Autor Tópico: Relações do Irã com o Ocidente  (Lida 30330 vezes)

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #125 Online: 14 de Maio de 2010, 11:58:39 »
Laicismo é a separação do Estado da religião. O governo não toma decisões baseado em um determinado credo. Não é o mesmo que não tolerar nenhuma religião.

Nos países citados, apesar de eventuais deslizes, não existe uma política de Estado para favorecer esta ou aquela religião em detrimento de outras. Nem são tomadas decisões de acordo com este ou aquele credo particular.

Bem diferente do Irã, Arábia Saudita, Afeganistão, etc., regimes teocráticos islâmicos.

Nos EUA, Brasil, França, Argentina, etc., podemos ter eventuais "agrados" ao cristianismo, mas ninguém vai ser oprimido como política de Estado por não professar aquela determinada religião. Não existem tribunais religiosos nestes países para condenar pessoas com base em códigos religiosos absurdos. Já no Irã...
China é laica....

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #126 Online: 14 de Maio de 2010, 18:31:45 »
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Medvedev diz que ida de Lula ao Irã é última chance de evitar sanções

Na Rússia, Lula assina programas de cooperação e discute o programa nuclear iraniano

O presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou nesta sexta-feira que a visita ao Irã que o governante brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fará neste fim de semana é a "última oportunidade" de resolver o problema nuclear iraniano sem recorrer à imposição de sanções.

"Espero que a missão do presidente do Brasil alcance êxito. É talvez a última chance antes da adoção de medidas pelo Conselho de Segurança da ONU", disse Medvedev, em entrevista coletiva no Kremlin, após se reunir com Lula.


Presidente Lula se encontra com o russo Dmitri Medvedev nesta sexta-feira

Na véspera, o líder russo conversou por telefone com o presidente americano, Barack Obama, sobre a oferta de mediação proposta pelo Brasil com o objetivo de enriquecer urânio para as usinas atômicas do Irã em outro país.

"Disse a Obama que é preciso dar a possibilidade ao presidente do Brasil para que este utilize todos os argumentos para que o Irã coopere", assinalou Medvedev, quem estimou em "30%" as chances de êxito da missão de Lula em Teerã.

O chefe do Kremlin ressaltou que se as tentativas do Brasil não derem resultado, a comunidade internacional vai impor novas sanções ao Irã. Neste sentido, Medvedev destacou que os seis países mediadores no conflito com o Irã (os cinco membros permanentes do Conselho da ONU e Alemanha) mantêm com relação "as posturas suficientemente consolidadas", por isso não é possível descartar a imposição de sanções.

"Por isso, desejo a Lula que tenha sucesso nas negociações com o Teerã e insisto ao presidente iraniano (Mahmoud Ahmadinejad) que escute os argumentos de Lula", manifestou o chefe do Kremlin.

Na última quinta-feira, um graduado funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos também afirmou, sob condição de anonimato, que a viagem do presidente brasileiro ao Irã neste fim de semana pode ser a última chance que o governo iraniano tem para dialogar com o mundo antes da sofrer mais sanções. "Acredito que devemos considerar a visita de Lula como uma última tentativa de diálogo", afirmou um graduado funcionário do Departamento de Estado.

Reunião entre Lula e Medvedev

Lula se reuniu nesta sexta-feira com o presidente russo, Dmitri Medvedev, para estudar as possibilidades de aumentar a cooperação econômica entre os dois países, além de tentar encontrar soluções diplomáticas para a questão nuclear iraniana.

A reunião começou com um aperto de mãos e um abraço entre os líderes, que primeiro se reuniram de forma privada e depois com participação de suas respectivas delegações. Entre os acordos e memorandos que devem ser assinados por Lula e Medvedev, há um programa de cooperação técnico-científica para 2010-2012 e outro de cooperação militar.

Ainda nesta sexta-feira, o presidente do Brasil, deve ter um encontro com o primeiro-ministro, Vladimir Putin, segundo o Kremlim, e deve discutir a questão das sanções das Nações Unidas contra o Irã.

Polêmica internacional

Teerã protagoniza uma polêmica internacional por seu programa nuclear, que países ocidentais suspeitam ter objetivos bélicos. O governo iraniano nega as acusações.

A visita de Lula ao Irã ocorrerá enquanto os EUA tentam impulsionar no Conselho de Segurança da ONU a quarta rodada de sanções para forçar o país a suspender seu enriquecimento de urânio, que pode servir como combustível para alimentar reatores ou para a fabricação de bomba atômica.

Entretanto, a China - que, assim como EUA, Rússia, França e Grã-Bretanha, tem poder de veto no órgão - vem sendo o principal obstáculo para a aprovação. Brasil, Turquia e Líbano, que são membros rotativos do conselho de 15 cadeiras, também se opõe à medida. Para aprovar novas sanções, são necessários nove votos.

Lula defende as atividades nucleares do Irã, dizendo que o país tem direito à energia atômica. Além disso, ele também se ofereceu para mediar o conflito entre Irã e o Ocidente para evitar a imposição de sanções e persuadir o governo iraniano a cooperar com a comunidade internacional para dissipar as suspeitas de que seu programa nuclear tem fins militares

Na quarta-feira, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, "garantiu ao presidente Lula o total apoio aos esforços do Brasil para convencer autoridades iranianas a responder plenamente aos pedidos da comunidade internacional sobre o programa nuclear", indicou um comunicado do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.

No dia 5 de maio, o site oficial do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, divulgou que Teerã havia aceitado a proposta oficial do Brasil de mediar para tentar quebrar o impasse sobre um acordo de troca de combustível nuclear entre o Irã e o Ocidente. O Brasil, porém, negou que tivesse feito uma proposta oficial sobre a questão.

Em abril, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, declarou, durante uma visita a Teerã, que o Brasil "poderia examinar" a possibilidade de ser sede da troca, caso existisse uma solicitação oficial. "Até agora não recebemos tal proposta, mas, se fosse o caso, poderíamos examiná-la", disse Amorim.

Questionado sobre o assunto na época, Lula disse que o mundo "precisa" de uma proposta sobre o programa nuclear iraniano que envolva não apenas Teerã, mas também as Nações Unidas.

Segundo o presidente, o Brasil está disposto a "contribuir" no processo de negociação com o Irã. "Se o Brasil puder dar uma contribuição, pode ficar certo de que nós vamos dar", disse durante uma cerimônia no Palácio do Itamaraty.

De acordo com Lula, o Brasil está "empenhado", ao lado da Turquia, nas negociações com o Irã e vem discutindo o assunto com os "principais líderes" do mundo. Lula disse ainda que está "muito otimista" com sua viagem a Teerã, no dia 15 de maio, quando se encontrará com Ahmadinejad. "Estou muito otimista de ir ao Irã e tentar conversar com o presidente Ahmadinejad sobre a melhor saída", disse.

Depois do Irã, Lula segue para Espanha e Portugal.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/medvedev+diz+que+ida+de+lula+ao+ira+e+ultima+chance+de+evitar+sancoes/n1237619129381.html
Sei não. Se depois de tantas pressões o Ahmadinejad não mudar sua posição, não sei qual a justificativa que a China terá para continuar vetando as sanções.

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #127 Online: 14 de Maio de 2010, 18:51:23 »
Enquanto isso, na Folha Online:

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Falha na tradução evita gafe de Lula em visita à Rússia

MARCELO NINIO
enviado especial da Folha a Moscou

Uma falha na tradução diluiu o que poderia ter sido uma gafe cometida pelo presidente Lula hoje em Moscou. Durante a entrevista coletiva concedida ao lado do presidente russo, Dmitri Medvedev, Lula desviou o discurso em defesa da paz no Oriente Médio para lembrar a invasão soviética do Afeganistão (1979-1980).

O comentário foi feito quase no final da entrevista, dominada pela questão nuclear iraniana. Lula disse que o Irã é "apenas parte" do que precisa ser feito no Oriente Médio, a começar pelo conflito entre Israel e os palestinos. Em seguida fez uma relação com a história recente do país anfitrião.

O presidente Lula ao lado do colega russo Dmitri Medvedev; falha na tradução evita que o brasileiro cometa gafe em discurso
"Eu passei parte da minha juventude sendo contra a invasão da Rússia do Afeganistão. Agora, quero paz no Afeganistão também", disse o presidente, puxando o braço de Medvedev, que pareceu surpreso.

Jornalistas russos presentes, porém, disseram que mal entenderam a declaração, devido à má qualidade da tradução simultânea. A confusão dos russos aumentou quando Lula disse que uma solução para o conflito no Afeganistão poderia incluir um projeto da Embrapa para a produção de alimentos no país asiático.

Medvedev, que já havia sido alertado por assessores de que a entrevista deveria terminar, começou a demonstrar impaciência. Quando Lula voltou a falar do Irã, dizendo que era otimista porque chegou à Presidência depois de perder quatro eleições, Medvedev o interrompeu.

"Eu e o presidente Lula concordamos em conversar por telefone depois [da visita ao Irã]", disse Medvedev, encerrando abruptamente a entrevista.

Chance de acordo

Anteriormente, Lula disse que um acordo com o Irã durante sua visita oficial à Rússia, programada para entre os dias 15 e 17, tem 9,99% de chance de sucesso em uma escala de zero a dez. A declaração foi dada em entrevista ao lado de Medvedev, com quem se reuniu no Kremlin, em Moscou. O russo, por sua vez, afirmou que Lula tem 30% de chance de sucesso em sua visita ao Irã.

Lula conversou mais cedo com Medvedev sobre a crise nuclear com o Irã, país acusado pelo Ocidente de manter um programa nuclear com fins militares. Teerã nega e Lula defende que o país tem direito de manter um programa nuclear pacífico --para insatisfação dos Estados Unidos, que já disseram que o presidente está sendo enganado pelo iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

Lula se ofereceu para mediar o conflito entre Irã e o Ocidente para evitar a imposição de uma quarta rodada de sanções no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Do outro lado, o brasileiro diz querer persuadir o governo iraniano a cooperar com a comunidade internacional e dar garantias dos fins pacíficos de seu programa nuclear.

O Brasil apresentou uma proposta segundo a qual o Irã trocaria urânio pouco enriquecido por combustível nuclear na Turquia, país que tem estreitos laços tanto com Ocidente como com o Oriente Médio. O Irã enviaria urânio ao exterior e o receberia de volta enriquecido a 20%, nível suficiente para fins pacíficos.

No ano passado, o Irã já rejeitou no ano passado uma oferta similar da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em virtude da qual Rússia e França teriam enriquecido urânio com destino às usinas nucleares iranianas.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u735259.shtml

Rolei de rir. 9,99% de chances em uma escala de 0 a dez!

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #128 Online: 14 de Maio de 2010, 19:15:47 »
Rolei de rir. 9,99% de chances em uma escala de 0 a dez!
Essa é a terceira fonte em que leio essa notícia e está diferente das outras duas. Em uma, ele teria dito que as chances eram de 99%. Outro afirmou que ele teria dito que numa escala de zero a dez, a chance do Ahmadinejad mudar de opinião era de 9,9.

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #129 Online: 14 de Maio de 2010, 19:18:11 »
Rolei de rir. 9,99% de chances em uma escala de 0 a dez!
Essa é a terceira fonte em que leio essa notícia e está diferente das outras duas. Em uma, ele teria dito que as chances eram de 99%. Outro afirmou que ele teria dito que numa escala de zero a dez, a chance do Ahmadinejad mudar de opinião era de 9,9.

Na própria Folha tem uma chamada dizendo que ele teria dito que era 99%... Queria ouvir o original.

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #130 Online: 14 de Maio de 2010, 19:25:31 »
Citação de: [url=http://noticias.br.msn.com/mundo/artigo-bbc.aspx?cp-documentid=24239276]MSN Notícias (fonte original: BBC)[/url]
[...]Lula, porém, disse ver uma chance de 99,9% para um acordo. "O Medvedev disse 3, eu daria 9,99", disse Lula, respondendo a uma pergunta sobre seu grau de otimismo em uma escala de zero a dez.[...]
Citação de: [url=http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,viagem-de-lula-e-ultima-chance-para-o-ira-evitar-sancoes-diz-medvedev,551733,0.htm]Estadão[/url]
[...]O russo ainda calculou as chances de Lula deixar o Irã com um acordo, apesar da resistência de Ahmadinejad. "Como Lula é otimista, serei também. Acho que ele tem 30% de chances de êxito", arriscou Medvedev. Lula, porém, foi menos modesto e estimou suas chances, em uma escala de 1 a 10, em "9.9". "vou ao Irã com a convicção de que chegaremos a um acordo. Se não conseguirmos, voltarei feliz, porque pelo menos não fui negligente", comentou o brasileiro.[...]
Citação de: [url=http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE64D0JU20100514]Reuters[/url]
[...]Perguntado qual seria a probabilidade de sucesso, Medvedev disse 30 por cento. Dizendo que o colega não estava otimista, Lula rebateu.

"Eu daria 9,99", afirmou o presidente brasileiro, referindo-se a uma escala de zero a 10.[...]
Para mim, esse "9,99%" foi erro de digitação do pessoal da Folha.

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Offline Esteban

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #131 Online: 14 de Maio de 2010, 21:56:58 »
A folha é um muitooo credível.....

Offline Fabrício

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #132 Online: 14 de Maio de 2010, 22:36:51 »
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A folha é um muitooo credível.....

Pois é, Esteban, "Credível" ::) deve ser você, com suas fontes excelentes...
« Última modificação: 15 de Maio de 2010, 07:46:41 por Fabrício »
"Deus prefere os ateus"

Offline Moro

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #133 Online: 14 de Maio de 2010, 22:37:45 »
pois é...
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


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Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Derfel

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #134 Online: 15 de Maio de 2010, 07:55:58 »
Mas é interessante notar a diferença de enfoque entre os dois artigos...

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #135 Online: 17 de Maio de 2010, 11:28:26 »
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Lula diz que acordo com Irã é vitória da diplomacia

O acordo entre o Brasil, o Irã e a Turquia em torno da questão nuclear da República Islâmica foi uma vitória da diplomacia, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira.

Segundo ele, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participou de uma negociação durante todo o domingo e até a madrugada em Teerã, para resolver o impasse.

"Foi uma coisa extraordinária. Eu acho que a diplomacia sai vencedora hoje", comemorou o presidente. "Nós nos reunimos muitas vezes, mas ele (Celso Amorim) ficou reunido até quatro horas da manhã até concluir o acordo, e assinamos a declaração, agora há pouco", comentou Lula, no programa de rádio "Café com o Presidente".

Lula destacou a necessidade do diálogo para alcançar o acerto. "Eu acho que foi uma resposta de que é possível, com diálogo, a gente construir a paz, construir o desenvolvimento."

O presidente chegou na sexta-feira ao Irã e nesta segunda-feira cumpre agenda em Madri.

De acordo com Amorim, que também participou do programa de rádio, o acordo levou em conta as conversas que o governo brasileiro teve com os russos, os chineses e os franceses e permitirá ao Irã desenvolver energia nuclear para fins pacíficos, desde que haja troca de combustível nuclear.

"O que eu queria salientar é que essa declaração entre Turquia, Brasil e Irã contém os elementos principais que são necessários, todos os elementos que são necessários, para que haja o acordo de troca de urânio por elementos combustíveis", disse o ministro.

A medida pode melhorar a confiança da comunidade internacional no Irã e é suficiente para evitar sanções da ONU, segundo Amorim.

Há, entre países ocidentais, a suspeita de que o programa nuclear do Irã tenha fins bélicos, apesar das negativas do país.

"O Brasil acreditou que era possível fazer o acordo. Mas o que é importante é que nós estabelecemos uma relação de confiança", disse Lula.

A República Islâmica anunciou que concorda em transferir 1.200 quilos de seu urânio de baixo enriquecimento para a Turquia dentro de um mês em troca de urânio mais enriquecido para ser usado num reator de pesquisas médicas.

Não mais de um ano depois, o Irã receberá 120 quilos de urânio enriquecido em 20 por cento sob um acordo envolvendo o órgão de vigilância nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), assim como Estados Unidos, França e Rússia.

http://noticias.br.msn.com/brasil/artigo.aspx?cp-documentid=24263102
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Irã diz que continuará enriquecimento de urânio a 20%

O Irã continuará suas atividades de enriquecimento de urânio, inclusive a produção de urânio enriquecido a 20 por cento, mesmo após a assinatura de um acordo de troca de combustível nuclear com a Turquia e o Brasil nesta segunda-feira, disse uma alta autoridade à Reuters.

"Não existe relação entre o acordo de troca e nossas atividades de enriquecimento... Vamos continuar nosso trabalho de enriquecimento de urânio a 20 por cento", disse Ali Akbar Salehi, diretor da Organização de Energia Atômica do Irã.

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=24263397
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Para UE, detalhes de acordo com Irã ainda têm de ser analisados

Um acordo entre Irã, Turquia e Brasil para uma possível troca de combustível nuclear pode ser um passo na direção certa, disse a Comissão Europeia nesta segunda-feira, mas os detalhes ainda precisam ser analisados.

"Temos de esperar pelos detalhes completos do acordo", disse um porta-voz do órgão executivo da União Europeia. "Esse acordo, embora seja um passo positivo na direção correta, não lida completamente com todas as questões envolvendo o programa nuclear do Irã."

O porta-voz disse que a alta representante da UE para assuntos internacionais, Catherine Ashton, está pronta para se reunir com autoridades iranianas para encontrar uma solução "completa" para o impasse envolvendo as atividades de enriquecimento de urânio do Irã.

"Muitas das questões levantadas pelo UE3+3 (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China) e por membros do Conselho de Segurança ainda precisam ser respondidas", disse o porta-voz.

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=24262541

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #136 Online: 17 de Maio de 2010, 14:32:51 »
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Acordo com Irã é "potencialmente" bom, diz militar dos EUA

O acordo anunciado entre o Irã e mediadores do Brasil e da Turquia, que envolve o envio de urânio da República Islâmica ao exterior, significa um "desenvolvimento potencialmente bom" do impasse, disse um militar norte-americano graduado nesta segunda-feira.

O almirante dos EUA James Stavridis, comandante supremo aliado na Europa, disse a jornalistas em Washington.

Segundo Stavridis, o acordo representa "um exemplo do que todos esperamos, que é um sistema diplomático que incentive o bom comportamento por parte do governo iraniano".

Mas acrescentou: "Obviamente, nós temos um milhão de milhas pela frente."

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=24264286
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Acordo com Irã impõe escolha difícil a EUA

Pacto alcançado por Brasil e Turquia com Teerã causa impasse diplomático nos EUA e dificulta aplicação de nova rodada de sanções

O acordo anunciado nesta segunda-feira pelo Irã pode ser uma solução de curto prazo para o atual impasse com o Ocidente ou provar ser uma tática para minar os esforços para aprovar uma quarta rodada de sanções contra o país por seu controvertido programa atômico.

O acordo, negociado pela Turquia e o Brasil, pede que o Irã envie 1,2 tonelada de urânio pobremente enriquecido para a Turquia, onde seria estocado, dentro de um mês. Em troca, o Irã teria o direito de receber no máximo em um ano 120 quilos de urânio enriquecido a 20% da Rússia e França.

Os termos do pacto se assemelham a um acordo proposto pelo Ocidente no ano passado que ruiu pelo recuo do Irã. Mas ainda não está claro se os EUA concordarão com ele agora - em parte porque o Irã continuou a enriquecer urânio, aumentando seu estoque.

O acordo pode prejudicar as chances do governo Obama de conseguir a aprovação internacional para medidas punitivas contra o Irã. China e Rússia, que se mostraram muito relutantes em impor sanções a um grande parceiro comercial, poderiam usar o anúncio para pôr fim às discussões de medidas adicionais contra o país, que representariam a quarta rodada de sanções.

Washington quer novas sanções porque o Irã se recusou a suspender o enriquecimento de urânio ou a responder as perguntas dos inspetores sobre evidências sugerindo que o país realiza pesquisas sobre possíveis projetos de bombas e experimentos similares. Os inspetores também foram proibidos de visitar vários locais aos quais pediram acesso.

O presidente dos EUA, Barack Obama, enfrenta agora uma escolha difícil. Se rejeitar o acordo, parecerá que não quer um pacto similar ao que buscava há oito meses. Mas, se aceitar, muitas das questões urgentes que disse que teriam de ser resolvidas com o Irã nos próximos meses - a maior parte sobre atividade suspeita de armas - terão de ficar em suspenso por um ano ou mais. Muitas autoridades acreditam que esse é o principal objetivo do Irã.

Acordo de outubro

Em outubro, a 1,2 tonelada que se supunha que o Irã enviaria ao exterior representava dois terços de seu estoque de combustível nuclear - suficiente para assegurar que não mantivesse material nuclear suficiente dentro do país para fabricar uma bomba nuclear. Mas agora a mesma quantidade de combustível representa uma proporção menor de seu estoque declarado.

De acordo com uma diplomata ocidental, que falou sob condição de anonimato, acredita-se que a quantidade de urânio pobremente enriquecido que o Irã estava preparado para enviar à Turquia representa um pouco mais da metade de seu atual estoque. "A situação mudou", disse.

Autoridades disseram à televisão estatal iraniana que o próximo passo seria alcançar os termos para a troca com o chamado Grupo de Viena - EUA, França, Rússia e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão de inspeção nuclear da ONU. Eles disseram que enviarão um carta formal à AIEA confirmamndo o acordo em uma semana.

O anúncio, que parece ter o objetivo de satisfazer as demandas internacionais, surge enquanto o Irã enfrenta crescente pressões políticas e econômicas.

Apesar de o acordo ter sido considerado um passo positivo por especialistas da região, também há ceticismo se ele é real ou uma tática para transferir a culpa de um conflito para o Ocidente, enquanto atrapalha as perspectivas de o Conselho de Segurança da ONU de impor sanções, o que parecia possível daqui poucas semanas.

“O Irã tem um histórico de chegar a um acordo e depois recuar", disse Emad Gad, especialista em relações internacionais no Centro Ahram para Estudos Políticos e Estratégicos no Cairo, Egito. “Ele deixa a situação ficar muito tensa e então faz um acordo. Essa é uma característica genuína da natureza da política iraniana."

Coincidindo com a pressão por novas sanções, em 12 de junho o Irã marca o aniversário das contestadas eleições presidenciais do ano passado, que causaram meses de protestos e conflitos. O Irã também enfrenta sérias pressões econômicas de inflação, perda de investimento estrangeiros e a perspectiva de levantar os subsídios das commodities, o que significaria preços mais altos e, talvez, novas tensões sociais.

“Com acordos como esse é necessário ser um pouco cético, pelo menos inicialmente, porque muitos no passado provaram ser uma oportunidade virtual em vez de algo mais substancial", disse Michael Axworthy, ex-diplomata britânico e especialista em Irã da Universidade de Exeter.

Há motivos para ficar cético. Em Teerã, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores disse que o Irã não suspenderá, por exemplo, seu programa de enriquecimento de urânio a 20% - o que o aproxima do nível suficiente para uma bomba.

O Irã diz que seu programa é pacífico, enquanto o Ocidente diz que o objetivo do país é construir uma bomba. Essas acusações foram ampliadas pelo fato de o Irã ter aprimorado e testado sua capacidade de mísseis de longo alcance.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/acordo+com+ira+impoe+escolha+dificil+a+eua/n1237623172977.html
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Para UE, acordo com Irã não resolve questão nuclear

Grã-Bretanha, França e Alemanha afirmam que acordo entre Irã, Brasil e Turquia não resolve impasse nuclear

O acordo para uma troca de combustível nuclear iraniano por urânio enriquecido "não responde a todas as inquietações" da comunidade internacional, declarou um porta-voz da chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton.

"O anúncio feito nesta segunda-feira pode constituir um passo na direção correta, caso sejam confirmados os detalhes do acordo, mas isto não responde a todas as inquietações sobre o programa nuclear de Teerã", declarou o porta-voz.

França não descarta sanções

O Ministério das Relações Exteriores da França afirmou nesta segunda-feira que o acordo alcançado entre Irã, Brasil e Turquia não soluciona o problema do programa nuclear iraniano e o fato de que o Irã continua enriquecendo urânio, indicou nesta segunda-feira o ministério francês das Relações Exteriores.

"Não nos enganemos: uma solução para o assunto do reator de pesquisa civil iraniano TRR não solucionará em nada o problema criado pelo programa nuclear iraniano", afirmou o porta-voz da chancelaria francesa, Bernard Valero, indagado pela imprensa sobre a possibilidade de frear o exame de novas sanções contra o Irã na ONU.

"O intercâmbio de urânio é apenas uma medida de confiança, um acompanhamento. O nó do problema nuclear iraniano é o prosseguimento das atividades de enriquecimento em Natanz, a construção do reator de água pesada em Arak, a ocultação da usina de Qom, as perguntas dos inspectores da AIEA que ainda não foram respondidas", precisou.

"Desde a proposta de outubro da AIEA" (Agência Internacional de Energia Atômica), destinada a tirar do Irã 1.200 kg de urânio levemente enriquecido para transformá-lo em barras de combustível para o reator TRR, "o Irã enriquece o urânio a 20%", destacou Valero.

"O Irã deve pôr fim imediatamente a essas violações constantes das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e do Conselho de Diretores da AIEA. Com esse objetivo preparamos em Nova York novas sanções com nossos interlocutores do Conselho de Segurança", explicou.

Também nesta segunda-feira, o governo da Alemanha destacou que nada pode substituir um acordo entre Teerã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). "Continua sendo importante que Irã e AIEA cheguem a um acordo", declarou o porta-voz adjunto do governo da Alemanha, Christoph Steegmans. "Isto não pode ser substituído por um acordo com outros países", completou.

Sanções da ONU

Na manhã desta segunda-feira, o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, afirmou que os "progressos bastante importantes" estão sendo obtidos no Conselho de Segurança da ONU a respeito das sanções contra o Irã pelo programa nuclear do país.

"Progressos na resolução nas Nações Unidas bastante importantes foram alcançados nos últimos dois dias", disse Kouchner, sem revelar detalhes.

Para o chanceler francês, a AIEA é quem deve posicionar-se sobre o acordo assinado nesta segunda-feira por Irã, Brasil e Turquia, para a troca de urânio iraniano por combustível nuclear enriquecido a 20% em território turco. "Não somos nós que devemos responder. É a AIEA", declarou Kouchner.

O Ministério de Relações Exteriores da Grã-Bretanha afirmou, em comunicado, que os esforços por novas sanções contra o Irã devem prosseguir até que o país possa garantir ao mundo que seu programa nuclear é pacífico. "O Irã tem uma obrigação de garantir à comunidade internacional que suas intenções são pacíficas", disse em comunicado um representante do britânico Alistair Burt em comunicado.

Israel fala em "manipulação"

O Irã "manipulou" a Turquia e o Brasil ao "simular aceitar" um acordo sobre o enriquecimento de parte de seu urânio na Turquia, acusou uma fonte do governo de Israel. "Os iranianos manipularam Turquia e Brasil, simulando aceitar o enriquecimento de uma parte de seu urânio na Turquia", declarou a fonte, que pediu anonimato.

"Os iranianos já fizeram o mesmo no passado, simulando aceitar tal procedimento para reduzir a tensão e os riscos de sanções internacionais agravadas, mas depois se negaram a passar aos atos", declarou.[...]

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/para+ue+acordo+com+ira+nao+resolve+questao+nuclear/n1237623078555.html
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Analistas do Oriente Médio são céticos sobre acordo com Irã

O acordo anunciado nesta segunda-feira por Brasil, Turquia e Irã ainda deve ser visto com certo ceticismo até que os detalhes sejam conhecidos, disseram analistas ouvidos pela BBC Brasil no Oriente Médio.

Para eles, o acordo foi uma vitória diplomática para Brasil e Turquia em uma negociação que vinha mobilizando países "pesos-pesados" como Estados Unidos, França e Rússia .

Entretanto, os analistas consultados alertam que o Irã poderia estar tentando ganhar tempo.

Para o professor Mahjoob Zweiri, um especialista em Irã da Universidade do Catar, o acordo é bem-vindo, mas ainda não é uma garantia de que o Irã irá interromper seu próprio processo de enriquecimento de urânio.

"Os detalhes do acordo precisam ser conhecidos ainda, além da estrutura logística, e de ser necessária a aprovação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), para a total implementação do acordo", disse Zweiri.

De acordo com ele, o Irã pode ter feito concessões como forma de aliviar a pressão internacional que sofre há anos, devido a suspeitas de que seu programa nuclear teria fins bélicos.

"Eu acho que o Irã tem interesse em manter Turquia e Brasil a seu lado, em adicionar mais amigos do que inimigos neste momento", completou.

O porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Ramin Mehmanparast, disse que o país vai enviar 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento (3,5%) para a Turquia em troca de combustível nuclear a ser usado em pesquisas médicas em Teerã.

O acordo tem como base a proposta da AIEA, do final do ano passado, que previa o enriquecimento de urânio iraniano em outro país em níveis que se aplicam apenas a uso civil, e não militar.

Enriquecimento

O professor Paul Salem, diretor do Centro Carnegie para o Oriente Médio em Beirute, disse que os esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram muito "corajosos e admiráveis".

No entanto, ele acredita que é preciso esperar para ver como o acordo será implementado.

"Os turcos, por exemplo, não têm capacidade tecnológica para enriquecer o urânio que os iranianos enviarão. Neste caso, a questão é quem fará o processo de enriquecimento", explicou.

O professor sustenta que só a presença formal da AIEA, com seus observadores trabalhando ao lado dos iranianos, manterá um nível de confiabilidade em ambas as partes.

Salem também acha que o Brasil se arriscou muito ao intermediar uma questão delicada, sem que tivesse muitas garantias de sucesso.

"Mas sem dúvidas, os brasileiros e turcos provaram às outras potências que havia mais espaço para o diálogo".

Reações

O cientista politico Fares Ishtay, professor da Universidade Libanesa, teme que as potências ocidentais possam ter uma reação errônea ao acordo com o Irã.

"Eles vêm de inúmeras tentativas com os iranianos que acabaram falhando e, com motivo, estão muito céticos. Os iranianos são conhecidos por usar truques e manipulações diplomáticas", disse ele.

Poucos minutos após o anúncio do acordo, Israel criticou o Irã, afirmando que Teerã está "manipulando" o Brasil e a Turquia.

Os dois países, potências não-nucleares e membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU, querem evitar a aprovação de novas sanções contra o Irã.

Alguns integrantes do Conselho - principalmente os Estados Unidos - desconfiam das intenções do programa nuclear iraniano.

O Irã afirma que ele tem fins pacíficos, e que o país não pretende desenvolver armas nucleares.

Mas Ishtay salientou que pode ter havido uma mudança de visão por parte do Irã de que a cooperação era a única saída.

"Se o governo iraniano realmente selar os detalhes do acordo com a AIEA, então os esforços dos governos brasileiro e turco terão sido a maior virada diplomática dos últimos tempos".

http://noticias.br.msn.com/mundo/artigo-bbc.aspx?cp-documentid=24264109

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #137 Online: 17 de Maio de 2010, 15:52:06 »
Entenda a polêmica envolvendo o programa nuclear do Irã

O Brasil e a Turquia anunciaram nesta segunda-feira em Teerã um acordo para que o Irã envie urânio para o exterior e receba, em troca, urânio com grau maior de enriquecimento.

O acordo pode ajudar a evitar que o Conselho de Segurança da ONU aprove novas sanções contra o Irã, como defendem os Estados Unidos.

A BBC preparou uma série de perguntas e respostas que ajudam a explicar a complexa situação e a importância do acordo.

O que prevê o acordo?

O Irã enviará 1,2 tonelada de urânio com baixo grau de enriquecimento (3,5%) para a Turquia em troca de 120 kg de combustível enriquecido a 20%.

A troca deverá ter o acompanhamento da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, órgão da ONU).

Para que o Irã quer o combustível?

Para um pequeno reator de pesquisas médicas em Teerã, instalado pelos Estados Unidos há muitos anos. Ele está sofrendo com a falta de combustível, que antes era fornecido pelo exterior.

Qual seria o problema de permitir que o Irã enriquecesse o próprio urânio?

O argumento contrário é de que, com isso, o Irã poderia desenvolver mais sua capacidade de enriquecimento.

Muitos países temem que o país possa evoluir nesse campo até ter condições de construir um dispositivo nuclear, que requer urânio com um alto grau de enriquecimento, de cerca de 90%.

Por outro lado, especialistas ocidentais acreditam que o Irã ainda não tem capacidade de fabricar sozinho as varetas de combustível necessárias para o reator de Teerã.

Isso os leva a questionar a necessidade de o país ter acesso a urânio enriquecido a 20%, usado nas varetas.

O Irã contesta isso e diz que simplesmente precisa de combustível.

Qual era a situação antes do acordo?

No ano passado, os Estados Unidos, a Rússia e a França propuseram retirar do Irã urânio com baixo grau de enriquecimento em troca de combustível com urânio enriquecido a 20%.

A proposta era que o material fosse enviado para a Rússia e a França - onde seria enriquecido e transformado em varetas para uso no reator de Teerã - antes de ser devolvido ao Irã.

O Irã queria a troca de seu urânio pouco enriquecido por urânio mais enriquecido em pequenas quantidades e em seu próprio território, temendo a possibilidade de não receber de volta seu urânio.

Após meses de incerteza, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, parecia aprovar a ideia original em outubro, mas posteriormente voltou atrás e ordenou aos seus cientistas nucleares que seguissem adiante com o enriquecimento de urânio no próprio país.

O Irã diz que, se receber de outro país o urânio enriquecido a 20% para seu reator de pesquisas, não teria a necessidade de enriquecer o urânio.

Governos ocidentais também argumentam que fornecer ao Irã mais combustível não eliminaria a possibilidade de novos enriquecimentos.

Por que o Conselho de Segurança ordenou que o Irã interrompesse o enriquecimento?

Porque a tecnologia usada para enriquecer urânio para ser usado como combustível na produção de energia nuclear também pode ser usada no enriquecimento de urânio ao nível mais alto.

Há receio de que o Irã esteja ao menos tentando adquirir a experiência necessária para que possa, um dia, se quiser, fabricar uma bomba.

O Irã escondeu seu programa de enriquecimento por 18 anos, então, o Conselho de Segurança disse que, até que as intenções pacíficas do programa nuclear do país possam ser estabelecidas por completo, o país deve interromper o enriquecimento e algumas outras atividades nucleares.

O que o Irã diz sobre a produção de armas nucleares?

O país diz que não descumprirá suas obrigações estabelecidas pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT, na sigla em inglês) e não usará a tecnologia para fabricar uma bomba nuclear.

No dia 18 de setembro de 2009, o presidente Ahmadinejad disse à rede de televisão NBC: "Não precisamos de armas nucleares (...) isso não é parte dos nossos programas e planos".

Ele também disse à ONU, no dia 3 de maio de 2010, que armas nucleares são "um fogo contra a humanidade".

Pouco depois, o supremo líder religioso do Irã, Ali Khamenei, que, segundo relatos, teria baixado um fatwa (decreto religioso islâmico) contra armas nucleares, disse: "Nós rejeitamos fundamentalmente as armas nucleares". Ele já havia dito isso em fevereiro deste ano.

Por que o Irã se recusa a obedecer as resoluções do Conselho de Segurança?

Segundo o NPT, países signatários têm o direito de enriquecer urânio para ser usado como combustível na geração de energia nuclear com fins civis.

Estes Estados devem permanecer sob inspeção da AIEA. O Irã está sendo inspecionado, mas não de acordo com as regras mais rigorosas, porque o país não concorda com elas.

Apenas os signatários que já tinham armas nucleares quando o tratado foi criado, em 1968, têm permissão de enriquecer urânio até o nível mais alto, necessário para a obtenção de armas nucleares.

O Irã dizia que estava simplesmente fazendo o permitido pelo tratado e que pretendia enriquecer urânio até o nível requerido para a produção de energia ou outros fins pacíficos. O país atribui as resoluções do Conselho de Segurança a pressões políticas dos Estados Unidos e seus aliados. E argumenta que precisa de energia nuclear e quer controlar o processo por conta própria.

O presidente Ahmadinejad disse várias vezes que seu país não vai ceder à pressão internacional: "A nação iraniana não sucumbirá a intimidações, invasões ou violações de seus direitos".

O que exatamente o Conselho de Segurança e a AIEA queriam que o Irã fizesse?

Eles queriam que o Irã suspendesse todas as atividades de enriquecimento, incluindo a preparação do urânio, a instalação de centrífugas nas quais o gás do urânio é circulado para separar as partes mais ricas e a inserção do gás nas centrífugas.

Os órgãos da ONU também queriam que o Irã suspendesse projetos envolvendo água pesada, particularmente a construção de um reator de água pesada. Este tipo de reator pode produzir plutônio, que pode ser usado como substituto do urânio em uma bomba nuclear.

A AIEA também pediu que o Irã ratifique e implemente um protocolo adicional permitindo inspeções mais minuciosas como uma forma de criar mais confiança.

Que sanções já foram impostas contra o Irã?

Em março de 2008, a ONU impôs uma última rodada de sanções, que incluem a proibição de viagens internacionais para cinco autoridades iranianas e o congelamento de ativos financeiros no exterior de 13 companhias e de 13 autoridades iranianas.

A resolução também impede a venda para o Irã dos chamados itens de "uso duplo" - que podem ter tanto objetivos pacíficos como militares.

Em 10 de junho de 2008 os Estados Unidos e União Europeia anunciaram que estariam dispostos a reforçar as sanções com medidas adicionais.

Treze dias depois, a EU concordou em congelar bens do maior banco iraniano, o Banco Melli, e estender a proibição de vistos para iranianos envolvidos no desenvolvimento do programa nuclear.

Ainda em junho daquele ano, o então representante da União Europeia para política externa, Javier Solana, apresentou, em nome de China, UE, Rússia e Estados Unidos, um pacote de incentivos econômicos ao Irã em troca de garantias de que o país não fabricaria armas nucleares.

A decisão de elevar o nível de enriquecimento de urânio para 20% provocou novas sanções?

Sim. Um dia depois do anúncio do Irã, o governo dos Estados Unidos anunciou novas sanções, passando a punir quatro empresas ligadas às Guarda Revolucionária do país asiático.

As companhias são ligadas a uma empresa de construção que pertence à Guarda Revolucionária, a Khatam Al-Anbiya, e ao diretor da empresa, general Rostam Qasemi. Os ativos no exterior de Qasemi e das quatro empresas foram congelados.

Segundo o governo americano, os lucros da Khatam Al-Anbiya ajudam a patrocinar os programas nuclear e de desenvolvimento de mísseis do Irã.

Além dos EUA, autoridades da França, da Rússia e da Alemanha também afirmaram que novas sanções seriam necessárias contra o país.

Quais novas sanções seriam possíveis?

A China continua relutante em concordar com novas sanções do Conselho de Segurança. Por isso, uma coalizão de países, que inclui a União Europeia, podem tomar algumas ações separadamente.

Já foi considerado parar a exportação de produtos de petróleo refinado para o país. Apesar da riqueza petroleira, o Irã não consegue produzir uma quantidade suficiente desses produtos sozinho. Apesar disso, há oposição a essa ideia porque poderia afetar a população geral.

Pode haver esforços para conseguir uma proibição para o investimento de petróleo e gás e em negócios financeiros.

Alguns incentivos estão sendo oferecidos ao Irã. Quais são eles?

Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha afirmam que se o Irã suspender o enriquecimento de urânio, podem começar as negociações para um acordo de longo prazo.

A oferta prevê ao reconhecimento do direito do Irã desenvolver energia nuclear para fins pacíficos e o diz ainda que o Irã será tratado "da mesma maneira" que outros Estados signatários do Tratado de Não-Proliferação.

O Irã teria ajuda para desenvolver usinas de energia nuclear e teria garantias de combustível para as usinas. Além disso, receberia concessões comerciais, inclusive o possível fim das sanções dos EUA, que proíbe o país, por exemplo, de comprar novas aeronaves civis e equipamentos para os aviões.

Quais são as chances de um ataque contra o Irã?

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, já falou diversas vezes do que acredita ser uma ameaça em potencial do Irã. Há relatos de que Israel tenha realizado um grande exercício aéreo, considerado um teste para uma eventual ofensiva contra o território iraniano.

O governo de Israel não acredita que os meios diplomáticos forçarão o Irã a suspender o enriquecimento de urânio e não quer Teerã sequer desenvolva capacidade técnica para produzir uma bomba nuclear.

Portanto, a possibilidade de um ataque de Israel permanece.

Afinal, o que, na prática, impede o Irã de fazer uma bomba nuclear?

Especialistas acreditam que o Irã poderia enriquecer urânio suficiente para construir uma bomba em alguns meses. Entretanto, o país aparentemente ainda não detém o domínio da tecnologia para criar uma ogiva nuclear.

Em teoria, o Irã poderia anunciar que está abandonando o Tratado de Não-Proliferação das armas nucleares e, três meses depois de fazê-lo, estaria livre para fazer o que bem entendesse. Mas ao fazer isso, o país estaria sinalizando suas intenções e ficaria vulnerável a ataques.

Se o Irã tentasse obter secretamente o material para fazer uma bomba e o plano fosse descoberto, o país estaria vulnerável da mesma forma. Por isso, alguns acreditam que a ameaça de que o Irã desenvolva uma bomba atômica tem sido exagerada.

Os países que já têm armas nucleares e são signatários do tratado de Não-Proliferação nuclear não se comprometeram a acabar com esses armamentos?

O artigo 6º do Tratado obriga os signatários a "fazer negociações de boa-fé sobre medidas que levem ao fim da corrida armamentista nuclear em uma data próxima e ao desarmamento nuclear". As potências nucleares alegam que têm feito isso ao reduzir seus arsenais, mas críticos alegam que eles, na verdade, não tem seguido no caminho do desarmamento. Analistas também argumentam que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha violaram o tratado ao transferirem tecnologia nuclear de um para o outro.

E Israel, inimigo do Irã na esfera internacional, tem bombas nucleares?

Israel nunca confirmou isso. Contudo, como Israel não é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, então não é obrigado a obedecê-lo.

O mesmo pode ser dito da Índia ou do Paquistão, dois países que têm armamentos nucleares. A Coreia do Norte abandonou o tratado e anunciou que também tem a capacidade de ter bombas atômicas.

Em 18 de setembro de 2009, a AIEA pediu a adesão de Israel ao NPT ou que o país permita que suas instalações nucleares sejam inspecionadas.

Israel se recusa a aderir ao acordo ou permitir a supervisão. Acredita-se que o país tenha até 400 ogivas nucleares, mas Israel se recusa a confirmar ou negar isso.

http://noticias.br.msn.com/mundo/artigo-bbc.aspx?cp-documentid=24266403

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #138 Online: 17 de Maio de 2010, 18:53:10 »
E agora anti-Lulistas?
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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #139 Online: 17 de Maio de 2010, 20:17:32 »
AIEA pede que Irã confirme acordo por escrito

Agência da ONU diz que país deve ser enviar notificação que reafirme compromisso com texto acordado com Brasil e Turquia

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pediu nesta segunda-feira ao Irã que confirme por escrito o acordo sobre a troca de parte de seu urânio levemente enriquecido por combustível no exterior.

"A AIEA recebeu o texto da declaração comum do Irã, da Turquia e do Brasil assinada nesta segunda-feira em Teerã", declarou a porta-voz da organização, Gill Tudor. "Agora, esperamos do Irã uma notificação escrita que indique que está de acordo com as disposições mencionadas na declaração".

Autoridades iranianas disseram à televisão estatal que o próximo passo seria alcançar os termos para a troca com o chamado Grupo de Viena - EUA, França, Rússia e a Agência Internacional de Energia Atômica. Eles disseram que enviarão um carta formal à AIEA confirmando o acordo em uma semana.

Irã, Brasil e Turquia assinaram um acordo para a troca de urânio iraniano por combustível nuclear enriquecido a 20% em território turco, com o objetivo de superar a crise provocada pela política de enriquecimento de urânio de Teerã. Em troca, o Irã teria o direito de receber no máximo em um ano 120 quilos de urânio enriquecido a 20% da Rússia e da França.

O acordo foi assinado pelos ministros das Relações Exteriores dos três países na presença dos presidentes iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. O projeto, resultado da mediação do Brasil, foi elaborado ao fim de 18 horas de negociações.

Os termos do pacto se assemelham a um acordo proposto pelo Ocidente no ano passado que ruiu pelo recuo do Irã. O acordo pode prejudicar as chances do governo Obama de conseguir a aprovação internacional para medidas punitivas contra o Irã. China e Rússia, que se mostraram muito relutantes em impor sanções a um grande parceiro comercial, poderiam usar o anúncio para pôr fim às discussões de medidas adicionais contra o país, que representariam a quarta rodada de sanções.

Acordo de outubro

Em outubro, a 1,2 tonelada que se supunha que o Irã enviaria ao exterior representava dois terços de seu estoque de combustível nuclear - suficiente para assegurar que não mantivesse material nuclear suficiente dentro do país para fabricar uma bomba nuclear. Mas agora a mesma quantidade de combustível representa uma proporção menor de seu estoque declarado.

De acordo com uma diplomata ocidental, que falou sob condição de anonimato, acredita-se que a quantidade de urânio pobremente enriquecido que o Irã estava preparado para enviar à Turquia representa um pouco mais da metade de seu atual estoque. "A situação mudou", disse.

O anúncio, que parece ter o objetivo de satisfazer as demandas internacionais, surge enquanto o Irã enfrenta crescente pressões políticas e econômicas. Apesar de o acordo ter sido considerado um passo positivo por especialistas da região, também há ceticismo se ele é real ou uma tática para transferir a culpa de um conflito para o Ocidente, enquanto atrapalha as perspectivas de o Conselho de Segurança da ONU de impor sanções, o que parecia possível daqui poucas semanas.

O Irã diz que seu programa é pacífico, enquanto o Ocidente diz que o objetivo do país é construir uma bomba. Essas acusações foram ampliadas pelo fato de o Irã ter aprimorado e testado sua capacidade de mísseis de longo alcance.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/aiea+pede+que+ira+confirme+acordo+por+escrito/n1237623615027.html

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #140 Online: 17 de Maio de 2010, 21:31:36 »
me parece que se realmente ratificado e devidamente formalizado, foi um imenso passo adiante. O tempo agora dirá..

Hoje havia um senador do PSDB metendo o pau no acordo, morrendo de inveja hehe
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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #141 Online: 17 de Maio de 2010, 21:38:14 »
me parece que se realmente ratificado e devidamente formalizado, foi um imenso passo adiante. O tempo agora dirá..

Hoje havia um senador do PSDB metendo o pau no acordo, morrendo de inveja hehe

Não acredito que esse acordo vá dar em alguma coisa. Acho que apenas mais uma maneira do Irã ganhar tempo, mas posso estar errado.

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #142 Online: 17 de Maio de 2010, 22:29:46 »
A meu ver, se realmente for cumprido o contrato, e o conteúdo enviado ao exterior for suficiente para deixar pouco urânio para a produção da bomba, este acordo pode dar certo. Mas há ainda a questão da fiscalização das instalações nucleares que não foi abordado no acordo.

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #143 Online: 18 de Maio de 2010, 08:54:29 »
A meu ver, se realmente for cumprido o contrato, e o conteúdo enviado ao exterior for suficiente para deixar pouco urânio para a produção da bomba, este acordo pode dar certo. Mas há ainda a questão da fiscalização das instalações nucleares que não foi abordado no acordo.

Para fabricar uma bomba, é preciso muito urânio, uma pouquinho não dá pra muita coisa.

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #144 Online: 18 de Maio de 2010, 10:02:12 »
A meu ver, se realmente for cumprido o contrato, e o conteúdo enviado ao exterior for suficiente para deixar pouco urânio para a produção da bomba, este acordo pode dar certo. Mas há ainda a questão da fiscalização das instalações nucleares que não foi abordado no acordo.

Para fabricar uma bomba, é preciso muito urânio, uma pouquinho não dá pra muita coisa.

Foi por isso que eu disse que o acordo pode dar certo se o urânio que for enviado no exterior seja suficiente para reduzir o estoque do Irã a ponto de impossibilitar a produção da bomba.
A quantidade a ser enviada será 1.200 kg, a mesma que foi proposta no acordo feito pelo EUA e que foi rejeitado. Segundo a reportagem, o estoque de urânio do Irã aumentou desde então, e a quantidade a ser enviada deveria ser maior.

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #145 Online: 18 de Maio de 2010, 17:01:58 »
EUA anunciam acordo com China e Rússia para sanções contra Irã

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta terça-feira que Estados Unidos, China e Rússia chegaram a um consenso sobre um esboço para uma resolução da ONU prevendo novas sanções contra o Irã.

O anúncio foi feito a um comitê do Senado americano e ocorreu apesar do acordo anunciado na segunda-feira para tentar resolver a questão nuclear iraniana, com mediação de Brasil e Turquia.

"Hoje tenho o prazer de anunciar que este comitê chegou a um acordo a respeito de um forte esboço com a cooperação da Rússia e da China", disse a secretária de Estado.

"Este anúncio é a resposta mais convincente aos esforços ocorridos em Teerã nos últimos dias que poderíamos dar. Existem questões que não foram respondidas sobre o anúncio feito em Teerã."

"Enquanto reconhecemos os esforços sinceros da Turquia e do Brasil para encontrar uma solução para a disputa iraniana com a comunidade internacional sobre seu programa nuclear, estamos preparados para apelar à comunidade internacional por uma resolução com sanções mais fortes que vai, sob nossa ótica, enviar uma mensagem clara a respeito do que esperamos do Irã", completou.

Debate na ONU

A secretária de Estado disse que o texto circularia ainda nesta terça-feira entre os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU, grupo que inclui Brasil e Turquia.

Fontes diplomáticas afirmam esperar que a reunião tenha início às 16h (horário local, 17h de Brasília).

Países ocidentais liderados por Estados Unidos e a União Europeia acusam o Irã de usar seu programa nuclear como fachada para a fabricação de armas, alegação negada por Teerã, que afirma que o programa tem fins pacíficos.

Na segunda-feira, o governo iraniano assinou um acordo, mediado por Brasil e Turquia, no qual o Irã concorda em enviar urânio para ser enriquecido no exterior, recebendo em troca combustível nuclear.

Mas no mesmo dia o governo iraniano disse que continuará a enriquecer urânio, o que fez com que parte da comunidade internacional respondesse com ceticismo ao anúncio do acordo.

O governo brasileiro sustenta que, com esse acordo nuclear, não seria necessário aprovar novas sanções na ONU.

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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #146 Online: 18 de Maio de 2010, 21:03:24 »
Bola dentro do Lula, eu achei que ele sairia de mãos abanando. Tudo bem que provavelmente o Irã vai acabar não cumprindo o acordo (OK, é "achismo" meu), mas de qualquer forma foi uma vitoria do Lula.
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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #147 Online: 18 de Maio de 2010, 21:10:29 »
a postura do presidente do Irâ não ajuda nem um pouco a causa de seu país. Espero que os EUA não acabem fazendo a mesma merda que fizeram no Iraque
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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #148 Online: 18 de Maio de 2010, 21:17:58 »
a postura do presidente do Irâ não ajuda nem um pouco a causa de seu país. Espero que os EUA não acabem fazendo a mesma merda que fizeram no Iraque
Acho mais capaz de Israel fazer primeiro....
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Re: Relações do Irã com o Ocidente
« Resposta #149 Online: 18 de Maio de 2010, 22:25:30 »
a postura do presidente do Irâ não ajuda nem um pouco a causa de seu país. Espero que os EUA não acabem fazendo a mesma merda que fizeram no Iraque

Bem o Irã, não é o Iraque, uma galinha morta. Eles certamente teriam um pouco mais de trabalho. Mas se quiserem de fato...

o único problema seria, porque entrar em mais um atoleiro se mal conseguem sair dos dois que cavaram?

 

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