Autor Tópico: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave  (Lida 22645 vezes)

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Offline Luis Dantas

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #75 Online: 31 de Agosto de 2006, 18:08:51 »
Quem está extrapolando é você. Usando um experimento cheio de falhas como prova de que a abiogênese é possível.

Nem vem que não tem.  Como eu já disse, você mostra desconhecer os próprios fundamentos da relação entre experimento e comprovação.  Enquanto isso for verdade, acho perda de tempo te responder.


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Que método científico vai mudar o fato de que o experimento de Miller não serve para provar que a abiogênese é viável ?

Essa nunca foi a questão.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #76 Online: 01 de Setembro de 2006, 22:13:02 »
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Nem vem que não tem. Como eu já disse, você mostra desconhecer os próprios fundamentos da relação entre experimento e comprovação. Enquanto isso for verdade, acho perda de tempo te responder.

Então excelência , nos ensine os fundamentos da relação entre experimento e comprovação.E nos mostre por que isso valida o experimento de Miller.

Offline Huxley

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #77 Online: 01 de Setembro de 2006, 23:57:56 »
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Agora, essa última observação do deadlock me obriga a formular uma pergunta. Como é que a ausência de uma evidência geoquímica pode ser evidência positiva contra a existência da sopa pré-biótica?

Simplesmente, porque para que eventos tão improváveis possam ter a mínima probabilidade de terem ocorrido é necessário uma alta concentração de aminoácidos interagindo bilhões de vezes por segundo.Isso inclusive faz parte do argumento do artigo do Ian Musgrave.Pra isso é necessário um oceano de aminoácidos.O cálculo dessa concentração também está no artigo do Ian Musgrave.Um oceano de aminoácidos inevitavelmente vai reagir com as rochas.Mais detalhes voce pode perguntar a um geoquímico.

Bem, eu queria uma citação dessa inevitabilidade da evidência geoquímica em alguma citação importante.Não conheço nenhum geoquímico.

Não sei porque todos os artigos dos pesquisadores da origem da vida nada falam sobre a relevância disso como problema para a abiogênese.

Stanley Miller e Antonio Lazcano falaram uma coisa num artigo publicado na Cell:

“A acumulação de compostos orgânicos de origem abiótica nos oceanos primitivos é balanceado por processos destrutivos e se a síntese pré-biótica cessa por causa de mudanças na atmosfera, então não deve ser possível para a vida surgir depois que compostos orgânicos se desintegraram”.

http://www.georgealozano.com/teach/evolution/papers/Lazcano1996.pdf#search=%22Lazcano%20geochemical%20prebiotic%20soup%22

Desculpe se eu falei alguma bobagem, mas como compostos orgânicos desintegrados podem deixar evidência geoquímica?

"A coisa mais importante da vida é saber o que é importante". Otto Milo

Meu blog: http://biologiaevolutiva.blogspot.com

Offline Luis Dantas

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #78 Online: 02 de Setembro de 2006, 00:15:10 »
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Nem vem que não tem. Como eu já disse, você mostra desconhecer os próprios fundamentos da relação entre experimento e comprovação. Enquanto isso for verdade, acho perda de tempo te responder.

Então excelência , nos ensine os fundamentos da relação entre experimento e comprovação. E nos mostre por que isso valida o experimento de Miller.

Dispenso sua zombaria.  Quem está pagando mico é você.  Estude e volte.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #79 Online: 02 de Setembro de 2006, 10:17:53 »
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abiogênese nada tem a ver com deuses.

pode-se tanto se imaginar que exista um ou alguns, e defender-se a abiogênese como tendo ocorrido de forma natural, quanto imaginar que eles não existem, mas que ela ocorre por outra forma de magia, independente de seres sobrenaturais inteligentes.

Fora isso, permanece exatamente como disse. Fundamentalistas confortavelmente sem ter que fazer nada, apenas ficar apontando que não se sabe exatamente como se dá algum processo, por exemplo, se a verdadeira Verdade ateísta seria a teoria da gravidade de Newton ou a de Einstein, então a verdade mesmo é que as quedas ocorrem guiadas por um ser inteligente.

Difere apenas que a origem da vida complexa, com carne e ossos, diretamente partir da terra, é tida como mais importante.

A questão é simples e Binária.Se chegamos a conclusão de que a vida não pode surgir por meios naturais então a única possibilidade é que ela tenha sido criada. Agora se a criação foi obra de um ou mais deuses, de seres de energia que vivam fora do tempo/espaço, ou seja lá o que fôr, é outro problema.
Não é binária. Pode-se supor que a vida surgiu por meios naturais; que sempre existiu; que surgiu sobrenaturalmente por ação de um ser inteligente, ou sobrenaturalmente, mas sem ação inteligente. Uma "força vital", que vagasse pelo universo, ou qualquer coisa que se inventasse, é tão "válida" quanto deuses criando a vida ou as espécies, desde que se defina assim.

Não se considera possível que a vida tenha sempre existido, devido à aparente história do universo. Não se tem quaisquer evidências de fenômenos sobrenaturais, sejam espontâneos, não-inteligentes, ou fenômenos inteligentemente guiados, controlados por pessoas ou entidades com superpoderes.

Por tudo que se sabe, a geração espontânea não é viável como explicação para a origem da vida, tanto por serem inconcebíveis esses saltos de organização, quanto pelas características de parentesco encontradas entre os seres, não razoavelmente explicáveis por qualquer outro mecanismo conhecido, e sendo algo preciso demais para ser mera coincidência.

Ainda que um deus onipotente pudesse criar esse engodo, novamente, deuses não é um mecanismos conhecidos, e não devem ser usados para explicar a origem da vida ou das espécies mais do que vulcanismo ou chuvas, até que se tenha mais evidências nesse sentido, melhores definições e etc. Outros hipotéticos de fenômenos mágicos, não-inteligentes, também igualmente "explicariam" o aparente parentesco entre os seres, mas igualmente essas hipóteses não valem nada (não teriam inclusive o valor subjetivo, não-científico, que as hipóteses de criação divina tem para os fundamentalistas, ainda que talvez agradassem a alguns místicos exotéricos).

O que sobra é origem das espécies por modificações na descendência, e ancestralidade comum entre todas elas, forçando à uma origem natural da vida a partir de matéria não viva, conduzindo eventualmente a um ancestral comum universal.

Como milagres e mágicas são descartados como hipóteses científicas, fica-se "forçado" a supor uma origem natural, se falando de ciência, ainda que não se saiba exatamente qual, ao menos essa é passível de investigação. E ainda que antigamente se pudesse ter pensado coisas como que seria necessária uma "energia vital" que transformasse "matéria inanimada", em "matéria animada", ou que essas duas fossem fundamentalmente diferentes, hoje não é mais o caso, é amplamente aceito que a vida seja um fenômeno de organização material em vez de matéria movida por uma alma.



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Eu não sei se grutas seriam o caso, o ponto é que está dizendo que todos aminoácidos seriam destruídos apenas porque desejaria que assim fosse, sem ter de fato como saber o que poderia ocorrer.

Eu não desejo nada, isso é química básica.E a química nos diz o que irá acontecer.Assim como a física nos diz o que acontece quando largamos um objeto do alto de um edifício.
Então porque você não publica na nature ou na science um artigo explicando como aminoácidos não irão se formar espontâneamente e/ou se aglomerar em qualquer canto de qualquer planeta, por todo o universo?


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Tem a ver com a homoquiralidade, que você também mencionou.

estamos discutindo a origem da homoquiralidade e não como ela é passada pelos seres vivos.
Bem, há diversas hipóteses científicas para a homoquiralidade, mas ainda não se sabe exatamente qual seria a correta. Pode-se alternativamente, supor que deus é esquerdista, mas aí não é mais ciência.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #80 Online: 02 de Setembro de 2006, 17:01:17 »
PROBLEMAS QUÍMICOS DA ABIOGÊNESE

1 – Durabilidade dos componentes químicos ( meia vida) em pH 7.0 e 100ºC.
a – Ribose -> 73 minutos
b – Adenina -> 1 ano
c – Guanina -> 1 ano
d – Uracil -> 12 anos
e – Citosina -> 19 dias

2 – Estabilidade Química
   Aminoácidos são relativamente estáveis em solução aquosa e não reagem para formar proteínas. E também nucleotídeos não reagem para formar DNA.A fim de fazer aminoácidos e nucleotídeos reagirem para formar um polímero, eles precisam ser ativados químicamente para reagir com outros componentes.Mas esta ativação química deve ser feita na ausência de água por que os componentes  ativados irão sofrer hidrólise.

3 – Reatividade Química.
   A reatividade química tem a ver com a velocidade com que os componentes reagem.Se a vida começou em uma sopa primordial através de reações químicas naturais, então as leis da química deveriam ser capazes de prever a sequência dessa cadeia.Mas quando aminoácidos reagem químicamente, eles reagem de acordo com sua reatividade, e não em alguma ordem específica necessária a vida.Conforme a proteína ou cadeia de DNA cresce em tamanho através de reações químicas, nós devemos ver o aminoácido mais reativo sendo adicionado primeiro a cadeia, seguido pelo próximo mais reativo e assim por diante.
Vamos assumir que nós começamos com a sequência R-T-X, e adicionaremos dois aminoácidos “B” e “A”.Se o aminoácido “B” for o mais reativo, então a sequência será R-T-X-B-A.Contudo se “A” for o mais reativo então a sequencia será R-T-Z-A-B.Em uma reação química aleatória, a sequência dos aminoácidos será determinada pela reatividade relativa dos diferentes aminoácidos presentes.As cadeias de polímero encontradas nas proteínas naturais e no DNA têm uma sequencia muito precisa que não se correlaciona com as reatividades dos aminoácidos individualmente.Já que os aminoácidos têm estrutura relativamente semelhantes, Eles todos têm niveis de reatividade semelhante;Eles todos reagirão de forma equiprovável, sem nenhuma previsibilidade.Por isso o cálculo probabilístico cabe no artigo de Ian Musgrave.

4 – Seletividade Química.
   A seletividade química é o problema de aonde o componente reage.Já que a cadeia tem duas pontas, os aminoácidos podem se ligar em qualquer uma das pontas.Mesmo que por um milagre, um aminoácido “B” reagisse primeiro antes do aminoácido “A” na sequencia certa, o produto final seria uma mistura de 4 isômeros porque a cadeia tem duas pontas.Se existe uma igual probabilidade de “B” reagir nas duas pontas, então metade reagirá em uma ponta e a outra metade na outra.Quando “A” for reagir  ele reagirá também nas duas pontas dos produtos já produzidos.Assim a maioria dos produtos será R-T-X-B-A e A-R-T-X-B assim como A-B-R-T-X e B-R-T-X-A.O resultado será uma mixtura de muitos isômeros aleatórios.A cada novo aminoácido adicionado o mesmo problema ocorre, então um isômero que até o quarto aminoácido estava na sequencia certa no quinto pode ser inutilizado.Por isso o cálculo probabilístico cabe no artigo de Ian Musgrave.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #81 Online: 02 de Setembro de 2006, 17:15:29 »
A resposta do Luis Dantas é exatamente o que eu esperava. Demonstrando que sua última mensagem nada mais era que um Argumentum ad hominem, tentando me desqualificar por não conhecer um pretenso conhecimento importantíssimo que ele mesmo não conhece.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #82 Online: 02 de Setembro de 2006, 17:28:04 »
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Como milagres e mágicas são descartados como hipóteses científicas, fica-se "forçado" a supor uma origem natural, se falando de ciência, ainda que não se saiba exatamente qual, ao menos essa é passível de investigação. E ainda que antigamente se pudesse ter pensado coisas como que seria necessária uma "energia vital" que transformasse "matéria inanimada", em "matéria animada", ou que essas duas fossem fundamentalmente diferentes, hoje não é mais o caso, é amplamente aceito que a vida seja um fenômeno de organização material em vez de matéria movida por uma alma.

Somos forçados por que ? Quem cria as restrições somos nós mesmos.
Por que um ser de energia seria algo sobrenatural ? Até parece que a ciência desvendou todos os mistérios quânticos da matéria, tempo e espaço para determinar o que é natural ou sobrenatural.

Na verdade a vida surgir por meios "naturais" dada as probabilidades seria um milagre.Nesse ponto os evolucionistas e os criacionistas fundamentalistas são muito semelhantes.Um acredita que quem fêz o milagre foi a natureza o outro acha que foi Deus.Mas o milagre é o mesmo

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #83 Online: 02 de Setembro de 2006, 18:32:40 »
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Desculpe se eu falei alguma bobagem, mas como compostos orgânicos desintegrados podem deixar evidência geoquímica?

Se nós assumirmos que uma sopa primordial foi formada como precursora do primeiro ser vivo e que esse processo levou milhões de anos, então deveria haver evidência desse material nos sedimentos mais antigos.Esta sopa primordial teria que conter grande quantidade de compostos nitrogenados, especialmente aminoácidos, purinas e pirimidinas.Tais compostos são rapidamente absorvidos por uma grande variedade de rochas e particulas de barro.Por isso é experado que essa sopa primordial tenha depositado matéria orgânica em forma de sedimentos durante milhões de anos.Estes sedimentos irão sem dúvida ser expostos a extrema temperatura e pressão.Quando compostos orgânicos nitrogenados  são submetidos a tais forças geralmente só sobra o carbono, mas materiais com alta concentração de nitrogênio acabam gerando materias parecidos com grafite com alta quantidade de nitrogênio.Como em nenhum lugar do planeta se encontrou esses materiais nas rochas até 4 bilhões de anos, conclui-se que até que se prove ao contrário não existiu sopa primordial.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #84 Online: 02 de Setembro de 2006, 18:45:48 »
Somos forçados por que ? Quem cria as restrições somos nós mesmos.

No caso, a restrição é o que é científico e o que não é. Se é para se formular hipóteses científicas fica-se restrito ao natural, até que se "desmistifique" algo usualmente considerado sobrenatural, que possa ser entendido e usado como explicação de fato, em vez de simplesmente dar uma explicação sobrenatural. Por exemplo, uma família na qual muitas pessoas nascem, sem dedos ou com algum outro problema, em vez de ser uma maldição, é mais provavelmente um problema genético ou algo mais natural afetando o desenvolvimento de pessoas daquela família.


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Por que um ser de energia seria algo sobrenatural ? Até parece que a ciência desvendou todos os mistérios quânticos da matéria, tempo e espaço para determinar o que é natural ou sobrenatural.
Por enquanto não se tem casos nem mesmo modelos de seres inteligentes ou puramente instintivos, compostos unicamente de energia.

Praticamente todo fenômeno natural se pode "explicar" como sendo produto de uma inteligência, ou de uma "personalidade", e isso originou praticamente todos os deuses. Mas quanto mais se estuda esses fenômenos, mais se percebe que eles podem ser explicados como tendo causas naturais e não inteligentes.

Mesmo que não se tenha chegado numa explicação totalmente satisfatória, de modo geral a mais parcimoniosa é preferível, o que implica em descartar a princípio coisas como formas desconhecidas de inteligência com poderes de natureza desconhecida.


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Na verdade a vida surgir por meios "naturais" dada as probabilidades seria um milagre.Nesse ponto os evolucionistas e os criacionistas fundamentalistas são muito semelhantes.Um acredita que quem fêz o milagre foi a natureza o outro acha que foi Deus.Mas o milagre é o mesmo
De certa forma, sim, tal como ganhar na loto é um "milagre" para o vencedor, mas ainda assim, dentre todos os jogadores, alguns ganham. É bem possível, de qualquer forma, que tenham "trapaças" que ainda não se tenha descoberto.

Paul Davies, escreveu um livro sobre origem da vida, chamado "o quinto milagre". O livro não "explica" simplesmente dizendo "bem, conforme pudemos perceber, ninguém ainda pôde compreender exatamente como a vida pode ter se formado naturalmente, logo é milagre e acabou, está explicado."

A visão defendida por ele, por outro lado, não é de milagre probabilístico, mas determinista, ainda que natural, apesar dele ser teísta. Quem defende posições assim algumas vezes é chamado de "criptocriacionista" pelos que apostam em algo mais improvável, no acaso ter tido um papel maior.

Eu acho que a aleatoriedade ou determinismo não tem tanto a ver com existência ou não de deuses, e acho que pode ser tanto uma coisa quanto outra, ou um meio termo.

Offline Alenônimo

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #85 Online: 02 de Setembro de 2006, 19:02:18 »
Deadlock, eu tinha você um pouco melhor no meu conceito. Mas desde que usou o termo "mistério quântico", percebi que você simplismente não faz idéia das besteiras que está falando. Nem deve saber onde fica o cú na bunda.

Falando sério, vi também um apelo à ignorância. Não se pode dizer que existem serems "de energia" só porque a ciência não provou que não. Isso é infantil. Quem afirma esse tipo de coisa, precisa provar.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #86 Online: 02 de Setembro de 2006, 21:20:03 »
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Falando sério, vi também um apelo à ignorância. Não se pode dizer que existem serems "de energia" só porque a ciência não provou que não. Isso é infantil. Quem afirma esse tipo de coisa, precisa provar.

Pois é , mas eu vejo os evolucionistas apelando para bilhões de planetas iguais a terra que devem existir no universo mas que ninguém provou ainda.Ou milhões de fósseis intermediários que devem ter existido mas ninguém achou ainda. Ou sopa primordial que não tem evidência geológica da existência mas como um evolucionista neste forum já disse não significa que um dia não seja encontrada, e etc, etc, etc, etc

Offline Guinevere

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #87 Online: 02 de Setembro de 2006, 21:23:13 »
eu vejo os evolucionistas apelando para bilhões de planetas iguais a terra que devem existir no universo
Onde quando e como?

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #88 Online: 02 de Setembro de 2006, 21:41:23 »
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No caso, a restrição é o que é científico e o que não é. Se é para se formular hipóteses científicas fica-se restrito ao natural, até que se "desmistifique" algo usualmente considerado sobrenatural, que possa ser entendido e usado como explicação de fato, em vez de simplesmente dar uma explicação sobrenatural. Por exemplo, uma família na qual muitas pessoas nascem, sem dedos ou com algum outro problema, em vez de ser uma maldição, é mais provavelmente um problema genético ou algo mais natural afetando o desenvolvimento de pessoas daquela família.

Voce está falando de coisas que nós temos conhecimento científico para determinar a sua causa.Mas nós não conhecemos todos os mistérios da existência, e temos que estar abertos a conhecimentos que estejam além do escopo do que conhecemos agora.Imagine se pudessemos voltar no tempo e explicar a Newton sobre a teoria da relatividade.Ele nos acharia loucos.Simplesmente por que embora verdadeira é totalmente contra-intuitiva.

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Praticamente todo fenômeno natural se pode "explicar" como sendo produto de uma inteligência, ou de uma "personalidade", e isso originou praticamente todos os deuses. Mas quanto mais se estuda esses fenômenos, mais se percebe que eles podem ser explicados como tendo causas naturais e não inteligentes.

Mesmo que não se tenha chegado numa explicação totalmente satisfatória, de modo geral a mais parcimoniosa é preferível, o que implica em descartar a princípio coisas como formas desconhecidas de inteligência com poderes de natureza desconhecida.

Tudo bem, é necessário estudar os fenômenos e determinar a sua origem, mas eu não acho que deve-se descartar todas as possibilidades por mais estranhas que possam parecer.Concordo que devemos primeiro procurar entender o fenômeno dentro daquilo que o conhecimento científico nos fornece, mas conforme o tempo passa e as explicações científicas não atendem a expectativa, devemos ampliar a nossa visão.Eu não acho que a existência de um criador seja uma coisa antinatural.A não ser que nós tivessemos acumulado todo o conhecimento possível e soubessemos com certeza que esse tipo de ser é impossível de existir.
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De certa forma, sim, tal como ganhar na loto é um "milagre" para o vencedor, mas ainda assim, dentre todos os jogadores, alguns ganham. É bem possível, de qualquer forma, que tenham "trapaças" que ainda não se tenha descoberto.

Paul Davies, escreveu um livro sobre origem da vida, chamado "o quinto milagre". O livro não "explica" simplesmente dizendo "bem, conforme pudemos perceber, ninguém ainda pôde compreender exatamente como a vida pode ter se formado naturalmente, logo é milagre e acabou, está explicado."

A visão defendida por ele, por outro lado, não é de milagre probabilístico, mas determinista, ainda que natural, apesar dele ser teísta. Quem defende posições assim algumas vezes é chamado de "criptocriacionista" pelos que apostam em algo mais improvável, no acaso ter tido um papel maior.

Eu acho que a aleatoriedade ou determinismo não tem tanto a ver com existência ou não de deuses, e acho que pode ser tanto uma coisa quanto outra, ou um meio termo.

Por favor , não compare a probabilidade de ganhar na loteria com a probabilidade da abiogênese. A probabilidade de se ganhar na mega sena por exemplo fazendo-se um só jogo é de 1 em 52 milhões.A probalilidade do surgimento de um pepitideo do Grupo Gadhiri é de 1 em 20^32.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #89 Online: 02 de Setembro de 2006, 21:42:48 »
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Falando sério, vi também um apelo à ignorância. Não se pode dizer que existem serems "de energia" só porque a ciência não provou que não. Isso é infantil. Quem afirma esse tipo de coisa, precisa provar.

Pois é , mas eu vejo os evolucionistas apelando para bilhões de planetas iguais a terra
os planetas não precisam ter sido exatamente iguais a Terra, o fato é que há outros planetas além da Terra no universo, e, no que concerne a sorte, isso aumentaria a chance de algum deles ser "sorteado". Acabou sendo ao menos um "igual a Terra", que "por acaso", é a própria Terra.


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que devem existir no universo mas que ninguém provou ainda.
bem, há algum tempo postaram uma notícia de que haveriam mais planetas (parecidos com a Terra) do que se pensava antes. Talvez tenha sido em outro fórum, antes desse mesmo existir, não lembro.


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Ou milhões de fósseis intermediários que devem ter existido mas ninguém achou ainda.
Na verdade, os cientistas não defendem que devessem existir milhões de fósseis intermediários, a existência dos atuais já é mais do que suficiente para estabelecer a ancestralidade comum universal como fato; mesmo sem qualquer um dels, apenas com os seres vivos, os indícios de parentesco são patentes demais, e improváveis de ocorrerem por pura coincidência, não havendo outro mecanismo que produzisse exatamente e apenas o esperado pelo parentesco (apesar de coisas além disso serem mais prováveis, sem que essa fosse a restrição), que não a descendência biológica. A menos, um hipotético ser ou seres que resolvessem e tivessem o poder de criar os seres vivos como parte de um enorme engodo.

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Ou sopa primordial que não tem evidência geológica da existência mas como um evolucionista neste forum já disse não significa que um dia não seja encontrada, e etc, etc, etc, etc
Sopa primordial não é a única teoria para a origem da vida. Fora isso, pode ter existido, e suas evidências sido eliminadas por um Ocultador de Evidências Inteligente.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #90 Online: 02 de Setembro de 2006, 21:46:22 »

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #91 Online: 02 de Setembro de 2006, 21:56:33 »
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No caso, a restrição é o que é científico e o que não é. Se é para se formular hipóteses científicas fica-se restrito ao natural, até que se "desmistifique" algo usualmente considerado sobrenatural, que possa ser entendido e usado como explicação de fato, em vez de simplesmente dar uma explicação sobrenatural. Por exemplo, uma família na qual muitas pessoas nascem, sem dedos ou com algum outro problema, em vez de ser uma maldição, é mais provavelmente um problema genético ou algo mais natural afetando o desenvolvimento de pessoas daquela família.

Voce está falando de coisas que nós temos conhecimento científico para determinar a sua causa.Mas nós não conhecemos todos os mistérios da existência, e temos que estar abertos a conhecimentos que estejam além do escopo do que conhecemos agora.Imagine se pudessemos voltar no tempo e explicar a Newton sobre a teoria da relatividade.Ele nos acharia loucos.Simplesmente por que embora verdadeira é totalmente contra-intuitiva.

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Praticamente todo fenômeno natural se pode "explicar" como sendo produto de uma inteligência, ou de uma "personalidade", e isso originou praticamente todos os deuses. Mas quanto mais se estuda esses fenômenos, mais se percebe que eles podem ser explicados como tendo causas naturais e não inteligentes.

Mesmo que não se tenha chegado numa explicação totalmente satisfatória, de modo geral a mais parcimoniosa é preferível, o que implica em descartar a princípio coisas como formas desconhecidas de inteligência com poderes de natureza desconhecida.

Tudo bem, é necessário estudar os fenômenos e determinar a sua origem, mas eu não acho que deve-se descartar todas as possibilidades por mais estranhas que possam parecer.Concordo que devemos primeiro procurar entender o fenômeno dentro daquilo que o conhecimento científico nos fornece, mas conforme o tempo passa e as explicações científicas não atendem a expectativa, devemos ampliar a nossa visão.Eu não acho que a existência de um criador seja uma coisa antinatural.A não ser que nós tivessemos acumulado todo o conhecimento possível e soubessemos com certeza que esse tipo de ser é impossível de existir.

Não é tanto uma questão de descartar precipitadamente; o problema é que não há hipóteses científicas para criação inteligente da vida ou das espécies. Eu posso inventar milhares de coisas que sejam absurdas para a época atual, e pode-se descobrir daqui a 200 anos que umas dez ou três delas eram verdadeiras em linhas gerais, ainda que eu não fizesse idéia do mecanismo. Mas não é nem por isso que eu vou ficar debochando dos estudos da mente e dizendo que a alegria é uma propriedade de uma energia misteriosa e "imaterial" da qual eu nada sei, ou que pode existir telepatia através de ranhuras no vácuo quântico, ou através da 17,3ª dimensão.

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De certa forma, sim, tal como ganhar na loto é um "milagre" para o vencedor, mas ainda assim, dentre todos os jogadores, alguns ganham. É bem possível, de qualquer forma, que tenham "trapaças" que ainda não se tenha descoberto.

Paul Davies, escreveu um livro sobre origem da vida, chamado "o quinto milagre". O livro não "explica" simplesmente dizendo "bem, conforme pudemos perceber, ninguém ainda pôde compreender exatamente como a vida pode ter se formado naturalmente, logo é milagre e acabou, está explicado."

A visão defendida por ele, por outro lado, não é de milagre probabilístico, mas determinista, ainda que natural, apesar dele ser teísta. Quem defende posições assim algumas vezes é chamado de "criptocriacionista" pelos que apostam em algo mais improvável, no acaso ter tido um papel maior.

Eu acho que a aleatoriedade ou determinismo não tem tanto a ver com existência ou não de deuses, e acho que pode ser tanto uma coisa quanto outra, ou um meio termo.

Por favor , não compare a probabilidade de ganhar na loteria com a probabilidade da abiogênese. A probabilidade de se ganhar na mega sena por exemplo fazendo-se um só jogo é de 1 em 52 milhões.A probalilidade do surgimento de um pepitideo do Grupo Gadhiri é de 1 em 20^32.

Mas a probabilidade de se ganhar na loteria sem apostar é zero. De certa forma, é meio inútil se falar em probabilidades da abiogênese, sem se falar num mecanismo completo mais específico, sem saber qual o mecanismo de "sorteio", que pode ser consideravelmente "trapaceado". O que se pode dizer que é improvável são coisas como uma bactéria ou um cachorro de repente se formarem sozinhos; mas isso praticamente não vem ao caso, apenas como indicativo de que se deve buscar entender a origem da vida a partir de uma coisa mais simples que essas inicialmente, preferencialmente com mecanismos para reduzir o papel do acaso.

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #92 Online: 02 de Setembro de 2006, 21:57:27 »
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bem, há algum tempo postaram uma notícia de que haveriam mais planetas (parecidos com a Terra) do que se pensava antes. Talvez tenha sido em outro fórum, antes desse mesmo existir, não lembro.

isso é impossível.Hoje só temos tecnologia para detectar gigantes gasosos pela influência que sua gravidade exerce na estrela que está orbitando.Planetas parecidos com a terra são impossíveis de ser detectados.

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Na verdade, os cientistas não defendem que devessem existir milhões de fósseis intermediários, a existência dos atuais já é mais do que suficiente para estabelecer a ancestralidade comum universal como fato; mesmo sem qualquer um dels, apenas com os seres vivos, os indícios de parentesco são patentes demais, e improváveis de ocorrerem por pura coincidência, não havendo outro mecanismo que produzisse exatamente e apenas o esperado pelo parentesco (apesar de coisas além disso serem mais prováveis, sem que essa fosse a restrição), que não a descendência biológica. A menos, um hipotético ser ou seres que resolvessem e tivessem o poder de criar os seres vivos como parte de um enorme engodo.

Defendem sim.Eles podem até achar que os fósseis existentes seja suficiente para sustentar a crença deles, mas nenhum questiona que devem ter existido milhões de formas intermediárias.Só que aqueles que não abondonaram o gradualismo ora dizem que fossilizar é difícil, ora dizem que ainda vão ser encontrados.Já outros preferiram partir para o equilibrio pontuado para explicar essa excassez de fósseis.

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Sopa primordial não é a única teoria para a origem da vida. Fora isso, pode ter existido, e suas evidências sido eliminadas por um Ocultador de Evidências Inteligente

Tudo é possível

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #93 Online: 02 de Setembro de 2006, 22:05:49 »
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Não é tanto uma questão de descartar precipitadamente; o problema é que não há hipóteses científicas para criação inteligente da vida ou das espécies. Eu posso inventar milhares de coisas que sejam absurdas para a época atual, e pode-se descobrir daqui a 200 anos que umas dez ou três delas eram verdadeiras em linhas gerais, ainda que eu não fizesse idéia do mecanismo. Mas não é nem por isso que eu vou ficar debochando dos estudos da mente e dizendo que a alegria é uma propriedade de partículas sub-quânticas, os alegríons, ou que pode existir telepatia através de ranhuras no vácuo quântico.

Tudo bem, concordo com você.O que eu não aceito é afirmarem que a evolução é um fato, com tantos furos na teoria.A evolução só será possível se descobrirmos alguma nova forma de interação química que favoreça a quebra das barreiras probabilísticas.Agora querer que eu acredite que sem um mecanismo como esse , aminoácidos irão aleatóriamente por pura obra do acaso se transformar em um DNA.Realmente é jogar toda a ciência estatística no lixo.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #94 Online: 02 de Setembro de 2006, 22:23:39 »
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bem, há algum tempo postaram uma notícia de que haveriam mais planetas (parecidos com a Terra) do que se pensava antes. Talvez tenha sido em outro fórum, antes desse mesmo existir, não lembro.

isso é impossível.Hoje só temos tecnologia para detectar gigantes gasosos pela influência que sua gravidade exerce na estrela que está orbitando.Planetas parecidos com a terra são impossíveis de ser detectados.

Acho que se tratava de uma estimativa, não em detecção, e de qualquer modo, não lembro o método, só estou comentando as linhas gerais da manchete, tudo que me lembro.


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Na verdade, os cientistas não defendem que devessem existir milhões de fósseis intermediários, a existência dos atuais já é mais do que suficiente para estabelecer a ancestralidade comum universal como fato; mesmo sem qualquer um dels, apenas com os seres vivos, os indícios de parentesco são patentes demais, e improváveis de ocorrerem por pura coincidência, não havendo outro mecanismo que produzisse exatamente e apenas o esperado pelo parentesco (apesar de coisas além disso serem mais prováveis, sem que essa fosse a restrição), que não a descendência biológica. A menos, um hipotético ser ou seres que resolvessem e tivessem o poder de criar os seres vivos como parte de um enorme engodo.

Defendem sim.Eles podem até achar que os fósseis existentes seja suficiente para sustentar a crença deles, mas nenhum questiona que devem ter existido milhões de formas intermediárias.
Eu não costumo ver alegações fantásticas quanto ao esperado do registro fóssil, exceto por criacionistas. Parte disso se deve a falta de entendimento do que seriam formas transicionais e intermediárias. Geralmente querem algo como uma seqüência de esqueletos que seriam suficientes para montar com técnica stop-and-go uma animação super fluida da evolução de todas as espécies, o que é fantasioso, e desnecessário para a comprovação da hipótese. Da mesma forma que não é necessário isso para comprovação do parentesco entre todas as raças de cães.

As formas vivas e fósseis existentes são compatíveis com a hipótese, apesar da absurda improbabilidade desse resultado num cenário em que a hipótese fosse falsa. Seria como encontrar um monte de pedaços de papel aleatoriamente cortados de várias fontes, e por coincidência, conseguir montar uma imagem clara de só uma foto exata, ao mesmo tempo em que nenhum dos fragmentos de papel era dessa foto. Algo assim só é esperado de um quebra-cabeças, de uma foto cortada em pedaços, tal como a defensabilidade da ancestralidade comum universal só seria possível se ela de fato tivesse ocorrido.

É curioso que, essa reclamação específica, em muitos casos, é pura birra, implicância, ou papagaiada impensada. Porque a maioria dos criacionistas cientes de que não existem apenas umas 12 espécies de animais, um número suficientemente pequeno para caber na arca de Noé, aceita a evolução de uns poucos "tipos" principais em seus milhares de espécies parentes próximos, milhões de especiações - nos mesmos parentescos apontados pelos cientistas, mas "cortados" arbitrariamente, de acordo com o gosto do autor criacionista, sem nunca haver uma defesa de limites biológicos dos "tipos".

E a maioria dos fósseis que faltam são justamente esses, de transformação entre grupos menores, intermediários entre espécies, ainda que hajam casos.

Criacionistas fixistas da Terra velha, por outro lado, tem mais sentido em reclamar... já os defensores do ID, são "evolucionistas" nesse sentido, então não reclamam de nada.

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Só que aqueles que não abondonaram o gradualismo ora dizem que fossilizar é difícil, ora dizem que ainda vão ser encontrados.Já outros preferiram partir para o equilibrio pontuado para explicar essa excassez de fósseis.

É verdade que a fossilização é rara, que pode ocorrer muita evolução sem fossilização, e também é verdade que mesmo assim, ainda há mais fósseis por serem encontrados.

Equilíbrio pontuado não é uma explicação "alternativa" para a escassêz de fósseis interespecíficos... tampouco é alternativa ao gradualismo, é gradualista (não é gradualismo filético, que mal sei se de fato "existiu", se foi expressivamente defendido).



Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #95 Online: 02 de Setembro de 2006, 22:38:16 »
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Não é tanto uma questão de descartar precipitadamente; o problema é que não há hipóteses científicas para criação inteligente da vida ou das espécies. Eu posso inventar milhares de coisas que sejam absurdas para a época atual, e pode-se descobrir daqui a 200 anos que umas dez ou três delas eram verdadeiras em linhas gerais, ainda que eu não fizesse idéia do mecanismo. Mas não é nem por isso que eu vou ficar debochando dos estudos da mente e dizendo que a alegria é uma propriedade de partículas sub-quânticas, os alegríons, ou que pode existir telepatia através de ranhuras no vácuo quântico.

Tudo bem, concordo com você.O que eu não aceito é afirmarem que a evolução é um fato, com tantos furos na teoria.A evolução só será possível se descobrirmos alguma nova forma de interação química que favoreça a quebra das barreiras probabilísticas.
Evolução não inclui abiogênese, ainda que implique logicamente nela; são coisas distintas.

A evolução, como ancestralidade comum, e seus mecanismos, são amplamente aceitos, tanto que até pelos criacionistas, que ora aceitam a seleção natural e ancestralidade comum parcial de margens biológicas arbitrárias, no caso dos fixistas; ora ancestralidade comum universal no caso dos defensores do ID, e seleção natural limitada com invenções como principal origem das adaptações.

sempre com motivação religiosa e não científica para o que defendem ou atacam, ainda que as críticas muitas vezes possam ser pretensamente científicas.


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Agora querer que eu acredite que sem um mecanismo como esse , aminoácidos irão aleatóriamente por pura obra do acaso se transformar em um DNA.Realmente é jogar toda a ciência estatística no lixo.

Como eu disse, as teorias não são simplesmente dar um jeito de falar "o acaso criou a vida" em 500 ou mais palavras, mas propõem mecanismos plausíveis para redução do acaso.

Poderia-se dizer, em vez de se fazer essas hipóteses, que a origem da vida se deu devido a uma "energia neguentropizadora", cujas propriedades são desconhecidas, exceto que, por definição, origina a vida. Ou que um deus emanou essa "energia neguentropizadora". Etc. Mas isso não explica nada.

Offline DeadLock

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #96 Online: 02 de Setembro de 2006, 23:09:32 »
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Eu não costumo ver alegações fantásticas quanto ao esperado do registro fóssil, exceto por criacionistas. Parte disso se deve a falta de entendimento do que seriam formas transicionais e intermediárias. Geralmente querem algo como uma seqüência de esqueletos que seriam suficientes para montar com técnica stop-and-go uma animação super fluida da evolução de todas as espécies, o que é fantasioso, e desnecessário para a comprovação da hipótese. Da mesma forma que não é necessário isso para comprovação do parentesco entre todas as raças de cães.

As formas vivas e fósseis existentes são compatíveis com a hipótese, apesar da absurda improbabilidade desse resultado num cenário em que a hipótese fosse falsa. Seria como encontrar um monte de pedaços de papel aleatoriamente cortados de várias fontes, e por coincidência, conseguir montar uma imagem clara de só uma foto exata, ao mesmo tempo em que nenhum dos fragmentos de papel era dessa foto. Algo assim só é esperado de um quebra-cabeças, de uma foto cortada em pedaços, tal como a defensabilidade da ancestralidade comum universal só seria possível se ela de fato tivesse ocorrido.

O que voce espera do registro fóssil não tem nada a ver com o fato de terem existido milhões de formas intermediárias.Isso é uma consequencia natural do gradualismo.Quantas mutações foram necessárias para transformar um terópode em uma ave ? um mil , um milhão ? agora imagine todas as formas de vida que existiram evoluindo por bilhões de anos ? Voce pode até dar uma explicação para não encontrarmos os fósseis mas negar a existência dessas formas realmente me surpreende. E voce também está radicalizando o processo para tentar dissimular a falta de evidência.Ninguém falou em sequencia stop-motion super fluida.Uma sequencia de 20 fósseis mostrando a passagem dos terópodes para o Archeopteryx seria razoável.

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É curioso que, essa reclamação específica, em muitos casos, é pura birra, implicância, ou papagaiada impensada. Porque a maioria dos criacionistas cientes de que não existem apenas umas 12 espécies de animais, um número suficientemente pequeno para caber na arca de Noé, aceita a evolução de uns poucos "tipos" principais em seus milhares de espécies parentes próximos, milhões de especiações - nos mesmos parentescos apontados pelos cientistas, mas "cortados" arbitrariamente, de acordo com o gosto do autor criacionista, sem nunca haver uma defesa de limites biológicos dos "tipos".

O que que tem a ver o fato de os criacionistas acreditarem que os animais da arca sofreram milhões de especiações com o fato de não existirem fósseis de formas intermediarias ? Voce quer dizer que eles acreditam em uma metira pior então não deveriam criticar a sua ?

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Equilíbrio pontuado não é uma explicação "alternativa" para a escassêz de fósseis interespecíficos... tampouco é alternativa ao gradualismo, é gradualista (não é gradualismo filético, que mal sei se de fato "existiu", se foi expressivamente defendido

Amigo, acho que você não conhece a teoria que defende.Vou expor algumas partes mas também vou deixar o link caso queira ler o artigo todo.

http://www.jornalinfinito.com.br/series.asp?cod=124

No seu livro “O Relojoeiro Cego” Richard Dawkins disserta sobre o Equilíbrio Pontuado (punk eek, para os irreverentes), uma revisão do registro fóssil feita por Stephen Jay Gould, Niles Eldridge e Steve Stanley no ano de 1970. Esta nova teoria - equilíbrio pontuado – é a proposta feita pelos três cientistas para lidar com o embaraço provocado pelo registro fóssil, de um modo geral, que se mostra na atualidade da mesma forma como foi encontrado em 1859, mesmo se tendo em vista as “caçadas” intermitentes que lhe são feitas pelos especialistas. Gould fala:

A história de muitas espécies fósseis inclui dois aspectos particulares; ambos, inconsistentes em relação à teoria do gradualismo:
1. Estasis – A maioria das espécies não exibe uma mutação direcional durante a sua estada na terra. Elas aparecem no registro fóssil se mostrando mais ou menos as mesmas de quando desaparecem; a mutação morfológica é usualmente limitada e não direcionada.
2. Aparência repentina – Em nenhuma área ou local, as espécies surgem gradualmente através da transformação constante dos seus ancestrais: surgem de repente e completamente formadas (grifo do autor). Stephen Gould.

http://www.herbario.com.br/bot/evol/stegoul.htm

Mudanças repentinas

Em 1967, ele recebeu um doutorado em paleontologia da Universidade Columbia e foi lecionar em Harvard, onde ele passaria o resto de sua carreira. Mas foi na escola de graduação que Gould e um colega, Niles Eldredge, agora um paleontólogo do Museu Americano de História Natural, começaram a plantar a semente do mais famoso dos debates que ele iniciou.
Ao estudar o registro fóssil, os dois estudantes não puderam encontrar a mudança gradual e contínua nas formas fósseis que, ensinaram a eles, seria o material da evolução. Em vez disso, eles encontraram aparições repentinas (no tempo geológico) de novas formas de fósseis seguidas por longos períodos em que esses organismos mudaram bem pouco.
Os biólogos evolutivos sempre atribuíram essas dificuldades à famosa incompletude do registro fóssil. Então, em 1972, os dois propuseram a teoria do equilíbrio pontuado, que sugeria que tanto as aparições repentinas quanto a falta de mudanças eram reais.
Segundo a teoria, houve longos períodos de tempo, algumas vezes milhões de anos, durante os quais as espécies mudavam pouco, quando muito. Intermitentemente, novas espécies surgiam e havia uma rápida mudança evolutiva em uma escala de tempo geológica (ainda interminavelmente lenta para escalas de tempo humanas), resultando em uma súbita aparição de novas formas no registro fóssil. Ou seja, pontuações de mudança rápida contra um fundo de equilíbrio constante, daí o nome da teoria.


Offline Huxley

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #97 Online: 03 de Setembro de 2006, 11:30:43 »
Já que o tema do tópico foi distorcido.Coloca um texto aqui para retomar o assunto, sobre cálculos de probabilidade e a inferência do planejado.

"Andrea Bottaro has shown by example the irrelevance of William Dembski’s explanatory filter to archaeology.  In this contribution, I want to show how in the real world the explanatory filter can lead to a false positive.

Dembski’s vaunted explanatory filter is no more than a flow chart designed to distinguish events of low probability.  If the probability of an event is low enough and if Dembski can discern a pattern, then he concludes that the event must have been the product of design.  Dembski admits that the explanatory filter may produce a false negative (fail to infer design where design exists) but claims it will never produce a false positive (infer design where none exists).  In this article, I will give a real example wherein the explanatory filter could have yielded a false positive.

According to an article in Science [Quinn Eastman, “Crib Death Exoneration Could Usher in New Gene Tests,” Science, 20 June 2003, p. 1858], a British woman lost three babies to sudden infant death syndrome (SIDS or crib death) within four years.  The Crown Prosecution Service applied the explanatory filter as follows:  One death is tragic; two deaths are suspicious; three deaths are murder.  The woman was prosecuted.

According to the BBC, the rate of SIDS in England and Wales is less than 0.5 death per 1000 live births.  In effect, prosecutors reasoned that the probability of three SIDS deaths was 0.00053, or approximately 10-10.  They concluded that this probability was so small that a design inference was warranted, and the woman was charged.

What the prosecutors did not know or ignored was that SIDS may be a genetic disease that runs in families.  Indeed, the woman’s grandmother testified that three of her children died of unexplained causes before the ages of 6 weeks (in the 1940’s, before SIDS was recognized).  A geneticist further testified that SIDS could run in families and suggested two possible mechanisms.  The jury used this information - what Dembski calls side information - and acquitted the woman.

In short, the prosecutors applied the explanatory filter and arguably got a false positive, whereas the jury applied side information and drew the opposite conclusion.  In the case that Bottaro describes, the archaeologists likewise applied side information and entirely ignored the explanatory filter.  The forensic archaeologist, Gary Hurd, argues further that only the side information is relevant [“The Explanatory Filter, Archaeology, and Forensics,” Chapter 8 of Matt Young and Taner Edis, eds., Why Intelligent Design Fails: A Scientific Critique of The New Creationism, Rutgers University Press, New Brunswick, 2004].

The archaeologists and the jury used a probabilistic argument, in a way.  Each bit of side information - the wear pattern on the shells, the presence of pigment - strengthened the argument that the shells were beads.  The archaeologists would not have been able to prove design without concentrating on the side information.  The explanatory filter, a diagnosis of exclusion, was wholly irrelevant or, in the SIDS case, possibly misleading.


Now, I can’t prove that the prosecutors were wrong - only that the filter may well have produced a false positive.  In this regard, my example is no different from a favorite example of Dembski’s:  the county clerk  who “randomly” gave 40 Democrats in 41 elections the top ballot position [No Free Lunch, pp. 55-58].  Dembski has adduced no hard evidence to prove that the clerk cheated; all he can say is that the clerk  most probably cheated, that is, that the 40 Democrats were most probably the result of design.

In the same way, I can’t say that the explanatory filter gave a false positive; all I can say is that it may well have given a false positive.  But Dembski claims it is immune to false positives.  It is not, precisely because you cannot know when you have all the side information, and often the side information is crucial.  (Yes, I know, you can take the side information and reevaluate the probabilities to draw the negative inference.  But that’s not the point, is it?  The point is that Dembski claims the filter to be immune to false positives, and it can’t be, because you never know whether you have all the relevant side information. [See also John S. Wilkins and Wesley R. Elsberry, “The Advantage of Theft over Toil: The Design Inference and Arguing from Ignorance,” Biology and Philosophy, 36, 711-724, 2001.])

Bottaro’s archaeologists inferred design because they knew something about the designers and what they do with beads.  The explanatory filter was irrelevant.  If it cannot be applied to a simple case such as identifying beads or ferreting out a murderer, how can it be useful for identifying the artifacts of a designer whose habits and intentions are wholly unknown to us?"


http://www.pandasthumb.org/archives/2004/04/dembskis_explan.html
« Última modificação: 03 de Setembro de 2006, 11:33:20 por Huxley »
"A coisa mais importante da vida é saber o que é importante". Otto Milo

Meu blog: http://biologiaevolutiva.blogspot.com

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #98 Online: 03 de Setembro de 2006, 11:32:21 »
indo meio off topic novamente... (valeria outra divisão de tópico?)

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Eu não costumo ver alegações fantásticas quanto ao esperado do registro fóssil, exceto por criacionistas. Parte disso se deve a falta de entendimento do que seriam formas transicionais e intermediárias. Geralmente querem algo como uma seqüência de esqueletos que seriam suficientes para montar com técnica stop-and-go uma animação super fluida da evolução de todas as espécies, o que é fantasioso, e desnecessário para a comprovação da hipótese. Da mesma forma que não é necessário isso para comprovação do parentesco entre todas as raças de cães.

As formas vivas e fósseis existentes são compatíveis com a hipótese, apesar da absurda improbabilidade desse resultado num cenário em que a hipótese fosse falsa. Seria como encontrar um monte de pedaços de papel aleatoriamente cortados de várias fontes, e por coincidência, conseguir montar uma imagem clara de só uma foto exata, ao mesmo tempo em que nenhum dos fragmentos de papel era dessa foto. Algo assim só é esperado de um quebra-cabeças, de uma foto cortada em pedaços, tal como a defensabilidade da ancestralidade comum universal só seria possível se ela de fato tivesse ocorrido.

O que voce espera do registro fóssil não tem nada a ver com o fato de terem existido milhões de formas intermediárias.
Os criacionismos (na verdade, qualquer hipótese não restrita pela descendência biológica para a origem das espécies) prevêem mais formas intermediárias que a evolução. Muito mais.

Não se tem conhecimento de sequer uma forma viva ou extinta que seja incompatível com a ancestralidade comum universal. E a ancestralidade comum universal não é intestável, não se adequa a qualquer observação possível de ser imaginada; muito pelo contrário. Apenas uma fração mínima das observações possíveis seria compatível com ela.

Apenas seres cuja distribuição de caracteres permitisse que fossem organizados filogeneticamente, de acordo com as previsões do que é esperado por parentesco.

Os caracteres dos seres não poderiam estar embaralhados de qualquer forma. Mas há mais, muito mais, formas possíveis de distribuição de caracteres, diversas permutações possíveis, que não seriam compatíveis com a ancestralidade comum universal, do que as que seriam.

Exemplos de possibilidades de distribuições de caracteres incompatíveis com evolução:

- animais como pequenos cães, gatos, macacos, ou moluscos, com asas nas costas

em vez disso, o que se tem são apenas alguns tipos de asas, e restritas filogeneticamente... isso é, nem mesmo animais que tÊm asas, têm alternância dos tipos de asa, (como alguns morcegos com asas de ave e vice-versa),  nem usam apenas um tipo de asa universal (todos terem asas de ave, melhores) - previsão justa de distribuição teleologica de caracteres por um projetista comum de todos seres.

Ao mesmo tempo, há organismos com asas, mas não são usadas para voar, nos avestruzes, kiwis, etc. Novamente, algo que que é muito honesto se dizer inesperado de uma distribuição teleológica de caracteres. Não vem ao caso que as estruturas sejam úteis de alguma forma, o ponto é que são estruturas de asas, sem a função de asas.

Algumas espécies de gorgulho tem os élitros que recobrem as asas, fundindos, as inutilizando completamente. Elas ainda assim, estão lá. Inesperado de uma distribuição teleológica. Nem tanto de uma meramente não filogeneticamente restrita, mas dessa também se esperaria muito mais coisas.
 

- pequenos vertebrados, como peixes, pequenos roedores, anfíbios ou aves, com asas de inseto, ou pequenas asas como as de colibri.

Parecido com o anterior; mas é interessante que se tenha por exemplo, peixe-voador, que dá saltos usando nadadeiras alongadas como asas para alongar os saltos, e os do gênero Thoracocharax, capazes de limitado vôo impulsionado pelo bater de nadadeiras... peixes que se presumiria projetados para o vôo, supondo planejamento dos seres, mas no entanto novamente não condizente com teleologia, onde se esperaria a utilização de outras formas de asa mais eficientes, sem "por acaso" serem nadadeiras de peixe modificadas


- primatas com cauda de peixe e adaptações aquáticas
como sereias. As coisas mais parecidas que se tem com isso, são mamíferos adaptados ao meio aquático... mas novamente, os sinais da descendência são gritantes, em toda anatomia e mais. Mamíferos terrestres, fazem movimentos ondulatóriso com o tronco para frente e para trás quando correm; peixes, melhor adaptados ao nado, fazem o movimento ondulatório para os lados.

Se os animais foram projetados, coincidentemente os mamíferos aquáticos foram feitos apenas com o movimento ondulatório da coluna igual ao dos mamíferos terrestres, apesar disso não ser algo de forma alguma necessário para esses seres.

"Do outro lado" da coisa, anfíbios e répteis terrestres, têm  mesmo em terra um movimento ondulatório da coluna para os lados, obviamente mais favorável e presumivelmente "projetado" para locomoção aquática, as melhores formas de locomoção terrestre são as dos mamíferos, por essa e outras razões. Enquanto os peixes, supostamente ancestrais desses, também tem esse mesmo movimento (inclusive os que se aventuram pela terra eventualmente), e praticamente nunca (desconheço, talvez as arraias) o movimento ondulatório no sentido dos mamíferos terrestres.


Parece coisa do Picasso
Aqui tem uma imagem de um linguado.

Esse peixe vive se arrastando junto ao solo, mais ou menos como algumas arraias. Linguados e arraias são adaptatos a modos de vida similares, onde poderia-se razoavelmente presumir que um mesmo projetista usaria as mesmas adaptações nos dois casos (isso se não fizesse um peixe só, ou uma variedade a mais de arraia um pouco diferente no que quer que fosse necessário).

Mas com o linguado ocorre uma coisa muito estranha. Ele é inegavelmente um peixe aparentado com outros de formato de corpo similar, mas que nadavam posicionando-se perpendiculares, e não paralelamente ao solo aquático. A sua cabeça é toda torta, porque durante o desenvolvimento ela se "deforma" (programadamente, não por esforço) para ficar de acordo com esse modo de vida. Normalmente, um peixe com esse corpo, teria um olho de cada lado da cabeça, mas no caso dele, um deles migra, atravessando a cabeça, para o oturo lado, o que seria o "de cima", que na verdade é do lado.

Enquanto a seleção natural é "compulsiva" e improvisa, e se esperaria essas e outras dela, não é algo esperado do mesmo inventor das arraias.

No mínimo, seria mais compatível com múltiplos inventores dos seres, que tem restrições por patentes, o que aliás, talvez explicasse as "aparentes" restrições filéticas da distribuição de caracteres. Ou pode ser tudo engodo de um só criador fazendo uma evolução falsa, ou se passando por mais de um, mas a hipótese que não requer que se hipotetize seres desconhecidos com poderes desconhecidos já explica tudo isso de forma mais elegante.


...e por aí vai, são praticamente infindáveis as possibilidades de distribuições de características incompatíveis com parentesco, seja apenas embaralhando características existentes, inventando outras, seja fazendo isso aleatoriamente ou inteligentemente.

Mas simplesmente não há quimeras incompatíveis com a ancestralidade comum universal, apesar dessas serem absurdamente mais prováveis, não houvesse esse mecanismo para restringir as características. Negar o parentesco é como montar um quebra cabeças, que seja um que falte algumas peças, mas o suficiente para ficar bem claro que é um quebra cabeças, e ainda assim, defender que não, que é só coincidência, que as peças não tem tal relação de parentesco, mas foram desenhadas independentemente, em peças recortadas independentemente, ou seja, sem usar os recortes "automáticos" que se encaixariam naturalmente ("por descendência") uns nos outros, e que se explicaria a imagem do quebra-cabeças e os encaixes darem certo só porque foi uma mesma pessoa que pintou e recortou cada peça, ainda que independentemente, sem planejar fingir fazer um quebra-cabeças.



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Isso é uma consequencia natural do gradualismo.Quantas mutações foram necessárias para transformar um terópode em uma ave ? um mil , um milhão ? agora imagine todas as formas de vida que existiram evoluindo por bilhões de anos ? Voce pode até dar uma explicação para não encontrarmos os fósseis mas negar a existência dessas formas realmente me surpreende.
Eu não nego as formas intermediárias; apenas que fossem esperadas o suficiente para fazer um uma animação quadro-a-quadro mostrando uma suave transformação de uma espécie em outra.

O Archaeopteryx é uma ave e um terópode. Aves são terópodes:
Archaeopteryx:


Deinonychus (dinossauro terópode):


Bem, esse dinossauro especificamente poderia ser na verdade de uma linhagem primitiva de aves que perderam a capacidade de vôo, segundo alguns; de qualquer forma:


Aí estão as imagens dos esqueletos de um compsognato (celurossauro apenas, não dromeossauro), um arqueoptérix e uma galinha.

A diferença esquelética é inegavelmente menor entre o arqueoptérix e o compsognato do que entre a galinha e o arqueoptérix. Terópodes já tinham inclusive os espaços no esqueleto relacionados aos sacos de ar do aparelho respiratório das aves (ainda que os sacos de ar em si não tenham sido preservados, são tecido mole muito difícil de se preservar).

Há outros diversos dinossauros ou talvez aves, animais no limiar dessa transição de dificil classificação, por causa das características intermediárias. Ao mesmo tempo, não há formas intermediárias entre aves e morcegos, ou entre aves e macacos, ou entre aves e peixes. Só entre aves e dinossauros, tal como seria esperado se elas descendessem deles, ou de uma coincidência, de seres criados independentemente, mas por puro acaso (ou engodo), parecendo parentes.

Ficam sendo mais necessárias até as transições dentro das próprias aves, do que entre aves e dinossauros. Eu não conheço todas as filogenias de todos grupos de animais. Por exemplo, os crânios a seguir:















Diferem mais nítidamente entre os animais que são aceitos como aparentados por todos os fundamentalistas (suponho), o buldogue, chihuahua, shar pei e o lobo. Apesar de não haver fósseis intermediários entre eles. E a diferença é comparativamente não tão drástica quanto a hiena, o urso, e a onça, apesar de haverem diferenças. Mas tomando como base o admitidamente possível nas raças de cães, não me parece nem um pouco absurdo o parentesco entre todos esses seres, em diferentes graus.

E isso ocorre por todos os seres vivos. O grau de diferença entre os seres apontados como proximamente aparentados não é grande para que se possa negar razoavelmente o parentesco entre eles. Tanto que a maioria dos criacionistas que sabem que existem mais de 12 animais aceitam muitos deles (com negações arbitrárias), os defensores do ID também, aceitam todos.

Sei que não existem coisas conflitantes com o parentesco entre todas as aves, ou entre os animais apontados como parentes próximos em geral. Como algumas aves terem mamilos, por exemplo, ou guelras. Ou serem placentárias, ou realizarem fotossíntese. Nada disso seria impossível para uma criação especial das espécies de aves, ou praticamente qualquer origem de espécies aleatória quanto às restrições impostas pelo parentesco biológico. Mas seriam impossíveis de serem conciliadas com a evolução.




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E voce também está radicalizando o processo para tentar dissimular a falta de evidência.Ninguém falou em sequencia stop-motion super fluida.Uma sequencia de 20 fósseis mostrando a passagem dos terópodes para o Archeopteryx seria razoável.
Como eu mencionei anteriormente, arqueoptérix é um terópode, e uma ave. Ele é impossível de não ser classificado como terópode; e é tautologicamente classificado como ave por possuir penas e ter sido usado como base para o clado das aves. As outras aves diferem mais do arqueoptérix do que o arqueoptérix de outros dinossauros.

Eu não consigo imaginar exatamente uma sequência muito mais suave que a que existe entre os seres conhecidos, como o compsognato e o arqueopteryx, ou o microraptor, ou sinossauropterix. As diferenças entre eles, são do tipo das encontradas entre raças de cães (não documentadas por fósseis), tamanho corporal geral ou de partes específicas, diferente.

Mesmo que se assuma (forçosamente) que a taxa de fossilização preservaria idealmente a transição entre todas as espécies, e que já tenha se encontrado um número representativo de fósseis da fauna real da época (duas assunções praticamente absurdas juntas, porque implicaria que existiram poucas dezenas de algumas espécies, e quiçá, com indivíduos aleijados, se for defender mesmo a fidelidade do registro fóssil :roll: ), não são transformações absurdas de se supor poderem ocorrer, já que se conhece bastante de genética do desenvolvimento para dizer que são possíveis.

Fora isso, mesmo sem considerar os conhecimentos sobre desenvolvimento, ainda era preferível o parentesco com pequenos saltos evolutivos à coincidência de só existirem seres que parecem formar grupos aparentados, todos conectados como um parentesco coerente (em vez de todo parentesco hipotético ser igualmente defensável), sem que na verdade os caracteres fossem restritos pela descendência biológica.


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É curioso que, essa reclamação específica, em muitos casos, é pura birra, implicância, ou papagaiada impensada. Porque a maioria dos criacionistas cientes de que não existem apenas umas 12 espécies de animais, um número suficientemente pequeno para caber na arca de Noé, aceita a evolução de uns poucos "tipos" principais em seus milhares de espécies parentes próximos, milhões de especiações - nos mesmos parentescos apontados pelos cientistas, mas "cortados" arbitrariamente, de acordo com o gosto do autor criacionista, sem nunca haver uma defesa de limites biológicos dos "tipos".

O que que tem a ver o fato de os criacionistas acreditarem que os animais da arca sofreram milhões de especiações com o fato de não existirem fósseis de formas intermediarias ? Voce quer dizer que eles acreditam em uma metira pior então não deveriam criticar a sua ?

O ponto é que o parentesco é assumido sem a necessidade de fósseis intermediários como comprovação só para eles. Mas se defende-se ancestralidade comum universal total, querem saber dos fósseis como confirmação do parentesco.

É meio como se houvesse a seguinte situação: Beltrana, Sicrana, Fulanilda e Maria estão mortas, jazem em dois pares um pouco separados, numa mesma sala. Não se tem a arma do crime. Os análogos aos evolucionistas defendem que uma mesma pessoa, Fulano, matou todas essas mulheres, porque todas balas são identificáveis como provenientes da mesma arma.

Os análogos aos criacionistas defendem que Beltrana e Sicrana foram mortas pelo Fulano, porque as balas vêm da mesma arma, e que Fulanilda e Maria foram mortas por outra, mas não se sabe quem, e que essa pessoa desconhecida, que só se "sabe" que não é Fulano, matou as duas porque as balas são da provenientes mesma arma (que não se tem).

Quando os análogos aos evolucionistas dizem que evidências apontam para que todas foram mortas pela mesma pessoa, porque todas balas são da mesma arma, entre outras evidências, os análogos aos criacionistas perguntam desde "Cadê a arma do crime?" até "mas de que assassinatos está falando?"




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Amigo, acho que você não conhece a teoria que defende.Vou expor algumas partes mas também vou deixar o link caso queira ler o artigo todo.

http://www.jornalinfinito.com.br/series.asp?cod=124

No seu livro “O Relojoeiro Cego” Richard Dawkins disserta sobre o Equilíbrio Pontuado (punk eek, para os irreverentes), uma revisão do registro fóssil feita por Stephen Jay Gould, Niles Eldridge e Steve Stanley no ano de 1970. Esta nova teoria - equilíbrio pontuado – é a proposta feita pelos três cientistas para lidar com o embaraço provocado pelo registro fóssil, de um modo geral, que se mostra na atualidade da mesma forma como foi encontrado em 1859, mesmo se tendo em vista as “caçadas” intermitentes que lhe são feitas pelos especialistas. Gould fala:

A história de muitas espécies fósseis inclui dois aspectos particulares; ambos, inconsistentes em relação à teoria do gradualismo:
1. Estasis – A maioria das espécies não exibe uma mutação direcional durante a sua estada na terra. Elas aparecem no registro fóssil se mostrando mais ou menos as mesmas de quando desaparecem; a mutação morfológica é usualmente limitada e não direcionada.
na verdade, o termo seria "estase"; estase era aceita antes do equilíbrio pontuado, é simplesmente populações próximas de equilíbrio Hardy-Weinberg, conceito formulado em meados de 1900. Nunca se supôs que a evolução se desse em um ritmo constante, que eu saiba, ao menos não deve ter sido algo popular, e nunca foi  defendido por Darwin. Ernst Mayr e outros também defenderam coisas similares ou precursoras do equilíbrio pontuado, relacionadas ao mesmo tipo de coisas.

"Mutação direcional" é um termo um tanto tosco que pode ter um monte de significados, mas aí é provavelmente mais propriamente "evolução linear", que também não era defendida por Darwin, e algum tempo depois dele (pois a idéia o precede) nunca foi muito amplamente defendida de qualquer forma (e  quando era, geralmente acompanhada de rejeição à seleção natural) apesar de ter sido, por alguns paleontólogos, e com base no registro fóssil, irônicamente.

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2. Aparência repentina – Em nenhuma área ou local, as espécies surgem gradualmente através da transformação constante dos seus ancestrais: surgem de repente e completamente formadas (grifo do autor). Stephen Gould.
Gould mesmo aponta e acho que até dá exemplos de surgimento gradual das espécies em sítios localizados. Isso ocorre porque populações menores evoluem mais rapidamente (ainda que gradualmente), ao passo que maiores ficam mais provavelmente em equilíbrio.

Resulta disso tudo que em vez de toda a população mudar em conjunto, o que acaba sendo mais provável é a estabilidade das maiores populações, e evolução rápida, porém principalmente gradual, de populações isoladas.

Essas podem sumir sem deixar muitos vestígios, ou quando bem sucedidas, "aparecer do nada", como resultado do crescimento populacional ao longo das gerações, depois de evoluirem (adaptativamente e não adaptativamente) isoladas em alguma localidade e se espalharem por novos habitats.

Podem inclusive conviver lado a lado, contemporâneamente, com a forma "predecessora", talvez competindo no mesmo nicho, caso no qual uma delas, quando no mesmo habitat, ou iria seriam pressionadas para divergir mais (e rapidamente), adaptando-se em outro nicho ou em "sub-nichos" um pouco diferentes de forma a poderem coexistir. Em habitats distantes poderiam ambas continuar existindo apesar da adaptação ao mesmo nicho.

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http://www.herbario.com.br/bot/evol/stegoul.htm

Mudanças repentinas

Em 1967, ele recebeu um doutorado em paleontologia da Universidade Columbia e foi lecionar em Harvard, onde ele passaria o resto de sua carreira. Mas foi na escola de graduação que Gould e um colega, Niles Eldredge, agora um paleontólogo do Museu Americano de História Natural, começaram a plantar a semente do mais famoso dos debates que ele iniciou.
Ao estudar o registro fóssil, os dois estudantes não puderam encontrar a mudança gradual e contínua nas formas fósseis que, ensinaram a eles, seria o material da evolução. Em vez disso, eles encontraram aparições repentinas (no tempo geológico) de novas formas de fósseis seguidas por longos períodos em que esses organismos mudaram bem pouco.
Esse "no tempo geológico", implica que as mudanças são repentinas, mas ao mesmo tempo, provavelmente graduais na maior parte do tempo. Porque presume-se que a fossilização seja mais lenta que a evolução, seria como tentar fazer um filme de uma luta do Bruce Lee tirando um quadro a cada segundo, por exemplo.

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Os biólogos evolutivos sempre atribuíram essas dificuldades à famosa incompletude do registro fóssil. Então, em 1972, os dois propuseram a teoria do equilíbrio pontuado, que sugeria que tanto as aparições repentinas quanto a falta de mudanças eram reais.
Segundo a teoria, houve longos períodos de tempo, algumas vezes milhões de anos, durante os quais as espécies mudavam pouco, quando muito. Intermitentemente, novas espécies surgiam e havia uma rápida mudança evolutiva em uma escala de tempo geológica (ainda interminavelmente lenta para escalas de tempo humanas), resultando em uma súbita aparição de novas formas no registro fóssil. Ou seja, pontuações de mudança rápida contra um fundo de equilíbrio constante, daí o nome da teoria.

A falta de mudança é real no sentido de que não significa que se durante dois pontos no registro fóssil, tenha ocorrido uma mudança que pudesse ser calculada dividindo toda a diferença entre as formas, e distribuindo homogeneamente por esse tempo. O que não foi nunca amplamente defendido, mas algumas vezes assumido, ainda que em muitos casos, mudança mais gradual ao longo do tempo exista, e Eldredge, Gould ou outros não negassem.

Offline Clara Campos

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Re: Sobre a origem da vida e o artigo de Ian Musgrave
« Resposta #99 Online: 03 de Setembro de 2006, 18:20:37 »
pessoal, eu segui a discusão na diagonal, mas admito que não li todos os posts, por isso perdoem-me se o que vou postar já foi postado e/ou refutado.
Mas é que me parece que alguns posts caíem num erro comum: as "probabilidades biológicas" não são exactamente iguais às matemáticas.
Ou seja, enquanto pela lei mendeliana dois pais de sangue AB têm 50% de probabilidade de gerar descendência AB e 25% de AA e outros tantos de BB, na verdade outros factores fisiológicos interferem nessa probabilidade, pelo que a probabilidade de um descendente B é bastante inferior.

Assim, a probabilidade de determinadas moléculas simples não pde ser calculada somente pela lei das probabilidades, já que alguñs elementos têm tendência para se juntar, numa probabilidade bastante superior à matematicamente esperada.

 

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