Geo, se procurarmos nas mensagens do Juca e do Derfel, existem diversas críticas a governos estaduais do PT. E nem por isso ele deixa de ser petista, mesmo não sendo afiliado ao PT.
Sobre o Alckmin, até a ONU já expôs em estudos a culpa dos governos pela crise hídrica. Outros governadores terem culpa não exime a culpa do Alckmin, que ainda tem cartel do metrô e o HSBC pra explicar.
Mas parece que aqui ninguém se importa com escândalos que não sejam do PT. Da pra ver claramente isso quando um forista trás denuncias e os defensores logo correm em minimizar o roubo e usar tu quoque pra defender o querido PSDB.
Já há algum tempo tenho restringido a participação no fórum por causa do trabalho e por ter percebido um certo caminho que está sendo tomado por aqui que dificulta até mesmo o debate nas áreas de política e afins. Mas, como eu fui citado várias vezes, resolvi, pelo menos, esclarecer alguma coisa.
Não sou petista e não defendo o partido, o que defendo são políticas de governo e de ESTADO, muitas destas políticas resultado de 20 ou até 30 anos, então bem anteriores a qualquer governo petista. O problema é que as pessoas tendem a confundir governo com o partido que encontra-se, no momento, no governo. E isso parece ser particularmente verdade quando é o PT que encontra-se no poder. Não tenho nenhum problema em criticar o governo, naquilo que acho que ele deva ser criticado (como é o caso da política externa) e nem o partido PT, naquilo que acho que deva ser criticável.
Corrupção existe em todos os partidos políticos e em todos os órgãos do governo. Na verdade, a própria sociedade apresenta um alto grau de corrupção. Essa corrupção não surgiu agora, não é criação deste governo ou partido e nem é possível afirmar que ESTE seja o momento em que o País esteja mais corrupto. É, talvez, o momento em que a percepção da corrupção esteja maior. O importante (e isso venho dizendo há tempos) é o fortalecimento das instituições. Os casos de corrupção estão aparecendo porque estão sendo investigados e novos mecanismos estão sendo implementados e isso é mérito de uma série de ações que vem sendo desenvolvidas desde 1988 e do fortalecimento como instituição do MP e órgãos de controle como O CGU e os tribunais de contas. Isso a despeito de tentativas diversas, em diversos momentos, de tirar autoridade ou diminuir a importância desses órgãos. O mesmo governo que fornecia ferramentas para o fortalecimento destas instituições tentavam colocar amarras (isso sendo feito desde 1988). É nessas idas e vindas que houve uma melhora no controle e o início de processos de corrupção e condenações, o que leva a uma sensação de aumento da corrupção. Isto está ocorrendo em várias esferas de governo, de municípios e estados à União. Mas a visibilidade do nível federal é maior.
"Aparelhamento" do estado ocorre também em todas as esferas de gestão. Quando muda a gestão de um município ou estado há uma verdadeira degola e dança de cadeiras, independente de qual partido seja. Isso é um problema da precarização de vínculos trabalhistas, que interessa que seja mantido pelos políticos de ocasião. Conheço loteamento de cargos por vereadores e políticos do governo de ocasião. E isso gera um dos problemas constantes da política brasileira que é a descontinuidade de políticas públicas e projetos.
Outra coisa é entender a diferença entre políticos e partidos políticos. Partidos normalmente representam ideias e ideologias, que podem até mudar com o tempo. Os políticos que os compõem podem até não seguir a ideologia do partido, mas não representam o partido em si. Corrupto é o político e o único político que não possui corruptos no quadro é aquele que ainda não alcançou alguma forma de poder. E quanto maior o acesso ao poder, maior a possibilidade de corrupção em seus quadros. Não existem bonzinhos e salvadores da pátria em lugar algum. Na última eleição votei naquele candidato que ideologicamente estava mais próximo ao que eu acredito e, naquele momento, era a candidata do PT. Hoje ainda votaria nela. No futuro posso votar em um candidato de qualquer partido que apresente propostas que vão ao encontro de minhas convicções. Esse candidato ainda não apareceu, mas, com certeza, não são os que se apresentam hoje.
No mais, salvo algumas exceções, faço minhas as palavras do Barata.