O problema Lua , é que o caso deixou de ser um caso legal para se tornar um caso político.... imagine a pressão que o planalto esta fazendo nos ministros do STF.
O problema é que essa pressão é visível, Barata. O Planalto, representado principalmente na pessoa do MJ Tarso Genro, adotou uma postura em que coloca em dúvida a capacidade italiana em receber um condenado e garantir que seus direitos sejam respeitados. Vai mais além, ao contestar a condenação e afirmar que não existem provas reais de que Battisti tenha cometido os crimes. Ora, para um Estado Democrático de Direito, questionar seu arcabouço judiciário, responsável pelo fiel cumprimento das leis, é uma ofensa.
Recentemente estava estudando Constitucional e uma colocação do autor me chamou atenção (o livro é de 2007) :
"O STF poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado, ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, sequestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social". A referida colocação remetia ao Art. 77, que elenca as hipóteses em que a extradição é vedada: no inciso VII, a lei fala em "O fato constituir crime político". Ou seja, existe a possibilidade de que o STF julgue de forma contrária ao entendimento do MJ - que contrariou inclusive o CONARE, que conta com representantes de várias esferas do governo.
Vamos esperar para ver, mas logo adianto: a pressão do Executivo é notória sim, mas espero que o STF adote uma postura condizente com sua função, preservando sobretudo a autonomia que possui e a imparcialidade no julgamento de situações que tenham grande conotação política.