Autor Tópico: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.  (Lida 35319 vezes)

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Offline Mauricio Rubio

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #150 Online: 14 de Agosto de 2008, 11:25:55 »
Maurício Maurício

Eu tinha certeza que você ia responder isso...
Não falei sobre certo ou errado, falei sobre o comportamento humano, as is. Você discorda que o ser humano procura o melhor para sua familia, seu país, sua equipe, para si?

Antes de vir com idéias pre-concebidas sobre mim e interpretar o mundo de acordo com as promessas vazias da tua religião religião (de novo), entenda o que disse.

Você quer falar que tudo seria melhor se fôssemos assim ou assado, claro, concordo. Se todos colocássemos nosso EU em segundo plano em detrimento da coletividade, lindo, beleza, só que ... irreal e inexistente para a espécie como um todo.

E o resto é aquele seu discurso vazio, que é o proselitismo de tua religião. Você quis dizer que se todos seguíssemos o mundo como sua religião prega veríamos a Felicidade, o Ser, a Verdade e aquelas coisas que todos sabemos que você não sabe o que está falando.



O que é comportamento "humano"? Somos condicionados, isso é certo, mas não podemos nos livrar do condicionamento? O que é que nos prende? Porque aceitamos isso? Talvez seja porque muitas vezes convem ser assim, é fácil ir com a corrente, o dificil é ir contra, requer mais energia, esforço, mas é possivel, não é?

Eu não sou a favor de colocar o eu em segundo plano, "a favor da coletividade", eu sou a favor de dissipar a ignorância, o resto acontece naturalmente =).
Veja, já existiram milhares de tentativas de criar uma sociedade que viva em harmonia, e isso só continuou gerando conflito, e é um fato que o conflito vai continuar a existir externamente, enquanto existir conflito internamente. Quando o conflito interno cessar, o externo, como um reflexo, também cessa.

Eu acho que quem projeta suas próprias idéias do que é religião é você mesmo, em nenhum momento eu falei sobre algo sobrenatural, sobre algo que está além, eu falei sobre perceber a Beleza AGORA, aqui na Terra, não em outro mundo.
"Para quem a agitação não existe,
e para quem ser/existir e não ser/existir
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Buda Sakyamuni

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #151 Online: 14 de Agosto de 2008, 11:32:43 »

Maurício,

O que é a beleza que você vê na Terra, e por quê todos os seres humanos deveriam ver esta beleza da mesma forma?

(não se engane no tom, esta é uma pergunta séria.)
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Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #152 Online: 14 de Agosto de 2008, 12:31:37 »
Eu penso que se a humanidade percebesse realmente quais são as coisas importantes e houvesse uma maneira de evoluirmos, não fisicamente, não com objetos, com coisas, com tecnologias, mas evoluisse interiormente, e conseguissem ver realmente a Beleza, o prazer e a felicidade iriam surgir naturalmente, sem conflito algum e sem limitações, isso obviamente soa um tanto utopico, mas utopico não é igual a impossivel, então quem sabe um dia aqui na Terra, ou em algum outro planeta por ai a fora exista essa Harmonia e os seres que vivem lá desfrutem da verdadeira Felicidade.
Bem, você é livre para abandonar a tecnologia e o conforto do mundo moderno e se mudar para um barraco no meio do mato.
Pode começar desligando seu computador.

Offline Mauricio Rubio

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #153 Online: 14 de Agosto de 2008, 12:36:44 »
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Maurício,

A felicidade definitiva (ou pelo menos duradoura) realmente existe? Ou felicidade é algo que se sente quando se alcança algum objetivo?

Depende de o que chamamos de felicidade, mas é óbvio que se minha felicidade depende de uma condição, principalmente uma condição externa que está fora do meu controle, quando essa condição se alterar, a felicidade pode se transformar em sofrimento, isso é bastante comum, não?

Quando alcançamos um objetivo, conquistamos algo, fazemos algo que gostamos, sentimos prazer, e chamamos esse prazer de felicidade, mas essa é uma felicidade que também depende de condições para existir, é algo efemero e limitado.

Podemos conquistar o mundo, ter todas as coisas, experimentar os mais diversos tipos de prazer, mas a felicidade que se irá experimentar estará dentro de um certo limite, muitas vezes as pessoas veem algumas situações que experimentaram como o "dia mais feliz da minha vida", para uma mãe pode ser o nascimento do filho, para uma mulher pode ser o casamento, etc etc. Então imagine só, toda a felicidade que a pessoa poderia experimentar durante a vida, se limitou a um certo nível e depois voltou ao estado normal, e as pessoas muitas vezes passam o resto da vida sem experimentar felicidade maior, tamanho é o desperdicio com que conduzem as próprias vidas. Além disso os conflitos continuam existentes após a experiência de felicidade condicionada, os problemas surgem, o desespero, a preocupação em não perder aquilo que foi conquistado, a preocupação em conseguir aquilo que ainda não conquistamos, etc etc etc.

Isso é o que chamamos de felicidade, mas será que isso é a FELICIDADE?

Citar
Suponha que você harmonize a humanidade inteira e consiga igualar tudo e todos em termos materiais. Haverá alguma chance desta estabilidade se manter? NÃO. E sabe por quê? Porque no fundo, o ser humano não quer ser igual (não quando pode estar por cima). O aumento de potência é o objetivo principal e a felicidade é apenas um marcador que diz ao ser quando ele o consegue.

Claro, é impossivel existir uma estabilidade externa enquanto existir instabilidade interna, isso é muito claro, além disso, eu não estou propondo que todos sejam iguais, isso seria horrivel, além de ser algo que está longe da realidade das coisas. Somos diferentes, mas não sabemos lidar com as diferenças, não queremos ser quem somos, queremos ser "alguem", queremos ser "felizes", queremos ser "melhores", e lutamos a vida inteira atrás de ilusões tolas, de imagens, de fugas, e depois morremos, e todo o conflito, todo o esforço, toda a luta, todo o sofrimento, serviu para que?

Eu não acho que exista um caminho como "o budismo", "o cristianismo", "o hinduismo". Isso são apenas nomes, são nomes que criam separação. Eu sou budista e você é hinduista, portanto somos diferentes. Eu sou assim, eu não sou assim, eu sou isso, não aquilo, isso é meu, tudo isso está apenas na mente, é a mente que cria a separação. Existe uma enorme diferença entre seguir uma doutrina, e VER AS COISAS POR SI MESMO, não depender de absolutamente ninguem, mas observar as coisas como elas são por si próprio, investigar a realidade e ter uma consciência do mundo mais abrangente, isso não está vinculado a nenhuma doutrina especifica.

Mesmo entre os budistas, existem os theravadins, os mahayanas, os isso, os aquilo, os catolicos apostolicos romanos, os evangélicos, os comunistas, os petistas, os palmeirenses, você vê? Essa é uma das fontes do conflito. Não se trata de ser isso ou aquilo, se trata de dissipar completamente a ignorância, e ai então surge naturalmente a ação correta, sem esforço, sem conflito, e quando não existe conflito, quando não existe sofrimento, é ai que se encontra a fonte da verdadeira Felicidade, e essa, não depende de nenhuma circunstância especial, e por isso não está sujeita aos limites e as mudanças que estão presentes em todos os fenomenos do mundo.
« Última modificação: 14 de Agosto de 2008, 12:39:42 por Mauricio Rubio »
"Para quem a agitação não existe,
e para quem ser/existir e não ser/existir
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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #154 Online: 14 de Agosto de 2008, 12:42:55 »

Maurício,

O que é a beleza que você vê na Terra, e por quê todos os seres humanos deveriam ver esta beleza da mesma forma?

(não se engane no tom, esta é uma pergunta séria.)


Vá para uma montanha longe da cidade, em uma noite sem nuvens, deite na grama e olhe para cima, há beleza maior?
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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #155 Online: 14 de Agosto de 2008, 13:05:51 »
Quando eu disse "uma espécie de budismo", foi apenas para ressaltar algumas características dele que acho interessantes para o objetivo de viver sem uma eterna busca por mais poder individual (ainda que eu ache esta idéia praticamente impossível devido a programação genética existente), como o niilismo por exemplo; não quis dizer ele era O caminho.

Eu concordo que as pessoas são eternamente insatisfeitas, mas isto é algo inerente ao ser humano como animal. Exige muito esforço para mudar tal atitude em apenas 1 indivíduo, agora imagine em todos...

A felicidade a que você se refere é totalmente impossível, pois ela é relativa aos seus próprios picos e declives, e principalmente à felicidade dos outros. Vamos a um exemplo prático: se você falar para um favelado que hoje ele vive melhor do que todos os reis de 2000 anos atrás, ele se sentirá mais feliz?

Lembro de um estudo que foi feito em uma universidade, onde perguntaram aos alunos se eles preferiam ganhar 50.000 dólares, ou ganhar 100.000, mas neste caso, todos os seus colegas ganhariam 200.000. A imensa maioria preferiu ganhar 50.000. (Os números provavelmente não são esses, mas a essência é a mesma, infelizmente não consigo me lembrar agora de onde vi tal estudo, posto posteriormente quando lembrar.)

A felicidade existe porque depende das variações químicas do nosso cérebro que estão ligadas ao prazer/dor relacionadas a aquisição de objetivos utilizando ainda como parâmetro, objetivos pre-existentes. Ou seja, é impossível manter a felicidade em um pico sem manipulação química.

O que seria uma felicidade "não-condicionada"? Como seria possível?
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Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #156 Online: 14 de Agosto de 2008, 13:17:55 »

Maurício,

O que é a beleza que você vê na Terra, e por quê todos os seres humanos deveriam ver esta beleza da mesma forma?

(não se engane no tom, esta é uma pergunta séria.)


Vá para uma montanha longe da cidade, em uma noite sem nuvens, deite na grama e olhe para cima, há beleza maior?

Só espero que daí você não pense "Como pode não existir um Deus e/ou espírito e/ou motivo para estarmos aqui, quando há tanta beleza no mundo."

Há um motivo biológico bastante lógico para você achar uma noite sem nuvens bela. Mas você não respondeu a minha segunda pergunta...

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Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #157 Online: 14 de Agosto de 2008, 13:41:04 »
Citar
O que seria uma felicidade "não-condicionada"? Como seria possível?
Eu concordo com o ponto que você ressaltou que a felicidade é uma experiência, que é produzida por condições, logo ela é inevitavelmente condicionada, porém quando ela depende de circunstâncias que estão fora do meu controle, que variem muito, essa felicidade também irá variar. Quando ela depende de uma circunstância interna, onde o controle é maior, ela pode não variar tanto, mas ainda sim variar. Mas não existirá uma forma de felicidade que não depende de nada? Nem externa, nem internamente? Uma felicidade que nasce da completa segurança de si mesmo, do fim de todos os conflitos interiores e consequentemente da ausencia de total de sofrimento? Essa felicidade ainda seria condicionada, mas as condições seriam diferentes, portanto o resultado também o seria.

Só espero que daí você não pense "Como pode não existir um Deus e/ou espírito e/ou motivo para estarmos aqui, quando há tanta beleza no mundo."

Há um motivo biológico bastante lógico para você achar uma noite sem nuvens bela. Mas você não respondeu a minha segunda pergunta...



Não penso se existe ou não um deus, a beleza existe, e isso já basta, não importa se são motivos biologicos, se é a quimica que me faz achar aquilo bonito, aquilo é magnifico em si mesmo, não depende de condição nenhuma para ser maravilhoso. Todo o surgimento desde a matéria, até os seres que habitam os planetas, tudo isso é espantoso, e nós, com nossos problemas mediocres, tornamos praticamente tudo horrivel, dai vamos a procura de sentidos para a vida, de deuses, de espiritos, de um fator que explique o interminavel sofrimento que todas as pessoas passam durante a vida delas. Mas somos nós mesmos que criamos esses problemas, e somos nós mesmos que temos a capacidade de nos libertar completamente deles. Não era essa sua pergunta?
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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #158 Online: 14 de Agosto de 2008, 13:47:33 »
"Para quem a agitação não existe,
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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #159 Online: 14 de Agosto de 2008, 13:51:33 »


A Beleza está no SILENCIO, passamos a vida inteira com a mente cheia de pensamentos, problemas, alegrias, desejos e por isso durante todo o periodo de uma existência muitos não tem a capacidade de contemplar a vastidão maravilhosa que permeia tudo que há. Atingir esse estado de silencio total, onde não há nenhuma interferencia dos sentidos e nem da mente, onde não existe nenhuma separação, é uma felicidade indescritivel, o extase é imenso, e a maioria das pessoas nunca chega a experimentar nem uma fagulha disso, é realmente uma pena.
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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #160 Online: 14 de Agosto de 2008, 13:58:39 »

Sem os sentidos, a mente, os pensamentos, os problemas e os desejos, você simplesmente não teria como ou porque contemplar a "vastidão maravilhosa que permeia tudo que há. Atingir um estado onde não há interferência dos sentidos e nem da mente é simplesmente a não-existência... O êxtase que se sente vem justamente da mente e dos sentidos que você tenta renegar.

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #161 Online: 14 de Agosto de 2008, 13:59:36 »

Sem os sentidos, a mente, os pensamentos, os problemas e os desejos, você simplesmente não teria como ou porque contemplar a "vastidão maravilhosa que permeia tudo que há. Atingir um estado onde não há interferência dos sentidos e nem da mente é simplesmente a não-existência... O êxtase que se sente vem justamente da mente e dos sentidos que você tenta renegar.



Onde os sentidos e a mente não estão, há a não-existência do ego, e é dai que brota o extase e a felicidade.
« Última modificação: 14 de Agosto de 2008, 14:02:10 por Mauricio Rubio »
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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #162 Online: 14 de Agosto de 2008, 14:03:28 »

Sem os sentidos, a mente, os pensamentos, os problemas e os desejos, você simplesmente não teria como ou porque contemplar a "vastidão maravilhosa que permeia tudo que há. Atingir um estado onde não há interferência dos sentidos e nem da mente é simplesmente a não-existência... O êxtase que se sente vem justamente da mente e dos sentidos que você tenta renegar.



hahaha isso não é uma verdade.

Explique, por favor.

E a propósito, a pergunta que fiz anteriormente e que não foi respondida é: Por quê a beleza deve ser igual para todos os seres humanos? Porque todos devem querer sentir este êxtase a que você se refere com as coisas que você sente?

Eu posso olhar para um tabuleiro de xadrez e me sentir extasiado com as inúmeras possibilidades da continuação de uma jogada... E daí?

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #163 Online: 14 de Agosto de 2008, 14:10:04 »
Explique, por favor.

Não há o que explicar, você respondeu negando uma coisa que você nunca experimentou e atribuiu a ela um conceito que está longe da verdade. Há um estado onde não há interferencia dos sentidos e da mente egóica, isso é uma verdade.

Citar
E a propósito, a pergunta que fiz anteriormente e que não foi respondida é: Por quê a beleza deve ser igual para todos os seres humanos? Porque todos devem querer sentir este êxtase a que você se refere com as coisas que você sente?

Eu posso olhar para um tabuleiro de xadrez e me sentir extasiado com as inúmeras possibilidades da continuação de uma jogada... E daí?

A BELEZA existe independente de quem a contempla ou não, contempla-la é fonte de grande felicidade, é fonte de sabedoria, ao ver a vastidão infinita de tudo, você vê o quão pequeno você é, e como todos os seus problemas, desejos e esperanças são completamente vazios. Mas se as pessoas preferem se apegar à própria pequenez, quem sou eu para obriga-las a fazerem o contrário?
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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #164 Online: 14 de Agosto de 2008, 14:19:10 »
Isso, lá vem proselitismo....

Me prove que a contemplação resolve esse problema Mauricio, vamos começar de novo?
Eu te passei um link comentando que ateismo está correlacionado com saúde financeira, longevidade, menos divorcio, menos crime, etc.., incluindo se compararmos a população de um mesmo país.

E você continua postando groselhas pseudo-filosóficas de auto-ajuda de segunda categoria.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #165 Online: 14 de Agosto de 2008, 14:46:43 »
Explique, por favor.

Não há o que explicar, você respondeu negando uma coisa que você nunca experimentou e atribuiu a ela um conceito que está longe da verdade. Há um estado onde não há interferencia dos sentidos e da mente egóica, isso é uma verdade.

Citar
E a propósito, a pergunta que fiz anteriormente e que não foi respondida é: Por quê a beleza deve ser igual para todos os seres humanos? Porque todos devem querer sentir este êxtase a que você se refere com as coisas que você sente?

Eu posso olhar para um tabuleiro de xadrez e me sentir extasiado com as inúmeras possibilidades da continuação de uma jogada... E daí?

A BELEZA existe independente de quem a contempla ou não, contempla-la é fonte de grande felicidade, é fonte de sabedoria, ao ver a vastidão infinita de tudo, você vê o quão pequeno você é, e como todos os seus problemas, desejos e esperanças são completamente vazios. Mas se as pessoas preferem se apegar à própria pequenez, quem sou eu para obriga-las a fazerem o contrário?

Existem as formas que independem do observador, mas a BELEZA, por definição, depende dele. Se você fosse uma mosca, poderia achar a merda uma beleza e ficar extasiado em sua presença. Já não tenho mais paciência para argumentar com você, então paro por aqui...

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #166 Online: 14 de Agosto de 2008, 14:57:49 »
Existem as formas que independem do observador, mas a BELEZA, por definição, depende dele. Se você fosse uma mosca, poderia achar a merda uma beleza e ficar extasiado em sua presença. Já não tenho mais paciência para argumentar com você, então paro por aqui...

A mosca não vê a Beleza porque está imersa na própria ignorância, as pessoas não vêem a Beleza, porque estão imersas da mesma maneira na própria ignorância. Em algum momento a vastidão do infinito, a ordem e a perfeita harmonia do universo deixam de existir porque não há alguem para contempla-la?

No mais, a mosca não fica extasiada com um monte de merda, isso não é uma coisa que ocorre.
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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #167 Online: 14 de Agosto de 2008, 17:56:53 »
Definição de imerso na própria ignorância, geral: Não acreditar em uma religião
Definição de imerso na própria ignorância, Maurício: Não acreditar no Budismo

Já que ele tem uma, eu tenho a minha: É acreditar que a sua religião é melhor do que a dos outros, não ver que escreveu mais de 100 posts sem conseguir fazer uma afirmação sequer do que encontrou em sua religião, não ter provas de que ela lhe traz benefícios, e basear sua argumentação em falácias conhecidas, a mais famosa: evidência anedótica.

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #168 Online: 15 de Agosto de 2008, 07:37:09 »
A mosca não vê a Beleza porque está imersa na própria ignorância, as pessoas não vêem a Beleza, porque estão imersas da mesma maneira na própria ignorância. Em algum momento a vastidão do infinito, a ordem e a perfeita harmonia do universo deixam de existir porque não há alguem para contempla-la?

No mais, a mosca não fica extasiada com um monte de merda, isso não é uma coisa que ocorre.
Quem define o que é beleza, ordem e harmonia?

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #169 Online: 02 de Setembro de 2008, 23:31:10 »
La vamos nós de novo.
Esse tópico parece um ringue, então eu vou tentar ser imparcial (Sim, eu sou ateu), proporcionando apenas meu conceito sobre felicidade e comentários sobre o assunto.A dita cuja, mencionada acima, pode ser definida em alguns níveis.No entanto, no topo da pirâmide, está o conceito de felicidade plena, ao qual me refiro agora.
Pode ser dividida em três planos:

Realização: Advém do trabalho (ou não?), relacionando-se à conquista e evolução pessoal. Ex: Donos de empresas, profissionais de sucesso, artistas bem-sucedidos (não se abstendo ao conceito econômico do termo), mestres de artes marciais(!? sim, evolução pessoal, lembre-se!)

Relacionamento:Ah, o amor, como esqueceremo-nos dele?Sim,esse plano baseia-se nisso, seu relacionamento com parentes, esposa, filhos, amigos.

Alegria:A pura e simples sensação que temos quando nos acontecem coisas boas, principalmente em rapida suceção

Pessoalmente, prefiro os dois primeiros.Notem que em momento algum menciono felicidade espiritual.Afinal, de que se cunha esse termo?
É consenso geral de 90% deste fórum (Note que sou novo aqui, atuando até agora como mero expectador, examinando as opiniões pessoais de cada um), e ao citá-lo não planejo esbaldarme no conforto dos números, que a felicidade não provém de uma força obscura que a emana sobre nós, tal qual uma macarronada gigante respingando seu molho de tomate divino sobre a existência (O exemplo foi intencional, mas descabido; perdão), e sim das nossas ações diárias e suas relações causa-efeito agindo em conjunto a outros fatores os quais já foram citados neste tópico. Assim, aplicando sobre o assunto um pouco de reflexão crítica, e em nenhum momento tentando engalfinhar-me neste embate intelectual ou ridicularizar meu caro Maurício ( que se bate bravamente contra metade do fórum, assim como qualquer teísta que por aqui aporta , por observação), digo que o ego humano é o que somos: um conjunto de variáveis, matematicamente falando, em constante mutação.Pela palava mutação perceba-se que nós, enquanto humanos, estamos constantemente "morrendo"; quando uma parte de nossa personalidade se altera devido a quaisquer fatores, isso altera nosso ego, "matando" nosso eu passado e dando vida ao presente. Como isso acontece inúmeras vezes em alta velocidade enquanto ficamos mais velhos, temos a a impressão que somos um ser permanente, assim como em um desenho animado. Logo, os únicos responsáveis pelos nossos atos, incluindo os que resultem ou não em felicidades, somos nós. O pôr do sol estava ali, desenhado em seu esplendor por vários fatores químicos e físicos, quem teve a sensibilidade de subir o morro para vê-lo foi você.

Err, exagerei, mas acho que alguém vai ler e entender.

Offline Fernando Silva

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #170 Online: 03 de Setembro de 2008, 07:12:11 »
Alegria:A pura e simples sensação que temos quando nos acontecem coisas boas, principalmente em rapida suceção
Sim, e uma mosca inteligente ficaria alegre por encontrar um monte de bosta. Um urubu inteligente ficaria alegre por encontrar um cavalo morto.
Cada um fica feliz com aquilo que o beneficia  de alguma forma.

Offline Mauricio Rubio

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #171 Online: 03 de Setembro de 2008, 10:04:34 »
Prion, primeiro quero deixar bem claro que eu não sou "teista", estou longe disso, pode ter certeza. Se eu debato em assuntos que a maioria do forum não concorda, é porque eu vejo que muitos aqui são descrentes em relação à infantilidade que a palavra deus representa, e isso é bastante lógico de se esperar em um forum com pessoas que tiveram maiores oportunidades de desenvolvimento nos mais diversos sentidos da vida, incluindo assim também o intelecto, a lógica e a razão.

Segundo, também acho que não deveriamos trabalhar tanto com essa palavra "espiritual", porque a mesma já está bastante carregada e principalmente em torno de pessoas céticas a palavra é vista com uma certa aversão, o que é bastante lógico, porque as pessoas usam essa palavra em sentidos completamente absurdos, como esse exemplo que você citou por exemplo, mas essa palavra "espiritual" também tem outros sentidos, mas deixemos de lado por enquanto.

Eu concordo sim, que somos uma sucessão da cadeia de ações e reações que começou a muito tempo atrás, e tudo o que somos hoje é resultado daquilo, e tudo o que seremos amanha será o resultado de hoje, isso é obviamente um condicionamento extremo, principalmente porque temos a mania de nos apegar as coisas que estão mais próximas de nós e simplesmente ignorar as coisas, isso é valido para nossa familia, nossos bens, nossa personalidade, ego e etc ...

Agora falando no nosso querido ego, como é condicionado esse nosso amigo, como você falou bem, ao longo do tempo vamos mudando um pouquinho aqui, um pouquinho ali, vamos amadurecendo, levando porradas da vida e vamos nos modificando, mas eu discordo que estejamos "matando" o passado, porque em certo sentido morte significa FIM de alguma coisa certo? Mas demos um FIM no ego? ou ele apenas se transformou? Saiu de um condicionamento no passado, passou por certas experiencias, e assim novas coisas foram acrescentadas, modificadas e etc, então eu penso que aquilo continua a mesma coisa, é o mesmo ego, com caracteristicas diferente é verdade, mas em essência não se modificou em nada.

Ai entramos na questão da diversidade das pessoas, todos tem tanto apego por si mesmo, dizem envaidecidos que: Eu sou isso, sou tal, sou assim, não sou assim, etc etc. Essa separação foi criada também pelo tempo, pelos condicionamentos, pelas experiencias de vida de cada um, mas essas diferenças só existem em um nivel superficial, então acredito que não deveriamos estar tão orgulhosos dos "nossos" feitos, porque a maioria deles, senão a totalidade é simplesmente uma reação natural que acontece espotaneamente.

E disso tudo, por causa de todos os nossos condicionamentos, surgem nossas felicidades, nossos amores, nossos medos, nossos anseios, desejos de nos tornar, de ser "alguem". Tudo ilusão, tudo efemero, e tudo que surge a partir do condicionamento, é necessariamente limitado. Isso é bastante claro.

Agora eu me pergunto, existirá algo que esteja além da nossa ignorância, das nossas ilusões, dos nossos condicionamentos, que esteja além dos sentidos e da mente e que transcenda tudo o que nós conhecemos? Existirá algo incondicionado, e que portanto está além de todos os fenomenos e do próprio tempo?

Eu não sei.
"Para quem a agitação não existe,
e para quem ser/existir e não ser/existir
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Buda Sakyamuni

Offline Moro

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #172 Online: 03 de Setembro de 2008, 10:10:32 »
Sobre a pergunta

não é provável, não é provado, não há evidências, e é inutil.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Mauricio Rubio

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #173 Online: 03 de Setembro de 2008, 10:15:13 »
Sobre a pergunta

não é provável, não é provado, não há evidências, e é inutil.

Bom, talvez hoje não seja provável, quem sabe amanha?
Eu também poderia dizer que faltem evidencias cientificas, mas a ciência também não é dona da verdade, também podemos dizer que isso seja inutil enquanto no nivel das idéias e da especulação, mas não em todos os sentidos.
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Buda Sakyamuni

Offline Prion

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Re: Os dois motivos que me levam a não ser ateu.
« Resposta #174 Online: 03 de Setembro de 2008, 11:01:42 »
Maurício, desculpe minha falta de percepção. Segue, no entanto:
Sim, considero que estamos matando nosso ego.Pense bem:se existisse um clone seu, com memórias ligeiramente diferentes,ele já não seria você.Quando alteramos ligeiramente nosso ego, destruímos uma parte pequena de nossa personalidade,assim não somos quem eramos a pouco tempo:somos técnicamente outro ego.

Agnus, eu to te encontrando pra onde quer que eu vá,né senpai san?
Discordo que a discussão seja inútil (considero qualquer exposição de opinião um bem precioso), e só porque algo é improvável não deve ser descartado(Sim, não sou dogmático com relação ao ateísmo).Não considero, por exemplo, que deus não exista; considero que ele é bastante improvável, mas não tenho como comprovar sua inexistência, portanto não posso afirmá-lo com certeza.No entanto, considero bem mais plausível que não exista, portanto norteio minhas ações na direção do mais provável.

 

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