hummm.. Fabi
Acho que precisa ler o topico e os experimentos que foi postado pelo buckaroo. Praticamente todos os paises do planeta falharam no mesmo teste, pois praticaram genocidios. Paises ultra liberais como holanda entraram na dança, denunciando e demitindo judeus por uma simples ordem.. e todo um contexto por tras, que eu chamei de ruptura do tecido social. Nao ttem bada a ver com alguem estar sentado em casa e sair para tomar uma decisao dessas. O contexto eh completanente distinto
e nao falo do cobtexto historico apenas, com as leis, etc..
afirmo que mesmo no contexto atual eh muito facil ocorrer tragedias semelhantes, basta que situaçoes onde exista a percepçao que uma sociedade esta lutando pela sua sobrevivencia ocorra, restriçoes de alimentos, doenças ou simplesmente a impunidade
Ela não consegue compreender que a conjuntura história e política do momento é capaz de alterar e impor valores considerados abomináveis ao resto do mundo. Basta que se diga 'ora, isso é errado'. Até onde sei - e algum historiador pode se pronunciar a respeito - os valores de proteção à vida, à integridade física e a liberdade, dentre outros, passaram a existir após revoluções que lutaram pela afirmação desses direitos. Por conta dessas revoluções, direitos individuais passaram a ser protegidos.
Como se sabe, nosso Estado evoluiu muito. Há alguns séculos, imperava a vontade do soberano e não havia qualquer respeito ao indivíduo em si. Na verdade, os indivíduos sequer eram olhados sob a ótica do 'olha, essas pessoas são humanas, elas tem direito'. Obviamente, para muitos isso é impossível de se compreender. Para muitos, tais valores são inerentes ao 'ser humano'. Ou seja: em qualquer tempo e espaço, o indivíduo sabe que matar outro é errado. No entanto, o tempo e a história demonstram que tais valores são fruto da evolução da sociedade.
Em algum momento da história ninguém sabia o que era torturar pessoas? Ou o que era matar?
Em 1200 se alguém mandasse eu jogar uma pessoa num caldeirão com água fervendo, eu não saberia que a pessoa ia ficar machucada e provavelmente morreria? Eu poderia dizer que minha mãe mandou eu fazer isso, e eu me livraria do que teria feito?
Sim. Ou você quer me dizer que um povo que luta pela sobrevivência teria pudores em matar outro que ameaçasse seu grupo? Até onde sei, isso ocorria nos primórdios e mesmo em civilizações consideradas mais avançadas. Valores como o respeito à vida do outro como um bem inerente à ele não existiam em determinados momentos históricos. Como eu já disse, não sou da concepção jusnaturalista, que afirma que o direito e as garantias surgiram desde sempre. Ou melhor 'estão aqui desde sempre'. Evolução histórica, como bem demonstram os estudos acerca do tema.
Durante um bom período da Inquisição, inexistia algo chamado 'liberdade de expressão ou pensamento'. Claro que estou me referindo ao cidadão médio, aquele que estava submetido aos caprichos de monarcas e igreja. Um breve estudo vai mostrar que, nessa época, pessoas agiam de acordo os ditames da igreja, de forma que jogar um suposto bruxo num caldeirão com água fervente não apenas era aceitável, mas exigido pelo próprio povo. Vamos ao contexto histórico: o cidadão médio não tinha direitos ou garantias individuais, estava submetido às ordens da igreja e do monarca, vivia num estado de miserabilidade. Há algum tempo, li que a sociedade da época não apenas apoiava os atos da inquisição, ela implorava para que tais pessoas fossem submetidas a tratamento degradantes. É a tal 'política do circo'.
Se alguém manda eu cometer um ato bárbaro, e eu faço, é porque me obrigaram e eu não tinha escolha? Quem acredita nisso? A pessoa tem escolha: pode não fazer, ou fazer. Ahh mas aí se eu não fizer minha mãe me põe de castigo. Ninguém disse que seria fácil... mas sempre tem uma escolha: cometer um ato bárbaro, ou não cometer. Vai dizer que tem medo das consequencias? Mas não tem medo de apontar uma arma e atirar na cabeça de outra pessoa Rolling Eyes ....e nem tem medo de ser cruel....
Eu não entendo esse medo que só aparece quando você não vai torturar e nem matar uma pessoa. Esse medo é muito chique... só aparece quando é conveniente
Sabe o que é fácil? Julgar os atos de uma sociedade partindo dos nossos valores atuais. Aliás, valores que recebemos em razão da cultura em que estamos inseridos. No entanto, a recomendação é que se façam críticas, claro. Mas quando se trata de interpretar as ações de povos passados (ou mesmo presentes), o ideal é se colocar no lugar deles, avaliar sua cultura, seus valores.
Como eu já repeti centenas de vezes: é lindinho dizer que não faria de jeito nenhum estando distante da situação e desconsiderando o contexto em que ela se deu. No entanto, a história não funciona desse jeito e não é dessa forma que evoluímos socialmente.
e me parece Fabi que voce esta discutindo as coisas no sentido da culpabilidade. Esse eh um ponto recorrente em sua argumentaçao inclusive em outros topicos. Aqui se discute o que de pratico ocorre, sim as pessoas que fizeram isso sao culpadas... Mas nao sao piores que a maioria de nos. minha mensageme eh que eh muito facil ficar metendo o pau nos outros, que sao vagabundos ou assassinos e nao considerar o quao parecido conosco esses vaganundos ou assassinos sao. Quando digo considerar esse contexto, nao digo que devos absokve-los: digo que devemos agir de maneira a nao demonizar as pessoas e estereotipa-las, o que em si eh um exercicio de reflexao tambem.
O sujeito roubou e matou? Era pobre e teve problemas familiares?
Deve ser julgado e preso, mas nao devemos esquecer que a probabilidade dessa pessoa ser assim eh muito maior do que a nossa e que nao podemos ter certeza de como reagiriamos com o mesmo historico e criaçao dessa pessoa
Ora, Agnóstico. A culpabilidade nasce do reconhecimento do ato como errado. Ou seja, o indivíduo comete o ato e sabe que ele é errado. Não nasce da prática do ato em si, mas do reconhecimento de sua ilegalidade. Para que se determine o grau de culpa, vários fatores são avaliados. No caso dos nazistas, não era crime, era da própria estrutura do país. Dessa forma, estavam agindo de acordo a situação. Como se sabe, ideologia cega costuma retirar o ingrediente culpabilidade dos seus seguidores. O ato não é visto como errado, é reconhecido, logo, é praticado.
E eles entraram na dança porque foram obrigados? Ou já queriam fazer isso e o nazismo era a desculpa perfeita?
Muita gente ajudou os judeus a escaparem do holocausto, onde será que tava aquele medo chique?
Hitler acorda de manhã e pensa 'Nossa... estou querendo matar uns judeus. Vou inventar o nazismo para justificar essa minha vontade'.

E como se sabe, nem todos partilhavam das idéias de Hitler, de modo que tais pessoas agiam contrariamente ao que pregava o regime. Isso quer dizer que tinham opção? Sim. Mas também diz que muitos estavam tão envoltos no que Hitler pregava que não titubearam em cumprir suas teorias insanas.
Recomendo a leitura de '1984' para que se possa observar o grau de devoção que pessoas são capazes de vivenciar por conta de uma ideologia. E os atos que são capazes de cometer...