Bom, eu conheço budistas que acreditam em reencarnação, e não são 'budistas iletrados' 
Claro que o conceito de reencarnação budista é diferente ao hindu, eu chamava de 'reencarnação estatística', porque reencarna algo que não não sabe se é pedaço da alma ou mesmo se alma tem.
Desculpe, Julian, mas não há mesmo espaço para dúvida aí.
Anatta é uma das bases da doutrina budista. Em qualquer escola. Budismo Tibetano, Zen, Terra Pura, Theravada... nenhum deles suporta a idéia de reencarnação.
É verdade que a base doutrinária até mesmo de muitos sacerdotes deixa a desejar; que há erros de tradução e "simplificações" lamentáveis; e até mesmo que nem sempre está claro se uma religião é budista ou não (algumas alegam indevidamente influência budista).
Mas se você vai à fonte, não tem nem como tentar inserir crença reencarnacionista na doutrina budista; nós não temos uma alma para reencarnar - e se tivéssemos, ela seria sujeita à originação interdepentente e portanto não seria alma. Do ponto de vista budista reencarnação é pura fantasia.
Porém lembre que a reencarnação (renascimento com algo de persistência, hehe) é a explicação para abusca do Dalai Lala (que é do budismo tibetano, mais cheio de crenças loucas, ao meu ver). Ou estou enganado ?
Essa é uma simplificação um tanto excessiva. Há de fato a crença tibetana de que _alguns poucos sacerdotes de grande mérito_ (não apenas os Dalai Lama, mas certamente um percentual reduzido dos sacerdotes do budismo tibetano) seriam capazes de transmitir esses méritos e algumas lembranças e ensinamentos para outro corpo depois de morrer.
Ao que tudo indica isso é uma dessas superstições atrasadas de que o Budismo Tibetano está tentando se livrar, assim como se livrou à força (graças à China) da crença de que o clero deveria reinar sobre as massas. O que se conhece da história dos Dalai Lamas, bem como as
controvérsias atuais sobre quem seria ou deveria ser o "verdadeiro" renascimento deste ou daquele sacerdote, mostram que o conceito é, falando francamente, puro cerimonial com uma pitada generosa de superstição. Toda escola budista tem os seus desafios a superar, e estes estão entre os das tibetanas.