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É estranho ver Reinaldinho defendendo o Lula. Mas ele faz isso com intenção de proteger Aécio ( e outros ).
Na minha visão é um grande golpe, uma articulação essencialmente política. E não digo isso agora, na época do impedimento de Dilma já manifestei esse ponto de vista de se tratar de um golpe com efeitos colaterais nocivos para o país.
Hoje, me relendo, ainda creio que só estive enganado ( para minha própria satisfação ) quando pensei que a lava-jato iria perder impulso depois do afastamento da presidente e que pessoas como Cunha não seriam atingidas no final. Mas provavelmente o próprio Cunha pensava assim, do contrário não teria contribuído tanto para cavar a própria cova.
Mas usar instrumentos da lei, jurídicos como o impeachment, como instrumentos para atingir fins políticos, e no fim o próprio Judiciário, é ruim para as instituições e para a própria democracia. Nesse jogo nós somos prejudicados de muitas formas: o presidente abre a carteira ( a sua! ) para tentar se manter, enquanto que seus adversários fazem acordos escusos contra o interesse geral para derrubar o presidente. E claro, também faz promessas e se compromete usando o nosso dinheiro. A composição ridícula daquele ministério formado inicialmente pelo Temer ilustra o tipo de acordos e alianças que ele teve que fazer pra puxar o tapete da Dilma.
E enquanto tudo isso acontece o país permanece semi-paralisado, em compasso de espera, com um governo que não governa.
E claro, como eu também imaginava e falei, quando uma estratégia política funciona tende a ser tentada novamente: o Temer mal esquentou cadeira e já estavam tentando derruba-lo também. E aí acontece tudo de novo, com ele abrindo a carteira mais uma vez pra se segurar no cargo. Providências bisonhas que foram tomadas, como aquela incrível alteração na lei do trabalho escravo, nos fazem imaginar até que ponto ele foi e estava disposto a ir, que tipo de acordos e com quem deve ter costurado pra salvar a própria pele.
Poucos se lembram, mas depois do bem sucedido ataque ao Collor, o PT tentou duas vezes o impeachment de FHC. E se tivessem conseguido?
Que as organizações Globo de repente ficaram interessadas na cabeça do Temer é evidente. Mas por quê? Isso a gente não sabe. Talvez alguma chantagem, algum acordo assumido no impeachmet de Dilma mas não cumprido, ou outro interesse qualquer. Mas não é por causa da corrupção.
Mas possivelmente chantagem: "ou faz o que queremos ou botamos nossa máquina pra te derrubar, e você sabe que é possível."
Há muitos efeitos colaterais nesse remédio amargo que alijou o PT do poder, como a emergência da figura sinistra do Bolsonaro arrastando com ele os interesses de um conservadorismo tacanho. Mas esse é um lado da questão, o outro é que esse golpe político não teria sido possível se o governo não tivesse se afundado de fato na incompetência, na total irresponsabilidade e na corrupção. Isso foi utilizado mas não inventado.
E também, se pessoas não forem presas na segunda instância, ninguém mais com alguma condição será presa nesse país. Aliás, como era praxe até hoje: cadeia continuaria sendo só pra ladrão de galinha.