Vamos refutar uma a uma as "pseudo-refutacoes" do Dante:
1º) O genismo não passa de teleologia vulgar.
"Devemos agir de acordo com nossos genes", "existimos para transmitir nossos genes"...
teleologia barata, há séculos superada no desenvolvimento intelectual.
Qualquer pessoa esclarecida sabe que "a espécie x tem as propriedades y para sobreviver ao seu ambiente"
consiste em uma forma vulgar de se explicar a evolução, sendo o mais correto
"a espécie x tem as propriedades y porque seu ambiente só deixou sobreviver os indivíduos que as tivessem".
E VC ACHA QUE ESTAS PROPRIEDADES SE DESENVOLVERAM COM QUE BASE???
Com base a na perpetuacao genetica !!
Desde a origem da vida os seres vivos seguiram o seguinte "algoritmo":
Genes

mutação ou não

fenótipo

ambiente+seleção natural

sobrevivência ou morte

Genes
Este esquema existe desde que surgiu a vida na Terra há alguns bilhões de anos atrás. Note que os seres que passam por esse processo SEMPRE morrem, mas não necessariamente seus genes! Antes de o indivíduo morrer ele pode, eventualmente, passar seus genes para a próxima geração. Podemos perguntar então: “O que teríamos então depois de milhões de gerações?” A resposta é que depois dessa “peneirada” toda teremos genes ALTAMENTE especializados em se perpetuar no tempo e atravessar estes “filtros de sobrevivência” representados pelas dificuldades impostas pelo ambiente que estão.
Estes genes sobreviventes são representados fenotipicamente por todos os seres vivos que estão hoje no mundo. Se estudarmos a vida animal (fora o homem) poderemos verificar o incrível poder e as artimanhas geneticamente codificadas para conseguir tal intento. É realmente impressionante. O homem, contudo, tem um algo a mais: a cultura. A cultura, inicialmente um fator que auxiliou a sobrevivência da espécie, pode, à vezes, ir contra este propósito genético natural de perpetuação. Neste caso, poderá haver sofrimento, pois dependendo da cultura, ela poderá agir contra todos os instintos - no sentido amplo do termo e, não apenas os mais primitivos - que instigam o indivíduo a perpetuarem seus genes.
Note que os genes são suficientemente especializados para que você não se reproduza pura e simplesmente. Eles também codificaram filtros para que o homem junte seus genes com genes também qualificados para a perpetuação : O instinto básico no homem, para a perpetuação genética, é o AMOR, pois é este o principal mecanismo para fazer o controle de qualidade das pessoas que poderemos juntar nossos genes para que estes sigam pela eternidade.
O Genismo vem para tentar alertar o homem contra culturas que vão contra seu propósito fundamental: perpetuar genes. E, sabendo que nossa essência está em nossos genes – “Nós somos nossos genes” – e que nossos genes não estão apenas em nossos corpos, isso tem um significado bem amplo:
Perpetuar genes pode ser ter filhos, e prepara-los para a vida; Ou então cuidar e ajudar os parentes e amigos ou a humanidade e até mesmo outras espécies. Quanto maior for nosso compartilhamento genético maior deveria ser nosso empenho de auxilio. Ou seja, o genismo já é adotado, instintivamente, por quase toda a nossa antiga cultura tradicional.
O genismo quer também que ASSUMAMOS que somos uma “máquina de perpetuação genética”, neste sentido AMPLO, e que ajamos nesta direção. Desta maneira, estaremos integrando nossa cultura com a nossa natureza biológica mais profunda, reduzindo conflitos internos e sendo mais felizes. A crença de que a única forma de perpetuação é via genes, faz reforçar estas ações.
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Eu li alguns livros que foram bastante elucidativos, não apenas para entender a influência dos genes em nosso comportamento e sentimentos, mas, principalmente, para entender as nossas origens e o porque de sermos como somos.
Eu selecionei alguns trechos interessantes que achei no livro do Richard Dawkins ( O GENE EGOÍSTA ). Prólogo ( Robert Trivers ) (pag 15 ) :
"Dentro de cada espécie alguns indivíduos têm mais descendentes sobreviventes que outros, de modo que as características herdáveis (genes) daqueles reprodutivamente bem sucedidos tornam-se mais numerosos na geração seguinte. A seleção natural é isto: a reprodução diferencial não aleatória dos genes. ELA NOS FORMOU E É ELA QUE DEVEMOS ENTENDER SE QUISERMOS COMPREENDER NOSSAS PRÓPRIAS IDENTIDADES. Embora a teoria da evolução através da seleção natural de Darwin seja central ao estudo do comportamento social (especialmente quando unida à genética de Mendel), ela tem sido amplamente ignorada. Verdadeiras indústrias se desenvolveram nas ciências sociais dedicadas à construção de uma visão pré-Darwiniana e pré-mendeliana do mundo social e psicológico.... Sejam quais forem as razões deste estranho desenvolvimento, há indicações de que ele esta terminando.... Em resumo, a teoria social darwiniana nos da uma idéa de uma lógica e de uma simetria subjacentes nas relações sociais, as quais, quando forem mais completamente compreendidas por nós, devem revitalizar nossa compreensão política e fornecer o apoio intelectual a uma ciência e medicina da psicologia. Neste processo, ele deve dar-nos também UMA COMPREENSAO MAIS PROFUNDA DAS MUITAS ORIGENS DE NOSSO SOFRIMENTO."
Agora do autor do mesmo livro. Prefácio, Pág. 17:
"Este livro deveria ser lido quase como se fosse ficção científica. Ele destina-se a agradar a imaginaçã. Mas não é ficção científica: É CIÊNCIA. Seja ou não um lugar comum, "mais estranho do que ficção" exprime exatamente como me sinto com relação à verdade. Somos máquinas de de sobrevivência - veículos robô PROGRAMADOS CEGAMENTE PARA PRESERVAR as moléculas egoístas conhecidas como GENES. Esta é uma verdade que ainda me enche de surpresa. Embora a conheça a anos, parece que nunca me acostumo completamente com ela."
Capítulo 1 ('Por que são as pessoas?' ), Pág. 21:
"A vida inteligente em um planeta torna-se amadurecida quando pela primeira vez compreende a razão de sua própria existência. Se criaturas superiores provindas do espaço algum dia visitarem a terra, a primeira pergunta que farão, a fim de avaliar o nível de nossa civilização será : 'Eles já descobriram a evolução?'.... Darwin nos tornou possível dar uma resposta sensata à criança curiosa cuja pergunta serve de título a este capítulo. Não mais teremos de recorrer à superstição quando defrontados com problemas profundos: há um sentido para a vida? Para que existimos? O que é o homem? Depois de formular a última destas questõe, o eminente zoólogo G.G.Simpson assim se expressa: 'O que quero esclarecer agora é que todas as tentativas de responder esta pergunta antes de 1859 são inúteis e que será melhor para nós ignora-las completamente'. Hoje a teoria da evolução está tão sujeita à dúvida quanto a teoria de que a terra gira ao redor do sol, mas as IMPLICAÇÕES plenas da revolução de Darwin AINDA ESTÃO PARA SEREM AMPLAMENTE COMPREENDIDAS. A zoologia ainda é uma matéria minoritária na universidades e até mesmo aqueles que a escolhem frequentemente tomam esta decisão sem perceber seu significado filosófico profundo. A filosofia e as matérias conhecidas como Humanidades ainda são ensinadas como se Darwin nunca houvesse existido...."
Cap 2 Pg 40:
Fala sobre a origem da vida algo que começou com o que Dawlkins chamou de 'replicadores' ( moléculas que conseguiam se replicar ):
".... Houve luta pela sobrevivência entre as variedades de replicador. Elas não sabiam que estavam lutando nem se preocupavam com isto. A luta foi conduzida sem quaisquer mal sentimentos, de fato, sem sentimentos de quaisquer espécie. Mas elas estavam lutando, no sentido de que qualquer cópia errônea que resultasse em um novo nível de estabilidade mais alto ou uma nova maneira de reduzir a estabilidade dos rivais era automaticamente preservada e multiplicada. O processo de melhoramento era cumulativo. As maneiras de aumentar a estabilidade e diminuir a dos rivais tornaram-se mais elaboradas e mais eficientes.....Os replicadores começaram não apenas a existir, mas a construir envoltórios para si, veículos para sua existência ininterrupta. Os replicadores que sobreviveram foram aqueles que construíram máquinas de sobrevivência para aí morarem. As primeiras máquinas de sobrevivência consistiram em nada mais do que um revestimento protetor.....Haveria um fim para o melhoramento gradual das técnicas e artifícios utilizados pelos replicadores para garantir sua própria permanência no mundo? Que máquinas estranhas de auto-sobrevivência os milênios produziram? Quatro bilhões de anos mais tarde, qual seria o destino dos antigos replicadores? Eles não morreram pois são antigos mestres das artes de sobrevivência. Mas não os procure flutuando livremente no mar. Eles abandonaram esta liberdade nobre há muito tempo. Agora eles apinham-se em colônias imensas, em segurança dentro de robôs desajeitados gigantescos, murados do mundo exterior, comunicando-se com ele por meio de vias indiretas e tortuosas, manipulando-o por controle remoto. Eles estão em mim e em você. ELES NOS CRIARAM CORPO E MENTE. E SUA PRESERVAÇÃO É A RAZÃO ÚLTIMA DE NOSSA EXISTÊNCIA. Transformaram-se muito, esses replicadores. AGORA ELES RECEBEM O NOME DE GENES E NÓS SOMOS SUAS MÁQUINAS DE SOBREVIVÊNCIA".
Extraido de :
http://www.genismo.com/genismotexto1.htm