Não é de maneira alguma uma questão de desprezar a racionalidade, mas de não superestimá-la.
Mas não há como ser realmente sustentável dentro da irracionalidade. Vamos ser irracionalmente sustentáveís? Me desculpe, mas isto não existe, é ilógico e contraditório... impossível.
QUE irracionalidade?
Você acha que pegam chimpanzés no zoológico para ser empresários, gestores quaisquer, ou políticos? Ou que é tudo na base de cara ou coroa?
(pois todo empreendedor planeja) de maneira tão distribuída quanto parecer mais economicamente vantajoso, para agentes que idealmente se limitam a apostar apenas os próprios recursos (onde regulações são importantes para evitar que se ergam castelos de cartas), e não os de toda sociedade.
Este tipo de planejamento privatizado, voltado para o lucro [economicamente vantajoso], moldado pela irracionalidade dos mercados se demonstra muito ineficiente, sem futuro neste aspecto, muito aquem do necessário atualmente.
"Irracionalidade" não está em se ter atividade econômica baseada em planejamento distribuído e independente, mas na fixação em centralização/anti-mercado.
"Sem futuro" = "Peter Joseph é meu profeta"
A vantagem/viabilidade econômica é uma necessidade para qualquer não-cornucopista.
Certamente que sim. Não se fala de planejamento centralizado, mas de PLANEJAMENTO DESCENTRALIZADO, conseguido principalmente usando-se um planejamento científico e democracia direta - tanto nas decisões técnicas, como nas decisões puramente políticas, como no acesso aos meios de produção.
É o que já se tem. O quanto quer que se acredite que deva ser mais "democrático", pode ser alcançado ou aproximado em mudanças regulatórias.
Todo empreendimento já tem planejamento por parte daqueles que o tocam, o que você realmente está defendendo seria total centralização ou estatização.
Conforme dito antes, centralização incorre certos em riscos e ineficiências inerentes, e ela deve ser buscada apenas na medida do necessário.
Estatização adiciona riscos de problemas diversos de má-gestão dos recursos públicos.
Aqui você apenas bate insistentemente num espantalho. O planejamento seria descentralizado, cientĩfico e democrático, e não simplesmente instrumentalizando-se a irracionalidade com sistemas tecnológicos como é feito hoje. É algo qualitativamente muito superior a isto.
Não tem espantalho algum, a não ser o seu de "se basear em irracionalidade". O problema é que nem há bem um modelo REAL para comparar, apenas vagas noções vislumbradas por Peter Joseph e seus seguidores ou similares, e assumidas como inerentemente melhores sem evidência alguma. Pouco do que você coloca sugere qualquer coisa diferente de um comunismo high-tech, sendo que mesmo autores comunistas clássicos já defendiam maior necessidade e eficiência do mercado.
Provavelmente tudo que for argumentalmente almejável de se obter de centralização ou estatização generalizadas pode ser obtido de maneira mais cautelosa através de regulações mais tênues, podendo incluir atuação estatal localizada, preferencialmente não monopolista.
Não se pode, tanto é que até agora, mesmo após tantas décadas de reuniões e discussões, praticamente nada de prático foi feito neste sentido. Pelo contrário, a moda agora é renegar a ciência e os próprios impactos ambientais evidentes, sem falar nos demais impactos sociais diretos.
Você está simplesmente descrevendo (novamente) o contrário do padrão histórico, que é a gradual melhora das coisas, em todos os níveis, mesmo no global, que talvez seja o seu principal foco.
dividir o planejamento (pois todo empreendedor planeja) de maneira tão distribuída quanto parecer mais economicamente vantajoso, para agentes que idealmente se limitam a apostar apenas os próprios recursos (onde regulações são importantes para evitar que se ergam castelos de cartas), e não os de toda sociedade.
...
Todo empreendimento já tem planejamento por parte daqueles que o tocam...
Vejamos então:
Examinando a superfície da Terra, hoje, percebe-se que uma camada de rede de comunidades, centros industriais, vias de transporte, áreas de recreação, sistemas agrícolas e afins dominam grande parte da paisagem. Independente de pretender ser ou não uma construção completa de um sistema, este resultado, em um determinado ponto no tempo, constitui a aparência de um projeto topográfico.[...]
Isso é evidente. Obviamente que eu não estou afirmando que a sociedade humana foi planejada "ao todo", é uma miríade de planos interconexos, que evoluíram gradativamente ao longo dos séculos. Não é criação divina, ou Laplace-demoníaca.
E continuarão mudando apenas gradualmente, de acordo com processos democráticos e mercadológicos, quando não por PODER totalitário em algumas instâncias. Apenas com a consolidação de um imenso PODER totalitário se poderia ter um planejamento centralizado global. O mais aproximado hoje são acordos internacionais, muito embora busque ser democrático.
Sobre ineficiências, deve sim haver muitas, embora as pessoas estejam sempre buscando soluções melhores. Peter Joseph por acaso é consultor de soluções para ineficiências em larga ou qualquer escala? Ele poderia ganhar um bom dinheiro com isso, se tiver realmente soluções reais em vez de apenas fantasias sem viabilidade prática.