A existência da alma é apenas uma hipótese para evitar que o espiritualismo seja falseado. Logo é apenas um ad hoc inventado para se viajar na maionese. Qualquer besteira começa a fazer sentido admitindo-se a existência da alma, como o espiritismo por exemplo.
A idéia da existência da alma já existia muito antes da ciência moderna ter surgido.
As pesssoas defendem a existência da alma por um motivo bem simples: medo de deixar de existir. Elas querem crer que depois da morte ainda há uma continuidade, talvez melhor que aqui, que vão reencontrar os entes queridos ou que vão ser recompensadas pelos feitos e ações durante a vida, e não simplesmente que vão se apagar.
Nem todos pensam exatamente desta forma. Os espiritualistas em geral são condicionados a pensar desta forma, mas nem sempre este pensamento é verdade. Eu mesmo quis sair deste condicionamento. E com isso consegui ver as coisas de uma forma bem diferente do que fui condicionado a acreditar.
No meu caso, eu não acredito na alma por mero medo da morte, mas pelo simples fato de eu desconfiar que devam existir dimensões habitáveis para além desta, e que depois que se morre, a consciência desperta para esta nova realidade (na verdade já tinha esta desconfiança antes do medo consciente de morrer, de ter a consciência apagada). Porém esta realidade, ao menos de início, não será boa para todos (a espiritual).
Isso vai depender do que o indivíduo fez a si mesmo a vida toda. Procuro manter os meus conceitos separados da afetividade para evitar problemas. Ou seja, pura especulação, sem sentimentalismos, apesar de considerar questões morais em meus conceitos. Nem sempre o resultado de minhas especulações me agrada. Mas é assim que penso, não fazer da espiritualidade uma bengala para os meus problemas. Ou então as minhas indagações não vão dar em nada, só iriam estar presas aos meus temores e desejos (como ocorre com muitos).
Da mesma forma que tenho certeza de que nem sempre os resultados de um experimento vão agradar a um cientista.
Quanto à morte, em certos aspectos é preferível ter sua consciência apagada. Quer dizer, com relação a você acordar do outro lado e de repente se lembrar de todos os atos ruins que cometeu e que gostaria de ter esquecido para sempre. E então estes pensamentos ficarem te pertubando até que você mesmo acabe decidindo reencarnar novamente, para se libertar destes. Digo isso porque não seria um deus que julga as pessoas, mas elas mesmas acabam se julgando, conforme seus atos, após o despertar...
Quer dizer, com este pensamento, fico na dúvida (ainda que os outros dêem uma aparente resposta) quanto a uma questão moral e íntima... o fato de não acreditar na vida após a morte implica no medo do sofrimento após o despertar? Ou o fato de acreditar na vida após a morte é o medo de ter a consciência apagada? Bem, acho que isso vai depender de quem acredita ou não. É sempre assim, argumento a favor e contra a existência da alma, mas no fim das contas não há uma resposta unânime a esta questão. Parece que, por enquanto, tanto achar que a alma existe ou não existe está só no campo da especulação. O mundo se encontra num grande dualismo!
O dualismo não me é seguro... e sempre gera algum conflito. É só parar pra pensar nisso um pouco... tanto que adotei o pensamento monista em meus conceitos, para sair do conflito e ir para a uniformidade (ainda que não seja panteísmo, ao menos não como se denomina).
Ficaria mais ou menos como que achar que universos paralelos existem. Se por acaso for provada a existência deles por um método reprodutível, o dualismo vai se tornar uma verdade universal (já que estes universos seriam paralelos), ou isso ainda poderia manter o monismo (todos estes universos paralelos estarem mergulhados numa realidade em comum, numa dimensão ainda maior)? As minhas convicções a respeito da espiritualidade estão mais de acordo com a segunda alternativa. Deus para mim seria apenas como que uma dimensão limite, e não uma babá ou juiz dos homens.
E tudo isso com base em minha racionalidade, e não emotividade. Pois, como mostro aqui, estou sendo frio com questões emocionais.
Voltando à questão emotiva, como em certos aspectos é melhor ter a consciência apagada, e em certos aspectos é melhor acordar após a morte do corpo físico, então fico meio que dividido nesta questão. Ou seja, simplesmente não sei, pelo ponto de vista emocional, qual seria melhor para mim. Apagar ou acordar após a morte do corpo físico, eis a questão.
Voltando ao assunto principal do tópico, com relação à masturbação, e em cima do que disse neste post, pela quantidade de vezes que me masturbei (muitas vezes de forma compulsiva por certa falta de afetividade feminina, pra dizer a verdade estou mesmo na seca, nunca namorei), e se por acaso, após o despertar perceber que não deveria ter feito tantas vezes... bem, neste caso é melhor mesmo apagar! Já pensou se numa próxima vida fico impossibilitado de sentir prazer ou algo assim? Nem quero pensar! Neste caso prefiro apagar do que futuramente me sentir humilhado e insuficiente numa próxima vida.
Portanto já deixei claro que, ao menos para mim, acreditar em alma não significa explicitamente medo da morte, apesar de eu, como qualquer um, no fundo, temê-la. Não sustento as minhas convicções sobre a alma baseadas no medo, nem no desejo, e em nada de verdadeiramente afetivo.