Eu acho que os critérios que vocês aplicam pra definir o elemento "religioso" têm pesos diferentes, basicamente de acordo com a antipatia de vocês ao islamismo, ou a birra do momento em que vocês estão.
Na minha opinião, toda religião tem o mesmo potencial danoso. Eu vejo violência religiosa em um ataque terrorista islâmico, assim como vejo em um redneck americano que invade uma clínica de aborto e mata todo mundo lá dentro. Em uma mulher que não pode sair de casa descoberta a uma mulher que tem que andar na rua olhando pra baixo e não pode ter nenhum contato com homens, sob pena de violência em casa. Em um cara ensinando a odiar e matar os infiéis e outro que acha bonito ensinar ao filho que sair de madrugada dando porrada em travesti é bonito. O fundo religioso está em todas as situações.
Eu não vejo o islamismo como mais danoso porque eu vivo em um país cristão em que mulheres são colocadas pra fora de casa grávidas porque se divorciaram, em que há menos de 20 anos mulheres eram, legalmente, menos capazes do que homens, conforme o Código Civil, em que pastores fazem pregações de ódio a minorias e a qualquer pessoa diferente, em que padres usam autoridade "divina" para acobertar acusações de pedofilia. Entre outras zilhões de questões.
Na minha opinião, outros elementos como desenvolvimento maior ou menor decorrem muito mais de questões políticas, como intervencionismo ocidental constante nas questões da região do que à religião propriamente dita. Vocês atribuem o conflito como inerente ao islamismo. Conhecendo a história, eu já tenho maior tendência a acreditar que os últimos 200 anos de intervenções nas políticas da região, com criação premeditada de conflitos entre os grupos pesam muito mais do que o quesito "religião".