Como alguém que tenha estudado os textos no idioma original, por trinta anos?
Qual a dificuldade de entender que este não foi um conselho literal? Você acha que o cara realmente estava realmente querendo dizer:
1 - Estude alemão até ficar fluente.
2 - Estude o filósofo por 30 anos.
3 - Se não concordar, o que é improvável, você pode dar sua opinião. Até lá conforme-se com a sua insignificância.
Foi isso que você entendeu? Assim que interpretou? Hahaha!
Dá um tempo, é forçar a barra demais. Eu acho que ele só estava dizendo, e com toda razão, 'pro' cara ser um pouquinho menos pretensioso. Ou precipitado, se preferir.
Mas estariam corretíssimos, nesse caso, por mais ignorantes que possam ser. E, diferentemente da situação descrita da aula, é muito improvável que tenha sido algo que tenham lido de alguém que realmente tentando explicar a ciência da evolução do universo e da vida.
Evidentemente não estariam corretos. A incorreção, nem precisaria dizer, está no cara ignorar o que é realmente a teoria e imaginar que com argumentos desse tipo está apontando falhas em ideias que na verdade ele desconhece completamente. O erro, e tem tudo a ver com o contexto do que se está discutindo, é a pretensão de que um conhecimento superficial é suficiente para uma análise segura.
É tão ingênuo quanto alguém achar que pode desprezar Nietszche depois de ler 3 parágrafos. Não há nenhuma diferença fundamental em achar que entendeu Nietszche depois de 3 parágrafos e achar que entendeu Nietszche depois de ler meia dúzia de comentários no Facebook.
Bastante generosa essa interpretação. Dessa frase isolada, simplesmente não consigo extrair isso. Me parece simplesmente a defesa rasa e falaciosa que você também poderá ouvir para qualquer outra figura histórica cultuada ou corrente de pensamento. Marx, Mises, Jesus, Feng Shui, design de moda dos babados das roupas invisíveis do imperador, etc, como falei.
Eu teria que ser muito mais generoso para aceitar essa "forçada de barra" que você deu. A frase nem está isolada, basta você reler o comentário com um pouco mais de atenção que não tem como não entender que o contexto em que a citação foi inserida não dá margem para a sua interpretação.
E até para contestar Marx ou Mises você precisa ter alguma ideia sobre o quê está contestando. Ler meia página de Mises e concluir que a tese de Mises não tem fundamento é ingenuidade, precipitação e pretensão. Tudo isso ao mesmo tempo e relacionado.
Eu por exemplo, nunca contestei Mises, porque não conheço. Já discuti várias vezes com o Libertário e discordei de coisas específicas que ele defendeu em artigos completos: com começo, meio e fim. Mas nunca disse "Mises é um idiota". Porque se dissesse o idiota seria eu.
É claro, mas tem essa diferença fundamental, uma é uma rejeição a um espantalho, outra discordância das próprias palavras de um autor.
Então... estou rejeitando o espantalho que você está fazendo com o comentário do Karnal.
Se você quiser discordar do que ele realmente disse será outra conversa.
Novamente fica demonstrado que é boa ideia entender antes e discordar depois.
Ou "precipitado". Essa seria uma maneira bem melhor de frasear, não fica sendo um reles apelo à autoridade.
Não altera em nada a verdade de que essa precipitação é fruto da pretensão, que por sua vez é resultado da ingenuidade extrema que se origina na ignorância absoluta.