Acho que a maior evidência seria uma Lei de Causa e Efeito rigorosamente verificável em qualquer circunstância.
Imagine um super computador processando os dígitos do número pi e depois de muito e muito tempo surgisse uma sequencia ordenada de zeros e uns de modo que seria indubitavelmente evidência da ''assinatura'' de uma inteligência superior. Foi C. Sagan quem disse isso? Alguém me ajuda?
A bagaça tá no livro ''Contato''. Vou transcrever alguns trechos:
Capítulo 20, Estação Central''Refere-se a pi, a razão entre a circunferência de um círculo e seu diâmetro. Você conhece bem esse número, é claro, e sabe também que jamais poderá chegar ao final de pi. Não existe nenhuma criatura no universo, por mais sábia que seja, capaz de calcular pi até o último algarismo... porque não existe último algarismo, apenas uma série infinita de algarismos. Os matemáticos de vocês se esforçaram por calculá-lo até, digamos, até a décima bilionésima casa. Não será surpresa para você saber que outros matemáticos foram além. Bem, por fim... digamos que seja na casa equivalente a dez elevado à vigésima potência... acontece uma coisa. Desaparecem os algarismos que variam ao acaso e, durante um tempo inacreditavelmente longo, seguem-se apenas uns e zeros."
Capítulo 23, Reprogramação:
"Leva muito tempo, mesmo com um computador como o Cray, calcular pi até alguma coisa como dez elevado à vigésima potência. E não sabemos se o que estamos procurando está em pi.
Mais ou menos, disseram que não estava. Poderia ser o número e.
Poderia ser um membro da família dos números transcendentais sobre os quais falaram a Vaygay. Poderia ser um número inteiramente diferente. Por isso, uma atitude de força bruta obstinada... simplesmente calcular números transcendentais eternamente... é perda de tempo. Mas aqui no Argus dispomos de algoritmos de decodificação muito complexos, destinados a encontrar configurações num sinal, destinados a destacar qualquer coisa que não pareça aleatória. Por isso eu reescrevi os programas...'
...mas não para calcular os algarismos num número como pi, imprimi-los e apresentá-los à inspeção. Não há tempo suficiente para isso. Em vez disso, o programa corre pelos algarismos e só se detém, pelo menos para pensar a respeito, quando há uma sequência anômala de zeros e uns. Compreende o que estou dizendo? Alguma coisa não aleatória. Por acaso, haverá alguns zeros e uns, é claro. Dez por cento dos algarismos serão zeros e dez por cento serão uns. Em média. Quanto mais algarismos percorrermos, mais longas serão as sequências de zeros e de uns puros que encontraremos por acidente. O programa sabe o que se espera estatisticamente e só presta atenção a sequências de zeros e de uns inesperadamente longas. E não procura apenas na base dez."
"Não compreendo. Se você examina uma quantidade suficiente de números aleatórios, não há de encontrar qualquer configuração simplesmente por acaso?"
"Claro. Mas podemos calcular a probabilidade disso. Se recebermos uma mensagem muito complexa logo no início, saberemos que não poderá ser por acaso. Assim, todos os dias, nas primeiras horas da manhã, o computador trabalha nesse problema. Nenhum dado do mundo exterior entra nele. E até agora nenhum dado do mundo interior saiu. O computador apenas percorre a expansão de série ótima para pi e vê os algarismos correrem.
O número pi começa com 3,141592... Você vê que os algarismos variam de maneira bem aleatória. Certo, o algarismo 1 aparece duas vezes nas quatro primeiras casas decimais, mas depois de certo tempo surge na média esperada. Cada algarismo - 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 - aparece quase que exatamente dez por cento das vezes depois que se acumulam um número suficiente de algarismos. De vez em quando, encontram-se alguns algarismos iguais consecutivamente - por exemplo, 4444 -, mas não mais do que se esperaria estatisticamente. Ora, suponhamos que você esteja olhando alegremente esses algarismos e que de repente não encontre nada senão quatros. Centenas de quatros enfileirados. Isso pode não transmitir nenhuma informação, mas também não pode ser um acaso estatístico. Você poderia calcular os algarismos de pi durante a idade do universo e, se os algarismos forem aleatórios, jamais avançaria o suficiente para encontrar cem quatros consecutivos."
"Mas esse acaso não precisa ser formado por cem quatros... certo? Ele poderia nos informar alguma coisa?"
Imagine que, depois de certo tempo, obtenhamos uma sequência de apenas zeros e uns. Depois, exatamente como fizemos com a Mensagem, poderíamos extrair disso uma imagem, se existir alguma. Entenda, poderia ser qualquer coisa."
É a única coisa que convenceria um cético. Imagine que encontremos alguma coisa. Não precisa ser tremendamente complicada. Apenas uma coisa mais ordenada que fizesse com que a acumulação de tantos algarismos em pi não fosse obra do acaso. É tudo de que precisamos. Depois os matemáticos de todo o mundo poderiam encontrar exatamente a mesma configuração, mensagem ou seja lá o que for. Aí não haverá mais divisões sectárias. Todos começam a ler a mesma Escritura. Ninguém poderia argumentar então que o milagre-chave na religião era algum truque de prestidigitação, que historiadores falsificaram os registros, ou que se trata apenas de histeria, ilusão ou de um substituto para o pai quando crescermos.
Todo mundo poderia ser crente."
FONTE:
https://nerdking.net.br/download-do-livro-contato-do-carl-sagan/