Nada disso. Uma sequência inteira de um gene pode ser copiada, mantendo o original intacto e depois alterando mais "levemente" a cópia, que passa a produzir outra enzima diferente, ou seja, a quantidadede nucleotídeos diferentes não representa a quantidade de mutações ocorridas
Duplicação genética, como o nome mesmo diz é uma cópia do gene original o que resulta em um resultado nulo, já que esse gene precisa depois sofrer mutações para ter uma função nova , então voce choveu no molhado.
Vejamos:
Suponha que um gene que possui uma seqüencia de 1000 nucleotídeos seja duplicado. Após isso, ele sofre mais duas mutações, uma delas alterando 1 nucleotídeo e outra alterando 2. No total, teremos então 1003 nucleotídeos de diferença, produzidos com 3 mutações.
Alguém depois, ao querer calcular quantas mutações foram necessárias para produzir essa diferença de 1003 nucleotídeos, poderá dizer que foram necessárias 1003 mutações (se considerar que cada nucleotídeo de diferença foi produzido por um único evento mutacional), ou 501 mutações (se considerar 1 mutação para cada 2 nucleotídeos), sendo que foram apenas 3! Seria uma grande superestimação, não acha?
É essa gigantesca possibilidade de superestimações que eu vejo em cálculos que considerem cada nucleotídeo diferente uma mutação, ou então 2 ou 3. É muito variável a quantidade de nucleotídeos que podem ser envolvidos em uma mutação.
Somente uma média ponderada da quantidade de nucleotídeos geralmente envolvidas em mutações poderia atenuar essa possibilidade de superestimação.
"Cópias levemente alteradas de genes inteiros"
Por Favor defina "levemente".Toda mutação gera uma cópia levemente alterada de genes inteiros, e daí ? Continua chovendo no molhado
"Levemente" seria uma alteração de uma quantidade extremamente pequena de nucleotídeos quando comparada ao tamanho total do gene.
"
Toda mutação gera uma cópia levemente alterada de genes inteiros"Não. Uma mutação pode alterar um gene sem antes copiá-lo. Nesse caso, não há a possibilidade do gene original continuar existindo, como ocorre quando há cópia. E a diferença entre o original e o mutante seria apenas os nucleotídeos envolvidos, enquanto na cópia seria os nucleotídeos "levemente" alterados mais todo o resto que foi duplicado.
(Um exemplo disso é o gene que codifica a enzima "anti-congelante" dos peixes árticos, que é uma cópia levemente alterada de um gene de uma enzima pancreática).
Poderia me informar em quantos nucleotideos eles são diferentes ? E o artigo que prova que um é uma mutação do outro.
Não sei. Vou procurar. Eu vi essa referência no "Livro de Ouro da Evolução", de Carl Zimmer.
O que seria provar que um gene é mutação de outro para você?
Se uma predição feita a partir dessa hipótese - a de que seria encontrado um gene com a sequência de bases intermediária entre a enzima anti-congelante e a enzima pancreátca - se cumprisse, seria uma prova? Foi o que ocorreu.
Portanto, a existência de portadores de outras mutações benéficas diminuem o custo de fixação de uma determinada mutação justamente porque a adaptabilidade desses portadores em relação à mesma será maior do que 0,99 ( o s deles será menor do que 0,1). Não há portanto essa de que a única forma do custo ser reduzido é se as mutações ocorrerem no mesmo indivíduo.
Voce continua não entendendo.O custo de substituição não é simplesmente a morte do que não tem a mutação, mas o fornecimento do substituto dessa morte que é o que garantirá a sobrevivência da espécie e a proliferação do novo gene.Por sua vez a velocidade de substituição está limitada pela taxa reprodutiva da espécie.
No meu ver, a quantidade total de mortes que ocorre durante todo o período de fixação é o que menos importa. O que importa é saber se:
1- A população cairá tanto a ponto de correr risco de extinção antes que os mutantes tenham tempo de se multiplicarem;
2- A fixação demorará muito.
Para o primeiro caso, o que importa é saber quantos indivíduos morrerão
a cada geração. Se a queda populacional resultante disso não reduzir a população a nada, ou próximo disso, até que a multiplicação dos mutantes inverta a curva populacional, não vejo problemas.
O que eu falei no post sobre a existência de outras mutações benéficas diminuirem o custo é justamente isso: eles não sofrerão redução severa como os não-mutantes, logo, contribuirão para "segurar" a queda populacional enquanto os mutantes não invertem a curva de queda. Quanto mais mutações benéficas equivalentes ou quase coexistirem, mais aliviada será a queda, e menos risco de extinção haverá.
Quanto à segunda questão, a reprodução sexuada pode acelerar o espalhamento da mutação.
Para complementar o que eu disse, como os não-mutantes tem menor adaptabilidade em relação a A e B, eles "sumirão" primeiro. A população inicialmente decrescerá, pois eles são a maioria. Mas quando os portadores de A ou de B passarem a ser maioria, a população total poderá voltar crescer (nascimentos superando mortes)
Só que voce tem que colocar isso em números.Se a taxa de seletividade for maior que a capacidade de A e B de repôr, a espécie irá a extinção.Mas se por outro lado você reduzir a taxa de seletividade a fim de que A e B possam pagar então a fixação vai demorar mais tempo.Taí o dilema de novo.Não se esqueça que estamos falando de mamíferos e não de bactérias ou insetos.
Ok. Mas isso não respondeu em nada ao meu post. Ele afirma que a eliminação primeira dos não-mutantes deixa somente os mutantes, e a reprodução sexuada acelerará o processo de fixação de ambos os genes na população.
Eles não podem se encontar via reprodução sexuada? Por quê?
Fixação de um alelo significa que ele atingiu a frequência de 100%.Ou seja, no caso do exemplo, só poderia existir individuos ABC.Mas como os genes têm o mesmo valor seletivo, na verdade o que vamos ter é uma população de ABC, AXX, ABX,AXC e etc. Sem nenhuma combinação se fixando.
Você está afirmando que ABC não teria maior adaptabilidade do que AXX, ABX, etc ? Por quê?
Afinal de contas, "custo de fixação" é a quantidade de mortes que ocorrerão entre indivíduos que não possuem uma mutação benéfica devido às suas desvantagens adaptativas, mortes essas que os possuidores da mutação terão que cobrir; ou é simplesmente "a quantidade de indivíduos que não possuem uma mutação que "precisam" ser removidos"?
Na verdade, o custo de fixação é a quantidade de individuos que não possuem uma mutação que precisam ser removidos. Pagar o custo já é fornecer os individuos que irão substituir essas mortes. Eu falei em tempo por que estamos diante de um dilema.Para tornamos o custo pagável pelos mamíferos temos que transformar esse custo em tempo.Mas concordo que acabei dando margem para confusão.
Até que me provem o contrário, o custo total de fixação é totalmente irrelevante. Só são relevantes as "prestações".
Por que você acha que os três genes não podem “se toparem” nos mesmos indivíduos via reprodução sexuada?
Eles podem se topar via reprodução sexuada.Como disse anteriormente, como eles têm o mesmo valor seletivo então eles não vão se fixar, ou seja nenhum vai atingir 100% de frequência.
A resposta disso é essa pergunta:
Por que você afirma que ABC teria o mesmo valor seletivo em um indivíduo do que A, B ou C isolados?
Por que para ABC ter maior valor seletivo, significa que algum dos 3 genes tem maior valor seletivo do que os outros dois então esse gene eliminaria os outros dois.Para que os 3 continuem é necessário que o valor seletivo seja o mesmo.
???????!!!!!!!!!!
O que você acabou de dizer é equivalente a dizer que 3 (1+1+1) seria equivalente a 1 ou 2 (1+1).
Ou então que um indivíduo forte e veloz é equivalente a um forte não-veloz, ou a um fraco veloz.