Decretos de preço não aumentam a produção, portanto não aumentam a riqueza real.
Não afirmei tal coisa, novamente você distorce o que escrevi.
Mas talvez você tenha querido dizer que o poder de compra do SM não pode ser aumentado por lei. É isto mesmo que você quis dizer ?
Talvez não tenha sido o que você quiz dizer, mas é a consequência do que você dê fato disse.
Aumento de consumo só ocorre com aumento de riqueza.
Só se pode consumir mais se mais for produzido.
Quando você afirma que decreto de salários resulta em maior consumo está dizendo no fim que tal decreto resulta em mais riqueza.
Então você afirma peremptoriamente que o poder de compra do SM não pode ser alterado pela lei ?
O que eu afirmei é que que o consumo não pode ser aumentando de modo sustentável por meio de decretos nos preços.
É só pensar.
João e José trabalham para Pedro em uma ilha onde eles são os únicos moradores.
Cada um ganha 10 reais de Pedro pela produção de 150 batatas ao mês, Pedro por dua vez ganha 20 reais por mês vendendo batatas para João e Pedro por 20 centavos cada uma, sendo que cada um deles consome 50 batatas por mês.
Alguém decreta que o salario minimo agora é de 20 reais.
Isso vai permitir que eles consumam mais se a capacidade de produção é de 150 batatas por mês?
Pedro só dispõe de 20 reais mensais com a venda das batatas, ele pode demitir João e pagar 20 reais para José. O problema é que com um funcionário a menos a produção cai.
Ele poderia vender as batatas dele, mas morreria de fome e só conseguiria mais 10 reais além dos 20 de costume e não os 40 de que precisa agora para pagar os dois funcionários.
Outra alternativa é aumentar o preço das batatas para que então ele vendendo cada uma por 40 centavos, possa lucrar 40 reais no fim do mês para então pagar 20 reais para cada trabalhador.
Agora eles ganham o dobro, mas as batatas custam o dobro e ele continuam consumindo a mesma coisa.
Esse exemplo de "economia de Robinson Crusoé" exemplifica o que ocorre no mercado real.
A unica diferença aqui é que no mercado real mais complexos as pessoas podem ter a esperança de que a renda possa ser transferida dos mais ricos para os mais pobres.
Por exemplo, se no nosso exemplo anterior a produção fosse de 200 batatas por mês e o dono da fazenda, Pedro, pudesse consumir 100 batatas enquanto José e João consumissem 50 cada um, e se o aumento de salario fosse menor, algo como subir de 10 para 12 reais, poderíamos ter a esperança de que Pedro não aumente o preço das batatas, reduza seu próprio consumo de 100 batatas para 80 permitindo que José e João possam consumir 60 batatas cada um.
Esse tipo de coisa também pode ocorrer numa economia. Alguns produtores reduzem o próprio consumo para tentar manter o preço enquanto outros aumentam o preço para manter o mesmo nível de consumo.
Só que nesse caso também não temos aumento de consumo, temos somente a troca de quem consume. Antes uma pessoa consumia mais e outra menos e agora uma consume menos para que a outra consuma mais.
O fato é que o consumo de 200 batatas permanece estático porque essa é a capacidade de produção... Você só tem como aumentar o consumo se você aumentar a produção e o decreto de preços não tem o poder de fazer a produção aumentar.
Decretos de preço podem no máximo alterar a quantidade que cada individuo consome, fazendo o consumo trocar de mãos, mas não crescer.
Teoricamente no curto prazo seria possível por meio de decretos realocar recursos em poupança e despeja-los no consumo, fomentando alguma capacidade produtiva não aproveitada, de modo que o consumo a curto prazo realmente se eleva. Essa é a essência de medidas keynesianistas. O problema é que a produção sustentável num mercado saudável depende da capacidade de poupança, sendo que essas medidas de curto prazo são prejudiciais no longo prazo.
O fato é que salario minimo não tem esse tipo de resultado, ele se limita a troca de consumo de um pelo outro, seja do rico que aperta os sitos para o pobre consumir mais, seja do mais pobre que fica desempregado para que a classe media consuma mais.