Não é de maneira alguma uma questão de desprezar a racionalidade, mas de não superestimá-la.
Mas não há como ser realmente sustentável dentro da irracionalidade. Vamos ser irracionalmente sustentáveís? Me desculpe, mas isto não existe, é ilógico e contraditório... impossível.
Não colocar todas as fichas numa só mente, num só grande líder, endeusado, mas dividir o planejamento
Mas não é disso que se trata. Trata-se aqui da proposta de um planejamento científico e democraticamente direto, sem o qual não funcionaria.
(pois todo empreendedor planeja) de maneira tão distribuída quanto parecer mais economicamente vantajoso, para agentes que idealmente se limitam a apostar apenas os próprios recursos (onde regulações são importantes para evitar que se ergam castelos de cartas), e não os de toda sociedade.
Este tipo de planejamento privatizado, voltado para o lucro [economicamente vantajoso], moldado pela irracionalidade dos mercados se demonstra muito ineficiente, sem futuro neste aspecto, muito aquem do necessário atualmente.
Mesmo os neo/tecno-comunistas devem propor ser importante uma descentralização do planejamento.
Certamente que sim. Não se fala de planejamento centralizado, mas de PLANEJAMENTO DESCENTRALIZADO, conseguido principalmente usando-se um planejamento científico e democracia direta - tanto nas decisões técnicas, como nas decisões puramente políticas, como no acesso aos meios de produção.
Todo empreendimento já tem planejamento por parte daqueles que o tocam, o que você realmente está defendendo seria total centralização ou estatização.
Conforme dito antes, centralização incorre certos em riscos e ineficiências inerentes, e ela deve ser buscada apenas na medida do necessário.
Estatização adiciona riscos de problemas diversos de má-gestão dos recursos públicos.
Aqui você apenas bate insistentemente num espantalho. O planejamento seria descentralizado, cientĩfico e democrático, e não simplesmente instrumentalizando-se a irracionalidade com sistemas tecnológicos como é feito hoje. É algo qualitativamente muito superior a isto.
Provavelmente tudo que for argumentalmente almejável de se obter de centralização ou estatização generalizadas pode ser obtido de maneira mais cautelosa através de regulações mais tênues, podendo incluir atuação estatal localizada, preferencialmente não monopolista.
Não se pode, tanto é que até agora, mesmo após tantas décadas de reuniões e discussões, praticamente nada de prático foi feito neste sentido. Pelo contrário, a moda agora é renegar a ciência e os próprios impactos ambientais evidentes, sem falar nos demais impactos sociais diretos.