Mr. Mustard. Já foi provado, filosoficamente. Infelizmente, eu não sou oftalmologista e não posso fazer muita coisa pelos que não enxergam.
Então qual é a prova filosófica?
Uma coisa é considerada provada filosoficamente quando somente uma explicação for possível para explicar um fenômeno. Por exemplo, quando se ouve falar das mesas girantes, quando se tem contato com uma obra mediúnica, etc., há casos em que somente a explicação espiritual é capaz de explicar o fenômeno. É claro que a má vontade acaba apelando para o charlatanismo desinteressado como último argumento, mas esse argumento é anedótico e não pode ser levado a sério.
Então, quando não resta mais nada e só uma explicação é capaz de resolver todas as dificuldades da questão, pode-se ser considerado provado filosoficamente. Claro é também que a aceitação da prova filosófica é algo pessoal, ao contrário da aceitação da prova científica, que é mandatória, pois num caso só se chega pelo raciocínio, e no outro chega-se tocando-se, cheirando, vendo, etc., o que é impossível de se negar. Uma pessoa de mente obtusa, portanto, pode não ser capaz de assimilar, pelo raciocínio, as verdades filosóficas e, claro, também não se pode obrigá-la a aceitá-las. Mas o fato de outras pessoas não conseguirem compreender o raciocínio, isso não é motivo para quem entenda deixar de considerar como uma verdade adquirida. Imagina se Einstein ia deixar de considerar a Relatividade uma verdade (antes da foto) só porque a maioria dos cientistas não era capaz de acompanhar o raciocínio dele?
Por exemplo, em existindo os espíritos, eu digo que as leis morais enunciadas em OLE são as únicas possíveis para haver estabilidade entre os seres inteligentes do universo, porque elas visam alcançar a absoluta justiça. Por isso elas são tidas, pelos espíritas, como verdades filosóficas. Já a geração espontânea não pode ser considerada verdade filosófica, pois há teorias concorrentes e ao mesmo tempo lógicas que disputam espaço com ela. Somente quando a questão for resolvida definitivamente, seja pelo lado da ciência ou pelo lado da filosofia, e ela for a única teoria sobrevivente, ela poderá ser considerada uma verdade filosófica. Perceberam?
É claro que nada impede que apareçam novos dados, ou novas teorias capazes de causar uma reviravolta na teoria uma vez aceita. Por isso Kardec falava muito sobre "verdades práticas" e não sobre "verdades absolutas". As verdades práticas são suficientes para o momento enquanto não se vislumbra a possibilidade da existência de explicações alternativas. Mas se não há explicações alternativas é que também, para o momento, elas não se fazem necessárias. É como se entrássemos no período normal de Kuhn, só que para a Filosofia.
Um abraço.