(Inicialmente desculpem a falta de acentuaçao , mas algum filho de senhora de reputaçao ilibada desconfigurou o teclado do computador , a manutençao so vai resolver apos o Natal)
Não tem sentido viver uma vida toda de egoísmo, prejudicando o próximo, e não pagar pelos seus erros.
Sabe-se que muito pagamos em vida, mas as dívidas, em algum outro plano, deverão ser pagas.
Porque? Quem disse que o mundo tem justiça ou sentido ( sentido humano , no caso)?
A ideia de que o universo seja moral , que os atos humanos alterem a ordenaçao cosmica e porisso aja alguma forma de justiça para equilibrar ( pensamento este que e a base da doutrina kardecista) e simplesmente falso. E uma forma de antropomorfizaçao , talvez mais sutil , mas tao absurda quanto achar que deus seja um velho de barbas longas ou que tenha sentimentos humanos.
Embora so tenha entrado na discussao do topico agora vi que na postagem inicial do Videomaker ele argumentava que a crença na justiça post-mortem e necessaria para evitar os atos antisociais ( colocados sob o termo "fazer o mal").
Talvez a melhor forma de contrapor a essa crença seja analisar , nao individuos que nao acreditam na sobrevivencia apos a morte ( ja que os ateus e ceticos sao minorias dentro de sociedads ,nao configurando um grupo socialmente homogeneo) , mas uma sociedade cuja noçao de justiça ou retribuiçao post-mortem nao exista.
Um exemplo de sociedade destas sao as de etnia ioruba (gege-nago), das quais se originou no Brasil um dos principais ramos do Candomble. No Candomble nao ha o conceito de recompensa ou puniçao apos a morte , a alma do morto ( o egum) sobrevive , mas como um ente num estado que podemos chamar de larvar ou semi-consciente , os vinculos familiares sao perdidos assim como as caracteristica psicologicas previas e ele se torna uma figura temivel. No Candomble gege-nago o espirito do morto ( ao contrario do que ocorre nos cultos de origem Banto) deve ser afastado para nao perturbar os vivos , todos os seus pertences devem ser despachados para cortar os vinculos com a familia/tribo , e instituido um periodo de luto estrito que , no caso de uma Ialorixa ( como Mae Menininha) , pode durar anos.
Nao existe nas sociedades iorubanas o conceito de reencarnaçao , com seu inerente aspecto de progresso moral , nem o de justiça post-mortem. Nem por isso estas sociedades sao anarquicas ou tem sua estrutura social ameaçada;ao contrario, os relatos que temos delas antes de serem transformadas pelo colonialismo e escravizaçao e o de sociedades altamente organizadas , com uma estrutura hierarquica complexa.
A ideia de que a moral individual e as sociedades humanas tem que se basear numa crença de justiça num plano metafisico nao passa de incapacidade de conceber visoes de mundo nao-cristas.