Autor Tópico: Banalmente humano  (Lida 27404 vezes)

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Offline André Luiz

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Re: Banalmente humano
« Resposta #125 Online: 10 de Agosto de 2009, 16:31:48 »
Territorios ocupados por colonos alemaes trazidos do Reich e alemaes etnicos da regiao

E havia alguns campos em territorio alemao tambem

Offline Lua

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Re: Banalmente humano
« Resposta #126 Online: 11 de Agosto de 2009, 15:03:51 »
Não se esqueçam que era um estado totalitário onde o governo comandava todos os meios de comunicação, assim como a polícia, exército e política, isso num país em estado de sítio por causa da guerra.
Pois é... saber é uma coisa. Mas, reclamar pra quem?

Afinal, o grande irmão te ama, você não precisa reclamar de nada. Se reclama, reclama do grande irmão, que não merece este teu desrespeito. Logo, você é um traidor da pátria e será fuzilado.

As coisas são tão mais simples em países assim.

Exato, Zeicher. Falar nos dias atuais, vivendo em uma democracia em que a liberdade de expressão existe, é outra coisa. Desconsiderar os fatos históricos que levaram alemães a apoiar o regime e o porquê dele permanecer cometendo atrocidades é bem fácil partindo apenas dos nossos valores atuais.

Remetendo ao grande irmão, temos uma amostra do que é uma sociedade dominada por completo: o governo detém o poder soberano e diz o que é ou não conveniente a ele, um governo que cria verdades e as altera quando julga necessário, um governo que cria inimigos e faz com que pessoas tomem para si suas dores. Obviamente, uma minoria percebe a discrepância nas informações... uma minoria... uma grande parte pede sangue enquanto a outra retira o sangue do 'inimigo'.

Só para ilustrar: a VEJA da semana passada traz uma entrevista com Guillermo Zuloaga, proprietário do único canal de televisão que ainda não foi controlado por Chávez. Segundo comentários dele e de outros venezuelanos anti-governo, Chávez tem controlado os meios de comunicação de forma a filtrar as informações que serão enviadas ao grande público. Inventa suas verdades, seus inimigos e, obviamente, se alça ao título de salvador da pátria. Olhando superficialmente os absurdos que ele comete, ainda assim existem aqueles que o apóiam e pedem pela punição dos 'traidores'.
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Offline Zeichner

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Re: Banalmente humano
« Resposta #127 Online: 11 de Agosto de 2009, 16:28:51 »
A democracia sempre cai sob aplausos...

Offline Tex Willer

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Re: Banalmente humano
« Resposta #128 Online: 15 de Agosto de 2009, 16:53:16 »
Trailer do filme "A Onda"
<a href="http://www.youtube.com/watch/v/ZbyCJEIRBaA" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/watch/v/ZbyCJEIRBaA</a>

Citar
"Nunca faria isso de novo", diz professor que simulou regime nazista

CRISTINA FIBE
da Folha de S.Paulo


Seria possível um regime como o nazista emergir hoje, no Brasil ou em qualquer outro país democrático? Para provar que sim, um jovem professor americano usou como cobaia um grupo de adolescentes, em um experimento que quase acabou em tragédia, nos anos 60 --e é repetido no filme "A Onda", que estreia na próxima sexta e transporta o projeto para a Alemanha atual.

O original aconteceu em Palo Alto, Califórnia, 1967. Em uma aula de história, um estudante questionou a responsabilidade do povo alemão pelas ações do Terceiro Reich. O professor fez uma pequena simulação para que os estudantes entendessem o que é ter que seguir as instruções de um líder.

No início, ensinou postura, respiração correta, respeito. No dia seguinte, somou-se à disciplina a noção de grupo. O mestre deu à classe um nome --A Terceira Onda. Mais tarde, um slogan, uma saudação, um cartão de "sócio" e até uma "polícia" de estudantes para vigiar as ações uns dos outros. Chegou a fazê-los acreditar que A Onda extrapolava a sala de aula, era um movimento que iria dominar o país.

"Para mim, como professor, era muito gratificante ver a maior parte dos alunos se envolvendo, tomando as rédeas. Eles saíam para entregar panfletos, agregar nomes. E aí isso explodiu", conta Ron Jones, 68, à Folha, por telefone.

Em cinco dias, o número de membros na classe dobrou --de 25 para 50. Fora de lá, o movimento chegou a reunir mais de 300 adolescentes, segundo Jones, e a silenciar vozes dissidentes, à força.

"Uma criança perdeu a mão construindo explosivos. Era uma criança perdida, perigosa." Foi aí que o professor percebeu que havia ido longe demais. Para decepção geral, fez um discurso no qual revelou a farsa e apelou por bom senso.

O filme

Quarenta anos depois, Ron Jones cedeu os direitos de sua história, que já havia virado livro e média-metragem para TV (1981), a Dennis Gansel, 35. Muitos quiseram fazer a adaptação para cinema antes, diz Jones. A diferença é que Gansel prometeu transportar a história para a Alemanha atual.

Foi o que fez. Diante de alunos que não aguentam mais ouvir falar de Hitler, o professor de "A Onda", interpretado pelo carismático Jürgen Vogel, retoma o projeto com fidelidade.

Pequenas alterações atualizaram o conto. Além dos panfletos, o grupo agora tem uma página no MySpace. O professor, que vivia em "uma casa na árvore e fumava maconha", mora em um barco e é fã dos Ramones. O desfecho da história, ainda mais violento que o original, também foi uma tentativa de acompanhar os novos tempos, diz o diretor, neto de um soldado de Hitler e filho de militantes de esquerda.

Para Ron Jones, "o filme é muito fiel, capturou a dinâmica da sala, a relação dele com a mulher, que passa por uma crise [o casamento dura até hoje, diga-se], e a maneira como os estudantes interagiam". "[A Terceira Onda] Era algo que se expandia muito rapidamente. Era como estar em meio a uma explosão de energia."

Dois anos depois da "explosão", o americano foi demitido e proibido de lecionar em escolas públicas. Hoje, ensina poesia a deficientes mentais, escreve e ministra palestras.

"Nunca faria isso de novo. Coloquei os alunos em perigo. Esse tipo de experimento é útil para mostrar quão facilmente nos tornamos vítimas desse tipo de coisa."



Fonte

[edit] Tem uma análise sobre o filme de Vladimir Safatle, professor de filosofia da USP, mas acho que não podia reproduzi-la aqui, é exclusiva para assinantes da Folha.
« Última modificação: 15 de Agosto de 2009, 17:40:04 por Tex Willer »
"A velhacaria e a idiotice humanas são fenômenos tão correntes, que eu antes acreditaria que os acontecimentos mais extraordinários nascem do seu concurso, ao invés de admitir uma inverossímil violação das leis da natureza".  - Hume

Offline _tiago

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Re: Banalmente humano
« Resposta #129 Online: 15 de Agosto de 2009, 19:36:12 »
Eu li, não é uma crítica muito positiva.
Basicamente, enquanto o diretor considera as causas por um lado, o crítico acredita noutra perspectiva. Explico. Pelo filme, a situação surge quando não há suporte para o indivíduo, tais como família ou posperidade. Pelo crítico, isso não justifica e soa mais como desculpa. Bem superficialmente é isso... (Isso eu posso reproduzir sem ofender a lei? Qualquer coisa eu apago...)

Offline Tex Willer

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Re: Banalmente humano
« Resposta #130 Online: 15 de Agosto de 2009, 22:53:03 »
Um dos pontos da crítica é por aí, só que não sei se procede. O filme é um relato de um experimento feito por um professor nos EUA, que procurava provar justamente o contrário, induzir ao totalitarismo pessoas "normais", que vivem em um regime democrático. Curiosamente, transferiram o ambiente do filme para a Alemanha.

Outro ponto é que ele questiona é se a ditadura é necessariamente consequencia da perda de individualidade, parece talvez uma defesa do comunismo.
"A velhacaria e a idiotice humanas são fenômenos tão correntes, que eu antes acreditaria que os acontecimentos mais extraordinários nascem do seu concurso, ao invés de admitir uma inverossímil violação das leis da natureza".  - Hume

Offline Leafar

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Re: Banalmente humano
« Resposta #131 Online: 15 de Agosto de 2009, 23:05:28 »
A versão de 1981 pode ser vista inteira aqui.

http://www.youtube.com

[Link removido pela modearção. Conteúdo protegido por direito autoral]
« Última modificação: 16 de Agosto de 2009, 01:25:03 por SnowRaptor »
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Zeichner

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Re: Banalmente humano
« Resposta #132 Online: 16 de Agosto de 2009, 12:06:55 »
Somos seres gregários. A necessidade de grupo em nós é muito forte.
Por isso que o individualismo é um revolução no processo evolutivo, e não o contrário, como querem os comunistas, incentivando a pessoa a se enxergar como classe com direitos maiores que o indivíduo.

Offline Leafar

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Re: Banalmente humano
« Resposta #133 Online: 16 de Agosto de 2009, 12:26:48 »
A versão de 1981 pode ser vista inteira aqui.

http://www.youtube.com

[Link removido pela modearção. Conteúdo protegido por direito autoral]
Não deve ser não, pois já está lá há bastante tempo e ninguém removeu. De qualquer forma, quem quiser ver é só procurar no próprio youtube por A Onda (The Wave 1981).
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Moro

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Re: Banalmente humano
« Resposta #134 Online: 26 de Dezembro de 2009, 00:02:28 »
Você não estava dizendo que o comum era TODOS agirmos que nem os alemães?

Sim... E nem todos os alemães matavam. Haviam os que matavam entusiasticamente, a massa de manobra, aqueles que aplaudiam e aqueles que lutavam contra assumindo o risco. Os dois extremos, em teoria, são os que tem o menor número de pessoas.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline FxF

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Re: Banalmente humano
« Resposta #135 Online: 26 de Dezembro de 2009, 01:00:29 »
Eu acho que uma "prova" de como as pessoas de hoje poderiam ser facilmente levadas a algo como o regime nazista é comparar com os ídolos de hoje.

Faz um paradoxo assim:

"Nazismo" - "Revolucão cubana"
"Judeus são culpados pela desgraça alheia" - "Capitalistas são culpados pela desgraça alheia"
"Vamos matar os judeus para que a seleção natural envolva a nova raça ariana" - "Vamos matar a elite para que a seleção natural envolva o novo homem socialista"

A diferença essencialmente está no número de mortos. Mas em compensação Che Guevara matou com as próprias mãos (não acredito que Hitler tivesse estômago para bancar um açougueiro com seres humanos).

Mas até na parte de "selecionar nova raça ariana" ou "selecionar novo homem socialista" seguem um ideal quase igual, muda alguns detalhes.

E Che Guevara os adolescentes saem vestindo pela rua...

Offline Moro

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Re: Banalmente humano
« Resposta #136 Online: 26 de Dezembro de 2009, 18:26:11 »
pode colocar nazismo - revoluçao russa, mao ou pol pot que o exemplo fecha melhor

Revoluçao cubana comparo com videla
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Offline Marcel

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Re: Banalmente humano
« Resposta #137 Online: 07 de Janeiro de 2010, 12:33:46 »
       Pelo jeito que alguns falam, parece que todos os alemães eram a favor do holocausto. Eu acho o seguinte. A maioria das pessoas são más. Naturalmente más. Geneticamente más. A maldade é intrínseca da maioria das pessoas. Quando surge um governo como o nazista, os muito maus tem a chance que eles tanto esperavam pra torturar e matar pessoas, e ainda sendo aplaudidos e premiados por isso. Eu tenho certeza absoluta de quê, se o governo brasileiro decidisse dominar a América do Sul e colocar inimigos em campos de concentração, apareceriam milhares de psicopatas sanguinários dispostos a torturar e exterminar pessoas em campos de concentração. Com certeza, o holocausto é banalmente humano, pelo simples fato de a maioria das pessoas serem más. Eu vejo nas baladas. Pessoas que não tem nada a ver com uma briga, entram em uma briga só pra agredir. Elas querem agredir alguém, machucar, não importa quem. Imagine estes caras sendo incentivados a torturar e matar, e sendo condecorados por isso.

Offline Bulldog

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Re: Banalmente humano
« Resposta #138 Online: 09 de Janeiro de 2010, 12:12:59 »
Di

O que está se afirmando aqui é que pessoas agem como animais quando seu tecido social é rompido. Você não agiu assim pois está em CNTP. Alemães agiram dessa maneira porque estavam sob pobreza, forte ideologia, sentimento nacionalista, etc..  Eles agiram como a maioria de nós agiria.

Eu não agiria assim não. Primeiro porque eu não tenho nenhum sentimento nacionalista, segundo porque não tenho nenhuma ideologia que justifique agredir outra pessoa inocente e por último, mas não menos importante, não é da minha índole o faze-lo.
Se aderir a conduta do regime fosse obrigatório e a não-adesão fosse considerada traição e o levasse a pena de morte?
Veja, não defendo a ação, mas existem situações limites em que se faz algo para auto-preservação, que contraria todas as nossas convicções morais.
Penso que Hannah Arendt, em seu livro "Eichmann em Jerusalém",  na construção de seu conceito de "banalidade do mal" refere-se, a banalmente humano, como justamente uma proposição reflexiva sobre como o sistema social, cultural e ideológico no qual estão inseridos podem levar as pessoas a agirem sem reflexâo crítica sobre seus atos, mesmo que a rigor não concordem com todas as suas premissas e proposições.
Como a condição humana pode levar os sujeitos a se adaptarem ao meio, unica e simplesmente por meio da relativização de valores que deveriam ser fundamentais, como o respeito a vida e as diferenças. Deixando mesmo de ver o outro como sujeito, em termos psicanalíticos, ou como pessoa de direitos, se preferirem.
Dai o perigo da relativização dos valores, sob a defesa do respeito as diferenças culturais, religiosas e etc.
"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
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conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
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Re: Banalmente humano
« Resposta #139 Online: 09 de Janeiro de 2010, 12:46:17 »
Eu diria o contrário: o fato de nos entendermos como 'humanidade' é muito artificial e recente. O nazismo é uma atrocidade por ter acontecido numa época em que se imaginava que não mais ocorreriam fatos assim.

Muitas vezes o povo do vizinho foi nosso inimigo, ou bode expiatório, tanto faz. Muitas vezes passamos fome e nos alistamos em guerras inclusive guerras alheias, para sobreviver. Crueldade ou não, isso oscila entre um comportamento de manada, onde a hierarquia exagera na intolerância, então promove atos perversos por parte de grupos e indivíduos que tenham certo poder sobre uma minoria, e também um exagero justamente para intimidar o inimigo. Quando o nosso inimigo nos tem medo numa guerra, exacerbamos essa atitude por pura intimidação. Acontece que isso gerou um círculo vicioso, e depois foi utilizado pelos aliados para mostrar como os nazis eram maus. Mas o mesmo 'ou nós ou eles' foi a justificativa das bombas de Hiroshima e Nagasaki, o mesmo do extermínio dos armênios pelos jovens turcos, e assim por diante.

O fato é que o ser humano é uma espécie tão bem sucedida que somos nossos próprios inimigos, e isso vai nos perseguir até o fim. A valores éticos dos princípios de 'humanidade', além de serem recentes, precisam brigar toda vez que o item sobrevivência prevalece.
--
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Re: Banalmente humano
« Resposta #140 Online: 09 de Janeiro de 2010, 13:01:20 »
Eu diria o contrário...
O contrário de que/quem Fzzap?
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Re: Banalmente humano
« Resposta #141 Online: 10 de Janeiro de 2010, 10:56:01 »
O contrário à noção de que 'humano' é considerar a humanidade como uma irmandade.
--
Si hemos de salvar o no,
de esto naides nos responde;
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algun día hemos de llegar...
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Re: Banalmente humano
« Resposta #142 Online: 10 de Janeiro de 2010, 13:34:07 »
O contrário à noção de que 'humano' é considerar a humanidade como uma irmandade.
ok, agora entendi sua colocação.
"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
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Re:Banalmente humano
« Resposta #143 Online: 23 de Dezembro de 2011, 01:51:46 »
Para quem ainda não entende como a quebra do tecido social pode fazer-nos agir como animais, recomendo ver do min 5 ao 7 desse video, com destaque para a iniciativa de matar a própria mãe devido à histórias contadas por outros

feature=related
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Re:Banalmente humano
« Resposta #144 Online: 03 de Janeiro de 2012, 14:34:38 »
Eu acho, na verdade tenho certeza, que eu não mataria pessoas inocentes porque alguém mandou ou porque isso vai me trazer algum benefício social.

Agora, me dêem políticos corruptos...  :twisted:

Troque "políticos corruptos" por "porcos judeus que sangraram o país, roubando as riquezas enquanto nossas crianças passam fome" e verá que a distância não é longa. O ruim de tudo o que aconteceu ali foi a ideologia populista, que elegeu como bode expiatório os judeus, e de quebra ainda permitiu a expropriação de seus bens para financiar as maluquices do partido.

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Re:Banalmente humano
« Resposta #145 Online: 04 de Janeiro de 2012, 00:04:24 »
Mesmo que algum(s) judeu(s) tenha(m) roubado as riquezas da Alemanha (?), é de uma generalização grosseira você descontar isso em todos os outros judeus do mundo. É como eu passasse a achar que toda pessoa de olhos verdes é assaltante só porque fui assaltado por uma pessoa com olhos desta cor.

Se eu tivesse no exército e tentassem me convencer que todos os judeus do mundo são feios e bobos por motivo 1,2 e 3, e por isso todos eles merecem morrer lenta e dolorosamente, não importa se mulheres ou crianças, não importa se cada um deles fez realmente alguma coisa de tão ruim que merecesse todo o sofrimento que no final os judeus passaram, eu não sei se morreria de rir ou ficaria tentando adivinhar se eu tinha caído na Lei de Poe.
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Re:Banalmente humano
« Resposta #146 Online: 04 de Janeiro de 2012, 09:42:40 »
Mesmo que algum(s) judeu(s) tenha(m) roubado as riquezas da Alemanha (?), é de uma generalização grosseira você descontar isso em todos os outros judeus do mundo. É como eu passasse a achar que toda pessoa de olhos verdes é assaltante só porque fui assaltado por uma pessoa com olhos desta cor.

Se eu tivesse no exército e tentassem me convencer que todos os judeus do mundo são feios e bobos por motivo 1,2 e 3, e por isso todos eles merecem morrer lenta e dolorosamente, não importa se mulheres ou crianças, não importa se cada um deles fez realmente alguma coisa de tão ruim que merecesse todo o sofrimento que no final os judeus passaram, eu não sei se morreria de rir ou ficaria tentando adivinhar se eu tinha caído na Lei de Poe.

É, mas lembre-se que a maioria das pessoas geralmente não usa a lógica como um instrumento para se chegar à verdade, mas sim como um instrumento a ser distorcido de forma de se montar falácias que justifiquem suas crenças irracionais. Se você é estimulado a obedecer sem questionar, um argumento falacioso serve mais como uma vacina contra possíveis crises de consciência.
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

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Re:Banalmente humano
« Resposta #147 Online: 04 de Janeiro de 2012, 11:31:06 »
Mesmo que algum(s) judeu(s) tenha(m) roubado as riquezas da Alemanha (?), é de uma generalização grosseira você descontar isso em todos os outros judeus do mundo. É como eu passasse a achar que toda pessoa de olhos verdes é assaltante só porque fui assaltado por uma pessoa com olhos desta cor.

Se eu tivesse no exército e tentassem me convencer que todos os judeus do mundo são feios e bobos por motivo 1,2 e 3, e por isso todos eles merecem morrer lenta e dolorosamente, não importa se mulheres ou crianças, não importa se cada um deles fez realmente alguma coisa de tão ruim que merecesse todo o sofrimento que no final os judeus passaram, eu não sei se morreria de rir ou ficaria tentando adivinhar se eu tinha caído na Lei de Poe.

É, mas lembre-se que a maioria das pessoas geralmente não usa a lógica como um instrumento para se chegar à verdade, mas sim como um instrumento a ser distorcido de forma de se montar falácias que justifiquem suas crenças irracionais. Se você é estimulado a obedecer sem questionar, um argumento falacioso serve mais como uma vacina contra possíveis crises de consciência.

Ainda mais em sociedades sem tradições democráticas, em condições econômico-financeiras precárias e submetidos a uma contínua "lavagem cerebral" ideológica como era a Alemanha do primeiro meado do século XX.
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Offline genjikhan

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Re:Banalmente humano
« Resposta #148 Online: 05 de Janeiro de 2012, 13:14:46 »
Ainda mais em sociedades sem tradições democráticas, em condições econômico-financeiras precárias e submetidos a uma contínua "lavagem cerebral" ideológica como era a Alemanha do primeiro meado do século XX.

Democracia só se refere à forma como o governo se relaciona com o cidadão . Não impedem que haja uma "lavagem cerebral" na população . O que fazem é não reprimir àqueles que resistiram à essa lavagem cerebral .
« Última modificação: 05 de Janeiro de 2012, 13:19:51 por genjikhan »
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"Os males de que padece o ser humano vêm em seu maior número,vêm dele mesmo" - Plínio

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Offline _tiago

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