Autor Tópico: Banalmente humano  (Lida 27402 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re: Banalmente humano
« Resposta #75 Online: 07 de Agosto de 2009, 10:16:23 »
Cara, não faz diferença nenhuma se existiam ou não essas leis. Até parece que você acredita que genocídio passou a ser considerado errado só depois da criação desses direitos.

E não foi? Cite um genocídio anterior a esse período que teve atenção de entidades internacionais e que resultaram em uma guerra...

Nem precisa ir tão longe, na África hoje tribos realizam limpezas étnicas sem que haja qualquer tipo de sanção.

Você esta dizendo que, antes da WWII, matar pessoas não era considerado errado?  :hein:
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: Banalmente humano
« Resposta #76 Online: 07 de Agosto de 2009, 10:24:10 »
Cara, não faz diferença nenhuma se existiam ou não essas leis. Até parece que você acredita que genocídio passou a ser considerado errado só depois da criação desses direitos.

E não foi? Cite um genocídio anterior a esse período que teve atenção de entidades internacionais e que resultaram em uma guerra...

Nem precisa ir tão longe, na África hoje tribos realizam limpezas étnicas sem que haja qualquer tipo de sanção.

Você esta dizendo que, antes da WWII, matar pessoas não era considerado errado?  :hein:

Estou dizendo que antes da Segunda Guerra, matar pessoas dentro de seu território e de acordo com leis nacionais não era problema de outros países.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Mr. Mustard

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.918
  • Sexo: Masculino
Re: Banalmente humano
« Resposta #77 Online: 07 de Agosto de 2009, 10:26:35 »
Fico pensando o que deve ter passado na cabeça dos Líderes, Generais e Soldados Israelenses quando souberam que mataram mais civis palestinos do que terroristas num triste conflito recentemente...

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re: Banalmente humano
« Resposta #78 Online: 07 de Agosto de 2009, 10:27:14 »
Cara, não faz diferença nenhuma se existiam ou não essas leis. Até parece que você acredita que genocídio passou a ser considerado errado só depois da criação desses direitos.

E não foi? Cite um genocídio anterior a esse período que teve atenção de entidades internacionais e que resultaram em uma guerra...

Nem precisa ir tão longe, na África hoje tribos realizam limpezas étnicas sem que haja qualquer tipo de sanção.

Você esta dizendo que, antes da WWII, matar pessoas não era considerado errado?  :hein:

Estou dizendo que antes da Segunda Guerra, matar pessoas dentro de seu território e de acordo com leis nacionais não era problema de outros países.

Ué, nisso eu concordo.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Mr. Mustard

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.918
  • Sexo: Masculino

Offline Eleitor de Mário Oliveira

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.502
  • Sexo: Masculino
    • Lattes
Re: Banalmente humano
« Resposta #80 Online: 07 de Agosto de 2009, 10:42:44 »
Deve ser assunto batido já, mas...
.
Num texto denominado, A Pequena Sociologia do Fungo (Pondé, Ilustrada, 27/07/2009), o autor denuncia uma farsa moral existente naqueles que pretendem criticar uns poucos que humanizaram os nazistas. Exemplifico, conforme o texto. Quando Hannah Arendt disse no julgamente de Eichmann em Jerusalém que o nazista era “banalmente humano”, ela foi acusada de traidora da raça, como se ninguém pudesse perceber, ainda mais uma judia, alguma humanidade nos alemães carrascos que apertavam seus botões da morte. No texto, propõe-se que os nazistas não agiram daquela forma por alguma monstruosidade em seu âmago, sim pois quase todo humano, naquelas condições, fariam a mesma coisa. Segundo ele, a burocracia e a rotina, a pretenção de não perder a condição social, a necessidade atual de progredir na vida, são exemplos de situações que nos transformam em “zumbis morais”, em criaturas destituídas de julgamento ou, conforme ele, “tato moral”, que pensam e agem somente pra própria segurança. Ele continua,

Citar
Há um conforto canalha em remeter os anos nazistas a algum tipo de monstruosidade. Perceber a humanidade do nazista não é desculpá-lo ou justificá-lo moralmente, mas sim iluminar nosso parentesco com ele, é denunciar um cotidiano de pequenos interesses e medos que sufocam o mal-estar moral numa praga de fungos. É aí que reside a farsa moral: remeter o nazismo a uma monstruosidade é supor que foi algo "não humano" que o produziu. Essa suposição é a farsa moral: o monstro nele provaria que estamos a salvo.

A metáfora do fungo é “um mal que se espalha e corrói a alma abandonada à inércia da burocracia carreirista”.
.
E vocês, que acham disso?

Concordo plenamente.

Offline Lua

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.287
  • Sexo: Feminino
Re: Banalmente humano
« Resposta #81 Online: 07 de Agosto de 2009, 11:33:25 »
hummm..  Fabi

Acho que precisa ler o topico e os experimentos que foi postado pelo buckaroo. Praticamente todos os paises do planeta falharam no mesmo teste, pois praticaram genocidios. Paises ultra liberais como holanda entraram na dança, denunciando e demitindo judeus por uma simples ordem.. e todo um contexto por tras, que eu chamei de ruptura do tecido social. Nao ttem bada a ver com alguem estar sentado em casa e sair para tomar uma decisao dessas. O contexto eh completanente distinto

e nao falo do cobtexto historico apenas, com as leis, etc..
afirmo que mesmo no contexto atual eh muito facil ocorrer tragedias semelhantes, basta que situaçoes onde exista a percepçao que uma sociedade esta lutando pela sua sobrevivencia ocorra, restriçoes de alimentos, doenças ou simplesmente a impunidade

Ela não consegue compreender que a conjuntura história e política do momento é capaz de alterar e impor valores considerados abomináveis ao resto do mundo. Basta que se diga 'ora, isso é errado'. Até onde sei - e algum historiador pode se pronunciar a respeito - os valores de proteção à vida, à integridade física e a liberdade, dentre outros, passaram a existir após revoluções que lutaram pela afirmação desses direitos. Por conta dessas revoluções, direitos individuais passaram a ser protegidos.

Como se sabe, nosso Estado evoluiu muito. Há alguns séculos, imperava a vontade do soberano e não havia qualquer respeito ao indivíduo em si. Na verdade, os indivíduos sequer eram olhados sob a ótica do 'olha, essas pessoas são humanas, elas tem direito'. Obviamente, para muitos isso é impossível de se compreender. Para muitos, tais valores são inerentes ao 'ser humano'. Ou seja: em qualquer tempo e espaço, o indivíduo sabe que matar outro é errado. No entanto, o tempo e a história demonstram que tais valores são fruto da evolução da sociedade.

Em algum momento da história ninguém sabia o que era torturar pessoas? Ou o que era matar?

Em 1200 se alguém mandasse eu jogar uma pessoa num caldeirão com água fervendo, eu não saberia que a pessoa ia ficar machucada e provavelmente morreria? Eu poderia dizer que minha mãe mandou eu fazer isso, e eu me livraria do que teria feito?

Sim. Ou você quer me dizer que um povo que luta pela sobrevivência teria pudores em matar outro que ameaçasse seu grupo? Até onde sei, isso ocorria nos primórdios e mesmo em civilizações consideradas mais avançadas. Valores como o respeito à vida do outro como um bem inerente à ele não existiam em determinados momentos históricos. Como eu já disse, não sou da concepção jusnaturalista, que afirma que o direito e as garantias surgiram desde sempre. Ou melhor 'estão aqui desde sempre'. Evolução histórica, como bem demonstram os estudos acerca do tema.

Durante um bom período da Inquisição, inexistia algo chamado 'liberdade de expressão ou pensamento'. Claro que estou me referindo ao cidadão médio, aquele que estava submetido aos caprichos de monarcas e igreja. Um breve estudo vai mostrar que, nessa época, pessoas agiam de acordo os ditames da igreja, de forma que jogar um suposto bruxo num caldeirão com água fervente não apenas era aceitável, mas exigido pelo próprio povo. Vamos ao contexto histórico: o cidadão médio não tinha direitos ou garantias individuais, estava submetido às ordens da igreja e do monarca, vivia num estado de miserabilidade. Há algum tempo, li que a sociedade da época não apenas apoiava os atos da inquisição, ela implorava para que tais pessoas fossem submetidas a tratamento degradantes. É a tal 'política do circo'.

Citar
Se alguém manda eu cometer um ato bárbaro, e eu faço, é porque me obrigaram e eu não tinha escolha? Quem acredita nisso?  A pessoa tem escolha: pode não fazer, ou fazer. Ahh mas aí se eu não fizer minha mãe me põe de castigo. Ninguém disse que seria fácil... mas sempre tem uma escolha: cometer um ato bárbaro, ou não cometer. Vai dizer que tem medo das consequencias? Mas não tem medo de apontar uma arma e atirar na cabeça de outra pessoa Rolling Eyes ....e nem tem medo de ser cruel....

Eu não entendo esse medo que só aparece quando você não vai torturar e nem matar uma pessoa. Esse medo é muito chique... só aparece quando é conveniente

Sabe o que é fácil? Julgar os atos de uma sociedade partindo dos nossos valores atuais. Aliás, valores que recebemos em razão da cultura em que estamos inseridos. No entanto, a recomendação é que se façam críticas, claro. Mas quando se trata de interpretar as ações de povos passados (ou mesmo presentes), o ideal é se colocar no lugar deles, avaliar sua cultura, seus valores.

Como eu já repeti centenas de vezes: é lindinho dizer que não faria de jeito nenhum estando distante da situação e desconsiderando o contexto em que ela se deu. No entanto, a história não funciona desse jeito e não é dessa forma que evoluímos socialmente.

Citar
e me parece Fabi que voce esta discutindo as coisas no sentido da culpabilidade. Esse eh um ponto recorrente em sua argumentaçao inclusive em outros topicos. Aqui se discute o que de pratico ocorre, sim as pessoas que fizeram isso sao culpadas... Mas nao sao piores que a maioria de nos. minha mensageme eh que eh muito facil ficar metendo o pau nos outros, que sao vagabundos ou assassinos e nao considerar o quao parecido conosco esses vaganundos ou assassinos sao. Quando digo considerar esse contexto, nao digo que devos absokve-los: digo que devemos agir de maneira a nao demonizar as pessoas e estereotipa-las, o que em si eh um exercicio de reflexao tambem.

O sujeito roubou e matou? Era pobre e teve problemas familiares?

Deve ser julgado e preso, mas nao devemos esquecer que a probabilidade dessa pessoa ser assim eh muito maior do que a nossa e que nao podemos ter certeza de como reagiriamos com o mesmo historico e criaçao dessa pessoa

Ora, Agnóstico. A culpabilidade nasce do reconhecimento do ato como errado. Ou seja, o indivíduo comete o ato e sabe que ele é errado. Não nasce da prática do ato em si, mas do reconhecimento de sua ilegalidade. Para que se determine o grau de culpa, vários fatores são avaliados. No caso dos nazistas, não era crime, era da própria estrutura do país. Dessa forma, estavam agindo de acordo a situação. Como se sabe, ideologia cega costuma retirar o ingrediente culpabilidade dos seus seguidores. O ato não é visto como errado, é reconhecido, logo, é praticado.

Citar
E eles entraram na dança porque foram obrigados? Ou já queriam fazer isso e o nazismo era a desculpa perfeita?

Muita gente ajudou os judeus a escaparem do holocausto, onde será que tava aquele medo chique?

Hitler acorda de manhã e pensa 'Nossa... estou querendo matar uns judeus. Vou inventar o nazismo para justificar essa minha vontade'.  :|

E como se sabe, nem todos partilhavam das idéias de Hitler, de modo que tais pessoas agiam contrariamente ao que pregava o regime. Isso quer dizer que tinham opção? Sim. Mas também diz que muitos estavam tão envoltos no que Hitler pregava que não titubearam em cumprir suas teorias insanas.

Recomendo a leitura de '1984' para que se possa observar o grau de devoção que pessoas são capazes de vivenciar por conta de uma ideologia. E os atos que são capazes de cometer...


"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline Lua

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.287
  • Sexo: Feminino
Re: Banalmente humano
« Resposta #82 Online: 07 de Agosto de 2009, 11:48:48 »
Eu ainda acho difícil acreditar que estão de alguma maneira tentando justificar genocídios. E o pior, estão querendo que eu acredite que QUALQUER PESSOA faria a mesma coisa, pois na década de 40, as pessoas eram "bobas" e "inocentes" e acreditavam no que o rapaz do bigodinho falava.

"Ah, o do bigode falou que eles nem pessoas são...como eu sou estúpido e não sei definir como é um ser humano, eu acredito. Além do mais, um genocídio vai resolver, magicamente, TODOS nossos problemas, então é justificável".

Como eu não enxergo esse óbvio de que os alemães daquele tempo eram todos bárbaros. Na verdade, a Alemanha nem era uma país ainda, era uma tribo. Canibais, alguns dizem.

Di. Não se trata de justificar, mas explicar o porquê deles terem ocorrido num dado momento histórico, numa dada sociedade. Uma coisa é avaliar o fato partindo do contexto em que ocorreu, outra bem diferente é, sabendo desse contexto, criticar os atos a partir dos nossos valores.

É interessante pensarmos que valores como o direito individual à vida, à integridade física ou a liberdade de pensamento existem desde sempre. No entanto, não é assim. Historicamente, é possível verificar épocas e locais em que o desprezo ao ser humano era comum, já que ele não era visto como tal. Só lembrando da época em que negros eram escravizados: para os comerciantes de escravos e aqueles que o adquiriam, o negro não era um ser humano. Um negro não possuia o direito à vida, o direito de ir e vir, o direito de se manifestar quando algo o desagradava. Naquela época, existia o valor referente à proteção à vida. No entanto, negros não eram vistos como seres humanos, logo, não mereciam proteção. Hoje a concepção é diferente: negros são humanos como quaisquer outros e gozam de proteção tal e qual outros gozam. Isso só para mostrar que os valores e a proteção ao indivíduo são fruto da evolução das sociedades.

E, infelizmente, como o Agnóstico já disse, condições ruins podem gerar comportamentos ruins. Já foram postadas aqui situações em que, submetidos a condições desumanas, seres humanos tornam-se bárbaros. Outro bom exemplo que ilustra a situação: o livro Ensaio sobre a cegueira, do Saramago. Pessoas perdem a visão e se vêem reclusas num ambiente inóspito, com pouca comida. A civilização de outrora deixa de existir e uns lutam contra os outros em busca de poder, comida, sexo. Em resumo: é o momento histórico, as condições de nossa sociedade e o contexto em que estamos inseridos que ditam aquilo que faremos. Estamos programados para sobreviver e é isso que tentaremos fazer, pouco importam as circunstâncias em que faremos tal coisa*.

Deixando claro (para que mentes férteis não distorçam minhas palavras): não concordo com a barbarização do ser humano, não estou justificando genocídios e afins. Minha intenção é demonstrar aqui (como muitos já o fizeram), que o contexto cultural e histórico são sim, determinantes na formação dos valores e na forma como pessoas conduzem suas vidas. Ah, sim! Acredito no livre arbítrio, mas costumo verificar que ele se manifesta em poucos quando a situação aperta... :)
« Última modificação: 07 de Agosto de 2009, 11:52:10 por Lua »
"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline Zeichner

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.123
  • Sexo: Masculino
  • Somos feitos da mesma substância dos sonhos. - Wi
Re: Banalmente humano
« Resposta #83 Online: 07 de Agosto de 2009, 13:24:37 »
Concordo

achar que os alemães eram inerentemente maus para justificar as atrocidades do nazismo não explica o fenômeno e permite que o mesmo se repita nos dias atuais. Afinal, estamos vendo juventudes fascistóides defendendo cegamente seus líderes. Invadindo TV que tem opinião diferente do líder. Ou fazendo passeatas contra uma CPI.

Offline Lua

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.287
  • Sexo: Feminino
Re: Banalmente humano
« Resposta #84 Online: 07 de Agosto de 2009, 15:23:54 »
Concordo

achar que os alemães eram inerentemente maus para justificar as atrocidades do nazismo não explica o fenômeno e permite que o mesmo se repita nos dias atuais. Afinal, estamos vendo juventudes fascistóides defendendo cegamente seus líderes. Invadindo TV que tem opinião diferente do líder. Ou fazendo passeatas contra uma CPI.

Sempre que surgem os politicamente corretos em situações confortáveis, lembro de um exemplo dado por um professor, há alguns anos. Ele iniciou a história falando sobre um homem de 45 anos, dono de um mercadinho em uma cidade no interior da Bahia. Era bom católico, bom pai, bom filho e um cidadão de bem sempre disposto a ajudar os demais. Ocorre que sua casa foi invadida por dois bandidos durante a noite, quando ele se encontrava a caminho dela. Lá chegando, ouviu gritos da filha, que implorava para que não 'fizessem aquilo'. Desesperado, ele adentrou em casa e viu a esposa caída num canto, assassinada. Um dos bandidos estava sobre a filha de 9 anos, estuprando-a. Sem pensar em outra coisa, atirou naquele que estava postado ao lado, gargalhando e mandando 'deixar apertadinho para ele também'. Agarrou o outro e espancou até deixa-lo inconsciente.

Um homem que gozava de respeitabilidade e era tido como uma boa pessoa. Um homem que se viu numa situação insustentável e acabou cometendo um homicídio, além de quase incorrer em outro. Ora, se ele sabia o que era certo e errado, porque matou outro homem? A resposta é simples: nossos atos e os atos de coletividades são pautados na situação em que se encontram e nem sempre é possível titubear, seja porque são necessários, seja porque eles são considerados corretos no contexto social em que vivemos.

Afirmar que os alemães 'acordaram maus' e resolveram sair por aí matando judeus é se fazer de cego ou ignorante perante o que a história nos conta.

"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re: Banalmente humano
« Resposta #85 Online: 07 de Agosto de 2009, 15:49:10 »
Di

O que está se afirmando aqui é que pessoas agem como animais quando seu tecido social é rompido. Você não agiu assim pois está em CNTP. Alemães agiram dessa maneira porque estavam sob pobreza, forte ideologia, sentimento nacionalista, etc..  Eles agiram como a maioria de nós agiria.

Eu não agiria assim não. Primeiro porque eu não tenho nenhum sentimento nacionalista, segundo porque não tenho nenhuma ideologia que justifique agredir outra pessoa inocente e por último, mas não menos importante, não é da minha índole o faze-lo.

Citação de: Di
Eu não pensaria nem por um segundo em trucidar/esquartejar/decapitar/explodir/metralhar/torturar/etc qualquer pessoa que fizesse ou tivesse intenção de fazer mal para algum familiar meu.

Agora, comparar com os alemães, na 2ª guerra? Naaaah... aquilo é diferente de defender pessoas que amamos, beeeeeeem diferente
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: Banalmente humano
« Resposta #86 Online: 07 de Agosto de 2009, 16:21:35 »
Di

Acho que voce nao leu ou nao entendeu

1- quando voce fala que trucidaria quem ferisse sua familia voce esta implicitamente dizendo que agiria igaual as pessoas que cometeram genocidios. Elas tem a percepçao que estao reagindo a uma ameaça.

2- civilizaçoes de todos os portes e matizes ideologicos ja passaram por isso e falaharam. Holandeses, franceses, belgas, alemaes, chineses, cambojanos.

3- testes feitos recentemente mostram como pessoas normais agem barbaramente, nao sendo necessario nem gerar o contexto absolutamente estressante de uma guerra.

Enfim vejo que suas comparaçoes sao de uma pessoa que sequer entende que grau de rompimento com o que chamamos de normalidade estou falando. Mas enfim, esta repetitivo.. 

Seu ponto basicamente eh indefensavel e basicamente tenta separar os outros de nos, elegendo psicopatas onde exiwtiram apenas humanos. Mas se isso te conforta
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: Banalmente humano
« Resposta #87 Online: 07 de Agosto de 2009, 16:22:30 »
buck vi outro experimento tambem

Separaram digamos quarenta pessoas entre camisas vermelhas e azuis. Imediatamente apos isso sem nenhuma ordem as relaçoes extragrupos praticamente deixaram de existir. Tambem deixaram os mais bonitos no grupo azul (faz tempo acho que era isso)
Depois o jogo começou. Quem ganhava podia punir o outro grupo e a direçao trabalhou para dar apenas azul. As puniçoes ficaram cada vez mais humilhantes. O grupo azul se sentia superior e o outro assumiu um discurso de minoria

“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Banalmente humano
« Resposta #88 Online: 07 de Agosto de 2009, 16:39:28 »
Experimentos de Milgram conduzidos pelo Derren Brown. Não é o link dos vídeos em si, sim o resultado da procura quando se escreve "derren brown milgram". Bem educativo. E ninguém ali estava em necessidade ou coisa parecida, era simplesmente alguém dizendo a outros o que fazer...

http://www.youtube.com/results?search_query=derren+brown+Milgram+&search_type=&aq=f

Se não me engano, esses foram só encenação, não reprodução. O experimento original foi questionado eticamente, apesar do valor que tem.

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re: Banalmente humano
« Resposta #89 Online: 07 de Agosto de 2009, 19:12:29 »
Di

Acho que voce nao leu ou nao entendeu

1- quando voce fala que trucidaria quem ferisse sua familia voce esta implicitamente dizendo que agiria igaual as pessoas que cometeram genocidios. Elas tem a percepçao que estao reagindo a uma ameaça.

Não, não estavam. O país deles começou a guerra, o país deles aprisionou homens/mulheres/crianças em campos de concentração. Do que mesmo eles estavam se protegendo? É descabido comparar proteção familiar com uma chacina de pessoas inocentes, por elas serem judias.

2- civilizaçoes de todos os portes e matizes ideologicos ja passaram por isso e falaharam. Holandeses, franceses, belgas, alemaes, chineses, cambojanos.

Pelo que?

3- testes feitos recentemente mostram como pessoas normais agem barbaramente, nao sendo necessario nem gerar o contexto absolutamente estressante de uma guerra.

Enfim vejo que suas comparaçoes sao de uma pessoa que sequer entende que grau de rompimento com o que chamamos de normalidade estou falando. Mas enfim, esta repetitivo..  

Seu ponto basicamente eh indefensavel e basicamente tenta separar os outros de nos, elegendo psicopatas onde exiwtiram apenas humanos. Mas se isso te conforta

Eu acho indefensável esse ponto de vista onde carrascos de campos de concentração agiam do jeito que agiam porque achavam que estavam se defendendo ou foram enganados por Hitler que fez eles acreditarem que os Judeus eram menos humanos que eles.

Só falta agora dizer aqui que essas pessoas são umas incompreendidas e não deviam nem serem cobradas e julgadas pelo que fizeram.
« Última modificação: 07 de Agosto de 2009, 19:17:13 por Di »
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline _tiago

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.343
Re: Banalmente humano
« Resposta #90 Online: 07 de Agosto de 2009, 20:14:09 »
Experimentos de Milgram conduzidos pelo Derren Brown. Não é o link dos vídeos em si, sim o resultado da procura quando se escreve "derren brown milgram". Bem educativo. E ninguém ali estava em necessidade ou coisa parecida, era simplesmente alguém dizendo a outros o que fazer...

http://www.youtube.com/results?search_query=derren+brown+Milgram+&search_type=&aq=f

Se não me engano, esses foram só encenação, não reprodução. O experimento original foi questionado eticamente, apesar do valor que tem.

Encenação? Por quê?

Offline André Luiz

  • Nível 38
  • *
  • Mensagens: 3.657
  • Sexo: Masculino
    • Forum base militar
Re: Banalmente humano
« Resposta #91 Online: 07 de Agosto de 2009, 22:01:30 »

Em Treblinka os carrascos costumavam jogar conversa fora ou fazer longos discursos para as suas vitimas antes de executa-las, depois assistiam os corpos pegarem fogo nas fornalhas e caiam em gargalhasdas quando viam o ventre de uma mulher se romper com um feto pegando fogo.

Pergunta, estes caras sao doidos que se aproveitaram da situaçao ou sao apenas humanos?

Uma coisa é um soldado, um profissional da guerra, matar faz parte da natureza de sua profissao, mas em combate e com inumeras regras

Mas aqueles caras ali nem a Wermatch suportava, ao final da guerra eles ja trocavam tiros com a Waffen-SS

Offline Fabi

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.801
  • Sexo: Feminino
  • que foi?
Re: Banalmente humano
« Resposta #92 Online: 07 de Agosto de 2009, 22:35:15 »
e me parece Fabi que voce esta discutindo as coisas no sentido da culpabilidade. Esse eh um ponto recorrente em sua argumentaçao inclusive em outros topicos. Aqui se discute o que de pratico ocorre, sim as pessoas que fizeram isso sao culpadas... Mas nao sao piores que a maioria de nos. minha mensageme eh que eh muito facil ficar metendo o pau nos outros, que sao vagabundos ou assassinos e nao considerar o quao parecido conosco esses vaganundos ou assassinos sao. Quando digo considerar esse contexto, nao digo que devos absokve-los: digo que devemos agir de maneira a nao demonizar as pessoas e estereotipa-las, o que em si eh um exercicio de reflexao tambem.
Mas aí você tem que separar as situações. Durante o holocausto, as pessoas não eram obrigadas pelos nazistas a entregar os judeus. Eles faziam isso espontaneamente, e por que?

Eu acho que a situação do nazismo foi aquela história de juntar a fome com a vontade de comer, os alemães tinham rancor dos judeus. E aí veio Hitler com o nazismo, falando que os judeus eram pragas... Pronto! Deu no que deu...

Lembra do Clodovil? Que disse na campanha eleitoral dele que ele não ia fazer nada na camara mas ia encher o saco dos outros deputados...E foi um dos deputados mais votados no Brasil...

Se alguém proposse que ia colocar os políticos e a parentada numa fogueira se fosse eleito, essa pessoa teria uns 90% de votos. Queimar pessoas vivas é uma crueldade, mas é que o brasileiro tem tanto rancor dos políticos que era capaz disso acontecer mesmo...

No começo, movidos pela emoção as pessoas até fariam uma crueldade dessas, mas aí depois aquela emoção passa e quem continua é porque é cruel mesmo. A segunda guerra mundial durou anos, se durasse uma semana aí sim era uma coisa banalmente humana, mas anos? Foi maldade mesmo... não foi banalmente humano...E não vem com a história de medo chique ...
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: Banalmente humano
« Resposta #93 Online: 07 de Agosto de 2009, 23:18:43 »
antes de eu me pronunciar sobre esse seu post. Voce esta querwndo dizer exatamente o que? Que alemaes eram mais crueis do que nos? Ou melhor, que povos que participaram de genocidio eram piores do que nos?

E nesse caso, eh uma questao genetica? eh cultural o que fez varios povos cometerem genocidio?

Pls me explique seu ponto
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: Banalmente humano
« Resposta #94 Online: 07 de Agosto de 2009, 23:30:54 »
Di

Parece que voce nao sabe nada sobee segunda guerra. A alemanha estava pagando uma fortuna de reparaçoes por causa da primeira guerra, havia perdido 1/5 de seu territorio, quando as coisas iam começar a melhorar, veio 29. Weimar era tido como entreguista, o orgulho alemao estava absolutamente ferido, pobreza e inflaçao de 1M% a.a..

quem eram os culpados perante o povo Alemao? Judeus, Bolcheviques, Franceses, etc..  nao importa se eram ou nao, venderam a ideia de quw a miseria era culpa deles. Entao estude maus antes de simplificar as coisas, os Alemaes simplesmente nao acordaram um dia e resolveram atacar. Ha um contexto de 300 anos para essa guerra, que na verdade eh continuaçao da primeira.

E quanto a sua pergunta vou ser claro, muitos outros povos fizeram tanta barbarie quanto. Sao todos malvados? Os alemaes, os vhineses, japoneses, franceses, turcos, os universitarios do teste de stantford.. Todos menos o di e a fabi, mesmo o Di tendo mostrado N vezes que nao seria um Ghandi caso tivesse que proteger sua familia.

“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: Banalmente humano
« Resposta #95 Online: 07 de Agosto de 2009, 23:37:32 »
andre isso eh uma generalizaçao e um espantalho.  A SS e SA estavam mais sujeitas a ideologia (e ideologia eh uma merda), mas muitos passavam mal soh de estar em campos. Os oficiais alemaes faziam sessoes de filmes para os soldados mostranso como os judeus sao malvados para que eles nao fraquejassem e frequentemente havia trocas na guarda dos campos.

O que devemos esperar da humanidade?? Acho que eh bem simples,

Poucos schindler, ghand, luther king..
Poucos Menguelis, Khan, Pol Pot
Uma imensa massa de manobra disposta a participar ativamente
Uma imensa massa de omissos
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Fabi

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.801
  • Sexo: Feminino
  • que foi?
Re: Banalmente humano
« Resposta #96 Online: 08 de Agosto de 2009, 01:25:27 »
antes de eu me pronunciar sobre esse seu post. Voce esta querwndo dizer exatamente o que? Que alemaes eram mais crueis do que nos? 
Eu quis dizer que eles compraram a história de Hitler.
Ou melhor, que povos que participaram de genocidio eram piores do que nos?
Não. A gente tá falando do holocausto, onde as pessoas voluntariamente entregavam os judeus aos nazistas, isso mostra que existia um rancor contra os judeus na época.

Tudo bem, se isso durasse uma semana, que é o tempo das pessoas recuperarem o juízo e verem a barbaridade que estão fazendo. Mas aí a coisa chega a campos de concentração, jogar pessoas em ácido, matar deficientes, usar judeus como cobaias em experimentos super anti-éticos? e é humano fazer essas coisas por tantos anos?

Os líderes nazistas eram psicopatas cruéis sim. A massa de manobra a gente nem conta, porque a massa não pensa. Mas sei lá se a massa não pensa, tanto tempo de barbaridade e ninguém notou que tinha alguma coisa errada? Eu tento entender... mas não consigo entender porque as pessoas fizeram isso...
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: Banalmente humano
« Resposta #97 Online: 08 de Agosto de 2009, 09:18:11 »
Fabi

O que estou te dizendo eh que o Holocausto eh apenas mais um de tantas barbaridades/genocidios que foram realizados. Veja Pol Pot, veja o que ocorreu com os Armenios, veja a revoluçao cultural dee Mao, etc..:etc,.. essa listinha acima deve ter por volta de uns 40M de mortes

Fabi o tempo de duraçao eh irrelevante. Ninguem percebe nada em uma semana, percebem apenas quando o tecido social se reestabelece.

ha um livro/filme muito melhor do que o de saramago para ver isso, O senhor das Moscas. Resumindo um monte de crianças acabam em uma ilha e no desenrolar acabam cometendo uma serie de barbaries entre elas, com varias mortes. Derrepente, depois de meses, aparece um adulto marinheiro.. e a sua simples visao faz com que o tecido social se reestabeleça.. E ai ocorre o fluxo normal da barbarie, "nao sei como pude faze-lo", "nao tive escolha"

A grande questao Fabi eh que eh equivocada a visao de que nosso estado primordial eh a sabedoria e o pacifismo. isso soh ocorre em situaçoes especiais como a que vivemos agora, um controle de leis e do estado, e milhares de anos de civilizaçao onde evoluimos do escravagismo, mortes sumarias, caça as bruxas, e etc..  Nosso pacifismo eh mantido a custa de um raro tecido que ao ser rompido gera barbarie sem fum. O que ocorre com todas as revoluçoes quando a ordem eh rompida? Russa, francesaÇ nao importa. Assassinatos em massa com vasta plateia de populares a aplaudir

Porque? Porque dentro da maioria de nos ha um inimigo oculto que eh o culpado pelas nossass mazelas... Pode ser burgueses, politicos corruptos, ou o que queira. Veja eh mais facil falar os Alemaes fizeram X do que fazer uma reflexao e encontrar dentro de si os mesmos elementos barbaros. Eh mais facil falar sobre os problemas dos politicos do que falar que nos como povo somos iincapazes

E quando se rompe o tecido o qur fazemos? Vamos dar porrada nesse nosso inimigo interno que na verdade... somos nos mesmos

Ter noçao da nossa falibilidade sobre essas condiçoes evita que façamos os mesmos erros e cairmos em simplificaçoes demasiadas que sempre terminam em "nos versus eles"

“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re: Banalmente humano
« Resposta #98 Online: 08 de Agosto de 2009, 13:34:07 »
Di

Parece que voce nao sabe nada sobee segunda guerra. A alemanha estava pagando uma fortuna de reparaçoes por causa da primeira guerra, havia perdido 1/5 de seu territorio, quando as coisas iam começar a melhorar, veio 29. Weimar era tido como entreguista, o orgulho alemao estava absolutamente ferido, pobreza e inflaçao de 1M% a.a..

quem eram os culpados perante o povo Alemao? Judeus, Bolcheviques, Franceses, etc..  nao importa se eram ou nao, venderam a ideia de quw a miseria era culpa deles. Entao estude maus antes de simplificar as coisas, os Alemaes simplesmente nao acordaram um dia e resolveram atacar. Ha um contexto de 300 anos para essa guerra, que na verdade eh continuaçao da primeira.

E quanto a sua pergunta vou ser claro, muitos outros povos fizeram tanta barbarie quanto. Sao todos malvados? Os alemaes, os vhineses, japoneses, franceses, turcos, os universitarios do teste de stantford.. Todos menos o di e a fabi, mesmo o Di tendo mostrado N vezes que nao seria um Ghandi caso tivesse que proteger sua familia.



Porque você continua tentando comparar eu protegendo minha família de um assaltante/assassino com pessoas que executavam mulheres, crianças e homens inocentes em campos de concentração?

E C-A-R-A-M-B-A... e mesmo que judeus e o diabo a quatro eram culpados pela merda que os caras estavam passando, isso não é desculpa para se tornar um genocida. Devemos nos preparar e esperar que o pessoal do Paraguay faça a mesma coisa?

Porque, pelo que tu deixa a entender aqui, só esta faltando um Zé ruela qualquer pegar um microfone lá, discursar sobre todos os problemas que eles enfrantam, e dizer que é culpa do Brasil, da Argentina e do Uruguai, para que os cidadãos virem carniceiros adoidados e campos de concentração sejam considerados super supimpas.

Ué, mas não aconteceu... ué...ué...UÉ...Não aconteceu? Mas como....como...pela lógica era pra acontecer né...? Eles estão fudidos pra mais de metro e foi culpa da guerra...UÉ...que estranho... será que eles estão tramando uma vingança sanguinária? Só pode! É a única coisa que faz sentido....

 :sleepy:
« Última modificação: 08 de Agosto de 2009, 13:40:39 por Di »
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Leafar

  • Nível 30
  • *
  • Mensagens: 1.806
  • Sexo: Masculino
    • Convicção Espírita
Re: Banalmente humano
« Resposta #99 Online: 08 de Agosto de 2009, 15:44:27 »
Eu tenho um documentário (A Vida de Adolf Hitler) que baixei numa torrente, que por sua vez foi gravado do canal THC, que mostra algumas falas da época:

Aos comandantes ele (Hitler) disse (quando invadiu a Polônia):
- Fechem o coração à piedade. Sejam Brutais. 80 milhões de pessoas devem obter o que é delas. Sejam duros. O mais forte sempre terá razão.

...Russos eram feitos prisioneiros aos milhares. O marechal Goering
(não sei se escrevi certo) escreveu:
- Nos campos de prisioneiros os russos começaram a comer uns aos outros. Este ano, entre 20 e 30 milhões morrerão de fome na Russia. Talvez seja bom, porque certas nações devem desaparecer.

...Enquanto isso, nas terras conquistadas da Europa, a nova ordem prometida por Hitler entrou em vigor. Himmler, chefe supremo das SS, discursou:
- As nações que possuam sangue do nosso tipo, tomaremos. Se necessário, raptaremos as crianças, educando-as conosco. Se outros países prosperam, ou se seu povo morre como gado, a mim só interessa que necessitamos de escravos para nossa "Kultur". Se dez mil mulheres russas morrem de exaustão cavando valas anti-tanques, só me interessa que essa vala sirva bem a Alemanha.

(Hitler) Nós somos bárbaros. Gostamos de ser bárbaros. É um título honroso.


Há também um vídeo muito interessante que mostra a predisposição dos alemães da época. Trata-se de Hitler respondendo publicamente a uma carta de Roosevelt que pedia paz na Europa um pouco antes do início da II Guerra em 1939. Reparem na gargalhada sinistra da platéia:


Mesmo nos seus discursos antes de subir ao poder, o tempo todo Hitler prometia publicamente esmagar os judeus e pregava a sua extinção da Europa. E mesmo assim Hitler conseguiu chegar lá. O povo alemão, portanto, não foi enganado. E o que fizeram não foi simples constrangimento. Havia um certo prazer nisso.

Aliás, uma boa medida para se conhecer o estado moral de um povo é observar atentamente os discursos dos políticos. Talvez eles mintam constantemente, mas eles sempre falam o que o povo quer ouvir. Através das análises dos discursos políticos pode-se ter uma ideia dos anseios desse povo. Se Hitler falava publicamente em destruir os judeus é porque o povo alemão (pelo menos a maioria) queria a mesma coisa.

As causas? A mesma de sempre: ódio ao inimigo.

Eu tenho inimigos, todos temos inimigos, os quais rotulamos: judeus, ianques, nazistas, muçulmanos, capitalistas, comunistas, flamenguistas, corintianos, políticos, ditadores, corruptos, aristocratas, burgueses, chineses, russos, o vizinho do lado e, finalmente, satanás e os demônios.

Mas entre ter inimigos e desejar a sua destruição ou o seu sofrimento, vai grande distância. Eu tenho um tio que era meio fã de Fidel Castro e que dizia que devíamos pegar todos os políticos brasileiros e levar para o "paredón". É aí que está o mal. Quando esse tipo de pensamento se generaliza contra um grupo qualquer, ocorre a catástrofe.

E os alemães não foram os únicos exemplos. Vejam esse discurso do presidente americano, transcrito do documentário Sob a névoa da Guerra com o recentemente falecido Robert McNamarra, também na segunda grande guerra, e me digam que tipo de anseios tinham o povo americano nessa mesma época:

Senhoras e senhores, o presidente dos Estados Unidos:
Meus amigos, nesta véspera de Natal há 10 milhões de homens nas Forças Armadas só dos Estados Unidos. Um ano atrás, 1.700.000 serviam no exterior. Em 1o de julho próximo, esse número será de 5 milhões. Os japoneses terão pessímas notícias num futuro não muito distante...


A bomba atômica em hiroshima foi lançada com um monte de palavrões escritos. Será que quem escreveu isso se esqueceu que morreriam milhares de mulheres e crianças? Isso é respeito pela vida humana?

Então, nós temos que cuidar melhor o meio pelo qual tratamos as nossas inimizades. Só assim pode-se garantir que coisas como o nazismo jamais voltarão a ocorrer no futuro.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

visite: http://conviccao-espirita.blogspot.com/2013/08/apresentacao-deste-blog.html

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!