Derrubado? Há apenas seis anos foi publicado na única revista do mundo dedicada exclusivamente à EQM (e que consta na base CAPES) este artigo
Vitor,
Na boa, vai continuar usando um argumento desonesto?
Começar a frase com "na boa", e terminar com "desonesto" é bem paradoxal...
É o MEU órgão, e eu não vou admitir essa difamação a ele assim, já lhe expliquei como ele funciona, então inventa outra estória pra se safar, não use mais a Capes pra validar suas fantasias 
[]s
Eu estou mentindo? O jornal consta na CAPES ou não?
Fui conferir agora, e está lá:
Journal of Near-Death Studies
Área(s):
Medicina (Geral)
Psiquiatria
Psicologia
Tipo de Material: Periódicos com texto completo
Forma de Aquisição: Assinado
Analisado JCR 2006: não
Editor/distribuidor: Springer ISSN: 0891-4494 e-ISSN: 1573-3661
Período disponível: 1997 - 2003
Desde quando dizer que a revista consta na base CAPES é difamar o órgão? Hummmm? Não há nenhuma mentira no que eu disse.
Tomei a liberdade de dar uma olhada no site desse periódico.
Ahem:
History: On Tuesday, July 01, 2003 publication of this journal was discontinued

O último volume tinha dois artigos, intitulados:
At the Edge of Eternity's Shadows: Scaling the Fractal Continuum from Lower into Higher Space,
F. Gordon Greene.
e
Hyperdimensional Perspectives in Out-of-Body and Near-Death Experiences ,
Robert J. Brumblay.
O primeiro autor é um "pesquisador independente". Isso por sí só é um mau sinal, mas não o desqualifica necessariamente.
O segundo autor é um médico de uma emergência.
Colocando o chapéu de referee informal[1]:
O artigo de Greene é fraco ao ponto da total irrelevância. Além disso, ele também se refere a certos conceitos, como o de dimensão
fractal, de forma errônea, e sua apresentação é superficial, ao nível de divulgação científica de baixa qualidade. Embora fale de
hiperespaço e fractal scaling, o artigo não mostra uma única equação (qual a métrica desse hiperespaço?)
Ele também não parece perceber as possíveis implicações dessa idéia: se o "espírito" humano consegue ver no hiperespaço,
isso quer dizer que os fótons devem se propagar em mais de 4 dimensões (1 é o tempo). Só que isso teria profundas implicações
para a eletrodinâmica (para dizer o mínimo) e foi inclusive descartado pelos experimentos [2].
O autor também cita como factuais a existência de UFOs e abduções, o que é no mínimo suspeito. A maioria de suas referências
é de livros de divulgação científica, ou de livros de autores
New Age, o que é também estranho.
Em resumo: o artigo é um lixo!
O artigo de Brumblay é mais interessante. Pena que ele já começa errando. Ele afirma, logo no abstract, que teorias recentes
da Física supõem a existencia de mais dimensões espaciais. Certo, só que nessas teorias essas dimensões extras estão compactificadas.
Isto é, imagine um mundo (1D). O espaço seria como uma linha. Se acrescentarmos uma dimensão compactificada, seria como se
na verdade essa linha fosse um canudo, mas com um diâmetro MUITO pequeno. Mas vamos deixar isso de lado por um momento.
Em seguida ele mostra como seria um mundo 1D visto por um ser bidimensional, e depois um mundo 2D visto por um ser tridimensional.
Isso tudo é interessante, mas já foi discutido a exaustão a décadas. Agora vem o salto: ele assume que na experiência de quase-morte
o indivíduo está num espaço 4D, vendo o nosso mundo 3D! Qual a sua evidência? As declarações dos pacientes!
Em resumo, o artigo é até interessante, porém, ele apenas mostra uma série de especulações do autor, sem nenhuma base experimental,
a não ser as evidências anedóticas dos pacientes. Penso que nenhuma revista
séria publicaria um artigo desses.
[1] Antes que perguntem: eu sou referee da Physical Review B e Journal of Magnetism and Magnetic Materials.
[2] A exeção é quando as dimensões espaciais extras são compactificadas, mas isso não é o que ele propõe.