O protecionismo não é benéfico, de um modo geral, para a industria brasileira, embora o seja para alguns industriais....
Um dos erros dos militares foi impor reserva de mercado para alguns setores, já existia carro com injeção eletrônica no exterior há vinte anos quando aqui era novidade.
Não se podia importar componentes ou equipamentos eletrônicos como computadores para produzir ou modernizar empresas e produtos nacionais.
Mas é foda explicar para um economista/socialista de boteco que o chip do celular dele não foi feito com tecnologia nacional.
Se os militares brasileiros não seguissem a linha nacional-desenvolvimentista de Vargas, e tivessem deixado tudo para o Roberto Campos resolver, eles hoje participariam da minha série favorita, ao lado do meu ídolo Milton Friedman.
Linha essa que Trump lá nos EUA parece querer seguir de outros que já foram feitos:
A falácia do protecionismo de Trumphttp://www.valor.com.br/opiniao/5055884/falacia-do-protecionismo-de-trumpEm artigo recente na Revista Foreign Affairs de Maio/Junho 2017, o professor da Dartmouth College, Douglas Irwin, explica com enorme clareza o risco que as relações comerciais entre as nações correm com a veia protecionista de Donald Trump. O atual presidente dos Estados Unidos foi eleito usando e abusando do atraente slogan "American first" para a população do país. Sob o argumento falacioso de que traria prosperidade à nação revendo acordos comerciais e buscando o que Trump julga ser um "better deal", os EUA podem acabar caindo no mau, velho e arcaico protecionismo que ainda, por incrível que pareça, tende a desencadear calafrios de patriotismo retrógrados, principalmente entre os trabalhadores menos escolados que sofrem com o aumento da produtividade da indústria manufatureira no país e com a administração na cadeia de suprimentos que muitas empresas globais passaram a adotar nos últimos 25 anos.
Protecionismo de Trump ameaça sistema multilateral de comérciohttps://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/28/economia/1485628215_357220.htmlBastou uma semana da nova Administração na Casa Branca para que a política comercial dos Estados Unidos sofresse sua guinada mais radical dos últimos 70 anos, ameaçando desencadear a maior mudança nas regras do jogo global desde a Segunda Guerra Mundial. O lema “a América em primeiro lugar”, promovido pelo presidente Donald Trump, na prática sepulta o sistema comercial multilateral e prenuncia negociações baseadas na força, no poder e no tamanho de cada país. O risco de eclodirem guerras comerciais, que parecia afastado durante a Grande Recessão, emerge com mais força do que nunca.
Esse aqui já faz crítica ao livre-comércio >>>>>
Saudades do protecionismohttp://economia.estadao.com.br/noticias/geral,saudades-do-protecionismo-imp-,654228Na outra ponta do espectro, o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, faz um alerta contra a volta das políticas protecionistas. "O protecionismo pode retornar pela porta de trás", disse ele. E segundo explica o economista Jean-Luc Gréau: "Dominique Strauss-Kahn é o ministro da globalização. Foi nomeado com o aval dos Estados Unidos, graças à globalização e para ela."
Esses apelos, mesmo que discretos, a uma certa dose de protecionismo, têm uma conotação bizarra. De sacrilégio. Eles se permitem "erradicar" Bretton-Woods (1944), ou seja, derrubar uma das "colunas do Templo". Os Estados Unidos, que praticaram um protecionismo selvagem durante dois séculos, ao saírem da guerra queriam aproveitar do seu poder para facilitar a expansão de suas empresas que se tornaram globais. Mais tarde, foi Ronald Reagan, etc.
Ora, hoje, graças ao dinamismo desordenado, devastador e pouco escrupuloso da indústria chinesa, e também graças à ascensão como grandes potências de países como Brasil ou Índia, as delícias do livre comércio são contestadas. Nessa mudança de programa, a antiglobalização teve o seu papel. Foi ela que substituiu o slogan triunfante do século passado, o "free trade", ou livre comércio, por um outro, o "fair trade", ou comércio justo, retomado em coro pelos socialistas.
Compreendemos o pânico dos antigos partidários do "livre comércio", tanto franceses, europeus como americanos. Sua indústria é um "campo de ruínas". A França viu sua indústria naufragar de corpo e alma. Ela se ilude graças às enormes empresas multinacionais do tipo Airbus ou Total, mas a indústria de porte médio, as milhares de pequenas empresas que formam o tecido vibrante da economia, estão de luto.
Em 20 anos, a França perdeu dois milhões de empregos na indústria, que hoje não representa muita coisa mais do que 15%. E mesmo que a Alemanha, que sempre protegeu a média empresa, continue progredindo, toda a Europa do livre comércio sofre. No Velho Continente, a promessa de um crescimento do PIB em 2011 de 1,75% foi saudada com brados de vitória. Degradante! Não se trata, é claro, de retornar ao protecionismo selvagem de outrora. Um primeiro objetivo será conseguir que o comércio mundial respeite as regras ditadas pelas organizações internacionais (o que não é o caso, precisamos dizer, da China e alguns outros exportadores).
Inútil dizer que o ataque contra o "livre comércio" tem também um outro alvo, que é a globalização. Segundo o deputado socialista francês Arnaud Montebourg, "o livre comércio tornou-se o inimigo de muitos povos. A "desglobalização" pode lhes dar novamente o direito de escolher seu modo de vida./ TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
O protecionismo histórico dos Estados Unidoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Protecionismo#O_protecionismo_hist.C3.B3rico_dos_Estados_UnidosComeçando com o "Relatório sobre Manufaturas" de seu primeiro secretário do Tesouro, Alexander Hamilton, em que ele defendia tarifas para ajudar a proteger as indústrias nascentes, incluindo prêmios (subsídios) derivados em parte dessas tarifas, os Estados Unidos foram a principal nação contrária à doutrina do "livre comércio". Ao longo de todo o século XIX, importantes estadistas dos Estados Unidos, incluindo o senador Henry Clay, continuaram as propostas de Hamilton no Partido Whig sob o nome de "Sistema Americano." O Partido Democrata, opositor desse programa, disputou várias eleições ao longo das décadas de 1830, 1840 e 1850, polemizando em parte sobre a questão da tarifa e da proteção à indústria. O Partido Democrata defendia tarifas moderadas e o Partido Whig, que venceu as eleições de 1840 e 1848, apoiava tarifas protecionistas mais elevadas. O principal economista dos Estados Unidos nesta época, Henry Charles Carey, tornou-se o mais importante proponente do "Sistema Americano" de política econômica, tal como desenvolvido em oposição ao sistema de 'livre comércio', que ele chamava de "sistema britânico", proposto por Adam Smith e defendido pelo Império Britânico. Seu livro "Harmonia de Interesses", juntamente com a obra erudita do economista germano-americano Friedrich List, tornou-se amplamente lido e disseminado nos Estados Unidos e na Alemanha, levando os economistas da Escola Histórica Alemã a abraçar semelhantes medidas contra o livre comércio, que foram adotadas pelo chanceler Bismarck.