Não: o outro lado diz "deus é culpado porque a Bíblia diz que deus é culpado."
...ao mesmo tempo que me pede para não usar a Bíblia para argumentação.
Não lembro se fui eu quem disse isso, mas o correto seria dizer que você não pode
usar a Bíblia para provar a veracidade da Bíblia, da mesma forma que não posso usar
O Senhor dos Anéis para provar a existência de elfos. No que diz respeito à discussão
do tópico, você pode usar sim a bíblia, para tentar provar a "inocência" de deus. O
seu erro está em reinterpretar os trechos que vão contra o seu argumento com base
em argumentos ad hoc (um erro de tradução aqui, um erro de interpretação acolá, etc.).
Ao que você responde: "não levemos a sério as partes da Bíblia que dizem que deus é culpado."
Nunca disse isto. Mostre o post por favor.
Você não disse com essas palavras, mas o sentido era o mesmo, olhe só:
Agora, você certamente questionará, "Porque eu acredito que não foi Deus quem fez
aquilo e tão somente mandou um recado a Davi?" e eu respondo: Pelo "Caráter" de deus
descrito ao longo da Bíblia.
Ou seja você não leva à sério (no sentido de aceitar o trecho bíblico que mostra uma imagem
negativa de deus como uma descrição fiel do "caráter" divino). Ah, e o "Caráter" de deus,
tal descrito no AT é exatamente aquele que descrevemos antes: cruel, ciumento e sanguinário.
O outro lado então replica: "porque?"
Você então responde com algo vago como "use o seu discernimento" ou "basta ler com cuidado" que na verdade
Mostre o numero do meu post onde digo isto por favor.
Aqui:
Literalmente, Jesus mandou "arrancar o olho de quem olhasse coisas más".
Se formos levar a Bíblia na literalidade, estaríamos perdidos. A Bìblia é um
livro que se deve ser compreendido através de um discernimento mais apurado,
assim como as poesias e as mensagens das pinturas. Observando a Bíblia em sua
literalidade, e se atentando para fatos isolados históricos, seria como recusar
um Monet por causa do prego que ele está pendurado.
Ah, e repito o que escrevi antes: sua analogia está incorreta. Um quadro e uma moldura pertencem
a classes de objetos distintas, enquanto os textos bíblicos só diferem no seu conteúdo.
A analogia correta para o que você faz seria comparar um quadro de Monet e um de, digamos,
Hyeronimus Bosch e afirmar que um é arte e o outro não, pelo fato de o primeiro ser mais "agradável"
(até aí tudo bem, direito seu) e depois dizer que isso é algo que se pode concluir
racionalmente (aí é que mora o problema).
Nós então dizemos: você está na verdade usando um argumento de fé.
...e eu disse que nunca usei argumentos baseados na Fé e peço para você provar o que
diz mas vc dissimula e não diz nada.
Eu não disse antes? Então vamos deixar mais claro. No seguinte post você responde:
Oras.... Nitidamente, o Deus apresentado na Bíblia prega o Amor ao Próximo. Como
poderia fazer o contrário? Isto é apremissa básica de qualquer raciocinio lógico.
Representa em primeira instância um Paradoxo e pessoas que pouco estudam, dizem que
é contradição e vão embora, mas outras pessoas, se que se aprofundam descobrem muito
mais que isso.
Por que não poderia fazer o contrário, se
ele já o faz várias vezes no texto bíblico?
Jetro, é forçoso reconhecer que o o deus apresentado na bíblia em certos trechos realmente
prega o Amor ao Próximo. Mas em Muitos outros trechos ele também prega o genocídio, exige
sacrifícios humanos, fomenta guerras e tem crises de ciúmes. Se você for analisar os
textos bíblicos de forma imparcial, o que surge é a imagem de um deus esquizofrênico e
bizarro. A contradição
está no texto e a única forma de escapar dela é através
de uma reinterpretação que
só existe na sua cabeça. Por mais que você leia a
bíblia, as contradições vão continuar lá, daí que não importa se você estudou a bíblia
por dois, três ou 50 anos.
Finalmente, você se recusa a reconhecer isso e nos chama de teimosos .
Reconhecer o que meu amigo? Está tudo escrito nas páginas anteriores.
Reconhecer que sua conclusão sobre a "inocência" de deus se baseia numa interpretação
da bíblia baseada na crença
a priori na bondade de deus. Ou seja, um raciocínio circular que tenta
esconder que se baseia na fé.