Será que o impeachment é a melhor solução? Já vejo a Dilma "impichimada", o PT se aproveitando da situação fazendo ela de mártir e se fazendo de vítima, Lula se candidatando na próxima eleição com esse discurso, o povo brasileiro otário engolindo a situação, e ele ganhando novamente.
Não que isso não possa acontecer mesmo sem impeachment, claro.
Chutar bunda de presidente, sabemos por experiência própria, não é solução para nada. Infelizmente, não serve nem para por fim a carreira política do sujeito, Collor que o diga. Mas é inevitavel, mesmo nesse projeto de país. Por qualquer ângulo que se olhe, faz-se necessário chutar a bunda de Dilma. Eu acredito que é questão de tempo. Só torço para que ela tenha tempo suficiente de concluir o excelente trabalho de arrastar o lulopetismo definitivamente para o lamaçal junto com ela.
Por outro lado, mais do que o agravamento da crise, que já é tido como inevitável, com ou sem impeachment, me preocupa o andamento da Lavajato. Que também não é solução por si só, mas pode ser um bom começo. Se, como alertou o juiz Sergio Moro, o sucesso de uma operação desta magnitude depende do apoio popular, esse, por sua vez, sua audiência, na verdade, talvez dependa da crescente indignação com a permanência do PT no poder.
Agora, para fazer justiça, tinha mais era que deixar Dilma lá sangrando o país até o fim, porque ambos se merecem. Ainda que as últimas eleições tenham sido fraudadas, não dá para insentar o país. Seria uma boa oportunidade, mais uma, do povo aprender a arcar com as consequências de suas ecolhas em vez de ficar tentando tirar solução mágica da cartola a cada vinte anos.
Porém a situação, hoje desfavorável para a 'presidanta', pode ser revertida se houver uma melhora na economia. Está mais do que claro, ao menos para mim, que parte expressiva da população é absolutamente pragmática, não tendo qualquer pudor ético, se preocupando apenas com a sua própria situação econômico-financeira. E não, não estou me referindo aos 'petistas de carteirinha', porque estes há muito tempo descartaram a ética. Eu me refiro ao 'populacho' mesmo, seja ele econômico ou intelectual.
Uma melhora na economia combina mais com o país que Dilma vende do que com o país que ela entrega. O que é um péssimo indício. Eu duvido cada vez mais dessa possibilidade no curto e médio prazo. Embora nem os especialistas consigam fazer projeções minimamente seguras, porque o cenário é imprevisível, mesmo no melhor dos cenários, o agravamento da crise é unanimidade. Neste caso, a saída de Dilma poderia beneficiar o lulopetismo, levando em conta a memória curta do brasileiro, para ser gentil. A bomba explodiria no colo do sucessor que ficaria com a herança. Eu duvido disso, honestamente, sei que o quadro pode mudar e já levando em conta o pragmatismo da população, tem o fator psicológico que também não pode ser desprezado - quebrou o encanto. E não foi de uma hora para outra. Esse sapo já vinha descendo atravessado na garganta do populacho. Faltava cair a ficha.
E tudo parece indicar que a situação é mais grave do que se admite, bem mais grave, pelo jeito. Qualquer estratégia, por mais suicida que seja, ela está abraçando. Tamanho nonsense é de mais até para Dilma.
Cuidado, porque é exatamente isto que a ala da caterva petista mais à esquerda fará, mesmo porque já estão fazendo. Basta observar as idiotices proferidas contra a atual política macroeconômica e o ministro Levy. Estes imbecis não hesitarão, nem por um minuto, em destruir o país e depois jogar a culpa em algum 'bode expiatório', seja ele a "burguesia", "a classe dominante", "os banqueiros", "o imperialismo americano" ou uma pífia e patética combinação deles.
Começo a desconfiar que isso já aconteceu. A expectativa de retorno com a Copa e com o pós Copa, segurou a onda, junto, é claro, com a maquiagem das contas. Mas, desde então, a deterioração é evidente. Não foi possível mais conter. E então, Dilma, realmente, teve que fazer o diabo para se reeleger - isto é, destruir o país. Já foi. O bode expiatório provavelmente seria uma combinação de fatores, mas com a conta caindo nas costas do congresso. Ela só se esqueceu de combinar com os russos. Não contava com a rebelião da base aliada. Lula ainda tentou se distanciar junto com o partido, inicialmente, passando a batata quente adiante, mirando no PMDB, julgando que esse ficaria das circunstâncias, devido a necessidade de fazer o ajuste fiscal, mas foi surpreendido. E aparentemente não tem um plano B, estão improvisando - indício disso é o desespero, a ponto de por um desclassificado para fazer ameaças de dentro do Planalto. E com isso tudo que se tenta lançar no ar assume a forma de um bumerangue. A farsa não colou e por fatores externos, fora de controle, sobretudo os vindos de Curitiba, dificilmente, muito dificilmente, irá colar.
Estou pessimista quanto a recuperação da economia no médio prazo, e é claro, isso me aflige, mas otimista quando ao fim do lulopetismo. Claro que as coisas podem mudar, sempre podem, futurologia não é ciência, mas até por isso mesmo estou desfrutando o sabor do momento. Se há algo de bom nessa história é o espanto geral com esse banho de realidade. Tomara que seja didático.