indo meio off topic novamente... (valeria outra divisão de tópico?)Eu não costumo ver alegações fantásticas quanto ao esperado do registro fóssil, exceto por criacionistas. Parte disso se deve a falta de entendimento do que seriam formas transicionais e intermediárias. Geralmente querem algo como uma seqüência de esqueletos que seriam suficientes para montar com técnica stop-and-go uma animação super fluida da evolução de todas as espécies, o que é fantasioso, e desnecessário para a comprovação da hipótese. Da mesma forma que não é necessário isso para comprovação do parentesco entre todas as raças de cães.
As formas vivas e fósseis existentes são compatíveis com a hipótese, apesar da absurda improbabilidade desse resultado num cenário em que a hipótese fosse falsa. Seria como encontrar um monte de pedaços de papel aleatoriamente cortados de várias fontes, e por coincidência, conseguir montar uma imagem clara de só uma foto exata, ao mesmo tempo em que nenhum dos fragmentos de papel era dessa foto. Algo assim só é esperado de um quebra-cabeças, de uma foto cortada em pedaços, tal como a defensabilidade da ancestralidade comum universal só seria possível se ela de fato tivesse ocorrido.
O que voce espera do registro fóssil não tem nada a ver com o fato de terem existido milhões de formas intermediárias.
Os criacionismos (na verdade, qualquer hipótese não restrita pela descendência biológica para a origem das espécies) prevêem mais formas intermediárias que a evolução. Muito mais.
Não se tem conhecimento de sequer uma forma viva ou extinta que seja incompatível com a ancestralidade comum universal. E a ancestralidade comum universal não é intestável, não se adequa a qualquer observação possível de ser imaginada; muito pelo contrário. Apenas uma fração mínima das observações possíveis seria compatível com ela.
Apenas seres cuja distribuição de caracteres permitisse que fossem organizados filogeneticamente, de acordo com as previsões do que é esperado por parentesco.
Os caracteres dos seres não poderiam estar embaralhados de qualquer forma. Mas há mais, muito mais, formas possíveis de distribuição de caracteres, diversas permutações possíveis, que não seriam compatíveis com a ancestralidade comum universal, do que as que seriam.
Exemplos de possibilidades de distribuições de caracteres incompatíveis com evolução:
- animais como pequenos cães, gatos, macacos, ou moluscos, com asas nas costas em vez disso, o que se tem são apenas alguns tipos de asas, e restritas filogeneticamente... isso é, nem mesmo animais que tÊm asas, têm alternância dos tipos de asa, (como alguns morcegos com asas de ave e vice-versa), nem usam apenas um tipo de asa universal (todos terem asas de ave, melhores) - previsão justa de distribuição teleologica de caracteres por um projetista comum de todos seres.
Ao mesmo tempo, há organismos com asas, mas não são usadas para voar, nos avestruzes, kiwis, etc. Novamente, algo que que é muito honesto se dizer inesperado de uma distribuição teleológica de caracteres. Não vem ao caso que as estruturas sejam úteis de alguma forma, o ponto é que são estruturas de asas, sem a função de asas.
Algumas espécies de gorgulho tem os élitros que recobrem as asas, fundindos, as inutilizando completamente. Elas ainda assim, estão lá. Inesperado de uma distribuição teleológica. Nem tanto de uma meramente não filogeneticamente restrita, mas dessa também se esperaria muito mais coisas.
- pequenos vertebrados, como peixes, pequenos roedores, anfíbios ou aves, com asas de inseto, ou pequenas asas como as de colibri.Parecido com o anterior; mas é interessante que se tenha por exemplo,
peixe-voador, que dá saltos usando nadadeiras alongadas como asas para alongar os saltos, e os do gênero Thoracocharax, capazes de limitado vôo impulsionado pelo bater de nadadeiras... peixes que se presumiria projetados para o vôo, supondo planejamento dos seres, mas no entanto novamente não condizente com teleologia, onde se esperaria a utilização de outras formas de asa mais eficientes, sem "por acaso" serem nadadeiras de peixe modificadas
- primatas com cauda de peixe e adaptações aquáticascomo sereias. As coisas mais parecidas que se tem com isso, são mamíferos adaptados ao meio aquático... mas novamente, os sinais da descendência são gritantes, em toda anatomia e mais. Mamíferos terrestres, fazem movimentos ondulatóriso com o tronco para frente e para trás quando correm; peixes, melhor adaptados ao nado, fazem o movimento ondulatório para os lados.
Se os animais foram projetados, coincidentemente os mamíferos aquáticos foram feitos apenas com o movimento ondulatório da coluna igual ao dos mamíferos terrestres, apesar disso não ser algo de forma alguma necessário para esses seres.
"Do outro lado" da coisa, anfíbios e répteis terrestres, têm mesmo em terra um movimento ondulatório da coluna para os lados, obviamente mais favorável e presumivelmente "projetado" para locomoção aquática, as melhores formas de locomoção terrestre são as dos mamíferos, por essa e outras razões. Enquanto os peixes, supostamente ancestrais desses, também tem esse mesmo movimento (inclusive os que se aventuram pela terra eventualmente), e praticamente nunca (desconheço, talvez as arraias) o movimento ondulatório no sentido dos mamíferos terrestres.
Parece coisa do PicassoAqui tem uma imagem de um linguado.
Esse peixe vive se arrastando junto ao solo, mais ou menos como algumas arraias. Linguados e arraias são adaptatos a modos de vida similares, onde poderia-se razoavelmente presumir que um mesmo projetista usaria as mesmas adaptações nos dois casos (isso se não fizesse um peixe só, ou uma variedade a mais de arraia um pouco diferente no que quer que fosse necessário).
Mas com o linguado ocorre uma coisa muito estranha. Ele é inegavelmente um peixe aparentado com outros de formato de corpo similar, mas que nadavam posicionando-se perpendiculares, e não paralelamente ao solo aquático. A sua cabeça é toda torta, porque durante o desenvolvimento ela se "deforma" (programadamente, não por esforço) para ficar de acordo com esse modo de vida. Normalmente, um peixe com esse corpo, teria um olho de cada lado da cabeça, mas no caso dele, um deles migra, atravessando a cabeça, para o oturo lado, o que seria o "de cima", que na verdade é do lado.
Enquanto a seleção natural é "compulsiva" e improvisa, e se esperaria essas e outras dela, não é algo esperado do mesmo inventor das arraias.
No mínimo, seria mais compatível com múltiplos inventores dos seres, que tem restrições por patentes, o que aliás, talvez explicasse as "aparentes" restrições filéticas da distribuição de caracteres. Ou pode ser tudo engodo de um só criador fazendo uma evolução falsa, ou se passando por mais de um, mas a hipótese que não requer que se hipotetize seres desconhecidos com poderes desconhecidos já explica tudo isso de forma mais elegante.
...e por aí vai, são praticamente infindáveis as possibilidades de distribuições de características incompatíveis com parentesco, seja apenas embaralhando características existentes, inventando outras, seja fazendo isso aleatoriamente ou inteligentemente.
Mas simplesmente não há quimeras incompatíveis com a ancestralidade comum universal, apesar dessas serem absurdamente mais prováveis, não houvesse esse mecanismo para restringir as características. Negar o parentesco é como montar um quebra cabeças, que seja um que falte algumas peças, mas o suficiente para ficar bem claro que é um quebra cabeças, e ainda assim, defender que não, que é só coincidência, que as peças não tem tal relação de parentesco, mas foram desenhadas independentemente, em peças recortadas independentemente, ou seja, sem usar os recortes "automáticos" que se encaixariam naturalmente ("por descendência") uns nos outros, e que se explicaria a imagem do quebra-cabeças e os encaixes darem certo só porque foi uma mesma pessoa que pintou e recortou cada peça, ainda que independentemente, sem planejar fingir fazer um quebra-cabeças.
Isso é uma consequencia natural do gradualismo.Quantas mutações foram necessárias para transformar um terópode em uma ave ? um mil , um milhão ? agora imagine todas as formas de vida que existiram evoluindo por bilhões de anos ? Voce pode até dar uma explicação para não encontrarmos os fósseis mas negar a existência dessas formas realmente me surpreende.
Eu não nego as formas intermediárias; apenas que fossem esperadas o suficiente para fazer um uma animação quadro-a-quadro mostrando uma suave transformação de uma espécie em outra.
O Archaeopteryx
é uma ave
e um terópode. Aves são terópodes:
Archaeopteryx:

Deinonychus (dinossauro terópode):

Bem, esse dinossauro especificamente poderia ser na verdade de uma linhagem primitiva de aves que perderam a capacidade de vôo, segundo alguns; de qualquer forma:

Aí estão as imagens dos esqueletos de um compsognato (celurossauro apenas, não dromeossauro), um arqueoptérix e uma galinha.
A diferença esquelética é inegavelmente menor entre o arqueoptérix e o compsognato do que entre a galinha e o arqueoptérix. Terópodes já tinham inclusive os espaços no esqueleto relacionados aos sacos de ar do aparelho respiratório das aves (ainda que os sacos de ar em si não tenham sido preservados, são tecido mole muito difícil de se preservar).
Há outros diversos dinossauros ou talvez aves, animais no limiar dessa transição de dificil classificação, por causa das características intermediárias. Ao mesmo tempo, não há formas intermediárias entre aves e morcegos, ou entre aves e macacos, ou entre aves e peixes. Só entre aves e dinossauros, tal como seria esperado se elas descendessem deles, ou de uma coincidência, de seres criados independentemente, mas por puro acaso (ou engodo), parecendo parentes.
Ficam sendo mais necessárias até as transições dentro das próprias aves, do que entre aves e dinossauros. Eu não conheço todas as filogenias de todos grupos de animais. Por exemplo, os crânios a seguir:







Diferem mais nítidamente entre os animais que são aceitos como aparentados por todos os fundamentalistas (suponho), o buldogue, chihuahua, shar pei e o lobo.
Apesar de não haver fósseis intermediários entre eles. E a diferença é comparativamente não tão drástica quanto a hiena, o urso, e a onça, apesar de haverem diferenças. Mas tomando como base o admitidamente possível nas raças de cães, não me parece nem um pouco absurdo o parentesco entre todos esses seres, em diferentes graus.
E isso ocorre por todos os seres vivos. O grau de diferença entre os seres apontados como proximamente aparentados não é grande para que se possa negar razoavelmente o parentesco entre eles.
Tanto que a maioria dos criacionistas que sabem que existem mais de 12 animais aceitam muitos deles (com negações arbitrárias), os defensores do ID também, aceitam todos.Sei que não existem coisas conflitantes com o parentesco entre todas as aves, ou entre os animais apontados como parentes próximos em geral. Como algumas aves terem mamilos, por exemplo, ou guelras. Ou serem placentárias, ou realizarem fotossíntese. Nada disso seria impossível para uma criação especial das espécies de aves, ou praticamente qualquer origem de espécies aleatória quanto às
restrições impostas pelo parentesco biológico. Mas seriam impossíveis de serem conciliadas com a evolução.
E voce também está radicalizando o processo para tentar dissimular a falta de evidência.Ninguém falou em sequencia stop-motion super fluida.Uma sequencia de 20 fósseis mostrando a passagem dos terópodes para o Archeopteryx seria razoável.
Como eu mencionei anteriormente, arqueoptérix
é um terópode,
e uma ave. Ele é impossível de não ser classificado como terópode; e é tautologicamente classificado como ave por possuir penas e ter sido usado como base para o clado das aves. As outras aves diferem mais do arqueoptérix do que o arqueoptérix de outros dinossauros.
Eu não consigo imaginar exatamente uma sequência muito mais suave que a que existe entre os seres conhecidos, como o compsognato e o arqueopteryx, ou o microraptor, ou sinossauropterix. As diferenças entre eles, são do tipo das encontradas entre raças de cães (não documentadas por fósseis), tamanho corporal geral ou de partes específicas, diferente.
Mesmo que se assuma (forçosamente) que a taxa de fossilização preservaria idealmente a transição entre todas as espécies, e que já tenha se encontrado um número representativo de fósseis da fauna real da época (duas assunções praticamente absurdas juntas, porque implicaria que existiram poucas dezenas de algumas espécies, e quiçá, com indivíduos aleijados, se for defender mesmo a fidelidade do registro fóssil

), não são transformações absurdas de se supor poderem ocorrer, já que se conhece bastante de genética do desenvolvimento para dizer que são possíveis.
Fora isso, mesmo sem considerar os conhecimentos sobre desenvolvimento, ainda era preferível o parentesco com pequenos saltos evolutivos à coincidência de só existirem seres que parecem formar grupos aparentados, todos conectados como um parentesco coerente (em vez de todo parentesco hipotético ser igualmente defensável), sem que na verdade os caracteres fossem restritos pela descendência biológica.
É curioso que, essa reclamação específica, em muitos casos, é pura birra, implicância, ou papagaiada impensada. Porque a maioria dos criacionistas cientes de que não existem apenas umas 12 espécies de animais, um número suficientemente pequeno para caber na arca de Noé, aceita a evolução de uns poucos "tipos" principais em seus milhares de espécies parentes próximos, milhões de especiações - nos mesmos parentescos apontados pelos cientistas, mas "cortados" arbitrariamente, de acordo com o gosto do autor criacionista, sem nunca haver uma defesa de limites biológicos dos "tipos".
O que que tem a ver o fato de os criacionistas acreditarem que os animais da arca sofreram milhões de especiações com o fato de não existirem fósseis de formas intermediarias ? Voce quer dizer que eles acreditam em uma metira pior então não deveriam criticar a sua ?
O ponto é que o parentesco é assumido sem a necessidade de fósseis intermediários como comprovação só para eles. Mas se defende-se ancestralidade comum universal total, querem saber dos fósseis como confirmação do parentesco.
É meio como se houvesse a seguinte situação: Beltrana, Sicrana, Fulanilda e Maria estão mortas, jazem em dois pares um pouco separados, numa mesma sala. Não se tem a arma do crime. Os análogos aos evolucionistas defendem que uma mesma pessoa, Fulano, matou todas essas mulheres, porque todas balas são identificáveis como provenientes da mesma arma.
Os análogos aos criacionistas defendem que Beltrana e Sicrana foram mortas pelo Fulano, porque as balas vêm da mesma arma, e que Fulanilda e Maria foram mortas por outra, mas não se sabe quem, e que essa pessoa desconhecida, que só se "sabe" que não é Fulano, matou as duas porque as balas são da provenientes mesma arma (que não se tem).
Quando os análogos aos evolucionistas dizem que evidências apontam para que todas foram mortas pela mesma pessoa, porque todas balas são da mesma arma, entre outras evidências, os análogos aos criacionistas perguntam desde "Cadê a arma do crime?" até "mas de que assassinatos está falando?"
Amigo, acho que você não conhece a teoria que defende.Vou expor algumas partes mas também vou deixar o link caso queira ler o artigo todo.
http://www.jornalinfinito.com.br/series.asp?cod=124
No seu livro “O Relojoeiro Cego” Richard Dawkins disserta sobre o Equilíbrio Pontuado (punk eek, para os irreverentes), uma revisão do registro fóssil feita por Stephen Jay Gould, Niles Eldridge e Steve Stanley no ano de 1970. Esta nova teoria - equilíbrio pontuado – é a proposta feita pelos três cientistas para lidar com o embaraço provocado pelo registro fóssil, de um modo geral, que se mostra na atualidade da mesma forma como foi encontrado em 1859, mesmo se tendo em vista as “caçadas” intermitentes que lhe são feitas pelos especialistas. Gould fala:
A história de muitas espécies fósseis inclui dois aspectos particulares; ambos, inconsistentes em relação à teoria do gradualismo:
1. Estasis – A maioria das espécies não exibe uma mutação direcional durante a sua estada na terra. Elas aparecem no registro fóssil se mostrando mais ou menos as mesmas de quando desaparecem; a mutação morfológica é usualmente limitada e não direcionada.
na verdade, o termo seria "estase"; estase era aceita antes do equilíbrio pontuado, é simplesmente populações próximas de equilíbrio Hardy-Weinberg, conceito formulado em meados de 1900. Nunca se supôs que a evolução se desse em um ritmo constante, que eu saiba, ao menos não deve ter sido algo popular, e nunca foi defendido por Darwin. Ernst Mayr e outros também defenderam coisas similares ou precursoras do equilíbrio pontuado, relacionadas ao mesmo tipo de coisas.
"Mutação direcional" é um termo um tanto tosco que pode ter um monte de significados, mas aí é provavelmente mais propriamente "evolução linear", que também não era defendida por Darwin, e algum tempo depois dele (pois a idéia o precede) nunca foi muito amplamente defendida de qualquer forma (e quando era, geralmente acompanhada de rejeição à seleção natural) apesar de ter sido, por alguns paleontólogos, e com base no registro fóssil, irônicamente.
2. Aparência repentina – Em nenhuma área ou local, as espécies surgem gradualmente através da transformação constante dos seus ancestrais: surgem de repente e completamente formadas (grifo do autor). Stephen Gould.
Gould mesmo aponta e acho que até dá exemplos de surgimento gradual das espécies em sítios localizados. Isso ocorre porque populações menores evoluem mais rapidamente (ainda que gradualmente), ao passo que maiores ficam mais provavelmente em equilíbrio.
Resulta disso tudo que em vez de toda a população mudar em conjunto, o que acaba sendo mais provável é a estabilidade das maiores populações, e evolução rápida, porém principalmente gradual, de populações isoladas.
Essas podem sumir sem deixar muitos vestígios, ou quando bem sucedidas, "aparecer do nada", como resultado do crescimento populacional ao longo das gerações, depois de evoluirem (adaptativamente e não adaptativamente) isoladas em alguma localidade e se espalharem por novos habitats.
Podem inclusive conviver lado a lado, contemporâneamente, com a forma "predecessora", talvez competindo no mesmo nicho, caso no qual uma delas, quando no mesmo habitat, ou iria seriam pressionadas para divergir mais (e rapidamente), adaptando-se em outro nicho ou em "sub-nichos" um pouco diferentes de forma a poderem coexistir. Em habitats distantes poderiam ambas continuar existindo apesar da adaptação ao mesmo nicho.
http://www.herbario.com.br/bot/evol/stegoul.htm
Mudanças repentinas
Em 1967, ele recebeu um doutorado em paleontologia da Universidade Columbia e foi lecionar em Harvard, onde ele passaria o resto de sua carreira. Mas foi na escola de graduação que Gould e um colega, Niles Eldredge, agora um paleontólogo do Museu Americano de História Natural, começaram a plantar a semente do mais famoso dos debates que ele iniciou.
Ao estudar o registro fóssil, os dois estudantes não puderam encontrar a mudança gradual e contínua nas formas fósseis que, ensinaram a eles, seria o material da evolução. Em vez disso, eles encontraram aparições repentinas (no tempo geológico) de novas formas de fósseis seguidas por longos períodos em que esses organismos mudaram bem pouco.
Esse "no tempo geológico", implica que as mudanças são repentinas, mas ao mesmo tempo, provavelmente graduais na maior parte do tempo. Porque presume-se que a fossilização seja mais lenta que a evolução, seria como tentar fazer um filme de uma luta do Bruce Lee tirando um quadro a cada segundo, por exemplo.
Os biólogos evolutivos sempre atribuíram essas dificuldades à famosa incompletude do registro fóssil. Então, em 1972, os dois propuseram a teoria do equilíbrio pontuado, que sugeria que tanto as aparições repentinas quanto a falta de mudanças eram reais.
Segundo a teoria, houve longos períodos de tempo, algumas vezes milhões de anos, durante os quais as espécies mudavam pouco, quando muito. Intermitentemente, novas espécies surgiam e havia uma rápida mudança evolutiva em uma escala de tempo geológica (ainda interminavelmente lenta para escalas de tempo humanas), resultando em uma súbita aparição de novas formas no registro fóssil. Ou seja, pontuações de mudança rápida contra um fundo de equilíbrio constante, daí o nome da teoria.
A falta de mudança é real no sentido de que não significa que se durante dois pontos no registro fóssil, tenha ocorrido uma mudança que pudesse ser calculada dividindo toda a diferença entre as formas, e distribuindo homogeneamente por esse tempo. O que não foi nunca amplamente defendido, mas algumas vezes assumido, ainda que em muitos casos, mudança mais gradual ao longo do tempo exista, e Eldredge, Gould ou outros não negassem.