Presidente da Infraero garante que pista não provocou acidentePara José Carlos Pereira, condições eram perfeitas e 'aconteceu alguma coisa errada no pouso'
SÃO PAULO - O presidente da Infraero, o brigadeiro José Carlos Pereira, descartou totalmente a possibilidade de o acidente envolvendo o Airbus A-320, da TAM, ter ocorrido por causa de problemas na pista principal do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Na primeira e rápida entrevista coletiva à imprensa desde o acidente, concedida na manhã desta quinta-feira, 19, em Congonhas,
ele garantiu que a pista principal do aeroporto foi entregue em perfeitas condições. Ele afirmou que
os controladores de vôo do aeroporto informaram que o avião "tocou a pista na velocidade correta e no ponto certo".
Para Pereira, é provável que tenha ocorrido um problema no momento do pouso. "Aconteceu alguma coisa errada no pouso. O avião, por alguma razão, não perdeu velocidade. Alguma coisa aconteceu e o piloto, sei lá porque, acelerou a aeronave", falou. "No caso do automóvel, se você está vindo em velocidade e deixa de acelerar, ele vai se movimentando, desacelerando, até o momento em que acaba parando de vez. A caixa-preta poderá explicar o que aconteceu".
Pereira assegurou, por outro lado, que a falta do grooving - ranhuras que evitam o acúmulo de água na pista - nada tem a ver com o acidente com o avião da TAM. Segundo ele, somente quatro aeroportos do País possuem essas ranhuras porque, em muitos casos, elas não são necessárias. "Poucos aeroportos têm ranhuras, que servem para a drenar a água acumulada na pista, mas elas não têm nada a ver com esse caso. O problema não é a ranhura.
A pista principal de Congonhas está em perfeitas condições, qualquer aeronave pode pousar sem problemas. O grooving não ajudaria a parar o avião", garantiu. Por outro lado, o presidente da Infraero confirmou que o grooving começará a ser colocado em Congonhas a partir do próximo dia 25.
Para o presidente, agora é a hora de deixar de lado "radicalismos". "Não é o momento de posições radicais, não podemos ser fundamentalistas. Precisamos encontrar um meio termo. Como é que vamos fazer com os milhões de passageiros que dependem do aeroporto?", afirmou. O Ministério Público Federal (MPF) requereu, liminarmente, a suspensão imediata de todas as atividades em Congonhas, exigindo a interrupção dos pousos e decolagens nas pistas principal e auxiliar até a conclusão das investigações do acidente. O pedido foi protocolado na quarta-feira na Justiça Federal de São Paulo.
O brigadeiro lembrou ainda que a responsabilidade das investigações cabe à polícia e aos órgãos competentes. "A Infraero apenas administra os aeroportos. Não cabe a ela investigar a responsabilidade sobre acidentes". Ele adimitiu que há um uso excessivo do aeroporto e entende que a redução do tráfego aéreo, entre outras medidas, é importante.
José Carlos Pereira informou que a perícia sobre o acidente com o Airbus 320 da TAM deve durar 30 dias. No entanto, esse prazo poderá ser prorrogado.
http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid21517,0.htmGrifos meus.
