Autor Tópico: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)  (Lida 30139 vezes)

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Offline Adriano

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #150 Online: 22 de Setembro de 2007, 15:15:55 »
Mas o ateismo é a ausência dos dogmas religiosos, a ausência destes. É a filosofia de uma vida secular, baseada na natureza, no mundo natural e não em algo além. Por si só o ateísmo não tem nada de ruim. Os religiosos só atribuem um aspecto negativo ao ateísmo por considerarem a religião como positiva. Enumere se puder algum tipo de motivação política atéia. A que eu conheço é o laicismo e que não tem nada de ruim. E se houve esse erro de governos ateus no passado, já não existe mais. Bem diferente das motivações religiosas atuais.
Correção:
Citar
"O ateísmo ou ateía (não confundir com atéia, feminino de ateu), num sentido lato, refere-se à descrença em qualquer deus, deuses ou entidade divinas."

"A palavra laico é um adjetivo que significa uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública das sociedades contemporâneas. Esta atitude impele os individuos a seguir os ditames da sua consciência (quer no caso em que se acredite que seja divinamente inspirada, quer pela razão, intuição, estética ou qualquer outro processo pessoal), em vez de seguir cegamente as regras, hierarquias e autoridades morais ou eclesiásticas de uma dada religião organizada."

Adriano, um Estado laico não é atéu! O Estado não nega a divindade, mas apenas separa a religião do Estado. 

Exatamente, você não corrigiu o sentido que eu dei a palavra, mas sim a sua interpretação que foi equivocada ao pensar que eu estivesse falando de estado ateu.

Quem mais busca a separação entre religião e estado são os ateus e descrentes. O que causa melhorias para todos. Já a tendência religiosa, basta ver as grandes religiões, é querer ter sua religião como oficial, ou religião de estado.

Então fica a questão de interpretação, se você considera que Judeus não são um grupo político e que essas disputas de território não tem por traz a busca de uma "terra santa", que fique a seu critério. Eu avalio pela história, mas o meu posicionamento é de que a religião tem um caráter preponderante nas causas dos conflitos e na impossibilidade de um diálogo melhor articulado.
Judeus grupo político?! Não são um povo e com cultura própria???
A sua raiva diante a religião é tão grande que você já está confundido o povo com a religião... A religião é uma justificativa e não o motivo. Se fosse assim, eu não poderia andar no SAARA ( Uma área comercial no centro do município do Rio de Janeiro composta por comerciantes sírios, libaneses, judeus e árabes. ) sem levar um tiro... 
Que raiva?  :olheira:

Não estou dizendo que a religião é o único motivo, mas é o principal motivo em muitos casos, e é claro que não é isolado. E está pegando um caso fora do contexto das guerras religiosas, que apesar de religiosas tem sim as influência políticas e econômicas.

Não é nada inútil a história, não sei quem você diz que imagina isso. E é exatamente pela história, como no caso desse conflito árabe-israelense que podemos perceber a influência religiosa dos judeus querendo a "terra santa" e os árabes com sua religião islâmica. São sei tão bem os detalhes, mas querer reduzir esse confronto de culturas, de religiões a questões políticas é se esquecer da história e dar valor apenas as localizações geográficas de cada povo.
A cultura está ligada à religião, mas o que quero mostrar que não é o único motivo a qual os seus amigos estão querendo apresentar. Negar o fator político do conflito e dizer que a causa é, somente, religiosa e, no mínimo, preconceituosa. 
Não nego a questão política, assim como você não nega a questão religiosa. A divergência está no peso dado a cada fator. Eu considero o fator religioso preponderante. E não tem nada de preconceito, é uma leitura dos conflitos um pouco heterodoxa. Mas nem por isso inválida.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline NadaSei

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #151 Online: 23 de Setembro de 2007, 19:32:08 »
Pegue o Hinduísmo e veja se são segregacionaistas... Eles pregam que todas as religiões são a mesma verdade de Deus, e que não devemos procurar por contradições nos livros sagrados de outras religiões.

Blargh, as religiões védicas que compõem o hinduísmo são culpadas de crimes contra a humanidade muito piores do que esse, como a instituição da sociedades de CASTAS que, embora ilegal atualmente na Índia, continua fazendo parte daquela cultura de merda.
Mais uma vez comportamento humano.
E com uma interpretação errada da religião, coisa combatida em diversas seitas hinduistas.
O próprio budismo que nasce no mesmo meio também combate isso.

Da mesma forma que usaram o darwinismo como uma desculpa para o racismo e, isso não foi culpa da ciência.

É sempre a mesma historia... usam dois pesos e duas medidas.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline NadaSei

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #152 Online: 23 de Setembro de 2007, 20:46:26 »
Vamos simplificar Adriano.

1 - Eu nunca disse que o Budismo é ateísta, apenas que ateus podem ser budistas.
Acreditar em Deus ou saber que ele existe, não resulta em nenhuma moral especifica, muito menos em mandamentos divinos.
Diga a um deista ou um teísta sem religião que ele segue "mandamentos" de Deus e ele vai rir.
Eu citei exemplos de como teístas pode ter qualquer tipo de moral.
Cite um exemplo de uma moral que TODO teísta obrigatoriamente tenha que compartilhar.
Existem teístas sem religião.
Existem teístas céticos.
Existem teístas com diversas religiões.
Existem teístas cristãos, outros budistas, outros hinduistas, etc... cada religião com uma moral diferente.
Mesmo pegando um grupo como os "cristãos", cada um deles vai ter sua própria moral, pois ser "cristão" não significa concordar com tudo o que está ali.

Ateus também pode ser Budistas, Taoismo ou mesmo compartilhar da moral cristã.
É a mesma coisa, a crença/descrença em Deus não representa nada.

2 - Religiosos nem sempre praticam "dogmas" e "rituais"...
Os ensinamentos práticos podem ou não ser ensinados como dogmas morais ou não e podem ou não ser praticados de forma ritual.
Cada ensinamento tem um objetivo e uma função.
Receber a ostia na igreja é um ritual, batizar um filho é um ritual, casar na igreja é um ritual.
Essas coisas não fazem parte da "doutrina" central das muitas religiões, enquanto os rituais variam os ensinamentos práticos permanecem os mesmos.
Por exemplo, eu pratico os ensinamentos, mas nenhum deles por "moral" e não pratico nenhum ritual.
O ensinamento não-mentir, por exemplo, não é "moral" eu não pratico isso por achar que mentir é errado, mas por esse ensinamento me permitir conhecer minhas fraquezas.
Tentando não mentir, vigio minha mente e aprende sobre as vergonhas, medos e desejos que me levam a mentir, ao mesmo tempo em que luto contra essas fraquezas.

Dogmas e rituais, ou mesmo a moral, não são inerentes a religião.
O Budismo mesmo eliminou um monte de confusão e rituais quando surgiu.
Existem "contos" falando sobre não criar rituais e superstições... isso não impediu as pessoas de ritualizar o budismo e torna-lo mais supersticioso nas seitas organizadas.
Isso é comportamento humano.
Comportamento que não é "inerente" a religião, muito menos a pratica religiosa.
Eu sou um religioso e pratico a religião sem rituais, moral ou superstição.
Eu uso da religião de forma racional e cética.

3 - Outro ponto abordado é a questão religião X ciência.
A religião tem conhecimento sim e a evidencia científica não contraria diretamente esse conhecimento.
Comparar a religião com "a ciência" é uma comparação tola, pois existem muitas ciências.
A religião seria melhor comparada com uma ciência especifica, perderíamos compara-la com a psicologia, por exemplo.
A ciência contraria superstições muitas vezes presentes na religião e nos teístas, mas a religião tem muito mais que isso.
Por exemplo, a ciência contraria uma leitura literal do mito de Adão e Eva, mas não contraria o mito de Adão e Eva em si.
Essa parte do mito toca em um ponto importante da doutrina e idéia religiosa, a origem do chamado "pecado".

A iluminação é outra questão importante, pois é parte do conhecimento religioso.
A evidência científica em nada contraria isso.
Todas as praticas que levam a isso e a forma como são abordadas, podem contrarias idéias da psicologia a respeito da mente humana, mas apenas teorias e hipóteses com a qual elas trabalham, sendo que mesmo dentro da própria psicologia, existem divergências sobre o tema.
Algumas linhas da psicologia chegam a ser irreconciliáveis em suas idéias e abordagens.
Mesmo alguns filósofos tocam nesses pontos e divergem dessa ciência.
Nesse caso a religião tem um melhor conhecimento do funcionamento da mente e suas práticas nos permitem leva-la a esse estado de superconsciência que chamam de iluminação.
Algo apenas "desconhecido" pela ciência que em nada contraria a evidencia cientifica, muito pelo contrario, a ciência vem reforçando o que a religião já diz há muito tempo sobre o estado de vigilia e sobre como nossa mente distorce a realidade.

Ao contrario do que você pensa, não se tratam apenas de "experiências" pessoais.
Trata-se apenas de uma abordagem diferente da ciência.
Alguém que investiga isso através das práticas religiosas, está investigando através do melhor método e pode inclusive combina-lo com outras coisas, isso inclui métodos científicos.
Isso é uma coisa objetiva que qualquer um pode comprovar pessoalmente.
A ciência descobrir que eles estão certos, não vai dar mais "valor" a isso, não para aqueles que já investigam o assunto pessoalmente.

Entenda, o que manda é a capacidade de "verificação".
Isso a religião já permite hoje, quem verifica não precisa do "aval" de cientistas.

Quando dizemos que é algo cientificamente comprovado, estamos dizendo que cientistas comprovaram algo pessoalmente fazendo uso de métodos científicos.
Quando diversos cientistas de forma independendo realizam um experimento e "relatam" que tal coisa realmente funciona, dizemos que algo é cientificamente comprovado.
Não se pode "provar" muita coisa a terceiro.
Você, por exemplo, não pode me provar que a aspirina realmente tira a dor de cabeça.
Cientista nenhum pode me "provar" isso.
Eu posso "acreditar" no "relato" deles de que a aspirina funciona, ou posso tomar uma quando tiver uma dor de cabeça e comprovar isso pessoalmente.
Então, o que chamamos de algo cientificamente comprovado, é o RELATO da comunidade científica sobre a veracidade de algo.
Podemos é claro, não confiar nesse relato e ir comprovar pessoalmente, o mesmo que esses cientistas comprovaram.
Podemos reproduzir os experimentos deles e comprovar a mesma coisa que eles.

Quando os cientistas dizem que algo foi cientificamente comprovado, acreditamos neles e eles merecem essa confiança. A comunidade científica fez por merecer essa confiança.

Já na religião, não podemos dizer que algo foi "religiosamente comprovado", com base nos RELATOS de religiosos.
Não porque não existem religiosos sérios que comprovaram de forma independente a mesma coisa, e atestam sua funcionalidade.
O problema na religião é que existem muitos charlatões e não conseguimos distinguir eles, dos religiosos sérios.

Em todo caso, da mesma foram que acontece na ciência, não precisamos "acreditar" no "relato".
Podemos VERIFICAR o relato e comprovar pessoalmente o mesmo que esses religiosos já comprovaram.
Então, pra quem comprova as coisas pessoalmente... os relatos não são muito importantes, sejam eles de outros religiosos ou de cientistas.
É por isso que pra mim, a ciência descobrir aquilo que eu já sei, não vai mudar o valor disso.

4 - A ciência é cética e neutra.
Ela não diz que a religião tem base apenas em crenças irracionais, os cientistas estudam isso para ver que tipo de conhecimento a religião tem.
Quando Dawkins faz sua pregação de que religião não tem conhecimento, está sendo anticientifico.
Ele ultrapassa o limite na neutralidade e do ceticismo e cai no terreno das assertivas falsas.


A postura do cético é permanecer neutro.
Quando eu falo sobre a iluminação, por exemplo, não estou falando sobre "evidencia anedota".
Estou relatando algo, a postura cética é não acreditar e permanecer neutro.
Um cético pode levantar a hipótese de "ilusão mental" por exemplo.
É uma hipótese valida, mas o cético não pode "acreditar" nela e descartar a hipótese "iluminação".
Ele levanta a hipótese e permanece neutro, não acreditando em nenhum das duas hipóteses.
Eu, por outro lado, já falseei a hipótese "ilusão mental" e comprovei que a hipótese iluminação é a correta.
Então eu não "creio" nisso, eu sou um cético que investigou o assunto e falseou a hipótese ilusão mental.
Quem não quer investigar o assunto, deve permanecer cético e neutro.
O ceticismo científico é adequado a uma postura PRATICA que serve como um ferramenta que mantém a ciência relativamente livre de crenças e superstições, mas essa não é a postura correta para julgar o mundo.
No segundo caso é preciso usar de um ceticismo mais filosófico.

5 - Quanto a filosofia da mente e a consciência, de nada adianta filosofar quando ainda não sabemos o que é a consciência, onde fica ou mesmo se ela existe.
"Teorias" da filosofia não resolvem o problema, continuam sendo teorias e continuam dando margem a interpretações.
É por isso que continua não existindo consenso sobre se animais são ou não conscientes, e quais seriam conscientes ou não.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #153 Online: 23 de Setembro de 2007, 20:56:44 »
Bem, como eu disse, não acho que Dawkins & cia estejam negando que meditação tem efeitos sobre as funções cerebrais, que uma certa composição ambiental harmônica ou caótica também tem, que exercícios também, e cada um desses tem seus efeitos particulares  :umm:
Eles negam que a religião possua conhecimento.
Esse é o ponto.
A meditação e seu objetivo já são um conhecimento negado.

Onde exatamente Dawkins "nega a meditação"?


Citar
Acredito que eles questionam principalmente as outras coisas, explicações tradicionais disso tudo, nesses casos das coisas que funcionam, mas principalmente, todo o resto da bagagem que não funciona, como orações para curar pessoas e etc, etc, bem como acreditar nas coisas/mitologias meramente por tradição, etc.
Pois é... como podem "negar" as explicações sem saber pra que serve isso tudo?
Ele podem se manter neutros, não "negar" o conhecimento.
Quem digam então: "Não sabemos o quanto de conhecimento a religião possui, algumas coisas nelas devemos investigar para ver se são o que dizem ser, pra saber se é conhecimento ou crença."

A religião não se resume a mitos e pedidos de cura via oração.
Mesmo porque os mitos são parte do conhecimento.
Só que são transmitidos via estórinhas fictícias que alguns interpretam literalmente.
Querer negar a literalidade do mito é uma coisa, querer negar o conhecimento transmitido pelo mito é outra.

Não acho que Dawkins e cia pensem que religiões são simplesmente umas bostas totalmente aleatórias desprovidas de qualquer conhecimento. Duvido muito.

Mas um ponto recorrente é que, geralmente, pode-se obter o mesmo conhecimento sem precisar das religiões e de toda uma bagagem nociva que acaba sendo carregada de carona com esse conhecimento dissociável.

Felizmente, no mundo ocidental, essa dissociação tem progredido bastante, tanto que, por exemplo, de modo geral se valoriza mais o "não matarás" do que o mandamento que manda descansar no sábado - e cujo descumprimento teve como punição a morte, ordenada diretamente por Javé - ou que o "não permitirás a uma bruxa viver", e etc.

Esse se nós podemos avaliar o que é bom e o que é ruim dentro da bíblia, rejeitando umas partes e aceitando outras, não precisamos da bíbila, ou de tradições/mitologias religiosas em geral. Elas podem, sim, ter conhecimento, tal como a fábulas e contos do tipo "Pedrinho e o lobo", "Pinóquio", "três porquinhos" e etc tem. Só que diferentemente dessas, acabam sendo supervalorizadas de forma muito mais perigosa.


Citar
Acho que só faria sentido criticar Dawkins como você está pretendendo se ele estiver dizendo qualquer coisa no sentido de que meditação não tem efeito algum sobre a atividade do cérebro (o que, relembrando, tendo efeito, não corrobora necessariamente nenhuma explicação tradicionalmente atrelada à meditação e seus efeitos), e etc. Não acho que seja o caso.
A meditação é apenas um exemplo de diversas coisas dentro da religião.
A maior parte dela está voltada para o mesmo objetivo, as práticas visam levar o homem ao mesmo lugar, a meditação é apenas uma dessas práticas.
Aceitar isso, aquilo dentro disso tudo que é realmente alvo de pesquisa científica, é muito diferente de woo-wooices do tipo de achar que tomando algumas drogas como LSD se atinge um "nível de compreensão superior" (ainda que a sensação de compreensão superior possa existir, provocada por esse ou outros mecanismos), ou que jejum ajuda a ver milagres e entrar em contato com deus, e etc
Só que se a ciência conseguir desvendar o assunto vai descobrir que é isso que ocorre, um outro estado de consciencia mais lúcido que a vigília.
Você pode duvidar, mas não negar a possibilidade.

No caso do que falou do LSD, e de qualquer droga, mudamos nossa percepção e isso pode acarretar sim em conhecimentos que não adquirimos estando normais, mas nada de muito fantástico ou "superior".

Já o jejum, meditação, celibato e mais um monte de coisas, são todos partes da mesma técnica maior.
São todos usados juntos e com o mesmo objetivo, o de nos levar para o estado de superconsciencia onde nos unimos ao todo, ou se preferir a Deus. E sim, com isso passamos a ver Deus em tudo.
Se a ciência desvendar o assunto é isso que vai descobrir.
Ou que simplesmente as funções cerebrais entram em pane devido às alterações fisiológicas materialistas-ateístas-comunistas-chatas/não-woo-woos, sem representar nada mais fantástico que isso, "comprovando" dualismo ou pluralismo, que exista algo "tipo um cara", superpoderoso, que fez o mundo, que hajam "mentes flutuantes" de pessoas que morrem, e etc e tal. Ainda que a experiência convença as pessoas desse tipo de coisas.

Citar
Por razões neuroquímicas que ainda não estão inteiramente claras o jejum é um meio útil para pré-condicionar o sistema nervoso e torná-lo mais maleável e sugetionável. Embora a diminuição de açúcar no sangue provavelmente tenha muito a ver com isso, é provável que subtancias como hormônios, conhecidos como opioides endógenos estejam envolvidas também. Como o nome indica, essas substâncias químicas são como opiáceos produzidos internamente e que lembram a morfina por sua ação.

Embora Karl Marx tenha falado metaforicamente quando escreveu que a "Religião é o ópio dos povos", suas palavras podem muito bem se provar literalmente verdadeiras. Há considerável evidência que a hipnose e a meditação "transcedental" podem aumentar a produção de alguns desses opióides pelo cérebro. As alucinações que tão freqüentemente acompanham as experiências religiosas podem muito bem ser um resultado de intoxicação por opióides e sugestões verbais implantadas pelo "guru" guiando a "viagem" religiosa.

Outro método para induzir a hipnose é a oração repetida por um longo período. Quando as pessoas rezam por "um sinal" eles repetem de novo e de novo o que eles querem ver ou ouvir. Mais cedo ou mais tarde, se seus sistemas nervosos são mesmo marginalmente normais, eles devem ser capazes de gerar experiências vívidas que realizam seus desejos. Apenas homens prósperos que dizem que deus fala com eles são fraudes. Pessoas pobres que dizem isso são simplesmente auto iludidas.

http://www.str.com.br/Atheos/musica.htm





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Outras armas fisiológicas muito usadas para modificar as funções normais do cérebro são jejum, dietas radicais ou com alto teor de açúcar, desconfortos físicos, a regulação da respiração, entoar mantras durante a meditação, a revelação de mistérios maravilhosos, efeitos de iluminação e de som especiais, resposta programada ao incenso, ou drogas intoxicantes.

O mesmo resultado pode ser obtido no tratamento psiquiátrico contemporâneo por meio de tratamento com choques elétricos e até mesmo baixando propositadamente o nível de açúcar no sangue de uma pessoa com injeções de insulina.

http://www.str.com.br/Str/batalha.htm







Offline NadaSei

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #154 Online: 24 de Setembro de 2007, 08:15:15 »
Onde exatamente Dawkins "nega a meditação"?
Diretamente? Nunca que eu tenha visto.

O problema é que ele nega a religião como um todo. (todas as religiões).

"Não estou atacando nenhuma versão específica de Deus. Estou atacando todos os deuses, toda e qualquer coisa que seja sobrenatural, que já foi e que ainda será inventada".
"O sucesso de uma religião séculos afora implica que deve haver alguma verdade em suas afirmações? Eu não penso que isso é necessário, porque eu penso que existem muitas outras boas explicações que fazem um serviço melhor".

Assista "os inimigos da razão", vemos meditação, budismo, hinduísmo e mais um monte de coisas mostradas como espantalhos.
Não atacam diretamente nada disso, mas mostram essas coisas por um ângulo supersticioso e falam delas como superstição.
Em nenhum momento dizem que devem ser estudadas e racionalizadas, falam sobre superstição, fé como sinônimo crença cega, como coisas contrarias a razão e pregam sua extinção.
É um tanto tolo, mesmo a "fé" no cristianismo não tem significado de crença cega, no budismo e no hinduísmo muito menos.
Principalmente no budismo, que fala explicitamente contra a crença.
É muito ataque, muita ironia (veja a piadinha no inicio do filme quando as pessoas estão meditando), nenhuma manifestação sobre estudar a religião e traze-la a luz da ciência, nada... apenas criticas ao comportamento supersticioso que é colocado como sinônimo de religião.

Ele nega a religião como um todo.
Não acho que Dawkins e cia pensem que religiões são simplesmente umas bostas totalmente aleatórias desprovidas de qualquer conhecimento. Duvido muito.
Não sei quanto a outros, Sam Harris sei que é diferente, mas Dawkins especificamente resume a religião a um "meme" destrutivo, a um pensamento supersticioso prejudicial que como única utilidade preenche vazios interiores nas pessoas.
A única defesa que ele faz a religião é essa, que ela talvez não possa ser eliminada ainda, dada a necessidade das pessoas dessa "muleta".
Mas um ponto recorrente é que, geralmente, pode-se obter o mesmo conhecimento sem precisar das religiões e de toda uma bagagem nociva que acaba sendo carregada de carona com esse conhecimento dissociável.
Não é dissociável e não pode ser substituído.
No maximo você vai encontra a Yoga, coisa que não é necessariamente uma religião, mas é idêntica, pois é mística, espiritual e faz uso das mesma práticas.
Fica até difícil dizer o que exatamente seria religião. (mas certamente não são as igrejas)

A ciência não pode cuidar disso... eu já achei que seria o ideal, mas não é.
A prática religiosa não pode ser melhor investigada pela ciência que os sonhos, na realidade é um pouco mais difícil investigar a religião.
A psicologia poderia absorver o conhecimento da religião, mas isso cria o risco de não conseguirmos mais distinguir entre a ciência e a superstição... por dois motivos:
1 - Os charlatões iriam ganhar mais espaço dentro dessa ciência, ficaria mais difícil distingui-los dos dos psicólogos sérios e a psicologia poderia ganhar o mesmo status da parapsicologia.
2 - A prática religiosa não iria "mudar", ela já funciona como é e pouca coisa nela pode ser alterada.
Só poderíamos entender de forma mais racional os motivos deles.

A religião pode ser estudada e práticada sem isso, o melhor que se pode fazer é retirar as crenças e rituais, e racionalizar a religião.
O Budismo fez muito disso, mas de sua origem pra cá, foi se enxendo novamente de rituais e superstições.
O melhor é deixar as pessoas "pensarem", ensina-las a olhar a religião de forma mais cética, neutra e racional.
Deixa-la sem o status de "ciência" só ajuda nesse processo. Não nos deixa encarar a ciência de forma muito "crente". Alguns ateus hoje tem esse problema e eu mesmo tive quando ateu.

Devemos é encarar "a religião", como "a filosofia".
Estudemos varias religiões, Budismo, Cristianismo e seus apócrifos, hinduísmo, taoísmo, etc...
Peguemos cada Buda e cada Cristo, como diferentes autores da filosofia e comparemos seus pensamentos de forma racional e cética.
Não adianta querer eliminar a religião, é a nossa mentalidade que tem que mudar.
Se a nossa mentalidade mudar, a religião está bem onde está agora... e sim, que a ciência a continue estudando e que os religiosos cooperem com os cientistas.
Esse se nós podemos avaliar o que é bom e o que é ruim dentro da bíblia, rejeitando umas partes e aceitando outras, não precisamos da bíbila, ou de tradições/mitologias religiosas em geral. Elas podem, sim, ter conhecimento, tal como a fábulas e contos do tipo "Pedrinho e o lobo", "Pinóquio", "três porquinhos" e etc tem. Só que diferentemente dessas, acabam sendo supervalorizadas de forma muito mais perigosa.
O Darwinismo social prova que o mesmo pode acontecer com uma teoria científica.
O que tem que mudar é a mentalidade do homem.

Uma das diferenças entre Alice no pais das maravilhas e a bíblia, é que Alice é mais divertido e tem um conhecimento intelectual mais fácil de entender.
A bíblia por outro lado... ou mesmo a religião como um todo, não vai muito além da questão do "estamos dormindo" e "faça assim pra acordar".
Depois eles entram em questões interessantes sobre a nossa realidade metafisica e nossa mente.
Tudo para apoiar o "faça isso pra acordar".
Claro, eu fui simplista, adoro as loucuras da filosofia presente na religião... mas a forma de adquirir conhecimento de qualidade sobre isso, não é muito simples, pois não basta "ler", tem que observar diretamente através da pratica.
Os "mitos" explicam e apóiam a "doutrina". O conhecimento dele é referente a doutrina.
Como, por exemplo, como não podemos ver o chamado paraíso porque distorcemos a realidade "julgando" as coisas desse paraíso como "boas" ou "ruins".
Ou que simplesmente as funções cerebrais entram em pane devido às alterações fisiológicas materialistas-ateístas-comunistas-chatas/não-woo-woos, sem representar nada mais fantástico que isso, "comprovando" dualismo ou pluralismo, que exista algo "tipo um cara", superpoderoso, que fez o mundo, que hajam "mentes flutuantes" de pessoas que morrem, e etc e tal. Ainda que a experiência convença as pessoas desse tipo de coisas.
Sim, pra quem não conhece a hipótese deve ser considerada.
Essa é a primeira hipótese que o cético deve levantar.
Só cuidado para não perder a neutralidade e "acreditar" nessa hipótese, e ao mesmo tempo descartar a hipótese "iluminação".
O que importa é que isso é "verificável", é falseável.
Eu mesmo verifiquei isso, assim falseei a hipótese "pane ou ilusão" e sei que ela é falsa.
Um cético não deve "acreditar" nesse relato, mas um cético deve aceitar a hipótese e pode, se quiser, investigar e comprovar isso pessoalmente.
Lembrando que, quem investiga isso, descobre que a "ilusão" ou "pane" é verdadeira, é real... mas pra quem está na vigilia.

Quem descobre isso, percebe que esteve "dormindo" ou "iludido" pela mente e sentidos, por toda a vida.
Isso é tão intenso que alguns se referem a vigília como um tipo de sonho.
Sabemos sobre a capacidade da mente criar uma "ilusão" de um forma mais profunda do que jamais sonhariam aqueles que levantam a hipótese da iluminação ser um tipo de "ilusão".
Eu mesmo já considerei a hipótese ilusão pra iluminação, mas quando descobri que isso era verdade pra vigília, descobri que não fazia idéia de quão grande podia ser essa ilusão.
Comprovar pessoalmente, não é apenas "experimentar" algo.

Eu mesmo já tive experiências pessoais de ler a mente de meu Tio e sentir o que ele estava sentindo, mas isso foi algo que eu "experimentei", não "comprovei".
Continuo não sabendo se telepatia é possível, não acredito nisso.
Só que hoje sou mais "neutro" que antes, pois antes eu achava "impossível" a telepatia, hoje já aceito isso como uma "possibilidade".
Já o estado desperto da mente, o estado de superconsciência, não é algo que eu apenas tenha experimentado, é algo que eu comprovei.

Quanto a "Deus", essa idéia de "um cara" é apenas um conceito de Deus pessoal, de uma olhada no panenteismo descrito por Cristo, Krishna, Lao Tsé e outros.
É uma idéia mais madura, onde nós próprios somos diferentes manifestações de Deus.
O panenteísmo é o conceito mais próximo desse "todo" indecifrável que chamamos de Deus, diz que Tudo é uma manifestação de Deus, mas ainda assim é um conceito. Após a iluminação Deus se perde... é por isso que alguns budistas não falam nele.
Depois que você se torna "um" com Deus, não há motivo para falar sobre "ele" se você mesmo é ele.
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Por razões neuroquímicas que ainda não estão inteiramente claras o jejum é um meio útil para pré-condicionar o sistema nervoso e torná-lo mais maleável e sugetionável. Embora a diminuição de açúcar no sangue provavelmente tenha muito a ver com isso, é provável que subtancias como hormônios, conhecidos como opioides endógenos estejam envolvidas também. Como o nome indica, essas substâncias químicas são como opiáceos produzidos internamente e que lembram a morfina por sua ação.

Embora Karl Marx tenha falado metaforicamente quando escreveu que a "Religião é o ópio dos povos", suas palavras podem muito bem se provar literalmente verdadeiras. Há considerável evidência que a hipnose e a meditação "transcedental" podem aumentar a produção de alguns desses opióides pelo cérebro. As alucinações que tão freqüentemente acompanham as experiências religiosas podem muito bem ser um resultado de intoxicação por opióides e sugestões verbais implantadas pelo "guru" guiando a "viagem" religiosa.
O jejum tem uma função especifica e pode ser substituido por outra coisa.
Eu mesmo não pratiquei o jejum.
Apenas uma pessoa obesa não poderia fugir a prática.
Existe também a diferença do contexto, jejuns prolongados e repetidos quase diariamente não são recomendados.
Eles usam isso como técnica de lavagem cerebral em algumas seitas, dando comidas sem proteinas e vitaminas por um longo período de tempo.
O jejum, jejum mesmo, não tem nada a ver com essa prática.

O melhor "guru" é o nosso guru interior.
Eu prático religião sozinho e estudo de cristianismo, budismo, taoísmo e me especializei em hinduismo.
Já fui ateu e agnóstico, e cultivo o ceticismo, tanto o científico  quanto um ceticismo mais filosófico.
Qualque sujestionamento que algum texto te provoque, vai ser corrigido com a observação dos fatos e com o questionamento deles.
Basta se manter em uma atitude cética.
Nunca tive alucinações com a meditação, embora eu tenha aprendido com ela a entrar direto em um sonho lúcido. Basta saber separar as coisas e isso não é difícil de se fazer.
Ou seja, talvez as alucinações surjam quando a pessoa passa pela faze REM da mente, a meditação te leva até lá e te leva além de lá.
Basta saber disso e que qualquer visão, vai ter origem na fase REM, a mesma fase dos sonhos.
Outro método para induzir a hipnose é a oração repetida por um longo período. Quando as pessoas rezam por "um sinal" eles repetem de novo e de novo o que eles querem ver ou ouvir. Mais cedo ou mais tarde, se seus sistemas nervosos são mesmo marginalmente normais, eles devem ser capazes de gerar experiências vívidas que realizam seus desejos. Apenas homens prósperos que dizem que deus fala com eles são fraudes. Pessoas pobres que dizem isso são simplesmente auto iludidas.
Oração = Meditação.
Não separe uma coisa da outra, pois elas são a mesma coisa.
A oração é apenas uma das muitas técnicas de meditação.

Meditação é concentração, a dança pode te fazer meditar e isso ocorre.
No Flaminco existe um estado chamado "el toro", onde o dançarino se entrega tanto a dança que deixar de dançar e se torna a dança, dizem que é como se Deus conduzisse a dança.
A descrição se encaixa perfeitamente com o sentimento da meditação profunda.
Só que a meditação é apenas uma pequena parte da técnica.

O funcionamento das práticas é bem racional, pode ser facilmente compreendido.
« Última modificação: 24 de Setembro de 2007, 08:18:40 por NadaSei »
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Valkíria

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #155 Online: 24 de Setembro de 2007, 08:49:48 »
baixei e comecei a ler hoje


Onde você baixou, tem no Ateus.net...

Como posso baixa-lo???

Tentei ler ele na "Livro técnico", mas a vendedora não deixou.

Offline Mancha Negra

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #156 Online: 24 de Setembro de 2007, 11:04:53 »
Ooooooooooohhhh!!! Você não lê os livros de História??? Queeeeee coooooiiissaaa!!!! Por isso que confunde um conflito político com um religioso.

Ui, ui, ui, ui, ui! Não leu o livro, nhá, nhá, nhá, o livro trata das diferenças e de quando a religião perpetua um conflito originalmente político, nhá, nhá, nhá, não leu o livro, nhá, nhá, nhá.

Dawkins FOREVER.
Sabe, é melhor ler inúmeros livros e não ler alguns do que ler um único livro que intrepreta os demais. Então devo concluir que você não é diferente dos evangélicos, afinal que diferença faz ler um único autor e tema do que um conjuntos de livros de um único tema, porém com vários autores...
Você não é diferente de qualquer fanático que conheço. 
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Offline Mancha Negra

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #157 Online: 24 de Setembro de 2007, 11:20:38 »
Adriano, um Estado laico não é atéu! O Estado não nega a divindade, mas apenas separa a religião do Estado. 
Exatamente, você não corrigiu o sentido que eu dei a palavra, mas sim a sua interpretação que foi equivocada ao pensar que eu estivesse falando de estado ateu.
Não vejo nenhum equivoco. Quem ler as citações acima, verá que a história não é bem essa. Principalmente as respostas que dão ao NadaSei... 


Quem mais busca a separação entre religião e estado são os ateus e descrentes. O que causa melhorias para todos. Já a tendência religiosa, basta ver as grandes religiões, é querer ter sua religião como oficial, ou religião de estado.
Adriano, que postura tendenciosa...
Quem estabeleu os conceitos modernos da política foram os iluministas, que não são constituidos apenas de atéus. Como sabe, Voltaire era deista.

Não estou dizendo que a religião é o único motivo, mas é o principal motivo em muitos casos, e é claro que não é isolado. E está pegando um caso fora do contexto das guerras religiosas, que apesar de religiosas tem sim as influência políticas e econômicas.
Agora sim... Isto nós concordamos.

Não nego a questão política, assim como você não nega a questão religiosa. A divergência está no peso dado a cada fator. Eu considero o fator religioso preponderante. E não tem nada de preconceito, é uma leitura dos conflitos um pouco heterodoxa. Mas nem por isso inválida.
Eu acho que o fator religioso é uma das e não a principal causa das guerras, conflitos e etc. Ver somente que a religião é responsável de tudo de ruim no mundo sem pôr a parcela de responsabilidade na condição humana e que é equivocada. 
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Offline Adriano

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #158 Online: 24 de Setembro de 2007, 13:11:15 »
Adriano, um Estado laico não é atéu! O Estado não nega a divindade, mas apenas separa a religião do Estado. 
Exatamente, você não corrigiu o sentido que eu dei a palavra, mas sim a sua interpretação que foi equivocada ao pensar que eu estivesse falando de estado ateu.
Não vejo nenhum equivoco. Quem ler as citações acima, verá que a história não é bem essa. Principalmente as respostas que dão ao NadaSei... 
Continua sendo uma interpretação sua. Uma coisa é a defesa do estado laico, outra é a crítica da religião. Nem é possível criticar a religião sem o estado laico, pois o sagrado de alguns se torna a censura de outros. 

Quem mais busca a separação entre religião e estado são os ateus e descrentes. O que causa melhorias para todos. Já a tendência religiosa, basta ver as grandes religiões, é querer ter sua religião como oficial, ou religião de estado.
Adriano, que postura tendenciosa...
Quem estabeleu os conceitos modernos da política foram os iluministas, que não são constituidos apenas de atéus. Como sabe, Voltaire era deista.
O barão de Holbach é o mais militante dos ateus na história. Ele escreveu a bíblia dos ateus, o livro O sistema da natureza. Além da sua grande influencia entre os iluministas franceses, que se reuniam em sua casa, um espaço aberto para as reuniões dos enciclopedistas. E mesmo o deísmo tem sua parcela de ateísmo, considerando o teísmo como crença através da revelação e contendo um deus antropomórfico.


Não nego a questão política, assim como você não nega a questão religiosa. A divergência está no peso dado a cada fator. Eu considero o fator religioso preponderante. E não tem nada de preconceito, é uma leitura dos conflitos um pouco heterodoxa. Mas nem por isso inválida.
Eu acho que o fator religioso é uma das e não a principal causa das guerras, conflitos e etc. Ver somente que a religião é responsável de tudo de ruim no mundo sem pôr a parcela de responsabilidade na condição humana e que é equivocada. 

O principal embasamento do meu argumento é o do terrorismo religioso, que não está vinculado diretamente a um estado, já que se espalha ao redor do mundo. A Al-Qaeda é um exemplo explícito disso.

No caso das guerras entre estados, essas também tem uma forte influência da religião. Além disso a religião é um aspecto da condição humana, é algo pertinente a ser analisado.

Não espere que ateus fiquem tecendo elogios a religião para poder criticar. Isso de ver ateu como radical e "perverso" na análise da religião também pode ser preconceito.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Mancha Negra

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #159 Online: 24 de Setembro de 2007, 14:01:54 »
Continua sendo uma interpretação sua. Uma coisa é a defesa do estado laico, outra é a crítica da religião. Nem é possível criticar a religião sem o estado laico, pois o sagrado de alguns se torna a censura de outros.
Neste ponto eu não posso dizer mais nada. Você acha que uma intrepretação minha e vou achar que não. Então fica assim. 

O barão de Holbach é o mais militante dos ateus na história. Ele escreveu a bíblia dos ateus, o livro O sistema da natureza. Além da sua grande influencia entre os iluministas franceses, que se reuniam em sua casa, um espaço aberto para as reuniões dos enciclopedistas. E mesmo o deísmo tem sua parcela de ateísmo, considerando o teísmo como crença através da revelação e contendo um deus antropomórfico.
Como disse, os iluministas não são constituidos somente por atéus. Naquela época, a Igreja tinha poder demais, coisa que foi controlada com tempo, mas o preço foi alto. Com vidas humanas e etc. Durante a revolução francesa, os iluministas foram os principais intelectuais da revolução, mas não impediu o avanço de uma ditadura cruel e sanguinária, chamado "Terror". Surgiram outras formas de pensamento, que mostraram que o equilíbrio e separação da religião do estado foi a melhor opção. Hoje em dia, ainda há os Estados, chamados, teocráticos, porém são poucos.


O principal embasamento do meu argumento é o do terrorismo religioso, que não está vinculado diretamente a um estado, já que se espalha ao redor do mundo. A Al-Qaeda é um exemplo explícito disso.
A Al-Qaeda é um grupo de criminosos que justificam as suas ações na religião. Apelando até mesmo às Cruzadas da Idade Média para a sua "guerra contra o mundo judaíco-cristão". ( Detalhe, o judaíco está na frente do cristão. )   

No caso das guerras entre estados, essas também tem uma forte influência da religião. Além disso a religião é um aspecto da condição humana, é algo pertinente a ser analisado.
Motivo para guerras são inúmeras! Teve guerras por causa de "raças", ideológias, geográfias, até mesmo por causa do futebol!!!

Não espere que ateus fiquem tecendo elogios a religião para poder criticar. Isso de ver ateu como radical e "perverso" na análise da religião também pode ser preconceito.
Vamos ver o que é a palavra preconceito:
Citar
Preconceito:s. m., conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério; superstição; prejuízo; erro.
Eu não estou generalizando os atéus, mas alguns estão sendo "radicais" em defesa de suas idéias. Porém, se eu fosse preconceituoso, eu nem teria começado este debate. Taxava-os de isto e aquilo e pronto. 
 
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Offline Adriano

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #160 Online: 24 de Setembro de 2007, 20:32:19 »
Vamos simplificar Adriano.

1 - Eu nunca disse que o Budismo é ateísta, apenas que ateus podem ser budistas.
Acreditar em Deus ou saber que ele existe, não resulta em nenhuma moral especifica, muito menos em mandamentos divinos.
Diga a um deista ou um teísta sem religião que ele segue "mandamentos" de Deus e ele vai rir.
Eu citei exemplos de como teístas pode ter qualquer tipo de moral.
Cite um exemplo de uma moral que TODO teísta obrigatoriamente tenha que compartilhar.
Existem teístas sem religião.
Existem teístas céticos.
Existem teístas com diversas religiões.
Existem teístas cristãos, outros budistas, outros hinduistas, etc... cada religião com uma moral diferente.
Mesmo pegando um grupo como os "cristãos", cada um deles vai ter sua própria moral, pois ser "cristão" não significa concordar com tudo o que está ali.

Ateus também pode ser Budistas, Taoismo ou mesmo compartilhar da moral cristã.
É a mesma coisa, a crença/descrença em Deus não representa nada.
A moral significa os costumes e hábitos, são as regras sociais entre o que é certo e errado. Primeiramente a crença em deus é um desses costumes, que é tido como certo. A sensação de que existe um criador e é possível se relacionar com ele. São construções sociais e por isso morais, passadas por gerações, como sendo o básico da ética para a grande parcela dos religiosos e teístas. Se acredita em deus por que é "bom", para não se sentir "sozinho", para a vida ter "sentido" ou para ser "feliz". Não questões éticas e morais, individuais e de uma coletividade.

2 - Religiosos nem sempre praticam "dogmas" e "rituais"...
Os ensinamentos práticos podem ou não ser ensinados como dogmas morais ou não e podem ou não ser praticados de forma ritual.
Cada ensinamento tem um objetivo e uma função.
Receber a ostia na igreja é um ritual, batizar um filho é um ritual, casar na igreja é um ritual.
Essas coisas não fazem parte da "doutrina" central das muitas religiões, enquanto os rituais variam os ensinamentos práticos permanecem os mesmos.
Por exemplo, eu pratico os ensinamentos, mas nenhum deles por "moral" e não pratico nenhum ritual.
O ensinamento não-mentir, por exemplo, não é "moral" eu não pratico isso por achar que mentir é errado, mas por esse ensinamento me permitir conhecer minhas fraquezas.
Tentando não mentir, vigio minha mente e aprende sobre as vergonhas, medos e desejos que me levam a mentir, ao mesmo tempo em que luto contra essas fraquezas.
Ensinamentos práticos se não tem uma finalidade de "buscar" deus, ou de moralidade extra-mundo então nem são religiosos. São simplesmente ensinamentos culturais seculares. Pode ser uma questão social, psicológica ou ética. 


Dogmas e rituais, ou mesmo a moral, não são inerentes a religião.
O Budismo mesmo eliminou um monte de confusão e rituais quando surgiu.
Existem "contos" falando sobre não criar rituais e superstições... isso não impediu as pessoas de ritualizar o budismo e torna-lo mais supersticioso nas seitas organizadas.
Isso é comportamento humano.
Comportamento que não é "inerente" a religião, muito menos a pratica religiosa.
Eu sou um religioso e pratico a religião sem rituais, moral ou superstição.
Eu uso da religião de forma racional e cética.
O que entendo como ritual religioso é justamente a prática religiosa. Isso por definição, não existe essa diferença entre ritual religioso e prática religiosa. A prática/ritual ou é religiosa ou é secular. E o ceticismo científico se opõe as práticas religiosas, por serem subjetivas e de resultados dúbios. Tanto é que uma das práticas céticas mais comum é fazer os mesmo rituais religiosos e místicos através de metodologia científica para ver os resultados encontrados são os mesmo. Mas sempre encontram explicações mais simples.

3 - Outro ponto abordado é a questão religião X ciência.
A religião tem conhecimento sim e a evidencia científica não contraria diretamente esse conhecimento.
Comparar a religião com "a ciência" é uma comparação tola, pois existem muitas ciências.
A religião seria melhor comparada com uma ciência especifica, perderíamos compara-la com a psicologia, por exemplo.
A ciência contraria superstições muitas vezes presentes na religião e nos teístas, mas a religião tem muito mais que isso.
Por exemplo, a ciência contraria uma leitura literal do mito de Adão e Eva, mas não contraria o mito de Adão e Eva em si.
Essa parte do mito toca em um ponto importante da doutrina e idéia religiosa, a origem do chamado "pecado".
Você diz "esse conhecimento", mas até então são questões pessoais e psicológicas. Também não me preocupo com as doutrinas internas da religião, que existem inúmeras interpretações tanto quanto o número de igrejas, no caso do cristianismo e do mito de adão e eva. O seu entendimento a respeito é mais um no meio de todos os demais. Embora tenha a ciência da religião, que faz uma análise mais séria a respeito.

A iluminação é outra questão importante, pois é parte do conhecimento religioso.
A evidência científica em nada contraria isso.
Todas as praticas que levam a isso e a forma como são abordadas, podem contrarias idéias da psicologia a respeito da mente humana, mas apenas teorias e hipóteses com a qual elas trabalham, sendo que mesmo dentro da própria psicologia, existem divergências sobre o tema.
Algumas linhas da psicologia chegam a ser irreconciliáveis em suas idéias e abordagens.
Mesmo alguns filósofos tocam nesses pontos e divergem dessa ciência.
Nesse caso a religião tem um melhor conhecimento do funcionamento da mente e suas práticas nos permitem leva-la a esse estado de superconsciência que chamam de iluminação.
Algo apenas "desconhecido" pela ciência que em nada contraria a evidencia cientifica, muito pelo contrario, a ciência vem reforçando o que a religião já diz há muito tempo sobre o estado de vigilia e sobre como nossa mente distorce a realidade.
As evidências científicas da psicologia, psiquiatria, neurologia apontam a uma realidade cerebral, a consciência como sendo resultado das atividades cerebrais, de suas diversas partes. Essa sua opinião de que a mente distorce a realidade é uma crença religiosa que bate de frente com a busca da verdade científica, onde é inexistente o conceito de uma realidade para além do estado vilígia, pois este é o estado em que estamos acordados, o estado onde temos a maior consciência. Essa sua inversão da noção de realidade é contra a visão científica corrente.

Ao contrario do que você pensa, não se tratam apenas de "experiências" pessoais.
Trata-se apenas de uma abordagem diferente da ciência.
Alguém que investiga isso através das práticas religiosas, está investigando através do melhor método e pode inclusive combina-lo com outras coisas, isso inclui métodos científicos.
Isso é uma coisa objetiva que qualquer um pode comprovar pessoalmente.
A ciência descobrir que eles estão certos, não vai dar mais "valor" a isso, não para aqueles que já investigam o assunto pessoalmente.


Mas muitas dessas "experiências pessoais" não são aceitas pela comunidade científica e contrariam a maior parte do conhecimento produzido a respeito. Como disse, a realidade válida é a do estado de vigília, onde estamos acordados. As outras são tidas como imaginação e sonhos. Portando tem muita diferença. 

Entenda, o que manda é a capacidade de "verificação".
Isso a religião já permite hoje, quem verifica não precisa do "aval" de cientistas.

Quando dizemos que é algo cientificamente comprovado, estamos dizendo que cientistas comprovaram algo pessoalmente fazendo uso de métodos científicos.
Quando diversos cientistas de forma independendo realizam um experimento e "relatam" que tal coisa realmente funciona, dizemos que algo é cientificamente comprovado.
Não se pode "provar" muita coisa a terceiro.
Você, por exemplo, não pode me provar que a aspirina realmente tira a dor de cabeça.
Cientista nenhum pode me "provar" isso.
Eu posso "acreditar" no "relato" deles de que a aspirina funciona, ou posso tomar uma quando tiver uma dor de cabeça e comprovar isso pessoalmente.
Então, o que chamamos de algo cientificamente comprovado, é o RELATO da comunidade científica sobre a veracidade de algo.
Podemos é claro, não confiar nesse relato e ir comprovar pessoalmente, o mesmo que esses cientistas comprovaram.
Podemos reproduzir os experimentos deles e comprovar a mesma coisa que eles.

Quando os cientistas dizem que algo foi cientificamente comprovado, acreditamos neles e eles merecem essa confiança. A comunidade científica fez por merecer essa confiança.
E está tendo uma grande contradição entre as suas experiências pessoais, resultados de suas práticas religiosas e o conhecimento produzido pela ciência. Principalmente o contexto de realidade.

Já na religião, não podemos dizer que algo foi "religiosamente comprovado", com base nos RELATOS de religiosos.
Não porque não existem religiosos sérios que comprovaram de forma independente a mesma coisa, e atestam sua funcionalidade.
O problema na religião é que existem muitos charlatões e não conseguimos distinguir eles, dos religiosos sérios.

Em todo caso, da mesma foram que acontece na ciência, não precisamos "acreditar" no "relato".
Podemos VERIFICAR o relato e comprovar pessoalmente o mesmo que esses religiosos já comprovaram.
Então, pra quem comprova as coisas pessoalmente... os relatos não são muito importantes, sejam eles de outros religiosos ou de cientistas.
É por isso que pra mim, a ciência descobrir aquilo que eu já sei, não vai mudar o valor disso.
Aqui é que está o seu engano. Por exemplo, o seu contexto de iluminação e de a realidade das pessoas que estão acordadas ser falsa é totalmente sem comprovação empírica, sendo necessário atos de fé para essa crença.

4 - A ciência é cética e neutra.
Ela não diz que a religião tem base apenas em crenças irracionais, os cientistas estudam isso para ver que tipo de conhecimento a religião tem.
Quando Dawkins faz sua pregação de que religião não tem conhecimento, está sendo anticientifico.
Ele ultrapassa o limite na neutralidade e do ceticismo e cai no terreno das assertivas falsas.
Não vejo nada de anticientífico no Dawkins, pelo contrário, vejo isso na sua abordagem religiosa travestida de conhecimento compatível com a ciência, já que é o contrário, é totalmente incompatível.

A postura do cético é permanecer neutro.
Quando eu falo sobre a iluminação, por exemplo, não estou falando sobre "evidencia anedota".
Estou relatando algo, a postura cética é não acreditar e permanecer neutro.
Um cético pode levantar a hipótese de "ilusão mental" por exemplo.
É uma hipótese valida, mas o cético não pode "acreditar" nela e descartar a hipótese "iluminação".
Ele levanta a hipótese e permanece neutro, não acreditando em nenhum das duas hipóteses.
Eu, por outro lado, já falseei a hipótese "ilusão mental" e comprovei que a hipótese iluminação é a correta.
Então eu não "creio" nisso, eu sou um cético que investigou o assunto e falseou a hipótese ilusão mental.
Quem não quer investigar o assunto, deve permanecer cético e neutro.
O ceticismo científico é adequado a uma postura PRATICA que serve como um ferramenta que mantém a ciência relativamente livre de crenças e superstições, mas essa não é a postura correta para julgar o mundo.
No segundo caso é preciso usar de um ceticismo mais filosófico.
Não existe método científico sem a participação da comunidade científica e da sua metodologia de divulgação e apreciação pelo pares através das revistas científicas. Se apropriar de termos científicos para explicar um fato subjetivo e pessoal em nada faz disso algo cético, muito menos coerente com o ceticismo científico.

5 - Quanto a filosofia da mente e a consciência, de nada adianta filosofar quando ainda não sabemos o que é a consciência, onde fica ou mesmo se ela existe.
"Teorias" da filosofia não resolvem o problema, continuam sendo teorias e continuam dando margem a interpretações.
É por isso que continua não existindo consenso sobre se animais são ou não conscientes, e quais seriam conscientes ou não.
A consciência são os processamentos cerebrais. Não há segredo nenhum sobre isso. Esse é o entendimento corrente de consciência na ciência e na filosofia da mente.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Adriano

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #161 Online: 24 de Setembro de 2007, 20:41:12 »
O principal embasamento do meu argumento é o do terrorismo religioso, que não está vinculado diretamente a um estado, já que se espalha ao redor do mundo. A Al-Qaeda é um exemplo explícito disso.
A Al-Qaeda é um grupo de criminosos que justificam as suas ações na religião. Apelando até mesmo às Cruzadas da Idade Média para a sua "guerra contra o mundo judaíco-cristão". ( Detalhe, o judaíco está na frente do cristão. )   
Mas isso reflete uma tensão maior entre culturas, o ocidente e o oriente. São culturas muito diferentes, com religiões bem diferentes.

Não espere que ateus fiquem tecendo elogios a religião para poder criticar. Isso de ver ateu como radical e "perverso" na análise da religião também pode ser preconceito.
Vamos ver o que é a palavra preconceito:
Citar
Preconceito:s. m., conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério; superstição; prejuízo; erro.
Eu não estou generalizando os atéus, mas alguns estão sendo "radicais" em defesa de suas idéias. Porém, se eu fosse preconceituoso, eu nem teria começado este debate. Taxava-os de isto e aquilo e pronto. 
Mas as críticas ao Dawkins são por ele mostrar as contradições religiosas, baseadas na crença em deus. Ele é ateu, não tem que ficar mostrando o que tem de bom na religião, que isso fique a cargo de quem acredita que a religião vale a pena.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline BetinhOzinhO

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #162 Online: 24 de Setembro de 2007, 21:18:31 »
Sabe, é melhor ler inúmeros livros e não ler alguns do que ler um único livro que intrepreta os demais. Então devo concluir que você não é diferente dos evangélicos, afinal que diferença faz ler um único autor e tema do que um conjuntos de livros de um único tema, porém com vários autores...
Você não é diferente de qualquer fanático que conheço. 

E você é um HEREGE!! HEREEEEEEEEEEEEGEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!! Dawkins é ETERNO, ele vive pelo SÉCULO DOS SÉCULOS!!!!!!!! DAWKINS, me POSSUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAA!

A Al-Qaeda é um grupo de criminosos que justificam as suas ações na religião.

A religião deles é que é um crime contra a humanidade, PRONTO, FALEI. Não vamos esquecer que aqueles rapazes que explodiram o metrô de Londres não estavam nas listas dos TEMÍVEIS FANÁTICOS CRIMINOSOS, eram jovens aculturados, "pacíficos", "meigos", "civilizados", "moderados", muçulmanos "bonzinhos". AQUI o "muçulmano moderado", ó, uma BANANA pra eles.
« Última modificação: 24 de Setembro de 2007, 21:45:28 por BetinhO »
O GOOGLE NÃO É SEU AMIGO! HAHAHAHHOHOHOHO! http://www.google-watch.org/

Offline Alegra

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #163 Online: 25 de Setembro de 2007, 08:12:10 »
 :umm:  Não sei se posso fazer isto aqui no fórum mas acho que não há nada de mau... De qualquer forma se estiver errada a moderação fica a vontade para apagar o post.  :ok:



Editado pela moderação (Conteúdo proibido às regras do fórum).
« Última modificação: 25 de Setembro de 2007, 09:51:08 por Amon »
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline BetinhOzinhO

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #164 Online: 25 de Setembro de 2007, 11:39:45 »
Editado pela moderação (Conteúdo proibido às regras do fórum).

MORRI de curiosidade agora!!!!
O GOOGLE NÃO É SEU AMIGO! HAHAHAHHOHOHOHO! http://www.google-watch.org/

Offline Mancha Negra

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #165 Online: 25 de Setembro de 2007, 12:55:49 »
Sabe, é melhor ler inúmeros livros e não ler alguns do que ler um único livro que intrepreta os demais. Então devo concluir que você não é diferente dos evangélicos, afinal que diferença faz ler um único autor e tema do que um conjuntos de livros de um único tema, porém com vários autores...
Você não é diferente de qualquer fanático que conheço. 

E você é um HEREGE!! HEREEEEEEEEEEEEGEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!! Dawkins é ETERNO, ele vive pelo SÉCULO DOS SÉCULOS!!!!!!!! DAWKINS, me POSSUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAA!

A Al-Qaeda é um grupo de criminosos que justificam as suas ações na religião.

A religião deles é que é um crime contra a humanidade, PRONTO, FALEI. Não vamos esquecer que aqueles rapazes que explodiram o metrô de Londres não estavam nas listas dos TEMÍVEIS FANÁTICOS CRIMINOSOS, eram jovens aculturados, "pacíficos", "meigos", "civilizados", "moderados", muçulmanos "bonzinhos". AQUI o "muçulmano moderado", ó, uma BANANA pra eles.
:| :nao3: :|
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Offline NadaSei

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #166 Online: 26 de Setembro de 2007, 20:19:14 »
A moral significa os costumes e hábitos, são as regras sociais entre o que é certo e errado.
Costumes e hábitos são costumes e hábitos.
Regras sociais entre o certo e errando, são regras sociais e leis.

Se moral é o que você diz, então ateus não podem ter moral.
Primeiramente a crença em deus é um desses costumes, que é tido como certo.
Não.
A crença em Deus pode ser fruto de conhecimento ou reflexão.
Veja o Mancha negra que é deista e eu que sou um teísta cético e ex-ateu.
A descrença em Deus também pode ser colocada como um costume influenciado pela familia.
Você está misturando as bolas.
A sensação de que existe um criador e é possível se relacionar com ele. São construções sociais e por isso morais, passadas por gerações, como sendo o básico da ética para a grande parcela dos religiosos e teístas.
Construções sociais e por isso morais? Passadas de geração pra geração?
Você fez da moral uma salada intragável.

Moral:
Conjunto de costumes e juízos morais de um indivíduo ou de uma sociedade; teoria que visa orientar a ação humana submetida ao dever e com vistas ao bem; conjunto de normas livre e conscientemente aceitas que visam organizar as relações dos indivíduos na sociedade.

Nossa moral é referente aquilo que nós definimos como certo ou errado, bom ou ruim.
Ateus podem ter uma moral que diz que a homossexualidade é errada e anti-natural, um teísta pode pensar da mesma forma.
Um ateu pode achar que não tem problema nisso, um teísta também.

Teístas não são obrigados e ter a moral cristã e essa não é igual a moral hindu.
Eu mesmo sou um teísta no ocidente e minha moral não é igual aos princípios basicos de nenhuma religião.

Ser teísta não acarreta em seguir o codigo moral de nenhuma religião especifica.
Um teísta, assim como um ateu, tem a sua própria moral.
Se acredita em deus por que é "bom", para não se sentir "sozinho", para a vida ter "sentido" ou para ser "feliz". Não questões éticas e morais, individuais e de uma coletividade.
Que?????

Eu não acho que Deus seja bom.
Não vejo nenhum sentido na vida.
Continuo me sentido sozinho.
E não sou mais feliz por ter descobrido que Deus existe.

Você tira cada coisa do chapéu...

Eu era mais feliz quando ateu e me sentia menos sozinho também.
Como sabemos, Deus não tem desculpa para o mal no mundo.
Isso cria problemas maiores do que um ateu tem que lidar.
O ateu vive em um mundo de "acaso"... a ilusão do "acaso" diminui o fardo da vida, quem sabe que tudo acontece por um motivo e com a permissão ou omissão de Deus, tem que lidar com isso, não pode se refugiar na ilusão do acaso.
Pra um ateu a morte é o fim do sofrimento, pra um teísta é uma vã tentativa de fugir de algo que não pode fugir e nem adianta tentar.

O ateismo pode dar sentido a vida, "fazer o meu melhor", "deixar minha marca", deixar minha contribuição... Já um teísta pode se perguntar: "O que eu poderia fazer, que Deus não poderia fazer 10 vezes melhor.

Sendo ateu ou teísta, podemos dar ou não sentido a vida, podemos nos consolar ou não, etc...
Mais uma vez, tratam-se de pontos de vistas individuais.
Acreditar em Deus não significa dar sentido a vida. Eu mesmo sou teísta e não vejo sentido na vida.
Ensinamentos práticos se não tem uma finalidade de "buscar" deus, ou de moralidade extra-mundo então nem são religiosos. São simplesmente ensinamentos culturais seculares. Pode ser uma questão social, psicológica ou ética. 
O Budismo ensina basicamente o mesmo que o Hinduismo, sendo que uma religião fala sobre Deus e a outra não.
A iluminação sempre significa, entre outras coisas, união com o todo.
Se chamam esse todo de Deus ou universo já é outra historia.
A questão é que se um ensinamento pratico visa certos resultados e se funcionam, não são meros rituais.

Já dar a ostia e batizar, são apenas rituais.
Não resultam em nada.

enquanto o jejum não é um ritual, é uma pratica funcional.
O que entendo como ritual religioso é justamente a prática religiosa.
Pois está engando, existem ensianmentos práticos e rituais.
Buda ensinou praticas e ao mesmo tempo ensinou que não devemos criar rituais inuteis e supersticiosos.
Tanto é que uma das práticas céticas mais comum é fazer os mesmo rituais religiosos e místicos através de metodologia científica para ver os resultados encontrados são os mesmo. Mas sempre encontram explicações mais simples.
As praticas religiosas tem todas o mesmo objetivo final, a iluminação.
A meditação é só uma dessas praticas e a ciência não tem nada conclusivo a esse respeito.
Você diz "esse conhecimento", mas até então são questões pessoais e psicológicas. Também não me preocupo com as doutrinas internas da religião, que existem inúmeras interpretações tanto quanto o número de igrejas, no caso do cristianismo e do mito de adão e eva. O seu entendimento a respeito é mais um no meio de todos os demais. Embora tenha a ciência da religião, que faz uma análise mais séria a respeito.
Existirem inúmeras interpretações não significa que eu esteja errado, isso é apelo a multidão.
Eu testei e comprovei a função desses ensinamentos e é a mesma descrita por Buda, Krishna, Lao Tsé ou mesmo Cristo.
Se não existe consenso ou se isso não é cientificamente comprovado é outra estória.

A psicologia fala sobre a mente, por isso diriamos que a psicologia não tem conhecimento?
O conhecimento da religião é referente a mente humana a a realidade metafísica que nos cerca.
As evidências científicas da psicologia, psiquiatria, neurologia apontam a uma realidade cerebral, a consciência como sendo resultado das atividades cerebrais, de suas diversas partes. Essa sua opinião de que a mente distorce a realidade é uma crença religiosa que bate de frente com a busca da verdade científica, onde é inexistente o conceito de uma realidade para além do estado vilígia, pois este é o estado em que estamos acordados, o estado onde temos a maior consciência. Essa sua inversão da noção de realidade é contra a visão científica corrente.
Está enganado.
Os cientistas tem teorias e hipóteses que partem de um ponto de vista materialista.

A diferença é de método e de filosofia, a diferença se concentra naquilo que a ciência aceita a priori, mas não prova como certo.

A religião ser metafisica não a torna anticientifica pela ciência usar de métodos materialistas e aceitar a priori a nossa realidade como material.
Isso torna a religião não-cientifica, mas não anti-cientifica.
São diferenças de opinião e método, mas a ciência não prova a outra como falsa.
Ela não prova a metafisica como falsa e o materialismo como verdadeiro.

A ciência se baseia em um método e o conhecimento adquirido depende e se sustenta nesse método.
Como o método é funcional, a ciência prossegue com ele, mas isso não prova falso a metafisica religiosa.
Da mesma forma a ciência conhece outros estado mentais, e tem a vigilia como o estado desperto conhecido, mas isso não prova que não existe outro estado mais desperto.

A religião fala de coisas que a ciência desconhece, não de coisas que a ciência diz falsa ou que contrarie as evidências científicas.
Pode contrariar pre-supostos, hipóteses, metodologia e filosofia, mas não as evidencias científicas.
Mas muitas dessas "experiências pessoais" não são aceitas pela comunidade científica e contrariam a maior parte do conhecimento produzido a respeito. Como disse, a realidade válida é a do estado de vigília, onde estamos acordados. As outras são tidas como imaginação e sonhos. Portando tem muita diferença. 
São tidas mas não pela ciência.
E não contrariam o conhecimento cientifico.
A ciência conhece bem a capacidade humana de distorcer a realidade durante a vigilia, justamente por isso se baseia em experimentos, equipamentos e não confia na percepção humana.
As evidencias cientificas apoiam essa idéia, mesmo que a ciência "desconheça" a existência de um estado onde essas distorções são eliminadas e onde estamos acordados de verdade.

O que a ciência desconhece, não significa que contraria ela.
E está tendo uma grande contradição entre as suas experiências pessoais, resultados de suas práticas religiosas e o conhecimento produzido pela ciência. Principalmente o contexto de realidade.
Não senhor.
como já disse, o que é desconhecido pela ciência, não significa que seja contrario a ela.
O método não é científico, mas nada impede a ciência de estudar a pratica e seus praticantes, e confirmar seus relatos.
É como costumo lembrar, a pratica nos permite controlar funções da mente que antes eram vistas pelos cientistas como sendo apenas de controle inconsciente.
Os religiosos relatavam isso, a ciência desconhecia.

A ciência observava coisas na mente que as pessoas não controlavam de forma consciente, mas apenas inconsciente.
Então ela desconhecia que essas coisas poderiam ser controladas de forma consciente.
Estudaram monges e descobriram que eles conseguiam realmente controlas isso de forma consciente, então além de descobrir algo que desconheciam, confirmaram em parte o relato de que podemos controlar de forma consciente, partes da mente que antes não controlávamos conscientemente.

Demonstraram só coisas simples, como coisas que vemos ao ter duas imagens diferentes em cada olhos, etc... Só bobeira... mas já é um passo a a confirmação de uma pequena parte do relato desses monges.
É também uma descoberta sobre algo que a ciência desconhecia e que se torna possível através das praticas religiosas.
Aqui é que está o seu engano. Por exemplo, o seu contexto de iluminação e de a realidade das pessoas que estão acordadas ser falsa é totalmente sem comprovação empírica, sendo necessário atos de fé para essa crença.
Quem disse?
Se eu estou mais acordado, posso testar isso de varias formas.
Posso testar meus reflexos, minha habilidade em observar os detalhes de algo, etc...

Os mesmo testes que usam para observar as diferenças entre um bêbado ou uma pessoa sóbria, ou entre uma pessoa sem dormir a dois dias e um pessoa que descansou e dormiu normalmente.

Depois, alguém que durante a vigilia "acreditava" que estava acordado, e depois acorda de verdade e percebe que nunca antes esteve acordado, sabe melhor que ninguém que são se deve ser "fé" nas percepções.

São as pessoas na vigilia que "acreditam" que estão acordadas e pouco questionam isso, e ne]ão sabem o quanto estão dormindo.
Não vejo nada de anticientífico no Dawkins, pelo contrário, vejo isso na sua abordagem religiosa travestida de conhecimento compatível com a ciência, já que é o contrário, é totalmente incompatível.
É incompatível em método, isso é diferente de dizer que uma é contraria a outra, ou de dizer que a religião é anti-científica e não tem conhecimento.

Existem varias formas de se adquirir conhecimento a ciência é apenas uma delas.
Querer que apenas a ciência possa ser usada, é nos impedir de adquirir conhecimentos que os métodos científicos não são capazes de adquirir.
Não existe método científico sem a participação da comunidade científica e da sua metodologia de divulgação e apreciação pelo pares através das revistas científicas. Se apropriar de termos científicos para explicar um fato subjetivo e pessoal em nada faz disso algo cético, muito menos coerente com o ceticismo científico.
Ou seja, comprovação pessoal de cientistas independentes verificando pessoalmente alguma coisa via métodos cientificos.
O mesmo que eu falei.
Quanto ao ceticismo científico, ele é uma ferramenta dentro da ciência.
Meu posicionamento e conduta de investigação pessoal e comprovação pessoal, estão de acordo com meu posicionamento cético, tanto científico quanto filosófico.

Não tem nada de incoerente aqui com o ceticismo científico.
Incoerência seria com base nisso, querer que a ciência aceite esse conhecimento.

O problema é que muitos "acham" que são céticos cientificos, mas não sabem pra que serve isso o usam para julgar o mundo e acabam por "acreditar" que o que a ciência desconhece é falso e inveridico.
O ceticismo científico é uma ferramenta importante dentro na ciência, mas não deve ser usado para julgar filosoficamente o mundo. Pra isso é necessário um ceticismo mais filosófico como o dos pirronicos ou outras formas filosóficas de ceticismo.
A consciência são os processamentos cerebrais. Não há segredo nenhum sobre isso. Esse é o entendimento corrente de consciência na ciência e na filosofia da mente.
Essa é a hipótese.
A ciência não sabe se a consciencia existe, nem em que área do cérebro ficaria ou se espalhado por ele.
Estão investigando ciclos de ondas gama se não me engano, mas nada conclusivo.

A discussão de se a consciencia é fruto de sinais elétricos criados pelo cérebro ou algo mais que independe do corpo, permanece a mesma desde tempos antigos.
São duas hipóteses não confirmadas.
E sim, boa parte dos cientistas e filósofos "apostam" na hipótese de que é fruto do cérebro, algo que também já acontecia antes e que em nada avançou hoje.
Outros também apostam de que ela não é fruto do cérebro.

Ou você pode "provar" que a consciencia é fruto do cérebro?
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Adriano

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #167 Online: 27 de Setembro de 2007, 00:23:53 »
A moral significa os costumes e hábitos, são as regras sociais entre o que é certo e errado.
Costumes e hábitos são costumes e hábitos.
Regras sociais entre o certo e errando, são regras sociais e leis.

Se moral é o que você diz, então ateus não podem ter moral.
Infelizmente para a sociedade o ateísmo é ainda considerado imoral.  |(

Primeiramente a crença em deus é um desses costumes, que é tido como certo.
Não.
A crença em Deus pode ser fruto de conhecimento ou reflexão.
Veja o Mancha negra que é deista e eu que sou um teísta cético e ex-ateu.
A descrença em Deus também pode ser colocada como um costume influenciado pela familia.
Você está misturando as bolas.
Não estou misturando, é a maneira como vejo a crença em deus. Não vejo razões para esta crença, todas as que conheci não considerei satisfatórias. E a imensa maioria de ateus sempre foram religiosos anteriormente, a influência de família é mínima.

A sensação de que existe um criador e é possível se relacionar com ele. São construções sociais e por isso morais, passadas por gerações, como sendo o básico da ética para a grande parcela dos religiosos e teístas.
Construções sociais e por isso morais? Passadas de geração pra geração?
Você fez da moral uma salada intragável.

Moral:
Conjunto de costumes e juízos morais de um indivíduo ou de uma sociedade; teoria que visa orientar a ação humana submetida ao dever e com vistas ao bem; conjunto de normas livre e conscientemente aceitas que visam organizar as relações dos indivíduos na sociedade.
O sentido é o mesmo, não vi diferença alguma. Embora eu me utilizei o sentido mais geral, da moral de uma sociedade.

Nossa moral é referente aquilo que nós definimos como certo ou errado, bom ou ruim.
Ateus podem ter uma moral que diz que a homossexualidade é errada e anti-natural, um teísta pode pensar da mesma forma.
Um ateu pode achar que não tem problema nisso, um teísta também.

Teístas não são obrigados e ter a moral cristã e essa não é igual a moral hindu.
Eu mesmo sou um teísta no ocidente e minha moral não é igual aos princípios basicos de nenhuma religião.

Ser teísta não acarreta em seguir o codigo moral de nenhuma religião especifica.
Um teísta, assim como um ateu, tem a sua própria moral.
Mas eu não me referi as diferenças, é óbvio que existem diversas, disse especificamente da crença em deus, que pode resultar como justificativa para muitos raciocínios morais.

Se acredita em deus por que é "bom", para não se sentir "sozinho", para a vida ter "sentido" ou para ser "feliz". Não questões éticas e morais, individuais e de uma coletividade.
Que?????

Eu não acho que Deus seja bom.
Não vejo nenhum sentido na vida.
Continuo me sentido sozinho.
E não sou mais feliz por ter descobrido que Deus existe.

Você tira cada coisa do chapéu...

Eu era mais feliz quando ateu e me sentia menos sozinho também.
Como sabemos, Deus não tem desculpa para o mal no mundo.
Isso cria problemas maiores do que um ateu tem que lidar.
O ateu vive em um mundo de "acaso"... a ilusão do "acaso" diminui o fardo da vida, quem sabe que tudo acontece por um motivo e com a permissão ou omissão de Deus, tem que lidar com isso, não pode se refugiar na ilusão do acaso.
Pra um ateu a morte é o fim do sofrimento, pra um teísta é uma vã tentativa de fugir de algo que não pode fugir e nem adianta tentar.

O ateismo pode dar sentido a vida, "fazer o meu melhor", "deixar minha marca", deixar minha contribuição... Já um teísta pode se perguntar: "O que eu poderia fazer, que Deus não poderia fazer 10 vezes melhor.

Sendo ateu ou teísta, podemos dar ou não sentido a vida, podemos nos consolar ou não, etc...
Mais uma vez, tratam-se de pontos de vistas individuais.
Acreditar em Deus não significa dar sentido a vida. Eu mesmo sou teísta e não vejo sentido na vida.
Na minha avaliação você nem é teísta, este tem um deus pessoal, o deus das religiões. Me parece mais como um deísta. E essa idéia de que a vida é só sofrimento e a morte é o fim, não tem nada de ateísmo nisso, é um pensamento depressivo. E está mais para uma visão do Video Maker sobre ateísmo sem ter nada a ver com a realidade.

Ensinamentos práticos se não tem uma finalidade de "buscar" deus, ou de moralidade extra-mundo então nem são religiosos. São simplesmente ensinamentos culturais seculares. Pode ser uma questão social, psicológica ou ética. 
O Budismo ensina basicamente o mesmo que o Hinduismo, sendo que uma religião fala sobre Deus e a outra não.
A iluminação sempre significa, entre outras coisas, união com o todo.
Se chamam esse todo de Deus ou universo já é outra historia.
A questão é que se um ensinamento pratico visa certos resultados e se funcionam, não são meros rituais.

Já dar a ostia e batizar, são apenas rituais.
Não resultam em nada.

enquanto o jejum não é um ritual, é uma pratica funcional.

O que entendo como ritual religioso é justamente a prática religiosa.
Pois está engando, existem ensianmentos práticos e rituais.
Buda ensinou praticas e ao mesmo tempo ensinou que não devemos criar rituais inuteis e supersticiosos.
Tanto é que uma das práticas céticas mais comum é fazer os mesmo rituais religiosos e místicos através de metodologia científica para ver os resultados encontrados são os mesmo. Mas sempre encontram explicações mais simples.
As praticas religiosas tem todas o mesmo objetivo final, a iluminação.
A meditação é só uma dessas praticas e a ciência não tem nada conclusivo a esse respeito.
A cultura religiosa é sempre baseada em crenças e dogmas. Assim vejo a iluminação.

Você diz "esse conhecimento", mas até então são questões pessoais e psicológicas. Também não me preocupo com as doutrinas internas da religião, que existem inúmeras interpretações tanto quanto o número de igrejas, no caso do cristianismo e do mito de adão e eva. O seu entendimento a respeito é mais um no meio de todos os demais. Embora tenha a ciência da religião, que faz uma análise mais séria a respeito.
Existirem inúmeras interpretações não significa que eu esteja errado, isso é apelo a multidão.
Eu testei e comprovei a função desses ensinamentos e é a mesma descrita por Buda, Krishna, Lao Tsé ou mesmo Cristo.
Se não existe consenso ou se isso não é cientificamente comprovado é outra estória.

A psicologia fala sobre a mente, por isso diriamos que a psicologia não tem conhecimento?
O conhecimento da religião é referente a mente humana a a realidade metafísica que nos cerca.
E eu acredito mais na hipótese de você ter se enganado do que ser uma experiência real. É mais possível que seja uma alucinação, um engano de sua mente. A minha experiência pessoal indica isso.

As evidências científicas da psicologia, psiquiatria, neurologia apontam a uma realidade cerebral, a consciência como sendo resultado das atividades cerebrais, de suas diversas partes. Essa sua opinião de que a mente distorce a realidade é uma crença religiosa que bate de frente com a busca da verdade científica, onde é inexistente o conceito de uma realidade para além do estado vilígia, pois este é o estado em que estamos acordados, o estado onde temos a maior consciência. Essa sua inversão da noção de realidade é contra a visão científica corrente.
Está enganado.
Os cientistas tem teorias e hipóteses que partem de um ponto de vista materialista.

A diferença é de método e de filosofia, a diferença se concentra naquilo que a ciência aceita a priori, mas não prova como certo.

A religião ser metafisica não a torna anticientifica pela ciência usar de métodos materialistas e aceitar a priori a nossa realidade como material.
Isso torna a religião não-cientifica, mas não anti-cientifica.
São diferenças de opinião e método, mas a ciência não prova a outra como falsa.
Ela não prova a metafisica como falsa e o materialismo como verdadeiro.

A ciência se baseia em um método e o conhecimento adquirido depende e se sustenta nesse método.
Como o método é funcional, a ciência prossegue com ele, mas isso não prova falso a metafisica religiosa.
Da mesma forma a ciência conhece outros estado mentais, e tem a vigilia como o estado desperto conhecido, mas isso não prova que não existe outro estado mais desperto.

A religião fala de coisas que a ciência desconhece, não de coisas que a ciência diz falsa ou que contrarie as evidências científicas.
Pode contrariar pre-supostos, hipóteses, metodologia e filosofia, mas não as evidencias científicas.
Está fazendo um espantalho, pois o materialismo é uma filosofia mais voltada para a física, e restrita a essa de forma reducionista. Um termo muito utilizado é o naturalismo, que abrange a realidade observada na natureza.

E a ciência vai além do método, na filosofia da ciência é utilizado o aspecto histórico e sociológico da ciência, que em conjunto com o método científico, que é mais voltado a questão epistemológica, formam a conceituação de ciência. Está fazendo uma análise muito rasa, uma interpretação equivocada. E tem muita coisa na religião que é anti-ciêntífica.

Mas muitas dessas "experiências pessoais" não são aceitas pela comunidade científica e contrariam a maior parte do conhecimento produzido a respeito. Como disse, a realidade válida é a do estado de vigília, onde estamos acordados. As outras são tidas como imaginação e sonhos. Portando tem muita diferença. 
São tidas mas não pela ciência.
E não contrariam o conhecimento cientifico.
A ciência conhece bem a capacidade humana de distorcer a realidade durante a vigilia, justamente por isso se baseia em experimentos, equipamentos e não confia na percepção humana.
As evidencias cientificas apoiam essa idéia, mesmo que a ciência "desconheça" a existência de um estado onde essas distorções são eliminadas e onde estamos acordados de verdade.

O que a ciência desconhece, não significa que contraria ela.
Mas as investigações continuam com as pessoas acordadas, no estado de vigília. A sua metáfora de que não estamos acordados é pode ser vista como uma paranóia religiosa, uma crença sem comprovação científica, apenas uma evidência anedótica. Como diz o Apodman, baseada no "acredite em mim".

E está tendo uma grande contradição entre as suas experiências pessoais, resultados de suas práticas religiosas e o conhecimento produzido pela ciência. Principalmente o contexto de realidade.
Não senhor.
como já disse, o que é desconhecido pela ciência, não significa que seja contrario a ela.
O método não é científico, mas nada impede a ciência de estudar a pratica e seus praticantes, e confirmar seus relatos.
É como costumo lembrar, a pratica nos permite controlar funções da mente que antes eram vistas pelos cientistas como sendo apenas de controle inconsciente.
Os religiosos relatavam isso, a ciência desconhecia.

A ciência observava coisas na mente que as pessoas não controlavam de forma consciente, mas apenas inconsciente.
Então ela desconhecia que essas coisas poderiam ser controladas de forma consciente.
Estudaram monges e descobriram que eles conseguiam realmente controlas isso de forma consciente, então além de descobrir algo que desconheciam, confirmaram em parte o relato de que podemos controlar de forma consciente, partes da mente que antes não controlávamos conscientemente.

Demonstraram só coisas simples, como coisas que vemos ao ter duas imagens diferentes em cada olhos, etc... Só bobeira... mas já é um passo a a confirmação de uma pequena parte do relato desses monges.
É também uma descoberta sobre algo que a ciência desconhecia e que se torna possível através das praticas religiosas.
Obter maior controle de funções mentais através da meditação não significa que tenha outra realidade, apenas mostra um melhor domínio das funções cerebrais.

Aqui é que está o seu engano. Por exemplo, o seu contexto de iluminação e de a realidade das pessoas que estão acordadas ser falsa é totalmente sem comprovação empírica, sendo necessário atos de fé para essa crença.
Quem disse?
Se eu estou mais acordado, posso testar isso de varias formas.
Posso testar meus reflexos, minha habilidade em observar os detalhes de algo, etc...

Os mesmo testes que usam para observar as diferenças entre um bêbado ou uma pessoa sóbria, ou entre uma pessoa sem dormir a dois dias e um pessoa que descansou e dormiu normalmente.

Depois, alguém que durante a vigilia "acreditava" que estava acordado, e depois acorda de verdade e percebe que nunca antes esteve acordado, sabe melhor que ninguém que são se deve ser "fé" nas percepções.

São as pessoas na vigilia que "acreditam" que estão acordadas e pouco questionam isso, e ne]ão sabem o quanto estão dormindo.
A hipótese mais provável é a de um equívoco, uma alucinação, um devaneio. E aqui está o problema de uma evidência anedótica, pois não pode ser comprovada, é apenas um relato pessoal, muitas vezes visto como infundado. Aqui que surge a necessidade do ceticismo para não acreditar nesses "causos" mirabolantes contatos a torto e a direita sem comprovação científica.

Não vejo nada de anticientífico no Dawkins, pelo contrário, vejo isso na sua abordagem religiosa travestida de conhecimento compatível com a ciência, já que é o contrário, é totalmente incompatível.
É incompatível em método, isso é diferente de dizer que uma é contraria a outra, ou de dizer que a religião é anti-científica e não tem conhecimento.

Existem varias formas de se adquirir conhecimento a ciência é apenas uma delas.
Querer que apenas a ciência possa ser usada, é nos impedir de adquirir conhecimentos que os métodos científicos não são capazes de adquirir.
Para mim pensar que existe conhecimento válido na religião além do conhecimento moral e ético já é uma crença infundada, um dogma.

Não existe método científico sem a participação da comunidade científica e da sua metodologia de divulgação e apreciação pelo pares através das revistas científicas. Se apropriar de termos científicos para explicar um fato subjetivo e pessoal em nada faz disso algo cético, muito menos coerente com o ceticismo científico.
Ou seja, comprovação pessoal de cientistas independentes verificando pessoalmente alguma coisa via métodos cientificos.
O mesmo que eu falei.
Quanto ao ceticismo científico, ele é uma ferramenta dentro da ciência.
Meu posicionamento e conduta de investigação pessoal e comprovação pessoal, estão de acordo com meu posicionamento cético, tanto científico quanto filosófico.

Não tem nada de incoerente aqui com o ceticismo científico.
Incoerência seria com base nisso, querer que a ciência aceite esse conhecimento.
Não tem nada a ver com a ciência isso. Os cientistas não verificam algo independentemente, existe uma comunidade científica e os fenômenos tem que ser reproduzidos para avaliação dos demais. Principalmente nas ciências naturais.

O que está acontecendo é você querer associar a sua conduta a de um cientista para dar valor a sua evidência anedótica.

O problema é que muitos "acham" que são céticos cientificos, mas não sabem pra que serve isso o usam para julgar o mundo e acabam por "acreditar" que o que a ciência desconhece é falso e inveridico.
Você é um exemplo de alguém que está equivocado quanto ao ceticismo científico. Está usando repetidamente evidências anedóticas.

O ceticismo científico é uma ferramenta importante dentro na ciência, mas não deve ser usado para julgar filosoficamente o mundo. Pra isso é necessário um ceticismo mais filosófico como o dos pirronicos ou outras formas filosóficas de ceticismo.
Em termos filosóficos é possível questionar muita coisa. Por isso aqui no fórum tem a área de filosofia para abordar esses questionamentos mais amplos. O ceticismo pirronico já não acho interessante, questiona tudo de forma exagerada. É bem diferente do ceticismo científico.

A consciência são os processamentos cerebrais. Não há segredo nenhum sobre isso. Esse é o entendimento corrente de consciência na ciência e na filosofia da mente.
Essa é a hipótese.
A ciência não sabe se a consciencia existe, nem em que área do cérebro ficaria ou se espalhado por ele.
Estão investigando ciclos de ondas gama se não me engano, mas nada conclusivo.
Claro que sabe que existe, aliás todos experimentam a consciência, é algo que se percebe exatamente por sermos seres conscientes.

A discussão de se a consciencia é fruto de sinais elétricos criados pelo cérebro ou algo mais que independe do corpo, permanece a mesma desde tempos antigos.
São duas hipóteses não confirmadas.
E sim, boa parte dos cientistas e filósofos "apostam" na hipótese de que é fruto do cérebro, algo que também já acontecia antes e que em nada avançou hoje.
Outros também apostam de que ela não é fruto do cérebro.

Ou você pode "provar" que a consciencia é fruto do cérebro?
Eu já tentei abordar essa hipótese da dualidade, mas não foi muito satisfatória, principalmente pelo aspecto científico contrariando muita coisa. A maioria dos entendimentos é uma visão monista na filosofia da ciência, com algumas divergências sobre como se dá os processos, tendo por exemplo a teoria do monismo anômolo. Essa é uma questão que permaneço sem afirmar nem negar.  :?
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Offline KriZ

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #168 Online: 27 de Setembro de 2007, 15:07:12 »
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/produto.dll/detalhe?pro_id=1986199&pac_id=22482

Alguém leu esse?  :histeria:

"Alister, outrora ateu, doutorou-se em biofísica molecular antes de tornar-se teólogo."  :o

Entorta colher,entorta colher,entorta colher.. Entorta colher! entorta colher! entorta colher!........... entorta p0##4..

"Respeitar os animais é um dever de todos; amá-los ainda é um privilégio para poucos".

Offline Mancha Negra

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #169 Online: 27 de Setembro de 2007, 15:52:57 »
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/produto.dll/detalhe?pro_id=1986199&pac_id=22482

Alguém leu esse? 
"Alister, outrora ateu, doutorou-se em biofísica molecular antes de tornar-se teólogo." 
Deve ser o poder de Jesus...  :hihi:
"Quod tibi non vis, alteri ne facias."
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Offline Brutos

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #170 Online: 27 de Setembro de 2007, 17:16:40 »
Vi alguma citação nesse tópico, relacionando alguns "ditadores do mal"  a teoria da evolução de
Darwin, e, acho que já li alguma coisa do próprio Dawkins a respeito. Porém não consigo entrelaçar de fato esses dois paralelos.
Alguém teria mais informações a respeito, ou, o por que surgiu tal corelação?

Offline Dr. Manhattan

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #171 Online: 27 de Setembro de 2007, 17:37:46 »
Trata-se de uma falácia, ou melhor, duas: muitos criacionistas costumam dizer que a teoria da
evolução pode ser entendida como "a sobrevivência do mais forte" (falácia do espantalho). Como
certos ditadores de regimes totalitários pregavam a engenharia social, baseada na destruição de
certos grupos étnicos "inferiores" e/ou classes sociais, a fim de construirem seus sonhos utópicos, com isso
causando genocídios e guerras; e além disso, como certos ditadores eram ateus, muitos teístas
passaram a afirmar que o ateísmo, juntamente com a teoria de Darwin, explicava o surgimente de tais regimes totalitários (falácia do
acidente).

Em bom inglês: a big, giant, load of stinking bullshit

EDIT: O texto anterior estava meio desconexo.
« Última modificação: 27 de Setembro de 2007, 17:51:43 por Dr. Manhattan »
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline NadaSei

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #172 Online: 27 de Setembro de 2007, 18:49:42 »
Infelizmente para a sociedade o ateísmo é ainda considerado imoral.  |(
Não estou misturando, é a maneira como vejo a crença em deus. Não vejo razões para esta crença, todas as que conheci não considerei satisfatórias. E a imensa maioria de ateus sempre foram religiosos anteriormente, a influência de família é mínima.
O que a maioria pensa ou deixa de pensar não importa, o teísmo e o ateismo por si só são amorais.
Ateus e teístas tem a moral que escolherem, sendo que nenhum dos dois grupos é melhor ou pior nisso.
A questão é que a moral é individual, ser ateu ou ser teísta não importa, ambos podem ter a mesma moral, tudo vai depender do individuo.
Essa é a questão ue estamos abordando.
Mas eu não me referi as diferenças, é óbvio que existem diversas, disse especificamente da crença em deus, que pode resultar como justificativa para muitos raciocínios morais.
"Pode" resultar, assim como a descrença também "pode" resultar.
No entanto crença e descrença não obrigam a uma moral especifica, "podem" resultar em uma infinidades de morais muitas vezes mutuamente excludentes.
Crença e descrença não acarretam em uma moral especifica, ateus e teístas podem ter a moral que quiserem essa é a questão.
Na minha avaliação você nem é teísta, este tem um deus pessoal, o deus das religiões. Me parece mais como um deísta.
O Deus do taoísmo é impessoal, no cristianismo, pessoal e impessoal (o Espírito santo é um Deus impessoal).
Eu não sou deísta, sou um teísta sem religião especifica e que estuda varias delas.
E essa idéia de que a vida é só sofrimento e a morte é o fim, não tem nada de ateísmo nisso, é um pensamento depressivo. E está mais para uma visão do Video Maker sobre ateísmo sem ter nada a ver com a realidade.
Eu não disse que a vida é só sofrimento e não atribui isso ao ateísmo.
Eu apenas dei exemplos hipotéticos para mostrar que um teísta não precisa dar sentido a vida e que existem "confortos" que ateus podem usar e teístas não.
Isso porque você fez um espantalho do teísmo, falando sobre sentido e conforto.
Ateus e teístas podem criar sentido pra vida ou não, ateus e teístas podem arrumar confortos e ilusões ou não.

Muitos falam sobre a religião aplacar o "medo" da morte, mas para alguém que não gosta da vida e sofre, a visão do ateu pode ser reconfortante, da mesma forma que o "acaso" alivia o fardo que carregamos na vida... coisas que um teísta nem sempre pode ter.
Ou seja, mais uma vez, ser ateu ou teísta não importa... da na mesma.

A cultura religiosa é sempre baseada em crenças e dogmas. Assim vejo a iluminação.
Então... você ver assim, não significa que seja assim.
Cabe a ciência investigar o assunto, mas também podemos fazer isso pessoalmente sem a ciência.
E eu acredito mais na hipótese de você ter se enganado do que ser uma experiência real. É mais possível que seja uma alucinação, um engano de sua mente. A minha experiência pessoal indica isso.
A experiência de que não investigou o assunto.
Sim, o cético deve ter em mente a "hipótese" ilusão, não deve acreditar no meu relato.
Só que eu, como cético, não dependo de relato, eu investiguei isso pessoalmente e já falseei essa hipótese e sei que ela é falsa.
Como você não falseou, deve "considerar" as duas hipóteses, deve considerar tanto a hipótese ilusão quanto a iluminação. Acreditar em qualquer uma das hipóteses, sem ter falseado a mesma, é fugir da atitude cética.

Ou seja, você pode considerar as duas hipóteses e até achar uma delas mais provável, mas não pode acreditar na hipótese ilusão e descartar a iluminação.
Está fazendo um espantalho, pois o materialismo é uma filosofia mais voltada para a física, e restrita a essa de forma reducionista. Um termo muito utilizado é o naturalismo, que abrange a realidade observada na natureza.

E a ciência vai além do método, na filosofia da ciência é utilizado o aspecto histórico e sociológico da ciência, que em conjunto com o método científico, que é mais voltado a questão epistemológica, formam a conceituação de ciência. Está fazendo uma análise muito rasa, uma interpretação equivocada. E tem muita coisa na religião que é anti-ciêntífica.
Eu não fiz uma interpretação rasa, só dei um exemplo de filosofia na qual se baseiam.
Esse é justamente o meu ponto, aquilo que a visão científica entra em conflito com a religiosa, são pontos teóricos, hipotéticos e filosóficos, justamente por isso a religião não contraria a evidência científica.
Anti-científica não é a religião em si, mas as interpretações de algumas pessoas.

Criacionistas que interpretam o mito do genesis literalmente, estão sendo anti-cientificos, mas isso não é a religião em si... pois o mito da genesis é o que o nome diz, um mito.
É uma estorinha que tem ensinamentos sobre a doutrina, algo que não deve ser interpretado literalmente.
As pessoas cometem dois erros distintos, ou interpretam literalmente ou descartam tudo como se não tivesse nada ali além de crença.
O correto é fugir desses dois extremos, entender que um mito não é um fato e entender que mesmo um mito, transmite uma mensagem e ensina sobre a doutrina.
É como a estória de Adão e Eva, conta como os julgamentos humanos sobre as coisas serem boas ou ruins, distorce nossa realidade e nos tira do chamado paraíso. (que é um estado mental e a forma como nos comportamos aqui mesmo na terra).
Mas as investigações continuam com as pessoas acordadas, no estado de vigília. A sua metáfora de que não estamos acordados é pode ser vista como uma paranóia religiosa, uma crença sem comprovação científica, apenas uma evidência anedótica. Como diz o Apodman, baseada no "acredite em mim".
Não senhor, pode ser vista como evidência anedota pra você, mas basta estar atento a sua própria mente para perceber isso.
A própria ciência conhece nossa capacidade de distorcer a realidade.
É uma teoria que parte com base em fatos observáveis, você desconhece isso, eu por outro lado, investigo o assunto pessoalmente e já comprovei isso.
Algo que qualquer pessoa pode comprovar pessoalmente e a religião ensina onde olhar para ver as evidências disso.

Evidência anedota seria se que estivesse querendo passar meu relato por prova, e eu não estou fazendo isso.
Por outro lado, eu conheço esses fatos e os observo diretamente, então não estou "acreditando" em alguém. Estou vendo esse fato diretamente.
É aquilo que eu já disse antes, isso não é algo "provado", mas é algo que qualquer um pode "comprovar" pessoalmente, é algo verificável, algo falseável.
Obter maior controle de funções mentais através da meditação não significa que tenha outra realidade, apenas mostra um melhor domínio das funções cerebrais.
Sim e quem falou de "outra" realidade?
A religião fala dessa realidade, não de outra.
O nirvana e o reino dos céus, segundo Buda e Cristo, são aqui mesmo, não em outro lugar.
Trata-se da mesma realidade, não de outra.
A hipótese mais provável é a de um equívoco, uma alucinação, um devaneio. E aqui está o problema de uma evidência anedótica, pois não pode ser comprovada, é apenas um relato pessoal, muitas vezes visto como infundado.
A hipótese que te "parece" mais provável.
A questão é investigar e falsear a hipótese, algo que pode sim ser feito.
É algo verificável, não são hipóteses infalseáveis.
Eu, por exemplo, já comprovei isso pessoalmente e qualquer um pode fazer o mesmo.
Aqui que surge a necessidade do ceticismo para não acreditar nesses "causos" mirabolantes contatos a torto e a direita sem comprovação científica.
Exatamente, só não se esqueça que não deve acreditar em nenhuma das duas hipóteses.
Deve se manter neutro ou investigar e falsear as hipóteses.
Do contrario, vai cometer o mesmo erro do crente que acredita na hipótese iluminação... só que vai estar acreditando na hipótese contraria, acreditando que é apenas uma ilusão.

Percebe a diferença entre ser cético e se manter neutro, ou acreditar na hipótese ilusão?
Para mim pensar que existe conhecimento válido na religião além do conhecimento moral e ético já é uma crença infundada, um dogma.
Pra quem desconhece o assunto pode parecer... mas isso é verificável.
Se você "acredita" que só tem conhecimento ético e moral, e mais nada além disso, está sendo crente e abandonado o ceticismo.
A posição correta é permanecer neutro e considerar as possibilidades.
Não tem nada a ver com a ciência isso. Os cientistas não verificam algo independentemente, existe uma comunidade científica e os fenômenos tem que ser reproduzidos para avaliação dos demais. Principalmente nas ciências naturais.

O que está acontecendo é você querer associar a sua conduta a de um cientista para dar valor a sua evidência anedótica.
São cientistas que comprovam algo pessoalmente, só isso.
Sim é isso a comunidade científica, um cientista testa algo e relata, depois ensina o outro como fez isso, então o outro vai lá e comprova pessoalmente a mesma coisa, procura falhas no método, busca outra explicações, outras formas de verificar a mesma coisa, etc...
É ao relato da comunidade que damos valor, pois eles já se mostraram confiáveis.
É com base no relato da comunidade cientifica, que dizemos que algo é cientificamente comprovado, pois sabemos que diversos cientista comprovaram pessoalmente a mesma coisa.
É no relato da comprovação pessoal deles que confiamos.

Estou apenas descrevendo o fazer científico, algo que funciona muito bem dessa forma.
Não tem distorção nenhuma aqui.

Já no meio religioso isso não funciona, não podemos confiar nos relatos de religiosos, temos que comprovar as coisas pessoalmente.
Essa é a diferença... De qualquer forma, em ambos os casos não precisamos confiar em relatos, podemos verificar pessoalmente as mesmas coisas.
Você é um exemplo de alguém que está equivocado quanto ao ceticismo científico. Está usando repetidamente evidências anedóticas.
Eu não uso evidência anedota, apenas falo sobre o que comprovei pessoalmente... não que você tenha que acreditar em mim.
Em termos filosóficos é possível questionar muita coisa. Por isso aqui no fórum tem a área de filosofia para abordar esses questionamentos mais amplos. O ceticismo pirronico já não acho interessante, questiona tudo de forma exagerada. É bem diferente do ceticismo científico.
Sim, é bem diferente e existem formas de combinar os dois ceticismo ou outras formas de ceticismo filosófico.
A questão é, o ceticismo científico é uma boa ferramenta científica, mas é fraco ou julgar o mundo e aquilo que a ciência desconhece, principalmente se a pessoa não tem uma postura neutra e investigativa.
O ceticismo científico serve para deixar a ciência relativamente livre de crenças, mas não ajuda muito na pratica cética do dia a dia, não sem ser acompanhado de um ceticismo mais filosofico, de uma postura neutra, questionadora e investigtiva.
Muitos dos que se dizem céticos e tentam usar o ceticismo científico, tornam-se meros crentes pseudo-cientificistas.
Claro que sabe que existe, aliás todos experimentam a consciência, é algo que se percebe exatamente por sermos seres conscientes.
A ciência não acredita nas percepções.
Existe a hipótese de que a consciencia seja apenas uma ilusão.
Eu já tentei abordar essa hipótese da dualidade, mas não foi muito satisfatória, principalmente pelo aspecto científico contrariando muita coisa. A maioria dos entendimentos é uma visão monista na filosofia da ciência, com algumas divergências sobre como se dá os processos, tendo por exemplo a teoria do monismo anômolo. Essa é uma questão que permaneço sem afirmar nem negar.  :?
Não precisa existir dualidade.
Podemos inverter as coisas e na religião muita gente faz isso.
O corpo seria produto da consciencia.
É o corpo que habita a consciencia e não o contrario, um tipo de solipsismo coletivo.
Existem muitas hipóteses, alguma infalseáveis pela ciência.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Brasília em Chamas

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #173 Online: 28 de Setembro de 2007, 07:59:20 »

O que se busca é uma educação científica para todos, onde a religião acaba atrapalhando esse intento. E veja que está associando as críticas a religião como sendo críticas aos religiosos. Está imputando uma discriminação onde não há. O que se usa como exemplo são os fanáticos religiosos que tem a mesma crença que os demais. E mesmo assim é direcionada a crítica a crença
Voce nao consegue traçar uma linha de pensamento coerente, suas ponderaçoes se entrelacam de forma muito desconexa.
O problemas esta na religiao ou na pratica religiosa? Ainda nao consegui enteder isso em voce.

No mais, se nao existem pessoas que se respeitam como intelectuais e seres humanos(leia-se ateus militantes, fanatismo cristao, ...) por que tentar seguir uma cartilha onde nossas praticas ideologicas nao nos permitem.

Os que se perdem como vocês sobrevivem de uma fixação perfeccionista, ou de uma nostalgia culposa. Por hora, meu juízo absolutiza quase tudo para todos e relativiza quase tudo para mim mesmo, dependendo de onde eu estou como ser

Offline NadaSei

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Re: Livro: Deus - Um Delírio (Richard Dawkins)
« Resposta #174 Online: 28 de Setembro de 2007, 18:48:11 »

O que se busca é uma educação científica para todos, onde a religião acaba atrapalhando esse intento. E veja que está associando as críticas a religião como sendo críticas aos religiosos. Está imputando uma discriminação onde não há. O que se usa como exemplo são os fanáticos religiosos que tem a mesma crença que os demais. E mesmo assim é direcionada a crítica a crença
Voce nao consegue traçar uma linha de pensamento coerente, suas ponderaçoes se entrelacam de forma muito desconexa.
O problemas esta na religiao ou na pratica religiosa? Ainda nao consegui enteder isso em voce.

No mais, se nao existem pessoas que se respeitam como intelectuais e seres humanos(leia-se ateus militantes, fanatismo cristao, ...) por que tentar seguir uma cartilha onde nossas praticas ideologicas nao nos permitem.


Pois é, se a critica fosse a crença não se colocaria ela como sinônimo de religião, ou como inseparável dela.
Por que então não criticar a crença diretamente?
Critique o fanatismo de ateus e teístas, o cientificismo e a crença cega em qualquer coisa, inclusive na religião.

Quando prega que a religião atrapalha a educação científica comete dois erros:
1 - Faz um espantalho da religião.
2 - Tira a critica da crença e direciona a religião.

A critica a crença cega é feita por diversas pessoas, sejam elas ateus, teístas, religiosos, etc...
O problema é que alguns ateus militantes são crentes ateus, criticam um espantalho da religião de forma semelhante a teístas crentes que criticam um espantalho do ateísmo ou mesmo da ciência.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

 

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