Quando vejo os esquerdistas falando em "programas sociais" e congêneres, sinto que eles falam como se tais programas fossem algo permanente, "para sempre", ou seja, como se o país fosse sempre ter pobres e miseráveis precisando de ajuda direta do estado. Eu não vejo dessa forma.
Para mim, os programas sociais são medidas paliativas temporárias, sendo o verdadeiro remédio o crescimento econômico. Eu não olho para 50 anos na frente pressupondo que sempre haverá milhões de pobres e miseráveis dependendo de programas sociais e até mesmo do SUS.
Programas sociais são paliativos, não "soluções".
Uma vez que você pediu uma explanação da minha opção de voto e o seu post seguinte é o que citei pressuponho que tenha visto algo na minha colocação que posa ser considerada como achando que pobres e miseráveis existirão para sempre.
Se me sinalizar onde é a entrelinha em que leu isso te agradeço.
E programas e demandas sociais existem mesmo em países de alto IDH ( e possivelmente sempre existirão enquanto a humanidade existir).
Me preocupo em contribuir para que as questões sociais padrão Brasil de hoje sejam solucionadas e ficarei feliz se meus netos debaterem as soluções das questões sociais padrão Noruega que teremos ( espero) no futuro.
Gostaria de ponderar que socialismo (não sei se entendi direito mas me pareceu ser seu alinhamento político) é diferente de políticas sociais.
Acrescento que a Noruega, assim como a totalidade dos países escandinavos, estão entre os com maior liberdade econômica (Liberalismo) do planeta.
As evidências indicam que esses são os com maiores avanços sociais por terem criado condições para isso (riqueza) e não o contrário.
Se seu sonho é a Escandinávia, você deveria ser Liberal 
Saudações
Como sou de esquerda e me filio à corrente de pensamento marxista é natural que me defina como socialista.
Mas tanto o marxismo como o socialismo são rótulos "guarda-chuva" sob os quai se abrigam concepções por vezes antagônicas. Daí que depois de se dizer "socialista" ou "marxista" tenha-se de fazer as colocações de quais concepções se tem dentro deste espectro amplo.
Posso me considerar um "neo-marxista" no sentido em que:
a) concordo com a análise da realidade social dentro da perspectiva do materialsmo histórico porém questionando a atribuição de Marx de um papel determinante dos conflitos de classe nas transformações históricas ( considero que esta preponderância se dá a partir da era moderna) e questionando a eleição de uma "classe portadora do sentido da História" como Marx faz com o proletariado ( questiono inclusive se o termo "proletariado" ainda tem algum sentido sociológico).
b) concordo com a análise marxista do capitalismo como um sistema sócio-econômico inerentemente instável em virtude de sua lógica e dinâmica intrinsecas e que crises recorrentes com suas consequências sociais e ambientais não são contingenciais mas essenciais.
c) e por fim acho provável que , em virtude de suas contradições internas , um novo modo sócio-econômico possa vir a surgir no futuro. Isto significa que considero o capitalismo ( e qualquer outro sistema sócio-econômico) como históricamente determinado e transitório , rejeitando qualquer suposta "naturalidade".
Na prática isto se traduz em uma postura programática político-social e pragmática econômica: o fundamental são os objetivos socio-políticos e a economia é a ferramenta para obtê-los.
Do ponto de vista programático a democracia e suas liberdades conectas são fundamentais e inegociáveis ; a democracia não se resume apenas a escolha de candidatos a cargos parlamentares , mas a criação de instâncias de discussão e deliberação das políticas públicas ( incluindo a econômica) e instâncias de fiscalização e controle independente do aparato estatal. As liberdades individuais são a base para que um sistema democrático amplo possa existir , o que inclui garantir a ampla liberdade de opinião , expressão e organização.
Do ponto de vista pragmático o que vale é qual a melhor forma de se obter o resultado previamente definido pela deliberação democrática ( forma esta também debatida previamente). Daí que para mim é indiferente se tal ou qual setor da economia terá preponderãncia do capital privado ou do capital público , desde que o objetivo proposto (p.ex. redução do desemprego abaixo de x%) possa ser alcançado.
Acho que fica claro que meu "esquerdismo neo-marxista" implica em não dar preponderãncia dogmática aos aspectos economicos ( como o fazem a maioria dos marxistas tradicionais) e em rejeitar qualquer forma de controle político-partidário sobre a sociedade (como ocorreu na totalidade das sociedades regidas por socialistas marxistas)
Usei o exemplo da Escandinávia pelo seu alto IDH , se o Brasil chegará lá pelo mesmo caminho não dá para afirmar a priori por todas as diferenças histórico-sociais. Cada sociedade tem suas características únicas que impedem o uso de uma "receita" universal.