Acho que mais do que algo ligado a alguma incompetência inerente do estado, vai ter importância o quanto a iniciativa privada criminosa violenta já se estabeleceu. Apenas liberar para outra iniciativa privada atuar sem violência ilegal não vai magicamente levar os pioneiros estabelecidos à falência.
Mas o principal argumento pela liberação é exatamente esse: que iria "quebrar" o tráfico de drogas e este perderia o poder atual.
Ingênuo, né?
E se essa quebra realmente ocorrer, os empregados do tráfico não irão se tornar cidadãos de bem trabalhadores pagadores de impostos, provavelmente migrariam pra algum outro mercado criminoso (assaltos, sequestros, venda de proteção, jogo do bicho, etc)
Acho que isso é argumento pró
legalização especificamente; se a Phillip Morris investisse pesado em maconha, dominasse o mercado tal como cigarros comuns. E os traficantes seriam apenas análogos a contrabandistas de cigarro. Se isso acontecesse, então a "migração" a outros ramos criminosos seria o mais provável.
"Liberação"/descriminalização espera que, com eliminação da ação policial apenas focada em comércio de drogas, se desincentivasse, por reduzir a necessidade, o uso da violência para tocar o negócio. Nesse caso, pode se imaginar ser reduzida a migração para outras áreas do crime, já que as mesmas gangues poderiam continuar atuando, mas gradualmente, ou "marginalmente" se tornando menos violentas.
A essa altura, mesmo isso deve ser limitado onde o modus operandi violento já se estabeleceu (especialmene em gangues mais "generalistas", que será muito comum, algumas vendem até TV a cabo), se comparado a isso feito num estágio mais inicial. Ainda assim parece que há uma tendência geral às gangues se tornarem menos violentas em seus negócios, quando possível, através de acordos e etc.
https://en.wikipedia.org/wiki/Operation_CeasefireAcho que já li algo até sobre ser uma tendência natural, algo meio que nas linhas de "teoria da paz dos arcos dourados".