Não pedi para "resolver o problema da natureza da alma", apenas suscito a uma questão extremamente óbvia se partirmos do pré-suposto caracterizado em suas afirmações:
O espírito reencarna até atingir um estado de perfeição moral e não física, isso quando deus não dá uma mãozinha e os purifica.
A evolução não se dá somente com a reencarnação e a alma pode evoluir também no estado de espírito. As encarnações são apenas fases do processo evolutivo e chega um momento em que as encarnações não são mais necessárias. E Deus não purifica os espíritos, apenas dá os meios e cria as condições favoráveis para que isso ocorra. A purificação é tarefa e mérito de cada um individualmente, e vai demorar mais ou menos tempo de acordo com a boa ou má vontade do indivíduo.
Sendo assim, é contundente se imaginar como o espírito é capaz de armazenar informções, e se há o espiritismo afirmando q os espiritos existem e possuem atributos morais, deveria no mínimo respaldar algo q afirmam com tanta seriedade por seus adeptos/seguidores. Sem o mínimo de indício ou evidência, qualquer afirmativa se torna um slogam vasio.
Eu já citei casos como os de Morzine que denotam a existência de seres espirituais (ainda que naquele caso específico fossem maus espíritos).
Chego finalmente a conclusão, q o espíritismo é mais um slogam vasio dentre tantos outros q afirmam q as criações imaginárias a q se segue são verdade, mesmo com todas os indícios e evidências apontando o contrário.
O lado de vocês não tem evidência alguma apontando o contrário. Apenas suposições e indícios. E indícios por indícios, eles são muito mais numerosos e favoráveis para o nosso lado. Então, minimamente a dúvida é razoável, e não essa "certeza cética" que professam.
Vc cita um exemplo um tanto esdrúxulo (perdoe-me a expressão, mas não encontro outra palavra q seja adequada para caracterizar), é possível "tranferir" um poema de um papel q foi ou será destruído, desde q este seja memorizado, para memorizar é necessário o cérebro, o poema não é material como o papel, mas necessita de algo material para não ser esquecido...
O exemplo era só para caracterizar que existe algo além da matéria. O Sol, como todo o seu poder, não é capaz de destruir, por exemplo, um poema de Drummond. E não necessariamente precisa-se de matéria para preservar um conhecimento. Se amanhã desaparecessem todas as evidências materiais dos conhecimentos matemáticos, por exemplo, esses conhecimentos deixariam de existir? Sempre se poderá conceber tudo novamente, e será do mesmo jeito, pois não há duas maneiras diferentes de se enunciar o Teorema de Pitágoras.
Vc m parece ser um homem inteligente, criativo e determinado...
Muitos por aqui discordam. Já fui chamado de despreparado/idiota/retardado/mal intencionado, só para citar alguns exemplos.
...separe isso tudo da religião e verá como sua vida muda, vc muda, o mundo muda com novas visões sobre ele, e quando a visão é realista, as certezas e afirmativas são irrefutáveis. Ser ateu não resolve a vida de ninguém, mas dá o mínimo de paz e dignidade q um ser humano precisa para sobreviver e conviver com ele mesmo, não digo por outros, pois não sei como se sentem em relação a isso, falo por experiência própria. Viver de achismos e incertezas é muito complicado e não acrescenta em nada o intelecto. Ter fé não significa q vc é fraco, significa q vc pode estar equivocado em seus conceitos.
Você agora me pareceu um crente pregando, só que ao invés de dizer
"Converta-se a Jesus!", você diz
"Desconverta-se de Jesus, que a sua vida vai mudar!".
Eu não quero mudar a minha vida, pois eu sou muito bem resolvido pessoal, profissional e financeiramente. Quando eu fui para o Espiritismo foi pela razão pura e simples, e não porque eu precisava dele. Dizem que alguns procuram a religião pela dor, mas esse definitivamente não foi o meu caso. Eu já era muito bem resolvido quando enveredei por essa seara, há mais ou menos uns quatro para cinco anos: já era casado, já tinha filhos, tinha um bom emprego e estava a ponto de me formar na faculdade, o que mais tarde melhoraria ainda mais a minha vida material.
Muito pelo contrário, a minha dedicação ao Espiritismo até toma parte de um tempo que eu poderia estar dedicando a outros lazeres ou trabalhos e, se eu fosse considerar só a vida material pura e simples, o Espiritismo acaba me trazendo mais inconvenientes do que vantagens. Não pense você, por exemplo, que é fácil para mim ficar defendendo Allan Kardec da acusação de racismo. Essa defesa é arriscada, me traz e ainda pode me trazer muitos inconvenientes mundanos por causa de certas hipocrisias humanas, defensora das conveniências. Então, a minha defesa baseia-se unicamente em convicção, e não em necessidade de paz, ou conforto, etc..., porque o que ocorre é justamente o contrário (sempre do ponto de vista da vida material, claro).
Quando eu resolvi ler Kardec, na realidade era para dar uma última chance ao que eu conhecia como Espiritismo, pois o que eu conhecia dele, do jeito que me foi ensinado por outros espíritas (da minha família mesmo), tinha coisas interessantes, mas era racionalmente inaceitável em vários pontos. O centro que eu às vezes ia quando criança, levado pela minha avó, era de uma morbidez impressionante. Era mal pintado, com cores escuras (um azul bem escuro), as luzes eram fracas e eram quase que totalmente apagadas durante os estudos, o que tornava o ambiente ainda mais deprimente. E como se isso não bastasse, mais tarde eu descobriria que o diretor desse centro não tinha uma moral irreprochável. Por outro lado, o meu pai que era e ainda é adepto da LBV me ensinava outras coisas que eu também julgava espíritas, pois eu cria que a LBV fosse espírita. Esse foi, portanto, o tipo de ambiente espírita a que fui exposto e no qual fui educado.
Mas tinha pontos que eu concordava nos ensinos, o que me levou a não rejeitar o Espiritismo completamente. Então, há pouco mais de 4 anos atrás, eu resolvi ler Kardec (que era a origem de tudo) para tirar as discordâncias a limpo e me posicionar definitivamente com relação ao Espiritismo, pois como me havia sido ensinado, não estava bom. A minha leitura foi extremamente crítica. Eu queria encontrar os pontos de discordância e verificar as razões em que Kardec se apoiava para enunciá-las. E qual foi a minha grande surpresa ao descobrir que as minhas discordâncias não estavam lá. Kardec nunca tinha enunciado tudo aquilo que eu instintivamente considerava um absurdo. Na maioria dos casos, ele até reprovava. Mais tarde eu descobriria que essas coisas tinham vindo de ensinos de obras como as de Roustaing, Ramatis, Edgard Armond, LBV , Pietro Ubaldi, e outros, e estavam sendo ensinados juntos com o Espiritismo como se fossem ensinamentos espíritas.
E conforme eu ia lendo, eu achava as respostas lógicas, óbvias mesmo. É como se eu já imaginasse a resposta ao ler a pergunta (em OLE), porque para qualquer pessoa de bom senso não poderia haver resposta melhor (pensava eu). Então, de indiferença e até certa aversão que eu tinha, eu passei a nutrir uma profunda admiração a Kardec e aos Espíritos que ditaram as respostas e as comunicações. Eu nunca tive dúvidas com relação ao futuro da Humanidade, e isso era instintivo em mim; eu nunca fui derrotista, daqueles que imaginam um futuro negro pela frente. Mas a DE me forneceu fundamentos nos quais eu pude sustentar essa minha fé no futuro do Homem.
Vou encerrar por aqui, pois vejo q a questão primordial não será respondida e detesto pingpong. Mesmo assim, muito obrigada pela atenção.
Obrigado você também.
Um abraço.