Eu não acredito que a liberação fosse ser uma panacéia.
Até porque seria só um comércio "ilegal" tolerado, não sendo "legalização". Então ficam de fora essas questões de falsificação e contrabando, já que "é" um contrabando, e praticamente inexistiriam marcas, apenas fornecedores de confiança.
Crime violento, mesmo associado a gangues que vendem drogas, continuarão ocorrendo, haja visto que essas gangues violentas também atuam em outros comércios, mesmo de bens legalizados -- que não nos ocorre tentar proibir em geral, acabar com esses mercados.
Porém, na medida em que o estado deixasse de punir de maneira essencialmente indistinta o criminoso violento e o mero comerciante ilegal, o primeiro fica em desvantagem, tem um incentivo para "se tornar o segundo", ao mesmo tempo em que se obtem um alívio significativo na situação da superlotação penal, que serve apenas como "piorador" de bandidos, agravando o problema. Fica-se automaticamente com mais recursos para prender os piores, por mais tempo, sem também piorar os criminosos de menor ou nula periculosidade.
E similarmente as penas para contrabando deveriam ser afrouxadas, não aumentadas:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/07/1485723-nova-lei-aumenta-penas-para-os-crimes-de-contrabando.shtml