Apostasia
Uma das características mais marcantes do islamismo é o de considerar que aqueles que deixam de ser muçulmanos estão cometendo um crime, cuja punição é a morte.
Chama-se de apostasia a renúncia ou abandono de uma crença religiosa. Daí, o crime de apostasia.
Eu tratei da apostasia, porém de forma passageira, no artigo Organização da Cooperação Islâmica (OIC), Apostasia, Blasfêmia, e a Difamação do Islão. Eu agora elaboro um pouco mais sobre este assunto.
O que me pergunto é como ser possível extender a liberdade de culto para uma religião que deseja matar o seus ex-adeptos?
(veja exemplos de apostasia aqui)
Abandonar uma crença religiosa é um direito que todos devem ter. Isto é inclusive previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que, em seu artigo 18, diz que:
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Não é assim no islão. Porque? Por que o islão é baseado no que Maomé fez. Lembre-se que o Alcorão diz 93 vezes que Maomé é o melhor exemplo de conduta para toda a humanidade. Por causa disto, o crime de apostasia foi consolidado na lei islâmica … até hoje!
Maomé disse: Matem todos aqueles que deixarem a religião [Bukhari, 9:84:57]. E o que é pior, como o islamismo é hereditário, ou seja, filhos e filhas de um muçulmano são automaticamente muçulmanos, o problema toma uma magnitude de compulsão familiar (mesmo muçulmanos vivendo em algum país infiél podem, segundo a lei islâmica, aplicar a punição máxima se algum filho ou filha começar a se portar de modo “não-islâmico” (ver em Crimes de Honra, prática sem punição na lei islâmica).
O que diz o Alcorão
Apostasia é definida tanto no Alcorão como na Sharia, e sua punição é claramente estipulada.
Aqueles que blasfema e se afasta dos caminhos de Alá e morre como blasfemos, Deus não os perdoará. [Alcorão 4:48]
A lei islâmica não permite a liberdade de escolha de religião.
Que não haja compulsão na religião: claramente o caminho certo [ou seja, o islão] é diferente do caminho tortuoso. [Alcorão 2:256]
O Alcorão também aborda especificamente a questão da murtad milli:
Mas aqueles que rejeitam a fé depois que a tenham aceitado, e depois ir acrescentando ao seu desafio da fé, o seu arrependimento nunca vai ser aceito, porque são aqueles que (de propósito definido) se desviaram. [Alcorão 3:90]
Os Hadith reafirmam ainda mais a provisão da punição do Alcorão com respeito ao apóstata.
A lei Sharia determina que qualquer muçulmano que vire as costas para o Islã deve ser dada uma chance para reverter para a religião. Para um apóstata impenitente do sexo masculino, a punição é a morte, sendo a prisão perpétua a punição para uma apóstata do sexo feminino.
Matem todos aqueles que deixarem a religião [Bukhari, 9:84:57]. (Maomé disse:) O sangue de um muçulmano que confessa que ninguém tem o direito de ser adorado além de Alá e que eu sou seu apóstolo, não pode ser derramado, exceto em três casos: Em caso de assassinato, no caso de uma pessoa casada que comete intercurso sexual illegal, e aquele que reverte do Islã (apóstata) e deixa os muçulmanos. [Sahih al-Bukhari 9:83:17]
O que dizem as autoridades
A punição para o crime de apostasia é aplicada diferentemente nos 57 países islâmicos, porém sempre como um crime. Por exemplo, na
Arábia Saudita, Irã, Sudão, Afeganistão, e Paquistão a apostasia leva à pena de morte. Em países “moderados”, tais como Egito (PS. depois da “Primavera Árabe” eu não sei se ainda podemos considerar o Egito como "moderado"), Malásia, Indonésia, Turquia, se alguém deseja mudar a religião (na sua carteira de identidade) para o islã pode; para mudar saindo do islã, ele é levado ao tribunal. Geralmente, a punição para o crime de apostasia é encoberto por um outro motivo. Por exemplo, na Turquia, um muçulmano turco pode ser acusado de traição à Turquia; no Irã o apostata passa a ser um espião dos EUA.
Se um ex-muçulmano vive em um país livre (não-islâmico) ele pode estar longe de um governo islâmico, mas ele é caça para outros muçulmanos, muitas vezes perseguido pela sua própria família.
Vejamos o que disse recentemente o imã Yusuf al-Qaradawi, o guia espiritual da Irmandade Muçulmana e personalidade popular da televisão Al-Jazeera.
http://infielatento.blogspot.com.br/2013/02/apostasia.html