Nos EUA é comum que as pessoas de esquerda e direita, embora originalmente de direita, tenham essa noção de que qualquer coisa que o estado faça com impostos, é "socialismo". É muito frustrante de ver.
Naturalmente o mais confundido com socialismo é social-democracia, tendo muitas vezes a Europa ocidental como exemplo, o que ocasionou até um político de lá ter feito questão de explicar que seu país não é socialista.
Mas é meio perturbador perceber que infiltrados entre aqueles que apenas defendem maior investimento em políticas sociais e menos em guerra, estão socialistas propriamente ditos. No site dos "Democratic Socialists of America" eles chegam até a dizer algo nas linhas de que "embora idealmente não se possa extinguir a livre-iniciativa em curto prazo, podemos no entanto minimizar seus malefícios através de regulações".
Os idiotas acabam ajudando a dizer que regulação é coisa de socialista. Em contrapartida, como antes os direitistas haviam já incutido na cabeça das pessoas que praticamente qualquer coisa é socialismo, então a rotulação como socialismo como forma de prejudicar a imagem acaba falhando. Com sorte, apesar da confusão dos termos, na maior parte do tempo a maior parte das pessoas estarão defendendo apenas social-democracia/liberalismo, o que se pode notar quando parte deles (os não socialistas propriamente ditos que ainda defendem o rótulo nesse sentido estendido) expressam rejeitar a estatização geral da indústria como algo absurdo, fazendo referência a países de maior IDH (e IDHi), e não dos realmente socialistas.
O problema é que mesmo parte dos socialistas propriamente ditos adota uma postura meio intermediária, falando apenas nos trabalhadores serem donos dos meios de produção, não o estado. O que não seria algo que qualquer um fosse objetar se não se estiver falando de expropriações arbitrárias em massa, mas implicitamente deve requerer ser, para os socialistas, em boa parte do tempo.
Socialismo e marxismo cultural é lixo.
Não existe "marxismo cultural". É só ou
propaganda nazista, ou uma analogia leiga da relação de oprimido-opressor na economia, para outras áreas, mas cujas proposições marxistas de solução não se aplicam em absolutamente nada. Com a mesma lógica, você poderia chamar libertarinanismo, anarco-capitalismo, de "marxismo capitalista", já que, como Marx, dizem que o estado é o opressor, que imposto é roubo.
Acho que não. Venezuela é taxada de pais socialista pelos direitistas desde o início do governo Chavez lá em 1999.
Esquece, mesmo você explicando, demonstrando, evidenciando e provando que a Venezuela nunca nem chegou perto de ser socialista, para a extrema direita o comunismo lá é tão grande quanto o da URSS, pelas mesmas razões que você já explicou.
Esse "debate" todo é praguejado por uma fixação e dificuldade de raciocinar causada por relações emotivas com rótulos, como se fossem uma espécie de alma ou essência da coisa, e não algo que pode ser aplicado de maneira arbitrária, só como propaganda, seja a favor ou contra.
No caso, Chavez sim, chamava suas políticas de "socialismo do século XXI," mesmo não sendo socialismo com a definição estrita de monopólio estatal da indústria, mas só um branding com grande apelo para aqueles apaixonados pela palavra "socialista".
Monopólio estatal da indústria não é a única maneira de ruir com a economia de um país. E nem apenas qualquer outra coisa com o "branding" de socialista, embora ele não vá ser de modo geral bom sinal*, ainda que o sinal se enfraqueça conforme mais generalizadamente for usado o termo.
* havendo inclusive quem tenha a pachorra de dizer que, tudo bem ruir inúmeras economias tentando criar um "socialismo" que funcione, fazendo analogia com a queima de inúmeros filamentos de resistência para o desenvolvimento da lâmpada incandescente.