A análise não pode lidar com o abstrato, os "ideais" das penas tal como descritas, tem que se focar no que ocorre, nas consqüências reais.
Ineficiência em lidar com os criminosos, que é um aspecto prático, só piora as coisas para se argumentar que se deva prender ainda mais. Está se agravando o problema em todos os sentidos.
Eu nao vejo a contradicao aí. Se você tem uma crianca muito malcriada com liberdades demais e desafia os pais, bate e tudo mais, nao há contradicao em dizer que para esta crianca é necessário um tratamento mais rígido, e ao mesmo tempo dizer que esta crianca precisa de uma alimentacao saudável. Em condicoes de maior estabilidade prisional, coisas como isso acontecem:
http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/segurancapublica/presos-terao-noite-de-sexo-liberado-em-comemoracao-ao-dia-do-presidiario-no-ceara/
Presos terão noite de sexo liberado em comemoração ao Dia do Presidiário no Ceará
Eu não sei se isso é onde há uma situação mais próxima de adequada para começar, desconfio que não (Ceará que é mesmo?). E não acho que isso seja exatamente bom exemplo de "leveza" exagerada com os presos.
Novamente, em condicoes estáveis, presos de maior periculosidade possuem uma gama de benefícios. Além da ineficiência em resolucao de crimes e do domínio de presídios pelo tráfico com o uso de celulares. Nao vamos espantalhar dizendo que "ladroes de galinha devem ter tratamento bem mais rígido".
Isso pode parecer espantalho para você, mas estou convencido que para a maioria da população que é atraída pelo discurso da necessidade de "tratamento mais duro", penas mais longas, redução da maioridade penal, num sistema onde a maioria dos presos já é de menor periculosidade, isso pode até estar incluso em algum grau. Especialmente no que concerne o crime de tráfico de drogas, bizarramente considerado legalmente "hediondo". Falar que pequenos/micro-traficantes não devem ser presos, que devem ter penas alternativas, etc, é coisa de "comunista", de "defensor da bandidagem".
E para "mostrar serviço", sob tal fachada de populismo, a tendência é só prenderem mais dos mais insignificantes, mesmo que o ideal almejado por uma parte das pessoas que defende simplesmente "penas mais duras" fosse ser algo que de fato melhorasse as prioridades.
Infelizmente é necessário uma espécie de branding bolsonaróide para algo mais racional. Pena dura para os criminosos perigosos, que não merecem cafuné e caviar como quer a esquerda, e, para aqueles que apenas começaram a se desviar, tratamentos alternativos, mas que incluam receber orientação religiosa porque Jesus tem poder, é fundamental para dar a estrutura moral que falta àquele que em algum momento perdeu o caminho, ou que nunca teve, talvez nunca tendo posto o pé dentro de uma igreja, como gostam de saber os ateus comunistas.