Taí um bom exemplo de como deveria ser para se evitar uma invasão lingüística devastadora: os nomes dos heróis estão em português. Não é mais bonito assim?
Bonito? estamos a discutir estética? Se for isso: não, é mais bonita a expressão original da obra de arte, ou seja, manter os nomes originais.
Alguma coisa de bom tem que ter neste lixo cultural importado, né?
Você nem imagina. Aliás, nem tem como imaginar, já que você tem pré-concebido que o que é dos EUA é invasão imperialista...
Você acha que eu estou errado por defender o que é meu?
Ponto 1: Não é seu. Você é usuário, nada mais.
Ponto 2: Não acho que esteja errado, mas acho que os motivos que têm apresentado não fazem sentido por serem ou paradoxais ou inexistentes. Portanto não posso concordar que esteja certo.
Apenas não suporto a idéia de ter usurpada, ferida e desrespeitada a minha língua-pátria. Estou errado?
Yep, porque não existe uma pureza sequer nessa "língua-pátria" de forma a ela poder ser deturpada. Ela é resultado da usurpação, ferimento e desrespeito de muitas línguas.
Ora bem, Pioxote de la Nódoa, você chegou aqui todo arvorado em cara íntegor e justo, apregoando o princípio de que termos estrangeiros sendo usados quando existem termos nacionais equivalentes é "frescura", coisa de "burguês vendido" de gente que não sabe ou não quer valorizar a cultura nacional e apoia a "invasão cultural" do "imperialismo" norte-americano.
E estou errado?
Yep, por razões já expostas.
Até agora não consegui enxergar onde está o mal de se ter um nome cuja origem seja grega e foi adaptada pelo latim e etc.
Tirando o ser uma "usurpação, ferimento e desrespeito" ao vocábulo-pátrio "Pio"?
O problema NÃO é este, Hendrix, afinal, TODOS os nomes têm uma origem em línguas antigas. O problema é USAR termos em inglês (ou qualquer outra língua) sendo que nosso léxico suporta satisfatoriamente estes termos, ou seja, temos termos equivalentes em nosso próprio idioma! Ao final, teremos um idioma mutilado, esfarrapado, descaracterizado...
Uma mutilação, esfarrapação e descaracterização continuarão sendo exatamente isso, tenham 2 dias ou 2.000 anos. Ou aceitamos que as línguas evoluem assim ou faremos da linguagem mais um deus que deve ser adorado por uma pureza que não tem, um estado que não existe e uma santidade que não possui.
O problema é fazer tempestades em copos d'água.
Língua não é cultura, meu amigo.
Discutível. Sendo "cultura":
"5. O conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade.
7. O processo ou estado de desenvolvimento social de um grupo, um povo, uma nação, que resulta do aprimoramento de seus valores, instituições, criações, etc.; civilização, progresso.
8. Atividade e desenvolvimento intelectuais de um indivíduo; saber, ilustração, instrução.
11. Antrop. O conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou grupo específico, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais, etc."
E sendo "linguagem":
" 5. Tudo quanto serve para expressar idéias, sentimentos, modos de comportamento, etc., e que exclui o uso da linguagem.
8. E. Ling. Todo sistema de signos que serve de meio de comunicação entre indivíduos e pode ser percebido pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a distinguir-se uma linguagem visual, uma linguagem auditiva, uma linguagem tátil, etc., ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos."
Concluo logicamente que Linguagem É cultura. Ou ao menos parte dela.
Língua é PATRIMÔNIO!
Oh? de quem? dos etruscos? dos latinos? dos gregos? dos visigodos? dos árabes? dos ceutas? dos africanos? dos holandeses?
E se retrocedermos mais no tempo, outros "paters" linguísticos, mais simples e menos vastos, irão surgir, cujas línguas foram "usurpadas, esfarrapadas e descaracterizadas" pelas subsequentes.
Linguagem não tem dono, Pio. Linguagem é instinto, logo genética. Envolve, evolui, especia-se, extingue-se.
Ou, para usar seu linguajar de dramalhão mexicano: "é usurpada, descaracterizada e esfarrapada".
Como lhe aprazer.
É como você comprar aquele carrão e, na hora de abastecer, na hora de trocar o óleo, filtros, e etc., procurar sempre o PIOR do mercado (o pior filtro, o pior combustível, o pior mecânico, etc.). Em breve o seu carrão vai virar uma CARROÇA!... Algumas coisas que todo cidadão patriota deve cuidar são suas fronteiras, sua Bandeira, seu Hino e sua língua!
Comprou de onde, Pio? pagamos com o que, Pio?
Aliás: você é maçônico?
Mas brasileiro não, pra quê, né? Patriotismo só quando a SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, vulgarmente chamada BRASIL, entra em campo! Aí sim, a bandeira é agitada, o hino é cantado, as cores da pátria são defendidas a ferro e fogo! Aff!
Que caracterização pífia, Pio. Nada exagerado você, né? acha que porque alguns extrangeirismos foram admitidos em nosso vocabulário, pronto! ninguém gosta de mais nada que seja brasileiro.
Vai escrever novela mexicana, vai.
Mas como você jura lealdade ao princípio do uso de termos ncionais para vacábulos estrangeiros equivalentes e ao mesmo tempo se vale de conveniências para burlar esse mesmo princípio, isso me permite classifica-lo, sem a menor sombra de dúvidas, como sendo hipócrita, fingido, desonesto e imoral.
Você só pode estar de sacanagem, né Hendrix?
Nops, é a pura verdade.
Quando lhe disse que "Euzébio" não é Português, você arrumou a desculpa, a conveniência, de que "Euzébio" era Português porque era usado na língua portuguesa.
Insisti que isso não desmente o fato de "Euzébio" não ser português. Insisti que isso era diferente do que tinha proclamado antes. Apontei até que "Euzébio" é Português errado. O correto é "Eusébio".
Mesmo assim prefere se valer da conveniência ao invês de reconhecer o erro, tamanha é sua vaidade. Então resolve apelar para seus pais:
"Não posso condenar os meus pais por me batizarem com este nome, Jimmy. Bom seria se os filhos pudessem escolher seus próprios nomes, não é mesmo?"
E eu te disse que o nome Euz(s)ébio lembra a nação lusitana, o que significa que o nome foi incorporado na língua daquele país. É diferente de, por exemplo, se dizer:
Assim como mouse, office boy entre outros foram incorporados em nossa linguagem. O fato de "lembrar" ou não Portugal é irrelevante: continua NÃO sendo português original.
Aliás, que raios é "lembrar"???
“O Office-boy flertava com a baby-sitter no hall do shopping center, enquanto devorava o seu Big-Mac.”
Isso é português, Hendrix? Tem certeza?
Eu disse alguma vez que era? disse alguma vez que "mouse" era?
Não, não disse. Obrigado por atacar o que nunca disse.
Agora, se quisermos ser mais produtivos:
Para mim, se houver sucesso na transmissão e comunicação das idéias almejadas pelo transmissor e sucesso na recepção e compreenssão pelo receptor, EU digo que a linguagem cumpriu seu papel cultural, e biológico, logo é válida.
NUNCA disse isso ser português. É uma mistura de português com inglês, o que tendo em vista ter sido satisfatoriamente compreendida pelos interlocutores envolvidos, considero aceitável.
O querer que só seja aceitável se for SÓ em português é, para MIM, frescura sua.
Ora bem:
1) Preferência aos termos em portuguêses quando na existência de equivalentes dos termos estrangeiros.
Sim!
No entanto "Euzébio" não é o quivalente português de "Eusebius". O equivalente é "Pio".
Na verdade, quem valida ou não os termos estrangeiros são os imortais da Academia Brasileira de Letras. E com certeza eles nacionalizam os termos, não permitem esta prostituição lingüística que os nossos burgueses sem pátria estão promovendo.
BWAHAHAHAHAHA!!!
Linguagem tem dono!!! a ABL tem lá na parede o certificado de compra e tudo?
BWAHAHHAHAHAH!!!
Burgueses sem pátria, em únissimo para o Pio:
"Talk to the hand!"
3) Respeito à escolha dos pais.
Quanto a isso, nada posso fazer. Não vou combatê-los, pois além de patriota procuro ser bom filho.
Ou seja, não aje por princípio, mas por conveniência.
Por conveniência, quando quer dar uma de gostosão, usa a 1, para sair por aqui atacando tudo e todos e dar uma de superior. Coisa de pirralho inseguro, na minha opinião.
Não, eu não saio por aí atacando a tudo e a todos, apenas àqueles cuja carapuça serve. (penso que este é o seu caso)
Já estava fazendo isso antes do "meu caso" chegar.
Se faço isso é por estar me sentindo indignado, Hendrix, não é nada pessoal. Penso que ser patriota e amar a terra que nos acolhe como filhos (mesmo não sendo), é antes de tudo uma virtude (palavrinha esquecida pelas novas gerações – vítimas da nossa burguesia sem pátria).
E eu penso que há melhores formas de amar a pátria e mostrar sua preocupação por ela que ficar fazendo tempesdades em copo d'água.
Por conveniência, para não passar pela vergonha de admitir que errou, como se erro fosse vergonha (tem idéias muito altas de si mesmo, né?), quebrou o princípio 1, acrescentando-lhe o 2. Por conveniência continua recusando "mouse", que por "2" teria seu uso justificado.
Nossa, isto está parecendo manual de eletrodoméstico.
Vai desconversando, vai...
Hendrix, eu sou honesto comigo mesmo e sei admitir quando estou errado (talvez não o faça publicamente – sou humano!). Eu afirmo e reafirmo que até agora NÃO enxerguei erro nenhum em defender o meu patrimônio lingüístico.
Nem eu. Só acho que as razões que aponta são ou mentira ou irrelevantes. Também acho que quando lhe convém, se esquece de ser tão zeloso como quer aparentar. É só ter sido o papai a lhe ter posto o nome de "Euzébio" que pronto, não mais quer defender que "Pio", nosso patrimônio linguístico equivalente, deva ser adotado.
CONTINUA...