A vida monástica das diversas religiões me parece ser bastante diferente, principalmente comparando ocidente e oriente.
Essas diferenças estão nas formas de ver o mundo, formas de crença e de clamar a deus. Fora que o que Buda e Krishnamurti defendem como ponto principal desse caminho em rumo a iluminação é o não apego a tradição, rituais, instituições organizadas e etc.
Eu entendo que é AUTO-CONHECIMENTO é o conhecimento do SER, o que os budistas e yogues chamam de Realidade é o estado absoluto do SER. Esse meu entendimento com certeza não está totalmente correto, mas por enquanto é assim que eu vejo.
Tanto o Buda, quanto tantos outros yogues dizem que os fenomenos são Maya, o mundo ilusório que está sempre em transformação, mutação, é dual, tem declinio e ascenção, tem nascimento e morte, tem calor e frio, etc etc etc. No universo dos fenomenos não existe uma essência, não existe um EU. É por isso que a tradição budista diz que todos os fenomenos são NÃO-EU.
Bom, sabendo que também nós somos parte desse fenomeno, somos parte do universo ilusório, nos apegados a ele e dizemos ( isso é tudo que existe ), mesmo sabendo que nossa capacidade de percepção é infima perto do que existe realmente ... Mas agora começamos a perceber essas coisas, por conta dos intrumentos e técnicas cientificas etc. Descobrimos tantas coisas como a mecanica quantica, agora matéria e energia escura e etc etc etc, coisas maravilhosas, só que o problema é que a ciência está verificando FENOMENOS, a ciência analisa do exterior, é por isso que eu já discuti aqui no forum dizendo que a ciência NÃO É VALIDA no caminho do auto-conhecimento.
Vejam bem, eu percebo que quase tudo o que nos compõe está ligado aos fenomenos, desde o primeiro movimento energético do universo que foi uma das primeiras causas, todo o resto é consequencia, que são limitadas pelas causas anteriores. Nós somos humanos e vivemos na Terra por uma infinita cadeira de ações e reações que anulam certas coisas e fazem com que outras existam. Nós temos sentidos bem especificos que estão ajustados por essa cadeia de reações que nos permitem viver no mundo fenomenico. Só que os sentidos também são limitados a uma percepção especifica, é bem óbvio que o MUNDO que nós vemos, os fenomenos, não são senão criação da mente, resultado da interpretação de dados sensoriais que foram captados do exterior e que foram gerados criando um "mundo mental virtual".
Pois bem, se é assim e nós vivemos assim, a IMENSA população de seres que existirão e que existem e que vão existir, vê esse mundo mental e pensa: Isso é o que existe, essa é a realidade. Mas é bem óbvio que esse mundo é a ilusão, não a realidade.
Então eu não sei o que essa Realidade, não adianta me perguntar Agnóstico, eu não cheguei lá, só estou usando a lógica e a reflexão para dar base para minhas dúvidas. O que eu posso saber é que essa realidade NÃO É nenhum fenomeno.
Como diz o budismo:
Samyutta NikayaAt one time in Savatthi, the venerable Radha seated himself and asked of the Blessed Lord Buddha:
“Anatta, anatta I hear said venerable. What pray tell does Anatta mean?”
“Just this Radha, form is not the Soul (anatta), sensations are not the Soul (anatta), perceptions are not the Soul (anatta), assemblages are not the Soul (anatta), consciousness is not the Soul (anatta).
Seeing thusly, this is the end of birth, the Brahman life has been fulfilled, what must be done has been done.”
Vejam bem que o Buda não nega a existência de um Atman, de uma essência que está além de tudo, de algo eterno, imutável e etc. Ele apenas diz que todos os fenomenos são não-atman.
Então pensando bastante o que eu vejo em tudo isso? Esse Atman é algo como um observador que experimenta todos os fenomenos, mas não é maculado por eles ( dizem que não é possivel falar sobre isso em palavras, especular, mas já que não temos outra opção ... ), em diversas religiões e outras praticas contemplativas é muito falado sobre esse "observador" que pode ser contemplado no silencio completo da mente ( a meditação ajuda a chegar a isso ).
Esse observador é o pano de fundo, onde se desenrolam todos os fenomenos. Esse observador é SEMPRE EXISTENTE E SEMPRE IGUAL, não importa o lugar do universo que esteja, não importa os seres que nasçam, O SER É UM EU, é algo individual qu experimenta o mundo.
O mundo é que muda, não o Ser. Mas quando o ser não conhece sua verdadeira natureza e se identifica com o mundo, ele pensa: "Isso sou eu, isto é meu, esse é o meu eu", e isso é obviamente ignorância, isso é sofrimento.
Para alcançar esse estado, você não pode ser budista, nem hinduista nem cristão, você não pode ser absolutamente nada, porque quem é alguma coisa é o EGO, é o pensamento que diz que somos isso ou aquilo, são nossas experiências passadas, limitantes, se identificar com isso é sofrimento. Mas quando todas as ilusões deixam de existir e compreedemos DIRETAMENTE essas coisas, como podemos continuar sofrendo? Só o que existirá sera uma bem aventurança infinita que nasce da eternidade, e que por tanto, não pode ser afetada por nada
Abraços