Buck, acho que eh esse o experimento que citei, feito com universitarios nao? Gente como agente.. Assassinos em potencial
Um deles, eu mencionei três. Devia ter dado uma descriçãozinha em vez de só os nomes. Lá vai:
Experimento de Milgram - Stanley Milgram queria entender justamente a questão dos alemães e a conivência com os nazistas. O seu experimento consistia em colocar um voluntário respondendo a perguntas feitas pelo cientista, e se erradas, eles levariam choques progressivamente mais dolorosos, aplicados por outro voluntário através de um aparelho que ele manipulava. Esse voluntário tinha apenas essa função e não era em momento algum sujeito a levar choques.
Na verdade, esse era o único voluntário real, o que levava choques era um ator. Ele fingia ser o verdadeiro participante do experimento, quando na verdade o experimentado era aquele que tinha a aparente função de mero ajudante.
O experimento visava ver até onde essas pessoas comuns, não psicopatas, não sádicas, empáticas com o sofrimento e preocupadas com a saúde das pessoas, poderiam ir, quando comandadas por alguma autoridade. Não lembro exatamente os números, mas o resultado era que, contra intuitivamente, a maior parte das pessoas vai além do que se poderia imaginar. Elas não fazem isso sem nenhum desconforto; elas chegam a questionar, perguntar se não é arriscado, e ficam evidentemente afetadas pelos gritos de dor do ator a quem pensam que estão inflingindo dor, e que pede para parar o experimento. Mas mesmo assim, eles prossseguem, continuam seguindo as ordens do cientista, que diz que não é perigoso, só doloroso, apesar da própria máquina que o voluntário opera dizer lá pelo fim da gradação de voltagem que há perigo.
Eles não fazem isso porque vão ganhar dinheiro, ou porque tem uma arma apontada para a cabeça. Meramente serem colocados numa situação onde há uma autoridade sobre eles, já é o suficiente para fazerem algo que normalmente não fariam. Mesmo que a desobediência naquele caso não lhes fosse prejudicar em nada. De alguma forma, a mera presença da autoridade, que não faz ameaças, apenas insiste, é suficiente para fazer as pessoas irem além dos limites.
Outro experimento foi o da prisão de Stanford. Alunos da faculdade, voluntários, foram, após se voluntariar, arbitrariamente presos numa prisão "cenográfica", mas real, no sentido de que não podiam mesmo sair de lá. Meio como um "big brother". Para aumentar o realismo, eles foram até detidos em suas casas. Outros voluntários foram designados como guardas.
Poderia se imaginar, que, numa situação dessas, estudantes normais, pessoas de bem, tenderiam a fazer uma prisão "perfeita", justa, com tratamento humano e respeito mútuo. Mas o que ocorreu foi que o poder da autoridade subiu à cabeça dos guardas, que começaram a ficar abusivos. Aplicar castigos arbitrários, se colocarem de forma intimidadora, em vez de amigável, como fariam com colegas estudantes. Estavam "encarnando" as personas de capatazes cruéis. O experimento teve que ser interrompido antes que algo mais grave acontecesse.
Os experimentos de Jane Elliot consistem na geração/simulação de discriminação "racial" entre pessoas que não eram racistas. No experimento original, o mais polêmico, ela, após o assassinato de Martin Luther King, e como forma de ensinar o preconceito racial a uma classe de crianças de 7 anos, todas brancas, dividiu a classe em alunos de olhos azuis e castanhos. Uma das cores de olhos era a "boa", superior, e a outra ruim, incapaz, desastrada, os perdedores. Assim ela contou (se não me engano mais tarde, com a mesma classe, ela inverteu quem eram os bons e os ruins), e ia com exemplos das próprias crianças e coisas que elas faziam e contavam demonstrando a superioridade de um grupo. "Seu pai te chutou na escola? Algo assim já aconteceu com alguma criança de olhos azuis aqui? Estão vendo, é esse tipo de coisa que fazem as pessoas de olhos castanhos".
"Olhos castanhos" virou xingamento entre as crianças, aqueles que eram amigos passaram a se dividir nesses dois grupos. Eventualmente ela explicou tudo, a intenção do que ela fez e etc, e os alunos, depois de crescidos, valorizam a experiência, ou ao menos parte substancial deles. Ela disse, a alguns deles adultos, que ela mesma ficou surpresa em como se tornaram "pequenos nazistinhas".
Ela também fez algumas versões disso com adultos, mas não vi muito sobre isso ainda. Também separa as pessoas pelas cores dos olhos, se sentirem inferiorizadas, ridicularizadas, e etc. Também vi um trecho de um vídeo em que faz uma mulher chorar por ser "bonitinha".
Já ouvi sobre outros experimentos interessantes sobre o que as pessoas fazem quando divididas arbitrariamente em grupos. Um exemplo talvez sirva até de "experimento mental". Digamos que se separe umas 40 pessoas, você está entre elas, em dois grupos de 20, mas você não sabe quem são os grupos, apenas que você está em um deles. Então te pedem para "dar uma pontuação" entre as pessoas, por nada, se não me engano. As pessoas ficam desorientadas, a indagação automática, que fazem sem nem perceber, é "quais são as pessoas do meu grupo?"