Desista, agnóstico, eu conheco muito bem o tipo do adolescente revoltado. Já vi muitos assim. Estudam numa faculdade, normalmente USP ou parecida, moram com papai e mamãe e vão de carro estudar (ou de taxi). Mas são comunistas! Lutam pelo proletariado!
Defendem uma idéia com a paixão de um adolescente. E como toda pai e mãe de adolescente deve saber, quanto mais você proíbe algo, mais ele quer. Agora, se ele já for adulto, aí já não tem desculpa, é uma pessoa "fraca das faculdades mentais" (é que eu não quero falar simplesmente idio**, talvez a moderação não deixe).
Bom você falou em adolescência, agora escute.
Em 1964 foi instaurada AQUI uma ditadura militar. Caçaram nossos direitos, foi um inferno. Em toda a América Latina estas ditaduras pululavam. Havia uma necessidade de
coragem para lutar contra elas.
Provavelmente os que estão fazendo genuflexões aos EUA e ao capitalismo ainda não tinham nem nascido naquela época. Eis o motivo que "passamos de liso" por muitas provocações infantis.
Voltando a questão da coragem, ela não nascia em
alguns por herança genética. Era necessário buscá-la em um
Ideal. Precisáva-se SABER, SENTIR que estáva-se lutando por uma coisa correta.
Buscamos essa coragem em muitos lugares. Pensadores famosos, na época, posicionávam-se contra a ideologia dominante.
(Sartre e Simone, em uma visita à CUBA )
(Gabriel Garcia Marques)
Músicos cantavam, eram presos e mortos para nos dar CORAGEM.(Este foi assassinado pelo regime de Pinochet. Como era músico quebraram seus pulsos, antes de matá-lo. Colocaram um violão em seu colo e mandaram que tocasse com os pulsos partidos. Seu corpo foi encontrado em um lixão, pela esposa.)
Para nós, Latino Americanos foi uma reconquista
do orgulho. Do sentimento de nacionalidade e
da esperança de que não havia uma DETERMINÂNCIA divina que deveríamos ser - ETERNAMENTE -
servos do "sinhôzinho" branco, de olhos azuis do norte.
Era necessário recuperar a auto-estima PRIMEIRO, para que fosse possível lutar DEPOIS.
Os homens e mulheres acima fizeram isso. Cantaram e escreveram sobre isso. Nos forjaram para a luta, em que muitos morremam.
E, quando a noite ficava muito escura, quando parecia que a diferença de forças era muito grande e que o melhor a fazer era desistir, nós OLHÁVAMOS para Cuba SIM.
A pequena Ilha contra o grande. O desejo contra a força. O ideal contra a ganância. E eu não tenho nenhuma vergonha de dizer isto.
Eles estavam resistindo. Sentíamos que poderíamos também. Há uma espécie de fraternidade nisto que a juventude de hoje tem dificuldades de entender.
Então é isso. Cuba não é um sistema econômico. Cuba não é Fidel. Cuba não é o bloqueio.
Cuba é um símbolo.
Só peço aos que quiserem continuar esta discussão boba que, ao se referirem aos mártires daquela época, que vocês não viveram e nem conhecem, sejam um pouco mais respeitosos.
Não é "Che", para vocês.
É Comandante Guevara, para vocês!.
E, se estão muito incomodados com o regime cubano, façam como Fidel fez. Vaõ até lá, subam a Sierra Maestra, iniciem uma revolução e mudem as coisas.
Ou seus colhões só lhes possibilitam ficar criticando o que não conhecem pela internet?
P.S.: Parabéns ao Renato T, pois parece ser jovem, mas mantém o "espírito da coisa".
O Hugo já está meio "passado" como eu. Mas ainda há sangue vermelho. E como há.