Autor Tópico: Caso Battisti  (Lida 95176 vezes)

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Offline Geotecton

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Re: Caso Battisti
« Resposta #425 Online: 03 de Janeiro de 2011, 13:49:31 »
Você não explicou nada em relação ao caso, apenas acrescentou mais uma informação inútil para o entendimento da sua ideologia pessoal com base no legalismo italiano.

Você acompanha este tópico desde o início, no qual já foram fornecidas as explicações sobre a natureza das acusações e condenações do senhor Battisti pelo estado italiano. A única "informação inútil" que eu postei foi realçar a decisão da justiça italiana. Há alguma ideologia nisto? Não, não há!


Se quer me classificar ideológicamente, meus parabéns, essa foi uma das questões que o fCC mais tratou e que mais levou em nada, a não ser demonstrar que é inútil em termos gerais. O Agnóstico que o diga.

Eu não quis classifica-lo ideologicamente, pois voce já o fez em outros tópicos. Apenas o relembrei deste fato, destacando que não há nada de errado nisto, conforme consta em minha postagem anterior, a não ser nos casos de discussões acaloradas e ou subjetivas.


Além de que eu sempre me posiciono contra os ridículos testes de análise política feitos por malfadadas instituições nada isentas ideológicamente.

Desculpe caro Adriano, mas acho que não entendi. A quais "instituições malfadadas" voce se refere?


E com certeza eu me afinizo com o Juca em termos de cognição política e óbviamente a minha intervenção tem esta motivação, pois ele me representa muito bem o meu entendimento sobre a política.

Não vejo qualquer problema nisto, a não ser é claro, quando a análise resvala para a defesa de uma ideologia, ignorando os aspectos jurídicos nacionais e supra-nacionais.


É como se eu estivesse postanto e as vezes de forma melhor, ele antecipa muita coisa que eu tendo a concordar. É que eu não tenho muita paciência para ouvir esses xiliques do pensamento conservador padrão da comunidade.

Você se considera então um "progressista", um elemento que pertence à vanguarda, um iluminado que sabe interpretar a "voz do povo"?

Seria isto mesmo? Porque se for, este discurso marxista surrado e gasto já foi enterrado pela História.


E analisar outros foristas apenas com base no que eu disse, num pos ou outro, no fórum é por demais simplista.

Fui simplista? Então me diga qual parte da afirmação que farei a seguir está errada, que não se encaixa com você!

"O forista Adriano está situado entre a esquerda e a extrema-esquerda do espectro político, com forte simpatia ao marxismo, tanto em sua tese como em sua práxis; considerando o estado um ente indispensável, ainda que este seja frequentemente manipulado pelas elites econômicas e políticas burguesas. Aspectos como propriedade privada e lucro são tolerados por ele, mas claramente simpatiza com a ideia de que são valores típicos de democracias burguesas e como tais devem ser eliminados na medida do possível. Por fim, acha que as empresas privadas são um mal tolerável, mas que paulatinamente, o estado e o proletariado, em sua acepção hobsbawniana, devem ocupar o espaço delas, em particular das grandes corporações".


Uma das coisas que eu mais fiz foi falar sobre política e com certeza eu posso lhe garantir que encontro muito mais conteúdo condizente, e que supera esta visão estreita de "ideologia", se você quizer partir para uma possível embate de evidênciação internética interna na comunidade.  :ok:

Eu não quero "lutar" ou travar um "embate" com você. Mas se você quiser dialogar e discutir sobre os assuntos supramencionados, eu aceito.


Vamos voltar a objetividade do caso e então analizar a questão legal, porém referente ao contexto que são as leis internacionais, mas não simplesmente ao subjetivismo de "péssimo exemplo", já que pode ser considerado um ótimo exemplo no meu entendimento, pois vocês estão focando na legalidade interna.

É claro que a preferência da análise é pela legalidade interna, pois se trata de um indivíduo acusado, julgado e condenado pelo estado italiano, este em seu pleno estado de direito, e feito por um judiciário independente, a não ser que você demonstre o contrário.

O "péssimo exemplo" a que me refiro é que foi recepcionado um indivíduo considerado criminoso em seu país de origem, mas que tinha afinidade ideológica com os membros mais elevados da hierarquia do governo brasileiro, incluindo o presidente.

Eu não vi tal empenho do governo brasileiro para defender os boxeadores cubanos, que pediram exílio sem quaisquer restrições em seus passados, e nem tampouco para Orlando Zapata, preso político que morreu devido à sua greve de fome em Cuba, e que também tinha um passado pessoal sereno, como qualquer um de nós. Seria mera coincidência ou pesou o fato de que o governo brasileiro também tinha afinidade ideológica com o governo cubano?


Já as diversas influências que constroem a cognição política de cada indivíduo para as suas avaliações morais para os comportamentos inter-relacionais entre os estados soberanos não devem necessariamente entrar em análise.  :wink:

Quer dizer então que o "progressista" Adriano não ve nenhuma necessidade de que estados nacionais tenham que agir segundo regras mínimas de conduta ética e moral, seja na política ou na diplomacia?

Então aplique-se sempre uma "realpolitik" e f... o resto. É isto?
« Última modificação: 14 de Dezembro de 2018, 08:19:08 por Geotecton »
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Offline _tiago

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Re: Caso Battisti
« Resposta #426 Online: 03 de Janeiro de 2011, 15:00:29 »
Não sei se alguém postou aqui, mas vai o despacho da AGU que, segundo consta, motivou a decisão do presidente.

A íntegra da decisão, são 65 folhas e 170 artigos.
« Última modificação: 03 de Janeiro de 2011, 15:18:28 por Mabumbo »

Offline _Juca_

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Re: Caso Battisti
« Resposta #427 Online: 03 de Janeiro de 2011, 16:58:44 »
...É que eu não tenho muita paciência para ouvir esses xiliques do pensamento conservador padrão da comunidade...

Você não tem paciência de ser patrulhado ideologicamente, eu entendo. Mas esse foi um dos motivos dos quais eu posto sobre política aqui, para não parecer um Fórum Clube Conservador, e não ser um fórum de uma opinião só. É comum o pensamento mais à direita patrulhar a esquerda e vice-versa nos fóruns de política, quando são majoritários. Repare por exemplo se o Arcanjo sobre algum tipo de patrulhamento, muito pouco, de mim é que não vai ser, mas no caso da política, ainda mais com o Agnóstico, dois pesos e duas medidas são praxe.

Offline Moro

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Re: Caso Battisti
« Resposta #428 Online: 03 de Janeiro de 2011, 18:27:52 »
Ser lulista não dá a ninguém o status de ser progressista nem ser contra a Lula dá o status de conservador, até porque o governo de Lula possui muitas características progressistas e conservadoras.

Meu patrulhamento é contra ideologia. Sou progressista e contra a idolatria ao Lula.
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Offline Moro

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Re: Caso Battisti
« Resposta #429 Online: 03 de Janeiro de 2011, 18:34:16 »
Juca, sei que vou te fazer um desafio e você vai fugir ridiculamente como sempre faz.

Ex, você me chamou de direita e eu te DESAFIEI que podia mostrar 30 posts antigos meus, antes de sua presença no fórum se quiser, onde defendo bandeiras da esquerda (apesar de não me chamar de esquerda).

E posso mostrar mais 30 posts onde defendo o Lula. Mas é claro você prefere montar uma estória ridícula na sua cabeça onde eu sou um conservador que persigo um progressista, no caso você. Na verdade eu sou um cético que pega no pé de religiosos toscos. Só isso.

Onde tive dois pesos e duas medidas (obs: pegue o contexto todo da discussão e mostre).
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Offline Mahul

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Re: Caso Battisti
« Resposta #430 Online: 03 de Janeiro de 2011, 18:46:00 »
Ser lulista não dá a ninguém o status de ser progressista nem ser contra a Lula dá o status de conservador, até porque o governo de Lula possui muitas características progressistas e conservadoras.

Meu patrulhamento é contra ideologia. Sou progressista e contra a idolatria ao Lula.
:ok: É isso aí, Agnóstico! É mais ou menos o que eu penso! Também não gosto nenhum pouco do maniqueísmo reducionismo de muitos debates em que a coisa ou é 8 ou 80! :umm: |(
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Offline _Juca_

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Re: Caso Battisti
« Resposta #431 Online: 03 de Janeiro de 2011, 20:39:10 »
Juca, sei que vou te fazer um desafio e você vai fugir ridiculamente como sempre faz.

Ex, você me chamou de direita e eu te DESAFIEI que podia mostrar 30 posts antigos meus, antes de sua presença no fórum se quiser, onde defendo bandeiras da esquerda (apesar de não me chamar de esquerda).

E posso mostrar mais 30 posts onde defendo o Lula. Mas é claro você prefere montar uma estória ridícula na sua cabeça onde eu sou um conservador que persigo um progressista, no caso você. Na verdade eu sou um cético que pega no pé de religiosos toscos. Só isso.

Onde tive dois pesos e duas medidas (obs: pegue o contexto todo da discussão e mostre).

Nem sei se você é de direita, em alguns casos não é mesmo, tenho que admitir,mas entenda, sua patrulha ideológica com o pessoal de esquerda como eu o Hugo, o Di, não tem o mínimo de equivalência com aquelas falácias do Arcanjo, ou qualquer outra que advém daqueles que são de direita. Não é maniqueísmo, sei que entre esquerda e direita existe um grande espectro de idéias, eu sei. Mas um dos motivos que me fez postar muito em política aqui no fórum foi o antiesquerdismo cego que você e alguns aqui são capazes de desferir. Fora que para você sustentar seus argumentos, se torna o campeão de Ad Hominens, regra geral, espantalhos e outras falácias, desbancando até mesmo alguns foristas crentes, é incrível.

Offline Moro

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Re: Caso Battisti
« Resposta #432 Online: 03 de Janeiro de 2011, 22:11:01 »
não é anti-esquerdista, é anti-religiosos... tenho alergia. E é seu caso com política.

Como não pegar no seu pé e no do Hugo? Vai dizer que não considera o Hugo religioso??
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Offline Hugo

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Re: Caso Battisti
« Resposta #433 Online: 03 de Janeiro de 2011, 22:56:02 »
não é anti-esquerdista, é anti-religiosos... tenho alergia. E é seu caso com política.

Como não pegar no seu pé e no do Hugo? Vai dizer que não considera o Hugo religioso??

 :D

Claro que sou. Meu deus é LULA.

Só quero que respeitem minha religião. É a política da tolerância... sabe?  ::)
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Offline _Juca_

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Re: Caso Battisti
« Resposta #434 Online: 03 de Janeiro de 2011, 23:28:33 »
Oba!!! Chegou a hora...
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.
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[modo Barata Tenno/on]

Tá bom, Agnóstico...

[modo Barata Tenno/off]

Offline Moro

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Re: Caso Battisti
« Resposta #435 Online: 04 de Janeiro de 2011, 02:34:57 »
Olha, o que importa ao final é que você é religioso e todo mundo sabe. Pode falar tá bom, sim bem, meu amor... qualquer coisa.
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Offline Spitfire

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Re: Caso Battisti
« Resposta #436 Online: 04 de Janeiro de 2011, 19:28:30 »
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Offline Unknown

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Re: Caso Battisti
« Resposta #437 Online: 04 de Janeiro de 2011, 20:59:56 »
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Itália terá dia de protestos contra decisão brasileira

Protestos pela liberação de Battisti ocorrerão durante toda a tarde, em frente às representações diplomáticas do Brasil na Itália

Parentes das vítimas de crimes atribuídos a Cesare Battisti, além de parlamentares de direita e de esquerda, organizam nesta terça-feira manifestações de protesto em diferentes cidades italianas contra a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditar o ex-militante de extrema esquerda italiano. Os protestos ocorrerão durante a tarde, em frente às representações diplomáticas do Brasil na Itália - principalmente em Roma, na frente da Embaixada, na Piazza Navona, e no consulado de Milão.

Ainda em Milão, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, encontra-se com Alberto Torregiani, filho de uma das supostas vitimas de Cesare Battisti, condenado a uma cadeira de rodas depois de ter sido atingido por uma bala perdida durante o tiroteio na joalheria do pai.

Durante a conversa ele irá enumerar os passos que vão ser dados pelo governo para tentar extraditar o italiano, condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos no fim dos anos 1970. Alberto Torregiani é um dos autores da carta aberta à população escrita em nome dos parentes da vítimas. O documento pede ao governo italiano a divulgação de todas as informações sobre as medidas a serem adotadas para reverter o caso Battisti.

O responsável internacional da Associação das Vítimas do Terrorismo na Itália, Luca Guglielminetti, afirmou à BBC Brasil que "o governo italiano está cumprindo todos os passos para reverter a situação". "O Estado deve levar a questão novamente ao Supremo Tribunal Federal e tudo indica que também apresentará o caso na justiça internacional, na Corte de Haia. Além disso, apoiamos iniciativas de cidadãos rumo ao boicote, como por exemplo, de viagens de turismo ao Brasil, e a revisão das relações comerciais entre os dois países", disse. "A decisão de Lula foi um sonoro tapa no rosto de toda a população, instituições públicas e familiares das vítimas italianas."

Numa entrevista à uma televisão local, o ministro da Defesa, Ignazio La Russa, uma das principais vozes do governo italiano, afirmou que a recusa de Lula em entregar Cesare Battisti "foi uma punhalada pelas costas e um presente aos radicais chiques da França e aos extremistas de esquerda do Brasil".

Corte de Haia

O caso Battisti, para o governo italiano, continua sendo um cavalo de batalha. A convocação do embaixador italiano em Brasilia, Gherado La Francesca, a Roma, foi um claro sinal de descontentamento. Ele deve se reunir ainda nesta semana com altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores para levar ao Brasil as novas instruções sobre os passos a serem dados no campo judiciário.

Um diplomata italiano disse à BBC Brasil que é provável que o governo apele ao Supremo Tribunal Federal, "mas para não queimar etapas". Na verdade, ele alegou, não restaria outra opção, senão recorrer à Corte Internacional de Haia, instituição da ONU na qual são resolvidas as disputas internacionais.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, afirmou neste fim de semana que considera esta última hipótese um caminho viável. O principal argumento seria o desrespeito ao Tratado de Extradição assinado entre os dois países.

O jurista internacional italiano Antonio Cassese, presidente do Tribunal da ONU para o Líbano, afirmou ao jornal "La Repubblica" que "o Brasil não vai voltar atrás" e que "somente a ONU poderá resolver o caso". Ele disse ainda que "qualquer jurista dotado de um mínimo de equilíbrio diria que o Brasil violou o Tratado de Extradição".

"O Brasil e a Itália assinaram ainda um acordo em 1954 que prevê a criação de uma Comissão de Conciliação que, em quatro meses, pode resolver as controvérsias entre os dois Estados. Esta comissão seria composta por um brasileiro, um italiano e uma terceira autoridade a ser designada em comum acordo", afirmou o jurista ao jornal. A resolução desta Comissão poderia encontrar uma saída "honrosa" para os dois países, extraditando Cesare Battisti sob determinadas condições especiais.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/italia+tera+dia+de+protestos+contra+decisao+brasileira/n1237910592595.html
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'Caso Battisti não afeta relações com Brasil', diz Berlusconi

Em meio ao clima de tensão por causa do refúgio ao ex-ativista, chefe do governo italiano adota discurso tranquilizador

O chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, assegurou nesta terça-feira que as relações com o Brasil não mudarão, apesar das tensões causadas pela recusa da extradição do ex-militante de esquerda Cesare Battisti, condenado na Itália à prisão perpétua por sua participação em quatro assassinatos.

"Este caso não afeta as boas relações que temos com o Brasil, trata-se de um caso de Justiça, por isso nossas relações com esse país não mudarão por causa dessa situação", declarou Berlusconi ao término de uma reunião em Milão com Alberto Torregiani, filho do joalheiro assassinado em 1979 por um comando do grupo de ultraesquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), do qual Battisti foi membro.

"A mim parece que Battisti cobriu com ideologia política sua realidade de verdadeiro criminoso", enfatizou.

Manifestações em várias cidades da Itália, entre elas Roma e Milão, foram convocadas nesta terça-feira para protestar contra a decisão do Brasil. As manifestações foram organizadas por partidos de centro, assim como de direita e esquerda diante da sede da embaixada do Brasil em Roma, na praça Navona, e ante o consulado brasileiro em Milão.

Em Palermo, Bari, Nápoles, Veneza e Bolonha também estão previstas mobilizações e atos de protesto.Os diferentes movimentos políticos, mesmo que unidos contra a decisão, vão protestar de forma separada e, em Roma, começarão a desfilar a partir das 13 horas de Brasília. As várias manifestações também contarão com parentes das vítimas de Battisti.

A decisão de conceder o refúgio a Battisti foi anunciada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira passada, em seu último dia de governo. A notícia foi recebida com duras críticas pelo governo italiano. Battisti foi condenado à revelia, em 1993, na Itália, à prisão perpétua, por quatro mortes e cumplicidade em assassinatos cometidos em 1978 e 1979, crimes dos quais se diz inocente.Battisti foi detido em 2007 no Brasil a pedido da Itália. O Supremo Tribunal chegou a decidir a favor da extradição, mas a palavra final foi deixada ao presidente Lula.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/caso+battisti+nao+afeta+relacoes+com+brasil+diz+berlusconi/n1237910783146.html

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Offline Adriano

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Re: Caso Battisti
« Resposta #438 Online: 04 de Janeiro de 2011, 21:23:12 »
Você não explicou nada em relação ao caso, apenas acrescentou mais uma informação inútil para o entendimento da sua ideologia pessoal com base no legalismo italiano.

Voce acompanha este tópico desde o início, no qual já foram fornecidas as explicações sobre a natureza das acusações e condenações do senhor Battisti pelo estado italiano. A única "informação inútil" que eu postei foi realçar a decisão da justiça italiana. Há alguma ideologia nisto? Não, não há!
Há uma afinidade com a postura do DDV de apoiar a decisão italiana apenas por vinculação as leis vigentes do país. A questão é que o caso extrapola os liames penais da Itália e adentra na questão internacional e política, envolvendo as contradições constitucionais de cada país, como aponta a íntegra da decisão.

E com certeza eu me afinizo com o Juca em termos de cognição política e óbviamente a minha intervenção tem esta motivação, pois ele me representa muito bem o meu entendimento sobre a política.

Não vejo qualquer problema nisto, a não ser é claro, quando a análise resvala para a defesa de uma ideologia, ignorando os aspectos jurídicos nacionais e supra-nacionais.
Este é o ponto que considero importante na defesa discursiva do Juca, os supra-nacionais, que são os aspectos políticos envolvidos nas questões legais e que envolvem toda a política externa. Apenas os aspectos jurídos da  Itália são de pouca relevância na questão.

Uma das coisas que eu mais fiz foi falar sobre política e com certeza eu posso lhe garantir que encontro muito mais conteúdo condizente, e que supera esta visão estreita de "ideologia", se você quizer partir para uma possível embate de evidênciação internética interna na comunidade.  :ok:

Eu não quero "lutar" ou travar um "embate" com voce. Mas se voce quiser dialogar e discutir sobre os assuntos supramencionados, eu aceito.
Desconsiderando a grande avaliação sobre a minha cognição política, gostaria de manter o foco na definição de inportância entre os aspectos nacionais italianos e os internacionais (incluíndo o brasileiro) em questão.

Vamos voltar a objetividade do caso e então analizar a questão legal, porém referente ao contexto que são as leis internacionais, mas não simplesmente ao subjetivismo de "péssimo exemplo", já que pode ser considerado um ótimo exemplo no meu entendimento, pois vocês estão focando na legalidade interna.

É claro que a preferência da análise é pela legalidade interna, pois se trata de um indivíduo acusado, julgado e condenado pelo estado italiano, este em seu pleno estado de direito, e feito por um judiciário independente, a não ser que voce demonstre o contrário.
A independencia somente existiria em condições onde apenas a lei italiana vigorasse, que seria na jurisdição legal da mesma, que se configura pelo aspecto geográfico e nada mais. A partir do momento em que o indivíduo está no Brasil, o direito brasileiro e internacional entra em vigor e com maior peso.

O "péssimo exemplo" a que me refiro é que foi recepcionado um indivíduo considerado criminoso em seu país de origem, mas que tinha afinidade ideológica com os membros mais elevados da hierarquia do governo brasileiro, incluindo o presidente.
A explicação é a afinidade ideológica? Para mim este é um argumente de péssimo exemplo pelo exposto acima.

Eu não vi tal empenho do governo brasileiro para defender os boxeadores cubanos, que pediram exílio sem quaisquer restrições em seus passados, e nem tampouco para Orlando Zapata, preso político que morreu devido à sua greve de fome em Cuba, e que também tinha um passado pessoal sereno, como qualquer um de nós. Seria mera coincidência ou pesou o fato de que o governo brasileiro também tinha afinidade ideológica com o governo cubano?
A questão não é tanto de afinidade ideológica e sim de antipatia ideológica, tendo a concordadar com o Juca. Tratar as atitudes soberanas do Brasil como meramente ideológicas é simplificar e vulgarizar a questão.

Já as diversas influências que constroem a cognição política de cada indivíduo para as suas avaliações morais para os comportamentos inter-relacionais entre os estados soberanos não devem necessariamente entrar em análise.  :wink:

Quer dizer então que o "progressista" Adriano não ve nenhuma necessidade de que estados nacionais tenham que agir segundo regras mínimas de conduta ética e moral, seja na política ou na diplomacia?

Então aplique-se sempre uma "realpolitik" e f... o resto. É isto?
Eu aprecio o governo brasileiro por considerar muito além de uma simples ideologia. É a realidade do estado brasireiro atuando, principalmente por estar ocorrendo uma transição de governo que deve ser considerada.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Moro

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Re: Caso Battisti
« Resposta #439 Online: 04 de Janeiro de 2011, 22:07:39 »
Adriano, pode colocar em "Bullets" seus argumentos para não extraditar o Battisti?
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Adriano

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Re: Caso Battisti
« Resposta #440 Online: 04 de Janeiro de 2011, 22:26:33 »
Adriano, pode colocar em "Bullets" seus argumentos para não extraditar o Battisti?
Na verdade eu não defendo a não extradição, apenas entendo que tem uma boa razão para isto. E dando uma rápida olhada decisão postada abaixo, encontrei boas justificativas e que me afinizei, estavam de acordo com o que eu já estava pensando.

Não sei se alguém postou aqui, mas vai o despacho da AGU que, segundo consta, motivou a decisão do presidente.

A íntegra da decisão, são 65 folhas e 170 artigos.

Gostei do artigo 170 que define bem a situação e tem outro que não me recordo que fala sobre a diferença penal, ele foi condenado a prisão perpétua e a lei brasileira não permite isto.  :?
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Spitfire

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Re: Caso Battisti
« Resposta #441 Online: 04 de Janeiro de 2011, 23:34:13 »
Esquerdistas desonestos quando querem justificar o injustificável conseguem ser os bichos mais filhos das putas e calhordas do universo... não há corja mais repugnante e imoral. Tudo, em suas mentes torpes, se justifica.  :z: :zzz: :lazy:

Offline _tiago

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Re: Caso Battisti
« Resposta #442 Online: 04 de Janeiro de 2011, 23:38:03 »
Uia...

Offline Adriano

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Re: Caso Battisti
« Resposta #443 Online: 05 de Janeiro de 2011, 00:00:38 »
Vou responder agora aos comentários que considero mais pessoais ou não, mas que deixei de lado no post anterior, mas de maneira a tentar esclarecer algum mal entendido.
Além de que eu sempre me posiciono contra os ridículos testes de análise política feitos por malfadadas instituições nada isentas ideológicamente.

Desculpe caro Adriano, mas acho que não entendi. A quais "instituições malfadadas" voce se refere?
Instituições acadêmicas mesmo, que tentam fazer uma avaliação política do indivíduo com base num questionário na internet. São malfadas para este fim, para avaliar não só o indivíduo como o grupo, como foi feito. Mas apenas um posicionamento pessoal meu e mencionei algo a respeito no próprio tópico.

Voce se considera então um "progressista", um elemento que pertence à vanguarda, um iluminado que sabe ineterpretar a "voz do povo"?
Os indivíduos que mais admiro, são aqueles que tiveram participação histórica no conhecimento da humanidade. São os gênios do passado e os gênios do presente. Também me considero superdotado e com desenvolvimento emocional tardio, o que é algo até comum, conforme indica bibliografia da área.

Mas vamos nos contextualizar novamente. Estamos numa comunidade virtual e aqui a dinâmica é própria do ciberespaço. Também aprendi muito lendo bibliografia da cibercultura e da filosofia da informação. O escopo da comunidade é o ceticisto e o ateísmo e eu também me aprofundei bastante nessa área por afinidade e por unir a experiência empírica da cibercultura, naquilo que eu considero como uma experiência de alto nível devido a composição de seus membros, principalmente seus administradores e moderadores, que são pessoas muito bem instruídas, principalmente no que tange a ciência. E a questão ética da comunidade também me chama muito a atenção, por tentar interagir com os religiosos de uma forma amigável e respeitoso, na medida do possível.


Seria isto mesmo? Porque se for, este discurso marxista surrado e gasto já foi enterrado pela História.
As minhas pretenções ainda são de unir o ateísmo ao marxismo numa análise histórica para averiguar os males tanto de um quanto de outro. Mas claro que considero o ambiente impróprio devido a esta rejeição baseada em discussões ocorridas no interior da própria comunidade.

E analisar outros foristas apenas com base no que eu disse, num pos ou outro, no fórum é por demais simplista.

Fui simplista? Então me diga qual parte da afirmação que farei a seguir está errada, que não se encaixa com voce!

"O forista Adriano está situado entre a esquerda e a extrema-esquerda do espectro político, com forte simpatia ao marxismo, tanto em sua tese como em sua práxis; considerando o estado um ente indispensável, ainda que este seja frequentemente manipulado pelas elites econômicas e políticas burguesas. Aspectos como propriedade privada e lucro são tolerados por ele, mas claramente simpatiza com a ideia de que são valores típicos de democracias burguesas e como tais devem ser eliminados na medida do possível. Por fim, acha que as empresas privadas são um mal tolerável, mas que paulatinamente, o estado e o proletariado, em sua acepção hobsbawniana, devem ocupar o espaço delas, em particular das grandes corporações".
Pelo contrário, gosto da idéia de lucro, principalmente pelo viés religioso, que é o melhor negócio que existe, devido a sua influência ética e moral. E a atividade religiosa entra como crítica ao estado, com influência política para um mundo melhor.

Eu não vi tal empenho do governo brasileiro para defender os boxeadores cubanos, que pediram exílio sem quaisquer restrições em seus passados, e nem tampouco para Orlando Zapata, preso político que morreu devido à sua greve de fome em Cuba, e que também tinha um passado pessoal sereno, como qualquer um de nós. Seria mera coincidência ou pesou o fato de que o governo brasileiro também tinha afinidade ideológica com o governo cubano?
Eu penso que (pelo que conheço de ciências políticas) cada caso deve ser analisado independentemente e um erro num caso não significa em outro. A complexidade do estado exige embasamento científico (ciências humanas) e não apenas expressões de cunho emocional de maneira a simplificar a questão.

Me desculpe se eu peguei pesado em alguma coisa que disse, mas o embate pode ser proveitoso se os principais princípios éticos. Veja o exemplo do atiçador da lareira.

E se estou expondo opiniões de fórum intimo (por saber não serem aceitas no ambiente), gostaria apenas de consideração e respeito, sem brincadeiras josocas relacionadas a um mal uso da internet, como no exemplo de programa lero-lero e outros mais. Gostaria de apreciar a regra moral que Popper suscitou, e se queremos falar sobre respeito ao ser humanos, vamos nos respeitar como seres humanos e não como uma pessoa qualquer da internet. Nos conhecemos pessoalmente em alguns casos e nos interagimos há vários anos. Temos um relacionamento profundo em trocas de informações gerais sobre nossa visão de mundo e até mesmo nossas vidas cotidianas, a internet não nos separa, o computador nos une.
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Offline Spitfire

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Re: Caso Battisti
« Resposta #444 Online: 05 de Janeiro de 2011, 00:07:17 »

Offline _Juca_

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Re: Caso Battisti
« Resposta #445 Online: 05 de Janeiro de 2011, 09:18:40 »
Esquerdistas desonestos quando querem justificar o injustificável conseguem ser os bichos mais filhos das putas e calhordas do universo... não há corja mais repugnante e imoral. Tudo, em suas mentes torpes, se justifica.  :z: :zzz: :lazy:

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Offline Unknown

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Re: Caso Battisti
« Resposta #446 Online: 05 de Janeiro de 2011, 16:03:49 »
Italianos já planejam boicotes contra Brasil, diz associação

Diretor de ONG que representa parentes de vítimas de terrorismo na Itália afirma que medidas não afetarão relação entre países

Em meio à expectativa quanto à libertação do ex-ativista Cesare Battisti, italianos já estudam possíveis boicotes contra produtos brasileiros, segundo o diretor de Relações Internacionais da Associação Italiana das Vítimas do Terrorismo (Aiviter), Luca Guglielminetti. Ao iG, ele afirmou que a entidade vem recebendo nos últimos dias mensagens de pessoas afirmando estarem dispostas a restringir a compra de produtos ou atividades turísticas brasileiras como forma de retaliar a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditar Battisti.

A afirmação ocorre um dia após italianos terem protestado contra a concessão do refúgio ao italiano, condenado por quatro homicídios em seu país. Embora aponte a existência de um movimento em favor dos boicotes, Guglielminetti diz ser pessoalmente contra ações nesse sentido. Ele diz acreditar também que essas medidas serão pontuais e insuficientes para prejudicar as “importantes” relações comerciais entre os dois países. “Sabemos também que muitos brasileiros não concordam com a decisão de Lula”, disse.

A despeito da tensão entre Brasília e Roma desencadeada ao longo do episódio, o próprio primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, declarou nesta terça-feira (4), que a decisão do governo brasileiro não afeta “as boas relações” com o país.

O diretor da associação afirmou que muitas manifestações contrárias à decisão têm sido feitas em mensagens enviadas por e-mail à Embaixada brasileira em Roma ou em protestos em frente ao local. Ele admite, no entanto, que essas manifestações são usadas por partidos políticos italianos que “manipulam parentes de vítimas”.

“Nós representamos mais de 300 familiares de vítimas de terrorismo, e estamos fora de jogos partidários: queremos apenas defender o direito e a memória dessas vítimas através da justiça e da história”, afirmou.

“Hoje mesmo vimos na TV um protesto na frente da Embaixada brasileira em Roma em que havia mais políticos do que cidadãos ou familiares de vítimas. Diferentes partidos, de direita e esquerda, fizeram manifestações em horários diferentes, só para passar a mesma mensagem: ‘queremos Battisti na Itália’”.

Ainda assim, a entidade espera que, com manifestações e e-mails, haja pressão para que a presidenta Dilma Rousseff reveja a decisão tomada pelo antecessor de manter Battisti no Brasil. Para isso, pede que seja levado em conta o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o ativista deveria ser extraditado – o mesmo STF, no entanto, entendeu que cabe ao presidente da República o parecer final sobre o caso.

"Acho que a Corte Internacional de Haia poderia dar uma resposta positiva para a Itália, mas isso levaria muitos anos. Nesse meio tempo, esperamos que a nova presidenta do Brasil possa considerar a extradição de Battisti, como pede o Supremo Tribunal brasileiro”.

Em meio à polêmica, Battisti segue detido na penitenciária da Papuda, em Brasília, para onde foi levado em 2007 após deixar a França, onde vivia desde que fugiu da prisão na Itália após ser condenado pelo assassinato de quatro pessoas, entre 1977 e 1979. A Itália pedia ao Brasil extradição do ex-ativista, mas o pedido foi negado pelo governo brasileiro, que confirmou a concessão do refúgio ao italiano na semana passada, sob a alegação de que sua “situação pessoal” estaria ameaçada em seu país.

Na terça-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, determinou o desarquivamento do processo relativo à extradição do ex-ativista, que havia sido enviado para a Seção de Baixa e Expedição no início de 2010 após o STF ter julgado o caso no final de 2009.

O processo foi desarquivado para a anexação de dois pedidos: o da defesa de Battisti, cobrando a soltura imediata do ex-ativista; e o da defesa da Itália, impugnando esse pedido. Somente após a juntada dos documentos é que o processo será encaminhado à Presidência do STF, para uma decisão – que pode ser tomada por liminar do presidente ou em conjunto com os demais ministros, que voltam do recesso em fevereiro.

Para a defesa da Itália, a decisão de Lula de não extraditar Battisti não é autoexecutável e ainda cabe ao STF analisar sua compatibilidade com o julgamento da Corte que determinou o retorno de Battisti para a Itália. Já segundo a defesa de Battisti, Peluso poderia determinar a soltura do ex-ativista sem desarquivar os autos.

A opção pelo desarquivamento indica que o caso pode voltar a ser discutido pelo plenário do STF após o fim do recesso do Judiciário, que termina no final do mês. Peluso já sinalizou que não deve decidir nada até o fim do recesso e que encaminhará os pedidos recentes ao relator Gilmar Mendes.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/italianos+ja+planejam+boicotes+contra+brasil+diz+associacao/n1237912631779.html

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Offline Moro

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Re: Caso Battisti
« Resposta #447 Online: 05 de Janeiro de 2011, 16:14:00 »
decisão bem inteligente e prática.
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Offline Mahul

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Re: Caso Battisti
« Resposta #448 Online: 05 de Janeiro de 2011, 16:36:47 »
Calma, gente! Ano Novo, vida nova, muito amor, muita paz etc, etc. Por isso resolvi trazer um singelo presentinho para o Juca, o Arcanjo, o Agnóstico, o Adriano, o Spit e outros "arquiinimigos" do CC:http://curiosidadesnanet.com/2009/03/caes-e-gatos-tambem-podem-ser-amigos/Espero que gostem e aprendam alguma coisa com essas lindas e adoráveis criaturas! 8-) :ok:
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Re: Caso Battisti
« Resposta #449 Online: 05 de Janeiro de 2011, 17:27:35 »
Cardozo nega caráter ideológico na decisão de manter Battisti no Brasil

A decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negar o pedido de extradição do ex-ativista político italiano Cesare Battisti não foi tomada por questões ideológicas. É o que afirma em entrevista exclusiva à BBC Brasil o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Dois dias depois de tomar posse como integrante do governo de Dilma Rousseff, Cardozo afirmou também que não espera, como sinal de solidariedade à Itália, retaliações de países europeus - alguns dos quais, segundo ele, tomaram decisões semelhantes à do Brasil em casos do tipo.

Battisti foi condenado pela Justiça italiana por quatro assassinatos cometidos no país entre 1977 e 1979, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo.

Roma alega que o Brasil desrespeitou o Tratado de Extradição entre os dois países. A defesa do ex-ativista, que está detido em Brasília, afirma que os recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF) se esgotaram, já que a corte transferiu ao Executivo a decisão sobre o caso.

O ministro também falou à BBC Brasil sobre o combate ao crime organizado e sobre a possível abertura dos arquivos dos militares sobre o período da ditadura (1964-1985). Leia a entrevista da BBC Brasil com José Eduardo Cardozo:

BBC Brasil - Há a informação de que estaria havendo uma ação articulada entre países da União Europeia para sair em defesa da Itália no caso da não-extradição de Cesare Battisti. O senhor vê chance de ter uma revisão do caso pelo governo brasileiro caso isso aconteça?

Cardozo -
Eu acredito que os países devem se respeitar mutuamente no âmbito das suas decisões soberanas. A questão do refúgio não é uma questão nova no direito internacional. Nós temos, por exemplo, em outros países europeus, situações semelhantes a essa de Cesare Battisti. Por que digo isto? Porque, em primeiro lugar, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi estritamente posta no campo da legalidade. Foi uma decisão amparada em tratados, foi amparada na ordem jurídica brasileira e firmada de acordo com aquilo que o Supremo Tribunal Federal decidiu. Portanto, é uma decisão que expressa a soberania brasileira sobre uma matéria que lhe diz respeito.

Eu sinceramente não creio que outros países, independentemente da avaliação valorativa que façam do episódio, tomem uma iniciativa que seria rigorosamente ofensiva daquilo que se constroi hoje da relação entre nações. A soberania de um país, em decisões dessa natureza, é respeitada pelo direito internacional. Portanto, eu creio que uma decisão desse tipo será respeitada pelos países europeus, na medida em que eles próprios têm decisões semelhantes em matérias também bastante semelhantes.

BBC Brasil - Muitos dos críticos da não-extradição de Battisti alegam que esta é uma decisão de caráter ideológico. Qual é o papel da ideologia nesta questão?

Cardozo -
Acho que não se pode confundir as coisas. A questão do refúgio é uma questão que independe da dimensão ideológica do refugiado. O próprio Brasil já deu refúgio a outras pessoas anteriormente, independentemente do seu matiz ideológico, político, de um juízo de valor sobre o acerto ou erro das ações que foram feitas. Por exemplo, os países às vezes dão asilo político a ex-ditadores, a pessoas que foram retiradas de seus países por golpes de Estado, e o fazem independentemente de um juízo de valor se foram boas ou más as condutas dessas pessoas que foram retiradas do poder em seus países.

Portanto, me parece estranho que se queira discutir a dimensão ideológica da decisão do presidente da República somente neste caso. Nós temos, por exemplo, situações de brasileiros refugiados em outros países que se dizem perseguidos pelo governo brasileiro. Uma coisa é a razão da decisão que forma o mérito de um processo decisório e que cada país tem o direito, através de seu mandatário maior, de tomar. Outra coisa é o juízo de valor que as pessoas podem fazer em relação a isso.

Acho absolutamente natural que haja aplausos e não-aplausos à decisão do presidente Lula. O que não parece natural é que se queira fazer um posicionamento que não respeite a soberania brasileira no caso. A aplausos e críticas, todos nós estamos sujeitos. Agora, quando um direito é afirmado para aquele que o possui, ele tem que ser respeitado no seu mérito decisório.

BBC Brasil - O que o senhor tem a dizer pelo fato de a decisão do presidente Lula ter sido diferente do que entendeu o Conselho Nacional de Refugiados (Conare) sobre o caso?

Cardozo -
Pela legislação brasileira, e segundo recomendação de organismos estrangeiros, a decisão dos conselhos devem ficar submetidas a um crivo da autoridade superior, que, no caso, é o ministro da Justiça. O Conare decidiu por uma estreita maioria de votos pela concessão da extradição de Cesare Battisti, mas pela legislação brasileira, inclusive feita a exemplo das legislações de outros países, cabe ao ministro da Justiça decidir ao final a matéria - e assim foi feito. Não houve na decisão tomada pelo ministro Tarso Genro nenhuma afronta à legalidade brasileira, porque ele tinha o poder de fazê-lo e assim o fez.

BBC Brasil - Com a presidente Dilma sendo uma ex-guerrilheira que sofreu tortura durante a repressão, o senhor vê chance de se renovar os esforços do governo no sentido de punir as violações de direitos humanos e casos de tortura ocorridos durante o regime militar?

Cardozo -
Há uma decisão do Supremo Tribunal Federal a respeito (que negou a revisão da Lei de Anistia) e, como decisão judicial, assim ela deve ser compreendida pelo atual governo.

BBC Brasil - Quanto à criação da Comissão da Verdade, cujo projeto está no Congresso, existe uma expectativa do governo pela aprovação da matéria? O governo espera alguma reação por parte das Forças Armadas?

Cardozo -
Esse projeto de lei expressa uma situação que é perfeitamente compreendida pelas Forças Armadas. Nós temos hoje uma situação no Brasil bastante estabilizada no sentido de relação entre as instituições. Esse projeto de lei em nada viola a compreensão dos brasileiros de que essa Comissão da Verdade pode colocar em bons termos situações passadas sem nenhum abalo ao que existe no presente.

BBC Brasil - O senhor é a favor de abrir os arquivos dos militares em relação a esse período?

Cardozo -
Essa é uma discussão que temos que levar ainda para a presidente Dilma Rousseff. Nós temos um compromisso com a verdade, um compromisso com a História e como tal isso deve ser considerado. Mas essa é uma decisão que nós temos que tomar em conjunto com a presidente, a partir da avaliação que deve ser feita da opinião dos diversos ministros de Estado.

BBC Brasil - O senhor vê alguma correção de rumo necessária na política antidrogas que vem sendo praticada nos últimos anos? O governo está pronto para encarar possíveis problemas políticos e diplomáticos com países como a Bolívia e o Paraguai, cuja questão das fronteiras é muito presente neste assunto?

Cardozo -
A política que foi desenvolvida durante o governo do presidente Lula é correta. O que nós precisamos é intensificá-la. No governo anterior, vários acordos foram feitos e várias negociações foram realizadas entre o Brasil e os países de fronteira. Eu acredito que nós devemos intensificar ainda mais isso.

O Brasil tem dimensões continentais, a sua extensão de fronteiras é imensa e, portanto, sem a colaboração de outros países, nós dificilmente solucionaremos esse problema.

BBC Brasil - Nas ações das forças de segurança que ocorreram no Rio de Janeiro, no fim do ano passado, se viu a integração entre polícia e Forças Armadas. Pode-se pensar nesses esforços integrados ocorrendo em outras regiões do Brasil e em outras ações para combater o crime organizado?

José Eduardo Cardozo -
Nós tivemos recentemente no Rio de Janeiro um episódio marcante que merece uma reflexão profunda. O Rio de Janeiro demonstrou que, quando a União, o Estado e o município, junto com a sociedade civil, estão integrados, se consegue grande êxito no combate ao crime organizado. Por isso, nós temos que aproveitar a experiência do Rio de Janeiro e fazer uma análise, uma reflexão para que possamos aprofundar, melhorar essa experiência e levá-la para outras situações no território nacional.

BBC Brasil - O senhor vê como um modelo ideal para o combate à violência no Brasil a integração das polícias?

Cardozo -
Do ponto de vista da tese, ela é polêmica, interessante, deve ser objeto de reflexão, mas em alguns Estados é possível você falar em uma integração imediata. Em outros Estados, há problemas para fazer isso. Por essa razão, eu prefiro falar em integração como um caminho inicial, preliminar, para que nós possamos desde já sintonizar as ações de segurança. Naqueles Estados em que houver condições e for desejável a integração, acho que isso deve ser bem-vindo. Quando for mais difícil, não utilizemos isto como pretexto para não integrar e não conjugar esforços de forma planejada das duas polícias.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/110104_entrevista_cardozo_spuldar_rw.shtml

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