigido para as vagas mais comuns. Algumas empresas contratavam esses profissionais por um salário menor do que o seu nível, na expectativa de poder alçá-lo a uma posição maior futuramente, mas em geral isso demorava mais do que o tempo dele achar outra colocação mais adequada.
Hoje os profissionais de chefia e de rh já estão mais coerentes para buscar o perfil que se adeque mais às necessidades.


Offline Geotecton

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #80 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:21:04 »
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Não há como negar que um Estado mais enxuto só faria bem pro Brasil atualmente.

Tipo Suécia, Noruega, Finlândia, Japão, China, etc?

Ênfase no "atualmente". Até porque se Estado gordo fosse sinônimo de sucesso sueco, já estaríamos todos loiros.

Se temos dois estados gordos, um em ótima situação e um em péssima situação, o problema é o estado gordo ou outras variáveis?

Diria que nosso estado gordo é um sintoma, e não o problema. Quando digo "enxuto" me refiro a menos impostos, intervenção e ministérios inúteis, pelo bem da economia e por perceber que mais impostos, intervenção e ministérios não necessariamente melhorou nosso país.

Então que se corte, ou que melhore drasticamente o uso do dinheiro público. A primeira opção é mais fácil num primeiro momento.

Você mesmo disse que melhorou. Se você quiser eu mostro pra você aqui que a melhora do país é continua em praticamente todos os parâmetros sociais e econômicos ao longo dos últimos 20 anos.

E eu mostro alguns dos (milhares) de casos de desperdício de dinheiro com má-gestão.

Sem mencionar os outros milhares de casos de puro desvio.

Não se coloca 'metralhadora em mãos de macaco' sem adestrá-lo.
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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #81 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:24:58 »
Isso acontece normalmente em empresas grandes onde existem muitas regras e pouco bom senso, mas em empresas privadas isso é excessão, em empresas públicas isso é regra. Regras de contratação em empresas privadas não estão escritas em pedra, não são dogmas imutáveis, basta convencer o responsável de que a pessoa a ser promovida realmente merece a promoção.
Na verdade isso aconteceu em uma empresa privada (CSN), que por sinal (se não me engano) é a quinta maior do mundo em um de seus ramos de atuação (siderurgia). E acontece também com frequência em outras empresas privadas da região, uma delas por exemplo, a Vale, a maior mineradora do mundo.


Citação de: Barata Tenno
O que acontece muito é que normalmente funcionários se dão mais valor do que realmente tem, as vezes um funcionário realmente tem o conhecimento técnico para ser um supervisor, mas não o perfil de líder. E para ser líder o conhecimento técnico muitas vezes é menos importante do que a capacidade de liderança. Como diz o meu tio, cuidado ao promover um sargento a oficial, as vezes você perde um grande sargento e fica com um péssimo oficial.
Neste caso ele fora convidado a preencher a vaga de supervisor que havia surgido, pelo fato do gerente confiar nele como capaz de atender as necessidades da função, logo, pode-se deduzir que o gerente acreditava que ele tinha também o perfil de líder que a função exigia.

Citação de: Barata Tenno
Mas esses são casos diferentes do ponto onde eu queria chegar, o problema do diploma na contratação é que em empresas grandes a quantidade de interessados pela vaga é imensa, então tem que existir algum tipo de corte, exigência de diploma é uma delas, claro que podem existir pessoas sem diploma que seriam perfeitas para a vaga, mas quando se tem 10 mil currículos na mesa, não da pra ler todos com extrema atenção, não da pra entrevistar todos os candidatos. Não tem como o recrutador saber que o cara que só tem o segundo grau e nunca trabalhou na área, na verdade é um gênio incompreendido.
O caso que dei de exemplo é diferente neste ponto também, pois ambos os funcionários aspirantes a vaga eram muito bem conhecidos pelos seus superiores, que se sentiram impedidos de classifica-los à função superior simplesmente em respeito a uma das normas da empresa, que como já dito aqui, é privada, e não estatal.

Ou seja, é de fato um problema comum, e não somente de empresas estatais, mais privadas também. Além disso, não é um problema somente de critério de desempate numa questão de analise superficial onde se analisa somente o currículo, onde duas pessoas com experiência comprovada igual, mas uma com diploma e a outra não, resultando no favorecimento da que possuí o diploma. É um problema da supervalorização do diploma em detrimento de fatores mais importantes, como a experiência prática por exemplo.

Além disso, como colocado pelo Lorentz, parece estar a acontecer a supervalorização de profissionais com diplomas universitários de nível acadêmico, voltados para pesquisa, em detrimento de profissionais muito mais qualificados de nível técnico, formados justamente para trabalharem na industria desempenhando funções técnicas que não necessitam de formação universitária.

Estes universitários estão a ocuparem cargos e funções técnicas para as quais não estão preparados, tomando a vaga dos técnicos que estariam verdadeiramente preparados para desempenharem esta função, com muito mais eficiência.

No final das contas isso resulta na injustiça de o menos preparado ganhar mais do que o mais preparado simplesmente por uma questão absurda de supervalorização do nível de formação, independente de sua real relação com as reais necessidades da função que ele esta a desempenhar.

Abraços!

Eu tenho bastante conhecimento em contratações e promoções em grandes empresas, essa é a minha área de atuação, e garanto por experiência que isso não é uma coisa comum. Como disse, diferente de estatais, regras de contratação e promoção de empresas privadas não estão escritas em pedra, podem ser mudadas e excessões podem ser feitas, usar "regras da empresa" pra não promover alguém é desculpa esfarrapada, já vi uma empresa grande onde o gerente contratado tinha só o ensino fundamental numa vaga que exigia ensino superior, ele tinha um currículo impressionante e ótimas recomendações, abre-se a excessão.. Muitas empresas fazem mais, pagam faculdades para funcionários que demonstram capacidade de crescimento além da média, cursos de idioma, até cursos no exterior. Tudo depende de quão valioso e quão promissor esse funcionário é. Empresas querem lucro, se um funcionário pode aumentar o lucro, as regras podem ser mudadas, mas quem decide tem que decidir se realmente vale a pena.

O mercado quer bons funcionários, mas tem que trabalhar com o que esta disponível, tem muito mais universitários do que técnicos, porque as pessoas preferem fazer universidade do que cursos técnicos, não porque o mercado exige. Quem contrata sabe dos requisitos da função, eles não escolhem o pior só porque ele tem nível universitário. Ou você acha que empresas conscientemente contratam alguém menos qualificado pelo mesmo valor só porque ele tem diploma?

Evidência anedótica, uma colega gerente de uma empresa de impressão precisava de técnicos de pré impressão para uma vaga. Salário base de 3000 reais mais benefícios. Teve que contratar designer gráficos e dar treinamento, porque não tem gente suficiente se formando nesse curso técnico. Ou seja, a empresa queria um técnico, não encontrou e teve que se contentar com alguém de nível universitário que tinha que ser treinado, aumentando ainda mais o custo.

 
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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #82 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:31:15 »
Evidência anedótica, uma colega gerente de uma empresa de impressão precisava de técnicos de pré impressão para uma vaga. Salário base de 3000 reais mais benefícios. Teve que contratar designer gráficos e dar treinamento, porque não tem gente suficiente se formando nesse curso técnico. Ou seja, a empresa queria um técnico, não encontrou e teve que se contentar com alguém de nível universitário que tinha que ser treinado, aumentando ainda mais o custo.


Mas aí tem uma questão interessante. Por que as pessoas perderam interesse por cursos técnicos? Será que ter graduação confere algum status que o curso técnico não oferece ou porque por muitos anos as empresas preferiram bacharéis, forçando essa supervalorização do diploma?
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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #83 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:40:34 »
Evidência anedótica, uma colega gerente de uma empresa de impressão precisava de técnicos de pré impressão para uma vaga. Salário base de 3000 reais mais benefícios. Teve que contratar designer gráficos e dar treinamento, porque não tem gente suficiente se formando nesse curso técnico. Ou seja, a empresa queria um técnico, não encontrou e teve que se contentar com alguém de nível universitário que tinha que ser treinado, aumentando ainda mais o custo.


Mas aí tem uma questão interessante. Por que as pessoas perderam interesse por cursos técnicos? Será que ter graduação confere algum status que o curso técnico não oferece ou porque por muitos anos as empresas preferiram bacharéis, forçando essa supervalorização do diploma?

Não, empresas querem as pessoas mais qualificadas, mas a cultura brasileira diz que para ser considerado uma pessoa de sucesso, ela tem que ter diploma universitário. A diferença é que durante muitos anos diplomas eram para poucos, então o que restava para a maioria eram cursos técnicos, hoje a maioria pode escolher se quer ir para a faculdade ou para um curso técnico, mas a cultura de status da faculdade ainda permanece, esvaziando cursos técnicos e enchendo o mercado de bacharéis sem qualificação técnica.
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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #84 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:41:53 »
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Diria que nosso estado gordo é um sintoma, e não o problema. Quando digo "enxuto" me refiro a menos impostos, intervenção e ministérios inúteis, pelo bem da economia e por perceber que mais impostos, intervenção e ministérios não necessariamente melhorou nosso país.

Então que se corte, ou que melhore drasticamente o uso do dinheiro público. A primeira opção é mais fácil num primeiro momento.

Você mesmo disse que melhorou. Se você quiser eu mostro pra você aqui que a melhora do país é continua em praticamente todos os parâmetros sociais e econômicos ao longo dos últimos 20 anos.

E eu mostro alguns dos (milhares) de casos de desperdício de dinheiro com má-gestão.

Sem mencionar os outros milhares de casos de puro desvio.

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Beleza, mas não diga que não melhoramos.

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #85 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:43:54 »
Evidência anedótica, uma colega gerente de uma empresa de impressão precisava de técnicos de pré impressão para uma vaga. Salário base de 3000 reais mais benefícios. Teve que contratar designer gráficos e dar treinamento, porque não tem gente suficiente se formando nesse curso técnico. Ou seja, a empresa queria um técnico, não encontrou e teve que se contentar com alguém de nível universitário que tinha que ser treinado, aumentando ainda mais o custo.
Mas aí tem uma questão interessante. Por que as pessoas perderam interesse por cursos técnicos? Será que ter graduação confere algum status que o curso técnico não oferece ou porque por muitos anos as empresas preferiram bacharéis, forçando essa supervalorização do diploma?

Pelo (falso) status; pela ilusão de que um diploma de nível superior indicaria um profissional qualificado; pelo preconceito em relação ao curso técnico; etc.
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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #86 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:47:32 »
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Não há como negar que um Estado mais enxuto só faria bem pro Brasil atualmente.

Tipo Suécia, Noruega, Finlândia, Japão, China, etc?

Ênfase no "atualmente". Até porque se Estado gordo fosse sinônimo de sucesso sueco, já estaríamos todos loiros.

Se temos dois estados gordos, um em ótima situação e um em péssima situação, o problema é o estado gordo ou outras variáveis?

Diria que nosso estado gordo é um sintoma, e não o problema. Quando digo "enxuto" me refiro a menos impostos, intervenção e ministérios inúteis, pelo bem da economia e por perceber que mais impostos, intervenção e ministérios não necessariamente melhorou nosso país.

Então que se corte, ou que melhore drasticamente o uso do dinheiro público. A primeira opção é mais fácil num primeiro momento.

Você mesmo disse que melhorou. Se você quiser eu mostro pra você aqui que a melhora do país é continua em praticamente todos os parâmetros sociais e econômicos ao longo dos últimos 20 anos.
E eu mostro alguns dos (milhares) de casos de desperdício de dinheiro com má-gestão.

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Beleza, mas não diga que não melhoramos.

Se eu passo de um 'nível de merda até o nariz' e reduzo-o a um 'nível de merda até o pescoço" será, para qualquer efeito, uma "melhora".

Mas se neste processo, outros que estavam em situação similar conseguiram reduzir o 'nível de merda até o joelho', então há que se reconhecer que a "melhora" existiu mas foi ínfima.

 :)
« Última modificação: 22 de Agosto de 2014, 17:14:43 por Geotecton »
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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #87 Online: 22 de Agosto de 2014, 16:56:15 »
Eu tenho bastante conhecimento em contratações e promoções em grandes empresas, essa é a minha área de atuação, e garanto por experiência que isso não é uma coisa comum.
Ok, eu posso ter generalizado os casos específicos que conheço para um cenário geral que estes casos específicos de fato não representem. Minhas evidências anedóticas pintam apenas a impressão que eu próprio tenho da coisa, e eu assumo de fato poder estar enganado ao ter dito que este tipo de comportamentos em empresas privadas é comum. Eu precisaria analisar mais a fundo a questão, e coletar mais informações para elaborar um melhor parecer.


Citação de: Barata Tenno
Como disse, diferente de estatais, regras de contratação e promoção de empresas privadas não estão escritas em pedra, podem ser mudadas e excessões podem ser feitas, usar "regras da empresa" pra não promover alguém é desculpa esfarrapada, já vi uma empresa grande onde o gerente contratado tinha só o ensino fundamental numa vaga que exigia ensino superior, ele tinha um currículo impressionante e ótimas recomendações, abre-se a excessão.
É verdade, conheço casos como estes também, de fato alegar que existe uma regra que impede a contratação muitas vezes pode ser mesmo uma desculpa esfarrapada do patrão para não dar o aumento/classificação pedida pelo funcionário.

Citação de: Barata Tenno
Muitas empresas fazem mais, pagam faculdades para funcionários que demonstram capacidade de crescimento além da média, cursos de idioma, até cursos no exterior. Tudo depende de quão valioso e quão promissor esse funcionário é. Empresas querem lucro, se um funcionário pode aumentar o lucro, as regras podem ser mudadas, mas quem decide tem que decidir se realmente vale a pena.
:ok:

Citação de: Barata Tenno
O mercado quer bons funcionários, mas tem que trabalhar com o que esta disponível, tem muito mais universitários do que técnicos, porque as pessoas preferem fazer universidade do que cursos técnicos, não porque o mercado exige.
Eu discordo que existam mais universitários do que técnicos, pelo menos na minha região, onde a mineração de ferro é fortíssima, somente em volta da minha cidade, que tem menos de 70 mil habitantes, existem pelo menos 5 empresas mineradoras e duas empresas siderúrgicas.  E a quantidade de técnicos empregados e formados é bem maior do que a de universitários. Agora, no cenário nacional, eu não tenho certeza, mas tenho para mim que de forma geral o número de técnicos disponíveis no mercado seja maior do que o de universitários.

Citação de: Barata Tenno
Quem contrata sabe dos requisitos da função, eles não escolhem o pior só porque ele tem nível universitário. Ou você acha que empresas conscientemente contratam alguém menos qualificado pelo mesmo valor só porque ele tem diploma?
Eu sinceramente, com todo respeito a turma do RH, quando são eles e somente eles que entrevistam, sem a presença de alguém experiente e responsável da área de atuação na qual se pretende preencher a vaga, geralmente o que eu percebo é que eles (o pessoal do RH) olham muito mais os diplomas do entrevistado do que o seu real conhecimento sobre a função da vaga que ele esta concorrendo. E pode ser ai onde os diplomas se sobressaem, em detrimento da capacitação realmente necessária para esta vaga. Mas, posso estar enganado, isso tudo como dito, são apenas impressões, sem sustentação de estudos ou etc.

Citação de: Barata Tenno
Evidência anedótica, uma colega gerente de uma empresa de impressão precisava de técnicos de pré impressão para uma vaga. Salário base de 3000 reais mais benefícios. Teve que contratar designer gráficos e dar treinamento, porque não tem gente suficiente se formando nesse curso técnico. Ou seja, a empresa queria um técnico, não encontrou e teve que se contentar com alguém de nível universitário que tinha que ser treinado, aumentando ainda mais o custo.
Parece então que o cenário ai é o inverso do experienciado aqui. Pois aqui sobra técnicos e falta universitários.
 
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"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #88 Online: 22 de Agosto de 2014, 17:17:17 »
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Não há como negar que um Estado mais enxuto só faria bem pro Brasil atualmente.

Tipo Suécia, Noruega, Finlândia, Japão, China, etc?

Ênfase no "atualmente". Até porque se Estado gordo fosse sinônimo de sucesso sueco, já estaríamos todos loiros.

Se temos dois estados gordos, um em ótima situação e um em péssima situação, o problema é o estado gordo ou outras variáveis?

Diria que nosso estado gordo é um sintoma, e não o problema. Quando digo "enxuto" me refiro a menos impostos, intervenção e ministérios inúteis, pelo bem da economia e por perceber que mais impostos, intervenção e ministérios não necessariamente melhorou nosso país.

Então que se corte, ou que melhore drasticamente o uso do dinheiro público. A primeira opção é mais fácil num primeiro momento.

Você mesmo disse que melhorou. Se você quiser eu mostro pra você aqui que a melhora do país é continua em praticamente todos os parâmetros sociais e econômicos ao longo dos últimos 20 anos.
E eu mostro alguns dos (milhares) de casos de desperdício de dinheiro com má-gestão.

Sem mencionar os outros milhares de casos de puro desvio.

Não se coloca 'metralhadora em mãos de macaco' sem adestrá-lo.
Beleza, mas não diga que não melhoramos.

Se eu passo de um 'nível de merda até o nariz' e reduzo-o a um 'nível de merda até o pescoço" será, para qualquer efeito uma "melhora".

Mas se neste processo, outros que estavam em situação similar conseguiram reduzir o 'nível de merda até o joelho', então há que se reconhecer que a "melhora" existiu mas foi ínfima.

 :)

SQN

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Com base nos dados da Tabela 2 “Tendências do Desenvolvimento Humano”, verifica-se que a taxa média de crescimento do IDH do Brasil foi de 0,87%, entre 1980 a 2011. Um desempenho superior ao da América Latina (0,73%) e ao dos países de alto desenvolvimento (0,61%), quartil do qual o Brasil faz parte no ranking do IDH 2011.

http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=2583

Além do nosso nível de merda ter melhorado, ele melhora numa taxa superior a muitos países iguais ou melhores que o nosso.

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« Resposta #89 Online: 22 de Agosto de 2014, 17:41:20 »
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Com base nos dados da Tabela 2 “Tendências do Desenvolvimento Humano”, verifica-se que a taxa média de crescimento do IDH do Brasil foi de 0,87%, entre 1980 a 2011. Um desempenho superior ao da América Latina (0,73%) e ao dos países de alto desenvolvimento (0,61%), quartil do qual o Brasil faz parte no ranking do IDH 2011.
http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=2583

Além do nosso nível de merda ter melhorado, ele melhora numa taxa superior a muitos países iguais ou melhores que o nosso.

A melhora percentual supra foi obtida sob qual foi número base de partida?
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Offline _Juca_

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #90 Online: 22 de Agosto de 2014, 17:45:09 »
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Com base nos dados da Tabela 2 “Tendências do Desenvolvimento Humano”, verifica-se que a taxa média de crescimento do IDH do Brasil foi de 0,87%, entre 1980 a 2011. Um desempenho superior ao da América Latina (0,73%) e ao dos países de alto desenvolvimento (0,61%), quartil do qual o Brasil faz parte no ranking do IDH 2011.
http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=2583

Além do nosso nível de merda ter melhorado, ele melhora numa taxa superior a muitos países iguais ou melhores que o nosso.

A melhora percentual supra foi obtida sob qual foi número base de partida?


Offline Geotecton

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #91 Online: 22 de Agosto de 2014, 17:54:10 »
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Com base nos dados da Tabela 2 “Tendências do Desenvolvimento Humano”, verifica-se que a taxa média de crescimento do IDH do Brasil foi de 0,87%, entre 1980 a 2011. Um desempenho superior ao da América Latina (0,73%) e ao dos países de alto desenvolvimento (0,61%), quartil do qual o Brasil faz parte no ranking do IDH 2011.
http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=2583

Além do nosso nível de merda ter melhorado, ele melhora numa taxa superior a muitos países iguais ou melhores que o nosso.

A melhora percentual supra foi obtida sob qual foi número base de partida?



Desculpe _Juca_.

Eu não fui claro.

Eu queria saber qual era o IDH em 1980 e 2011 dos demais países da América do Sul, dos BRICS e do 'mundo desenvolvido'.
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Offline _Juca_

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #92 Online: 22 de Agosto de 2014, 18:01:03 »
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Com base nos dados da Tabela 2 “Tendências do Desenvolvimento Humano”, verifica-se que a taxa média de crescimento do IDH do Brasil foi de 0,87%, entre 1980 a 2011. Um desempenho superior ao da América Latina (0,73%) e ao dos países de alto desenvolvimento (0,61%), quartil do qual o Brasil faz parte no ranking do IDH 2011.
http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=2583

Além do nosso nível de merda ter melhorado, ele melhora numa taxa superior a muitos países iguais ou melhores que o nosso.

A melhora percentual supra foi obtida sob qual foi número base de partida?



Desculpe _Juca_.

Eu não fui claro.

Eu queria saber qual era o IDH em 1980 e 2011 dos demais países da América do Sul, dos BRICS e do 'mundo desenvolvido'.

Não sei, mas de acordo com o PNUD o Brasil melhorou mais que a AL e os países de idh alto, não necessariamente do "mundo desenvolvido". O Brasil atualmente é um país de IDH alto, por isso eu ressaltei que melhoramos mais que países iguais.

Rhyan

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #93 Online: 22 de Agosto de 2014, 18:18:41 »
Alcançar pleno emprego por vias estatais é muito fácil, basta entrar em guerra, colocar todo mundo no exército, ou dar empregos públicos para todos desempregados. Mas não é nenhuma solução econômica. O emprego não é um fim em si mesmo. É como aquele ideia tosca keynesiana de pagar pessoas para cavar um buraco e depois pagar pessoas para tapar o buraco, e mágica, a economia fica uma maravilha.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #94 Online: 28 de Junho de 2018, 13:33:28 »
Alcançar pleno emprego por vias estatais é muito fácil, basta entrar em guerra, colocar todo mundo no exército, ou dar empregos públicos para todos desempregados. Mas não é nenhuma solução econômica. O emprego não é um fim em si mesmo. É como aquele ideia tosca keynesiana de pagar pessoas para cavar um buraco e depois pagar pessoas para tapar o buraco, e mágica, a economia fica uma maravilha.


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http://www.levyinstitute.org/pubs/wp_649.pdf
[...]
Fifth, the first aim of this program is to provide jobs for all, but once the unemployed have been hired, “there can be only one object in the economy, namely to substitute some other,better, and wiser piece of expenditure” for individual projects (Keynes 1982: 146), i.e., to redesign those public works to address the specific challenges of specific communities as the need arises. Thus, contrary to common myth, Keynes did not advocate the creation of useless project for the sake of job creation but strongly advocated a carefully planned long-term full employment program—a program that was flexible, spontaneous, and experimental enough to accommodate any new unemployment that might quickly develop, but that was also carefully thought out and designed to address the key strategic objectives of a nation, while maintaining full employment over the long run.
[...]


Offline Agnoscetico

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #95 Online: 29 de Junho de 2018, 01:09:26 »

   Nem sabia desse tópico! Era outro tópico que eu tava pensando em criar e nem sabia que já existia. Não tava lembrando do termo "Obsolescência Programada".
   
   Isso era umas dos problemas que vejo no capitalismo.
Lembro de ter visto sobre um caso faz certo tempo, onde um cara teria inventando um carro movido a hidrogênio (obtido por eletrólise), que poderia tornar carros movidos a combustíveis derivados do petróleo (gasolina, diesel) e vegetais (alcóol) - parece que teve um filme sobre isso, não lembro nome. Mas achei um video com algo parecido:



<a href="https://www.youtube.com/v/ZMMa6R-rpG4" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/ZMMa6R-rpG4</a>



   Outro exemplo poderia ser alguém que inventou um tipo de item (lâmpadas, como Centennial Bulb, que supostamente funciona desde 1901 e, segundo vi na Wikipedia, um espanhol Benito Muros desenvolveu uma lâmpada de longa durabilidade e recebeu ameaças por conta desta invenção; recipientes, etc) que só seria substituível se se perdesse, fosse roubado, destruído, etc, mas que não precisaria repôr. Isso provocaria falência da fabricante isso e desemprego dos empregados que trabalham nela, pois, sem pessoas comprando de tempos em tempos. 


   O capitalismo é uma faca de dois gumes; acaba sendo um mal-necessário a "Obsolescência Programada" pra manter empregos mas por outro lado barra o benefício de um consumidor ter um bem duradouro de uma única vez ou que não seja duradouro mas que pode ser obtido de forma grátis e fácil (o caso do combustível hidrogênio).
O Capitalismo nesse ponto chega a até parecer com o comunismo praticado em Cuba, onde o governo criava empregos desnecessários só pra manter população empregado, mesmo que fosse pra maquiar a realidade da falta de variabilidade de serviços disponíveis.     


   Uma saída talvez fosse criar itens que tivessem qualidade superior aos que já existem cada vez mais, incentivando as pessoas a substituírem por itens novos.
   
   A "Obsolescência Programada" parece que afeta mesmo é itens que não precisam de TANTA inovação de tempos em tempos, como lâmpadas, recipientes, etc. Já hardware e software, que precisam de upgrades de tempos em tempos, não seria tão afetada por isso.
   

Offline Fernando Silva

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #96 Online: 29 de Junho de 2018, 07:09:24 »
Lembro de ter visto sobre um caso faz certo tempo, onde um cara teria inventando um carro movido a hidrogênio (obtido por eletrólise), que poderia tornar carros movidos a combustíveis derivados do petróleo (gasolina, diesel) e vegetais (alcóol) - parece que teve um filme sobre isso, não lembro nome.
De onde vem a energia elétrica para a eletrólise?
   O capitalismo é uma faca de dois gumes; acaba sendo um mal-necessário a "Obsolescência Programada" pra manter empregos mas por outro lado barra o benefício de um consumidor ter um bem duradouro de uma única vez ou que não seja duradouro mas que pode ser obtido de forma grátis e fácil (o caso do combustível hidrogênio).
Hidrogênio não é fácil nem grátis de obter. Se a água custa dinheiro, por que o hidrogênio não custaria?

Offline Agnoscetico

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #97 Online: 29 de Junho de 2018, 10:39:25 »
Lembro de ter visto sobre um caso faz certo tempo, onde um cara teria inventando um carro movido a hidrogênio (obtido por eletrólise), que poderia tornar carros movidos a combustíveis derivados do petróleo (gasolina, diesel) e vegetais (alcóol) - parece que teve um filme sobre isso, não lembro nome.
De onde vem a energia elétrica para a eletrólise?
   O capitalismo é uma faca de dois gumes; acaba sendo um mal-necessário a "Obsolescência Programada" pra manter empregos mas por outro lado barra o benefício de um consumidor ter um bem duradouro de uma única vez ou que não seja duradouro mas que pode ser obtido de forma grátis e fácil (o caso do combustível hidrogênio).
Hidrogênio não é fácil nem grátis de obter. Se a água custa dinheiro, por que o hidrogênio não custaria?


1) A energia elétrica é renovável, dá pra se obter até pedalando (energia cinética). E a energia aplicada pra fazer eletrólise não precisa ser de grande potência (só suficiente pra quebrar os átomos) nem contínua (como uma geladeira precisa, por exemplo), pois após obtido o Hidrogênio e liquefazê-lo (no caso de quererem usar na forma líquida por ter menos risco que o gás) 

2) Hidrogênio é fácil de obter, eletrólise dá pra ser feito em experiência caseira, feiras de ciências, etc. Já a água que custa algo é a potável tratada, usada pra consumo nas casas. Água da chuva, rios, lagos, etc, tendo uma limpeza razoável, claro, tá disponível na natureza de graça.








 

Offline JJ

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #98 Online: 29 de Junho de 2018, 10:47:11 »
Lembro de ter visto sobre um caso faz certo tempo, onde um cara teria inventando um carro movido a hidrogênio (obtido por eletrólise), que poderia tornar carros movidos a combustíveis derivados do petróleo (gasolina, diesel) e vegetais (alcóol) - parece que teve um filme sobre isso, não lembro nome.
De onde vem a energia elétrica para a eletrólise?
   O capitalismo é uma faca de dois gumes; acaba sendo um mal-necessário a "Obsolescência Programada" pra manter empregos mas por outro lado barra o benefício de um consumidor ter um bem duradouro de uma única vez ou que não seja duradouro mas que pode ser obtido de forma grátis e fácil (o caso do combustível hidrogênio).
Hidrogênio não é fácil nem grátis de obter. Se a água custa dinheiro, por que o hidrogênio não custaria?


1) A energia elétrica é renovável, dá pra se obter até pedalando (energia cinética). E a energia aplicada pra fazer eletrólise não precisa ser de grande potência (só suficiente pra quebrar os átomos)



O gasto energético e financeiro para obter hidrogênio a partir da eletrólise de água torna anti econômica tal opção para o uso como combustível em situações comuns.

 

Offline Fernando Silva

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #99 Online: 29 de Junho de 2018, 10:52:26 »
1) A energia elétrica é renovável, dá pra se obter até pedalando (energia cinética). E a energia aplicada pra fazer eletrólise não precisa ser de grande potência (só suficiente pra quebrar os átomos) nem contínua (como uma geladeira precisa, por exemplo), pois após obtido o Hidrogênio e liquefazê-lo (no caso de quererem usar na forma líquida por ter menos risco que o gás) 

2) Hidrogênio é fácil de obter, eletrólise dá pra ser feito em experiência caseira, feiras de ciências, etc. Já a água que custa algo é a potável tratada, usada pra consumo nas casas. Água da chuva, rios, lagos, etc, tendo uma limpeza razoável, claro, tá disponível na natureza de graça.
Seria ótimo se fosse tudo tão fácil.

Não faz sentido pedalar para gerar energia elétrica para gerar hidrogênio para então usar esse hidrogênio para mover um carro.
O rendimento seria maior pedalando diretamente o carro, só que é muito pesado, o que significa que teríamos que pedalar por muito tempo para gerar hidrogênio que só daria para usar o carro por pouco tempo.

Liquefazer o hidrogênio para estocá-lo num tanque requer ainda mais energia. Distribuí-lo, idem.

Sim, a energia pode até ser renovável, como a solar e eólica, mas ainda não abundante o suficiente para substituir os combustíveis fósseis ou as hidroelétricas. Que, por sua vez, também não são eficientes ou disponíveis o bastante para atender ao mundo todo.

Ainda não há soluções acessíveis a mecânicos de quintal.

 

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