Autor Tópico: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave  (Lida 22648 vezes)

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Luz

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #150 Online: 05 de Setembro de 2006, 11:34:50 »

Tirando fora essas discussões inúteis dos últimos posts, o tópico está ótimo. Não sei quanto aos demais, mas eu particularmente estou aprendendo muito com esse debate. Gostaria de parabenizar o Buckaroo e ao Deadlock em especial, pois eu nunca tinha visto até o momento um criacionista (ou "não-evolucionista") defender tão bem o seu ponto de vista, com um grau de objetividade, pertinência e apoio de fatos que eu achava praticamente inexistente entre os não-evolucionistas (pelo menos é essa a minha visão de leigo em assuntos de "paleobiologia". Posso estar errado, claro,), tanto é que eu percebi o uso de algumas "argumentações não usuais" contra o Deadlock.


Concordo e apóio! Não tenho muita intimidade com o assunto, mas estou acompanhando o fórum desde o princípio e lendo os textos sugeridos para tentar entender melhor a discussão. E divido com você a opinião sobre a participação do Buckaroo e do Deadlock - estão sendo bastante competentes na defesa das idéias que apresentam.  :ok:

Offline Hold the Door

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #151 Online: 05 de Setembro de 2006, 15:49:24 »
Se você acompanhar as mensagens imediatamente anteriores a essa lamentável troca de "gentilezas" talvez conclua, como eu próprio concluí, que a forma como ele enfatiza e desconsidera fatos relevantes para proteger suas idéias não é muito recomendável.
Concordo plenamente. Um exemplo claro é a parte onde ele fala:

3- Os poucos aminoácidos equivalentes aos usados pelos seres vivos que foram produzidos eram altamente impuros, compostos por aminoácidos levógiros e dextrógiros, sendo que os seres vivos só usam levógiros.

E quando confrontado pelo Luís com uma referência clara que mostra como aminoácidos de uma quiralidade podem se sobrepor naturalmente aos de outra quiralidade:

http://www.newscientist.com/article.ns?id=mg19025545.200&feedId=online-news_rss20

Ele se limita a diminuir a importância do fato:

Uma interessante curiosidade bioquímica, mas está longe de dar uma explicação natural para o surgimento da homoquiralidade.

Outro exemplo gritante é onde ele diz que os experimentos de Miller permitem concluir que "não existe meio natural de produzir os 20 aminoácidos levógiros que compõe os seres vivos".

Além disso, até agora ele não mostrou nada mais que a velha tática de atacar a evolução, como se isso provasse de alguma forma o criacionismo.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #152 Online: 05 de Setembro de 2006, 15:54:23 »
eu concordo tanto com que o deadlock freqüentemente toma a saída pela esquerda, quanto com que ele que inicialmente ou mais freqüentemente foi vítima de ad hominem.

Offline Guinevere

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #153 Online: 05 de Setembro de 2006, 17:14:26 »
Eu queria deixar claro que não cometi nenhum ad hominem contra ninguém porque não estou argumentando, mas me limitando a pedir que o cara "escreva melhor" ou seja "seja menos chato"


Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #155 Online: 06 de Setembro de 2006, 01:14:33 »
As idéias defendidas por Buckaroo (e pelo meio científico) são:

1-   Ascendência comum de todos os seres vivos, ou “macroevolução”, ou “evolução irrestrita”, ou “evolução com ganho de informação” (usando a terminologia criacionista). Todas as espécies atuais possuem um parentesco, ou seja, descendem de um ancestral ou ancestrais comuns. É possível e factual o surgimento, ao longo muitos milhões de anos, de espécies, gêneros, famílias, ordens, classes e filos a partir de outras preexistentes.
Uma nota que eu considero importantíssima:

a evolução defendida pela ciência não é de forma alguma irrestrita, é restrita pelo que é possível com diversos tipos de mutação, seleção, e genética populacional, etc... é bastante restrita dessa forma.

A não-restrição que ela têm é somente quanto a não ter uma "âncora" fenotípica para modificações no genoma. É a restrição do gradualismo.

Fazendo uma analogia, a evolução científica é como dizer que os humanos colonizaram todos os cantos do mundo por meios naturais de locomoção, passando por "macro distâncias" com o acúmulo de "micro distâncias". (há uma diferença um pouco significativa na analogia no fato de que provavelmente na maior parte do tempo nos seres vivos não houvesse algo fortemente análogo à a aviões e grandes navegações, mas analogias são sempre meio imperfeitas).

E os criacionistas dizem, por outro lado, que os humanos foram colocados já em suas populações e posições atuais, porque só se observa cotidianamente microlocomoção, as pessoas indo para os mercados, e para os trabalhos, etc; para ir para mais longe há vários problemas, como o idioma ser possivelmente diferente; mesmo considerando que a menor distância entre dois pontos é uma linha reta, há muitas dificuldades como haver muitos rios e oceanos que nem mesmo campeões de natação cruzariam à nado; montanhas difíceis e um número muito pequeno de alpinistas para cruzá-las, etc. Logo as pessoas ficam mais ou menos em algumas dezenas de km de raio de onde nascem, o que significa que as populações foram postas ex-nihilo onde estão hoje.

Isso não significa que os "evolucionistas" negassem muitos desses problemas, que dissesem que qualquer um pode começar a andar em linha reta e chegar no Japão sem se cansar. Ainda que por exemplo, não se saiba exatamente como todos foram resolvidos exatamente. Há por exemplo, alguma controvérsia quanto as primeiras colonizações da América, algumas parecendo viagens meio improváveis para a tecnologia do tempo. Mas de modo geral, a despeito de eventuais problemas, a "micromigração" parece dar conta da macro, sem precisar de meios sobrenaturais.

(... alguns criacionistas prontamente objetariam à analogia dizendo que migração é inteligente... espero que não ocorra aqui porque é sinal de não entender a analogia absolutamente, ams ter uma fixação compulsiva em dizer o que é feito inteligentemetne e o que não é  |( )


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2-   Origem da vida de forma natural e sem nenhum tipo de “interferência inteligente”, ocorrida a partir da organização química aleatória e gradual  de moléculas orgânicas nas condições do mundo pré-biótico com base unicamente em suas propriedades físico-químicas. 

A aleatoriedade não é necessariamente algo tão importante... química e formação de moléculas não é como um monte de bolas de bilhar que batem umas nas outras aleatoriamente, e acontece de umas ficarem mais perto das outras... há "vícios" nos dados e mecanismos que aumentam esses 'vícios"... a própria vida é uma série de mecanismos que fazem isso de forma bastante consolidada, e não algo mágico, que viola as leis da física ou química.




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Deadlock contesta estas duas proposições citadas. As únicas alternativas lógicas às mesmas são (se houver outras, favor citá-las):


1-   Todos os atuais filos, classes, ordens, famílias e gêneros (favor me corrigir se eu omiti ou exagerei algo) surgiram de forma independente. Não há parentesco ou ascendência comum entre os mesmos. Não é possível o surgimento de filos, classes, ordens, famílias ou gêneros a partir de outras preexistentes. È possível a variação restrita internamente a estas categorias, inclusive especiações; mas nunca o surgimento de outras ordens, classes ou filos a partir de outras preexistentes em milhões de anos.

2-   Origem da vida a partir de uma “intervenção inteligente”.
São duas (no mínimo) questões separadas. Se admite-se que a vida só pode ter surgido de forma não natural (seja lá como se prove isso), então isso a princípio não tem nada a ver com o parentesco entre os seres... (que talvez seja o que sugere com o número 2...)... ou seja, a vida pode ter surgido por um fenômeno mágico qualquer, inteligente ou não, e evoluído conforme as evidências de parentesco indicam.

Pode ainda (falando de possibilidaddes lógicas, a despeito dos problemas técnicos) não haver parentesco entre os seres, mas a vida ter surgido naturalmente; as evidências de parentesco seriam apenas coincidência ou plantadas por um ser inteligênte, ou ainda, resultado de propriedades mágicas inerentes ao fenômeno da vida, ou qualquer coisa que se invente, como um "DNA-fantasma".

outras possibilidades também existem, a vida pode sempre ter existido: pode ser que nunca tenha ocorrido big-bang, o universo seja eterno, e a vida de certa forma "sempre" existiu ou teve tanto tempo para se formar que por mais improvável que fosse, e mesmo que fosse completamente aleatório, com tempo infinito eventualmente ocorreria... aí poderia evoluir, ou não, conforme as alternativas já mencionadas...

outra possibilidade é ainda mais desconcertante, a vida ter sempre existido de maneira mais ou menos como é, um relativo fixismo, no planeta Terra, etc, que sempre existiu, e todas as evidências em contrário são falsas.

Pode ser ainda que a vida não exista na verdade, e que sejamos simulações num universo onde só existe o que chamamos de "inteligência artificial", ou algo assim.

e acho que podem haver mais possibilidades ainda...


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Com base no exposto, eu faço as seguintes perguntas aos defensores de ambas as idéias:

1-   Que observações, evidências, situações ou fenômenos, caso ocorressem, contradiriam e portanto provocariam a modificação ou o abandono das teorias por vocês defendidas?

Quanto a ancestralidade comum universal: diversas observações teoricamente possíveis seriam extramamente conflitantes com isso (algumas apenas num nível bem menor, que na prática daria quase na mesma coisa para os fins desse tipo de debate), na verdade, dentre todas as observações possíveis, as que seriam contraditórias com a ancestralidade comum universal, seriam mais prováveis, ou seja, esperadas em imensa maior quantidade do que as favoráveis. Explico as coisas um pouco mais detalhadamente nesse tópico recente, em alguns outros, e no site do talk origins, no artigo +29 evidences for macroevolution, resumido, porém bem mais extenso, há diversas evicências e suas respectivas possíveis refutações, o que seria de se esperar se os caracteres dos seres vivos não fossem restritos por reprodução biológica e descendência de um ancestral comum universal.

Essas são algumas das coisas possíveis, há outras que se pode imaginar, mas mais improváveis, como as mutações terem um sistema desconhecido que as ativamente limita não causarem modificações fenotípicas que justificariam classificações em táxons muito distantes. Algo assim pode ser desconsiderado tendo em consideração as evidências que citei anteriormente, e o parentesco entre raças de cães, por exemplo, que apesar de não constituírem espécies diferentes, se fossem simplesmente classificados de acordo com diferenciação morfológica, poderiam ser considerados espécies ou gêneros distintos, em alguns casos. Há restrições circunstanciais na evolução possível dos organismos, mas nada que sugira que os organismos apenas pareçam ser aparentados, por coincidência ou algum outro mecanismo misterioso - coisas que eu desconsidero por causa da plausiabilidade também.


quanto à origem da vida a partir de química mais simples:

1) apresentação de mecanismos mais plausíveis para a origem da vida, de forma diferente, como observação de fenômenos, ou apresentação de modelos plausíveis, de geração espontânea de seres complexos. Se por algum motivo a geração espontânea desses seres calhar de criar ou justificadamente prever que seriam gerados apenas seres que pareçam por coincidência (ou não) serem aparentados com outros seres pré-existentes, também teria que reavaliar parte da idéia de ancestralidade comum universal, fazer um reexame a luz desse novo fenômeno.

Nesse caso, a coisa fica um tanto "irrefutável" em si mesma, no sentido de que é a única coisa que eu conceberia logicamente como possível, sem que fosse mostrada uma alternativa melhor, mais plausível. Porque assumo que a vida existe, e que parece improvável ter sempre existido, ou ter surgido altamente complexa por algum mecanismo desconhecido. A ancestralidade comum universal tem um pouco a vantagem de poder ser mostrada falsa mesmo sem necessariamente se fornecer qualquer explicação alternativa, mas no caso da origem da vida a partir de formas mais simples de organização química, não sei como isso seria feito. Porque me parece que qualquer afirmação de que isso seria impossível, de modo geral, é um apelo à ignorância, simplesmente. Teorias específicas podem ser refutadas, como as de abiogênese do século XIX, ou mesmo a teoria de Oparin, se ele esperava que algo como o experimento de Úrey e Miller já produzisse vida logo de cara, em vez de ser apenas parte do processo.





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Agora para os defensores da “macroevolução” e abiogênese (Buckaroo e outros):

1-   Cite um ou alguns mecanismos plausíveis (no sentido que eu expliquei) para o surgimento de espécies, gêneros, famílias, ordens, classes e filos a partir de outras espécies, gêneros, famílias, ordens, classes e filos preexistentes.
O mecanismo para o surgimento de diferentes grupos taxonômicos é essencialmente o mesmo: acúmulo de modificações hereditárias entre popoulações. Eventualmente as populações se isolam, e mais ou menos gradualmente vão acumulando diferenças, e mais ou menos gradualmente, vão se tornando reprodutivamente incompatíveis (devido à diferenciação), até que a prole entre as duas é primeiramente estéril, eventualmente até inviável.

Só existe especiação; praticamente inexiste algo como "generação", "familiação", etc... esses grupos e os mais "elevados", são produto da acumulação de diferensas por tempos bem maiores, porque a classificação deles só foi feita depois de muita evolução já ter ocorrido.

Não apenas por isso, mas também "produtos da história". Quero dizer, não vão continuar surgindo novos grupos, com um mesmo grau de diferenciação, "numérico", num ritmo constante, como se a evolução fosse produzir um fractal perfeito... em vez disso, o grau de diferença entre plantas e animais, por exemplo, não necessariamente seria facilmente "duplicado" novamente dentro das plantas, ou dos animais, mesmo com o passar de muito tempo. As linhagens vão adquirindo características gerais que restringem a sua evolução futura. Pode ser um pouco comparado com um jogo de xadrez, que no início tem um monte de possibilidades de movimento, mas no decorrer do jogo perde-se peças, ou coloca-se em lugares onde elas não podem se mover mais, etc. Um exemplo um pouco mais claro disso, seria por exemplo, a evolução de neotenia em algumas formas é mais viável do que em outras. Existem salamandras neotênicas, isso é, que ficam adultas mantendo a forma larval. Acho que o mesmo poderia ocorrer, por exemplo, com lagartas de borboletas (se não me engano, há uma espécie em que a fêmea nunca vira borboleta, mas não tenho certeza), e isso representa um relativo salto de diferença morfológica, ao menos potencial. Agora, o mesmo tipo de coisa é mais improvável na maioria dos vertebrados terrestres, porque o feto e estágios anteriores são extremamente dependentes do desenvolvimento no ovo, no marsúpio, ou no útero. Isso restringe a maioria dos vertebrados terrstres a evoluir  de acordo com essa restrição, e conseqüentemente, em algo muito próximo daquilo que ele já é - um vertebrado, com a maioria das características de seus anecstrais imediatos, em vez de algo como um verme, um cogumelo, inseto ou planta.

No caso de todas as transformações de desenvolvimento (de qualquer grupo, mais ou menos restrito dessa forma), ainda há as restrições adaptativas diversas.



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2-   Faça o mesmo em relação à origem da vida.

Eu não sei como surgiu a vida, ninguém sabe ao certo. Mas desde que se concluiu que a vida não é especial, não há uma "força vital" que anima os seres vivos, a idéia geral é de que alguma forma a matéria acabou se organizando em coisas vivas. Hoje pensa-se que são necessários vários estágios, gradualmente passando por coisas que não chamariamos de propriamente vivas nos estágios primários ou no meio termo. Por exemplo, vírus e príons, uns chamam de vivos, outros não (eu não); há ainda o caso especial dos mimivirus, que a despeito de serem "principalmente" vírus, e não-vivos na maioria dos conceitos, fazem algumas coisas que só seres vivos "deveriam" fazer.

Existem diversas teorias, mas de modo geral compostos e estruturas que tenham alguma semelhança em funcionalidade (ainda que inferior) às "usadas" nos seres vivos atuais teriam sido produzidas abioticamente e se combinado formando "vida" primitiva; com a "sobrevivência" garantida por desequilíbrio termodinâmico menos controlado que nas células atuais, fornecido apenas por alguma estrutura geológica ou química que se formasse natuarlmente, e de reprodução rudimentar. Alguns supoem que o "genótipo" primitivo e o fenótipo fossem coisas praticamente independentes, ou seja, que a informação reproduzida de forma mais análoga À reprodução genética não tivesse inicialmente grande controle sobre as características da sua "célula" primitiva, que poderia até se reproduzir por um processo independente, pouco relacionado com o que ocorre com os proto-genes. De certa forma, seria como a relação entre vírus e células hospedeiras. E daí teria evoluido uma espécie de simbiose dessa "célula" com seus gene-vírus, devido à vantagens relacionadas ao poder dos "genes" sobre o "fenótipo".

Acho eu que as primeiras formas de proto-vida seriam extremamente dependentes do seu meio ambiente, que idealmente, seria muito hospitaleiro. Esse "hospitaleiro", de qualquer forma, não é relativo à qualquer forma de vida atual (acho que foi o criacionista Duane Gish que inclusive mencionou que a suposta atmosfera da Terra primitiva "mataria embriões", o que é duplamente irrelevante, já que as primeiras formas de vida não seriam embriões de qualquer forma atual, o que talvez ele imaginasse devido à influências de teorias antigas como de que a "ontogenia recapitula a filogenia").

Seria hospitaleiro especificamente para os proto-seres, o que quer que eles fossem, e o que quer que fosse ser hospitaleiro para eles. Hoje em dia por exemplo, há os chamados extremófilos, seres diversos (na maioria micróbios) que vivem em meios que são nocivos para a maior parte dos seres vivos em geral . Muitos cientistas consideram que alguns extremófilos atuais possam inclusive ser meio que "remanescentes" das primeiras formas de vida propriamente dita.

Não significa que a Terra toda fosse hospitaleira, poderiam haver abrigos naturais, com margens mais ou menos claramente delimitadas. Conforme a vida ou proto-vita tenha se consolidado nesses abrigos, iriam evoluindo formas menos dependentes desses abrigos, tão mais facilmente quanto menos drástica for a delimitação entre o abrigo e o não-abrigo. Se bem que dependendo da mudança necessária para viver fora do abrigo, é ao menos teoricamente possível que ela pudesse ser adquirida não de forma extremamente gradual, mas em uns poucos passos, de forma mais ou menos análoga à que em alguns casos apenas uma única mutação em uma bactéria já representa vantagens adaptativas bastante drásticas.

Depois disso, e/ou durante isso, a proto-vida evolui gradualmente até o que hoje se chama de vida, passando por coisas que ainda não se sabe exatamente o que seriam, mas grosseiramente, poderia-se dizer que são meio como mimivirus, micobatéria (numa versão dependente de ambiente, em vez de hospedeiro), e bactérias, se adaptando a diversos ambientes.


Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #156 Online: 06 de Setembro de 2006, 15:36:44 »
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Se você acompanhar as mensagens imediatamente anteriores a essa lamentável troca de "gentilezas" talvez conclua, como eu próprio concluí, que a forma como ele enfatiza e desconsidera fatos relevantes para proteger suas idéias não é muito recomendável.

Discordo que esteja desconsiderando fatos relevantes, eu apenas leio os links que me são passados e procuro avaliar se a informação tem a relevância que dão a ela.Eu poderia tambem dizer que os evolucionistas é que super-dimensionam os resultados para proteger suas idéias.

Na verdade qualquer experiência que tente provar a abiogênese tem que reproduzir condições naturais.Não adianta produzir aminoácidos em uma situação que não se sustenta na natureza.No caso dos levógiros a própria cientista confessa que não sabe como poderia ocorrer na natureza as condições para o fenômeno.

Offline Luis Dantas

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #157 Online: 06 de Setembro de 2006, 15:43:31 »
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Se você acompanhar as mensagens imediatamente anteriores a essa lamentável troca de "gentilezas" talvez conclua, como eu próprio concluí, que a forma como ele enfatiza e desconsidera fatos relevantes para proteger suas idéias não é muito recomendável.

Discordo que esteja desconsiderando fatos relevantes, eu apenas leio os links que me são passados e procuro avaliar se a informação tem a relevância que dão a ela.

De uma forma que desconsidera sumariamente (e indevidamente) fatos relevantes.

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Eu poderia tambem dizer que os evolucionistas é que super-dimensionam os resultados para proteger suas idéias.

Poderia sim, e se bem me lembro disse muita coisa nesse sentido, na minha opinião impropriamente.


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Na verdade qualquer experiência que tente provar a abiogênese tem que reproduzir condições naturais.Não adianta produzir aminoácidos em uma situação que não se sustenta na natureza.No caso dos levógiros a própria cientista confessa que não sabe como poderia ocorrer na natureza as condições para o fenômeno.

Isso para mim mostra uma dificuldade, intencional ou acidental, da sua parte em entender a relação entre experimento e teoria.  Só porque ele não sabe não quer dizer que foi "provado" que "não pode acontecer".  Da mesma forma que a produção de seis aminoácidos em laboratório não pode de forma alguma ser considerada prova ou mesmo evidência de que "não se pode" formar vinte na natureza!
« Última modificação: 06 de Setembro de 2006, 15:46:49 por Luis Dantas »
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Hold the Door

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #158 Online: 06 de Setembro de 2006, 16:17:37 »
No caso dos levógiros a própria cientista confessa que não sabe como poderia ocorrer na natureza as condições para o fenômeno.

Isso para mim mostra uma dificuldade, intencional ou acidental, da sua parte em entender a relação entre experimento e teoria.  Só porque ele não sabe não quer dizer que foi "provado" que "não pode acontecer".  Da mesma forma que a produção de seis aminoácidos em laboratório não pode de forma alguma ser considerada prova ou mesmo evidência de que "não se pode" formar vinte na natureza!
Como disse o Dantas, não saber como ocorre não quer dizer que é impossível, e além disso, onde exatamente ela disse que não sabe onde poderia ocorrer as condições para o fenômeno na natureza?
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Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #159 Online: 06 de Setembro de 2006, 16:19:04 »
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1-   Cite um ou alguns mecanismos ou meios plausíveis (no sentido que eu expliquei) para o surgimento independente das famílias, ordens, classes e filos.

Na verdade, eu defendo uma interferência inteligente na formação dos seres vivos. Acredito que o Universo foi criado a partir de um universo eterno de energia, como um holograma quântico.Parecido com os HOLLODECKS da série Star Trek.Acredito que a física quântica está próxima de provar isso. Mas a vida acredito que tenha sido formada  a partir dos elementos depois de criados. Não necessariamente acho que elas foram todas criadas ao mesmo tempo.Aceito um mecanismo evolucionário conduzido inteligentemente.É bem provável que o mecanismo utilizado depois de algumas matrizes criadas tenha sido a transgenia.Assim como já fazemos de forma tímida com a soja.Por isso acho o mecanismo do equilibrio pontuado mais plausivel.Pois ele evidencia uma interferencia inteligente com o seu mecanismo de saltos e estasis.

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2-    Cite um meio plausível(no sentido que eu expliquei) de haver intervenção inteligente no surgimento da vida.

Na verdade tudo que se sabe de química aponta para um único mecanismo plausível para o surgimento da vida.Todas as experiências em laboratório demonstraram que até em condições artificiais é muito dificil se produzir proteínas, DNA, RNA e etc. Até agora não se descobriu nenhum mecanismo quimico que pudesse ir se auto-organizando em complexidade até formar o que chamamos de DNA.O que vemos é prevalecer a entropia, compostos quimicos complexos se degradando em compostos quimicos mais simples liberando energia.

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-   Que observações, evidências, situações ou fenômenos, caso ocorressem, contradiriam e portanto provocariam a modificação ou o abandono das teorias por vocês defendidas?

Dois mecanismos bastariam para me provar a evolução naturalista.

1 - O primeiro seria químico.A descoberta de algum mecanismo que pudesse ocorrer na natureza de forma plausível, sem probabilidades tão pequenas que a gente não sabe nem pronunciar o número, de formação do DNA sem interferência inteligente.

2 - O segundo seria genético. Algum mecanismo que direcionasse as mutações de forma que ela perdesse a aleatoriedade e fosse capaz de contruir informação nova.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #160 Online: 06 de Setembro de 2006, 16:26:18 »
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Isso para mim mostra uma dificuldade, intencional ou acidental, da sua parte em entender a relação entre experimento e teoria.  Só porque ele não sabe não quer dizer que foi "provado" que "não pode acontecer".  Da mesma forma que a produção de seis aminoácidos em laboratório não pode de forma alguma ser considerada prova ou mesmo evidência de que "não se pode" formar vinte na natureza!

Prova de inexistência é uma falácia. Ele é que tem que provar que é possível e não eu que é impossível

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #161 Online: 06 de Setembro de 2006, 16:39:52 »
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Como disse o Dantas, não saber como ocorre não quer dizer que é impossível, e além disso, onde exatamente ela disse que não sabe onde poderia ocorrer as condições para o fenômeno na natureza?

This effect could have amplified a slight excess of L-amino acids in nature. Why there was a slight excess to start with is another question.

Temos também que considerar que o mecanismo tanto serve para produzir só levógiros como só dextrógiros.Então permanece a pergunta : Por que só levógiros ?

Offline Hold the Door

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #162 Online: 06 de Setembro de 2006, 16:55:59 »
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Como disse o Dantas, não saber como ocorre não quer dizer que é impossível, e além disso, onde exatamente ela disse que não sabe onde poderia ocorrer as condições para o fenômeno na natureza?

This effect could have amplified a slight excess of L-amino acids in nature. Why there was a slight excess to start with is another question.
Leia o texto com mais atenção. Quem disse isso foi o jornalista que escreveu o artigo, não a cientista entrevistada.

Temos também que considerar que o mecanismo tanto serve para produzir só levógiros como só dextrógiros.Então permanece a pergunta : Por que só levógiros ?
Uma possível explicação seria pelo fato de que aminoácidos levógiros são ligeiramente mais estáveis que os dextrógiros, isso devido às interações fracas dos elétrons além das interações eletromagnéticas (Mason, S.F. 1985. Biomolecular handedness. Chem. Br., 21, 538). O resultado é uma pequena predominância de aminoácidos levógiros (cerca de 1 para 10^16).
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Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #163 Online: 06 de Setembro de 2006, 16:58:38 »
Já que fizeram comentários sobre a minha atuação, também gostaria de fazer um comentário.O buckaroo é um excelente debatedor, mas volta e meia perde o foco.Esse tópico por exemplo é sobre abiogênese, então deveriamos nos limitar a química orgânica.Caso queira se debater sobre fósseis abra-se outro tópico.Genética ? abra-se outro tópico. Eu acho que assim vai ser mais produtivo.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #164 Online: 06 de Setembro de 2006, 16:59:22 »
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Isso para mim mostra uma dificuldade, intencional ou acidental, da sua parte em entender a relação entre experimento e teoria.  Só porque ele não sabe não quer dizer que foi "provado" que "não pode acontecer".  Da mesma forma que a produção de seis aminoácidos em laboratório não pode de forma alguma ser considerada prova ou mesmo evidência de que "não se pode" formar vinte na natureza!

Prova de inexistência é uma falácia. Ele é que tem que provar que é possível e não eu que é impossível
os cientistas estão bem cientes de todos os problemas com todas as teorias de abiogênese, de todas as dificuldades. Provavelmente, 99% de tudo que se vê por aí em sites criacionistas sobre esses problemas, não foi idealizada por criacionistas, mas por outros cientistas que estavam refletindo sobre esse problema.

A realidade não foi algo como Wohler ter sintetizado uréia abioticamente em 1928, e todos os cientistas se sentarem relaxadamente, colocando as mãos atrás da nuca, e suspirando enquanto falavam "aaahh! bem, o problema da origem da vida está resolvido, agora que sabe-se que compostos orgânicos podem ser sintetizados abióticamente...".

Não, continuaram pesquisando mais detalhes, descobrindo mais problemas e encontrando mais soluções, talvez temporárias, não numa espécie de conspiração, sustentando já terem encontrado o mecanismo para a origem da vida, ao mesmo tempo em que tentam manter ocultos seus problemas a todo custo, mas constantemente criticando e expondo os problemas das teorias.

Fazem isso, em vez de "concluir" que, porque ainda não sabem exatamente como pode ter ocorrido, que tenha sido mágica, não importa o quão tradicionais sejam explicações místicas para isso. Simplesmente porque não algo cientificamente correto. A única possibilidade de resposta para essa questão até o momento, passível de pesquisa científica é a origem da vida de forma natural, sem se simplesmente dizer que um mecanismo X cuja propriedade é de organizar a vida, criou a vida; mecanismo esse que pode ser uma inteligência natural ou sobrenatural, ou ainda uma coisa não-inteligente que crie a vida por definição, e dar por resolvido.

Da mesma forma, não se entende ainda todos os fenômenos relacionados aos raios. Mas tenta-se investigá-los cientificamente, o que inclui apontar os erros das teorias. Felizmente nesse campo, devido à menor popularidade de fundamentalismo na mitologia nórdica, não há pessoas simplesmente lendo essas críticas feitas por outros cientistas, e as repetindo e simplesmente atribuindo a Thor (ou a um Eletricista Inteligente) a parte desconhecida do fenômeno.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #165 Online: 06 de Setembro de 2006, 17:01:46 »
Quer dizer então que o repórter sai da entrevista com essa dúvida ? Não perguntou para ela ?

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #166 Online: 06 de Setembro de 2006, 17:04:27 »
 
 Me desculpe Buckaroo, mas o que mais se vê é evolucionistas dizendo que é fato que a vida surgiu abióticamente.E como voce mesmo adimite não se provou isso ainda.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #167 Online: 06 de Setembro de 2006, 17:08:30 »
Citar
Fazem isso, em vez de "concluir" que, porque ainda não sabem exatamente como pode ter ocorrido, que tenha sido mágica, não importa o quão tradicionais sejam explicações místicas para isso.

O que é mágica ? Nós não compreendemos todos os fenômenos da existência para dizermos que só o que conhecemos é real e o resto é mágica. Aquilo que voce considera mágica, pode muito bem num futuro ser compreendido e fazer parte do universo.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #168 Online: 06 de Setembro de 2006, 17:11:23 »
bem, as alternativas seriam: a vida não existir e a vida ter sempre existido; qualquer outra implica numa origem abiótica. Os "evolucionistas" defendem as teorias de abiogênese relacionadas a auto-organização "de baixo para cima", em vez de simplesmente atribuirem a uma hipotética complexidade maior, inexplicada, a origem da vida, e darem por respondido.

Isso é só criar um problema maior, ao mesmo tempo em que não se responde nada. "De onde vem os furacões? Um ser inteligente os cria. Pronto, respondido. Ah, o que, vocês climatologistas querem explicar o furacão como auto-organização? Mas tem esse problema e esse, a probabilidade é muito baixa. É um ser inteligente desconhecido que cria, e pronto."


Offline Hold the Door

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #169 Online: 06 de Setembro de 2006, 17:12:37 »
Um link bem interessante sobre o experimento de Miller e outros subseqüentes (ver figura 1), bem como outras hipóteses.

http://www.ncseweb.org/icons/icon1millerurey.html

Tenho que sair agora, mas quando voltar mando um arquivo zipado com algumas das referências citadas no link.
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #170 Online: 06 de Setembro de 2006, 17:15:50 »
Não é simplesmente um ser inteligente os cria e pronto. Se uma pesquisa naturalista não consegue criar mecanismo naturais plausiveis para o fenômeno e também voce observa características de detecção de inteligência, nada mais natural que voce considerar a atuação de um ser inteligente

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #171 Online: 06 de Setembro de 2006, 17:18:45 »
Por exemplo, furacões são fenômemos aleatórios que causam entropia.Não existe nada de inteligente no fenômeno.Ao se pesquisar descobriu-se um mecanismo plausivel para o seu surgimento, inclusive com previsibilidade.Então não há motivo para que se considere um ser inteligente.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #172 Online: 06 de Setembro de 2006, 17:19:37 »
Aceito um mecanismo evolucionário conduzido inteligentemente.É bem provável que o mecanismo utilizado depois de algumas matrizes criadas tenha sido a transgenia.Assim como já fazemos de forma tímida com a soja.Por isso acho o mecanismo do equilibrio pontuado mais plausivel.Pois ele evidencia uma interferencia inteligente com o seu mecanismo de saltos e estasis.
Isso não seria equilíbrio pontuado, mas saltacionismo. Os "saltos" do EP são primariamente graduais.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #173 Online: 06 de Setembro de 2006, 17:40:42 »
Citar
Isso não seria equilíbrio pontuado, mas saltacionismo. Os "saltos" do EP são primariamente graduais.

Vamos encarar a realidade, inicialmente não eram. Gould não aguentou a pressão e fêz uma concessão para acalmar os ânimos. Trocou os saltos pela velocidade

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #174 Online: 06 de Setembro de 2006, 18:24:54 »
na verdade, nunca foram. No primeiro artigo introduzindo a idéia de EP, especiação alopátrica e estase como alternativa para o "gradualismo filético" (que não é sinônimo de gradualismo), há uma nota dizendo:

"Crenças em evolução "saltativa" defendidas pela "teoria de mutação" de De Vries colapsaram quando os geneticistas populacionais de 1930 unificaram a genética moderna e o darwinismo na "teoria sintética" da evolução. A teoria sintética é completamente darwiniana em sua identificação da seleção natural como causa eficiente da evolução."

E não me lembro de absolutamente nada, de em nenhum momento, de algo do punho de Eldredge ou Gould dizendo que a idéia era inicialmente saltacionismo. O mais próximo disso foi Gould dizer num texto que era simpatizante de idéias não-caricatas de saltacionismo, mas durante todas as descrições de EP a transição de uma espécie em outra é sempre gradual.

É até uma questão de lógica; se o saltacionismo fosse adotado, não haveria necessidade de sequer mencionar alopatria para explicar esse padrão fóssil, basta nascerem uns "monstros-promissores" suficientemente bem adaptados cujas características divergentes sejam suficientemente dominantes, e pronto.

 

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