Entre as "coisas novas descobertas das manipulações do formalismo" que você diz que Maxwell não fez está uma coisa chamada onda eletromagnética, e a descoberta que ondas eletromagnéticas viajam a mesma velocidade que a luz, e, portanto, podem ser a mesma coisa.
Você está apenas repetindo algo que leu, sendo o pior, sem ter realmente entendido. A evidência disso está no fato de que o que eu disse contrapõe-se frontalmente a essa sua declaração padrão e você só a repetiu, nada mais. Pois vou te dizer algo bem direto e mais simples ainda agora:
isso é pura baboseira de textos juvenis, lamentavelmente frequentemente transpassado para textos que deveriam ser mais... 'sisudos', por puro empolguismo defensor da crença nos "poderes" sobrenaturais da análise matemática.Nada importa a parte do "ondas EM viajam à mesma velocidade da luz e, por isso, poderiam ser a mesma coisa". Espero mesmo que não esteja querendo sugerir que isso seria ainda mais uma "descoberta" extra da 'magia' das equações maxwellianas. Vamos ao que ainda é entendido muito mal.
Propagação eletromagnética. Eu já disse, está logo alí no meu post anterior, mas o leiturismo-ensinismo/aprendismo acrítico que propaga-se mais que ondas não deixou perceber. Vou tentar desenhar melhor. Diretamente da lei de Faraday, que nada mais é que a estatuição da descoberta empírica de que campo magnético variante gera campo elétrico, também variante, completando, assim, o que já se sabia do efeito reverso a este, já está estabelecida a propagação, uma vez que os efeitos ocorrem num meio; são próprios de um meio (e de lado deixarei aqui as "contradições" do "meio"). Dois efeitos mútuo-sequenciais não fazem outra coisa que não seja propagação; de fato, são a própria definição disso! Por outro lado, ou, de fato, do mesmo lado, está o fato previamente sobejamente, nada arcanamente, conhecido de que a velocidade de propagação de perturbações oscilantes num meio é determinada pelas propriedades do meio; propriedades que já eram, também, conhecidas. Dessa lei faradiana é desenvolvida parte das equações maxwellianas. De outras leis enraizadas na empiria é derivado o resto delas.
Agora, você pode perguntar: "Mas, oh, céus, por que isso está assim nos livros, tão creditado a Maxwell uma coisa que ele realmente não fez?" Eu não vou dizer o que penso como resposta para isso porque pode ser deduzido do que se pode saber de mim por aqui. Posso dizer, com certeza, que o próprio Maxwell gostaria muito de saber a resposta.
Também pode perguntar: "Mas, oras, então, qual o valor do valoroso Maxwell, ou, tem ele algum valor?!" Muito valor! Antes de mais nada porque era uma máquina cognitiva estupenda e fez mais que só suas famosas equações para contribuir com o entendimento da realidade, mas o mais importante é:
Eu já respondi esse tipo de questão por aqui vária vezes. Vou repetir pela... z-ésima vez: Ciência provê instrumental analítico para tecnologia (engenharia); tecnologia provê instrumental físico para ciência. As equações de Maxwell são utilíssimas pela simplificação que propiciam para o desenvolvimento de tecnologia pertinente. Sem elas, o processo de desenvolvimento seria mais trabalhoso, envolvendo muitos ensaios com o efeito de um gargalo. Por exemplo, o equipamento com que Penzias e Wilson descobriram* o que os laureou foi um produto projetado com o uso das equações. Cada radiotelescópio, cada mínimo guia-de-onda é facilitadamente desenvolvido pelos cálculos objetivadores oriundos das manipulações da equações. Mas, as equações, são oriundas dos procedimentos empíricos. Maxwell sabia disso como ninguém, de sorte que, para ele, as equações estavam muito mais "em Faraday" que nele mesmo.
*Descoberta pessimamente interpretada, assim como a recessão das galáxias, por uma forçação antolha (lembra ainda do 'antolha' das teorias encabrestantes desviantes?) no contexto de uma teoria que é brilhante, mas, como toda e qualquer teoria brilhante, só é se não extrapolada para fora dos rigorosos limites empíricos das bases em que é construída.
No mais, Cientista, não tenho a menor idéia do que você falou quando se retratou a mim.
Eu não me retratei com você. Onde você me leu dizendo isso? Não tive nenhuma razão para me retratar de nada. Eu disse que VOCÊ não se retratou. O que eu disse que fiz foi esclarecer que uma acusação de ofensa que você fez a mim foi oriunda de uma leitura mal lida exatamente como essa que acaba de fazer aqui agora.
Isso tudo é muito divertido, confesso, mas...
Já está difícil manter os olhos abertos e o Skeptikós jé me deu uma trabalhaminha ali ao lado... Até outra, se houver.