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O valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la e não é modificado posteriormente pois a quantidade de trabalho incorporado é inalterável ( se a produção mercadoria x demandou 2 horas de trabalho para a sua produção ela continuará sendo fruto de duas horas de trabalho hoje ou daqui a um ano).
Já o preço de uma mercadoria é a expressão monetária de seu valor , ou seja , a expressão do valor da mercadoria pelo valor de um equivalente geral que tem a função de moeda. O preço da mercadoria e seu valor podem divergir ( e habitualmente divergem)em virtude das variações da oferta e da procura. O valor de uma mercadoria ( em termos monetários) poderia ser inferido pela análise das variações de preço , mantidas as condições de produção. Não li o livro III ainda , mas Raymond Aron coloca em seu resumo da posição de Marx que valor e preço se igualariam apenas se fosse atingida uma situação de igualdade entre oferta e procura.
Se o preço continua sendo baseado na oferta e demanda, entendo que:
1- O lucro continua existindo e é variável
2- valor da mercadoria como "tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la" vira apenas um slogan, pois o que expressará o valor do bem é a demanda
3- Ao invés de usar valor como nome desse slogan, melhor seria relaciona-lo ao custo
Ao aceitar a demanda como definidora do preço, tudo o resto vira automaticamente slogans ideológicos apenas.
A riqueza das sociedades em que domina o modo-de-produção capitalista apresenta-se como uma "imensa acumulação de mercadorias".1
Falso, pode se expressar a riqueza da sociedade em uma dezena de maneiras bem melhores do que essa. Uma mais coerente hoje é "a capacidade de criar inovação".
A análise da mercadoria, forma elementar desta riqueza, será, por conseguinte, o ponto de partida da nossa investigação.
A mercadoria é, antes de tudo, um objecto exterior, uma coisa que, pelas suas propriedades, satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. Que essas necessidades tenham a sua origem no estômago ou na fantasia, a sua natureza em nada altera a questão.2 Não se trata tão pouco aqui de saber como são satisfeitas essas necessidades: imediatamente, se o objecto é um meio de subsistência, [objecto de consumo,] indirectamente, se é um meio de produção.
Quase uma tautologia.O quase fica por conta de estar incompleto.
Todas as coisas úteis, como o ferro, o papel, etc., podem ser consideradas sob um duplo ponto de vista: o da qualidade e o da quantidade. Cada uma delas é um conjunto de propriedades diversas, podendo, por conseguinte, ser útil sob diferentes aspectos. Descobrir esses diversos aspectos e, ao mesmo tempo, os diversos usos das coisas, isso é obra da história.3
Assim, a descoberta de medidas sociais para quantificar as coisas úteis: a diversidade destas medidas decorre, em parte, da natureza diversa dos objectos a medir, em parte, de convenção.
Até o negrito era meramente inutil. O negrito prenuncia um raciocínio catastrófico!!!
A utilidade de uma coisa transforma essa coisa num valor-de-uso.4 Mas esta utilidade nada tem de vago e de indeciso. Sendo determinada pelas propriedades do corpo da mercadoria, não existe sem ele. O próprio corpo da mercadoria, tal como o ferro, o trigo, o diamante, etc., é, consequentemente, um valor-de-uso, e não é o maior ou menor trabalho necessário ao homem para se apropriar das qualidades úteis que lhe confere esse carácter.
Aqui fica meio claro o caráter filosófico e não prático do Marxismo. Como assim o valor de uso não é indeciso e pode ser determinado pelas características da mercadoria?
Onde está o calculo para tudo isso?
Depois de 300 anos calculando, vão chegar a conclusão que o preço é determinado pela demanda. Ponto.
Quando estão em causa valores-de-uso, subentende-se sempre uma quantidade determinada, como uma dúzia de relógios, um metro de tecido, uma tonelada de ferro, etc. Os valores-de-uso das mercadorias constituem o objecto de um saber particular: a ciência e a arte comerciais.5 Os valores-de-uso só se realizam pelo uso ou pelo consumo.
ainda tentando entender como alguém inteligente como o Luiz pode gostar dessa tranqueira.
Trata-se de um texto que, a partir de uma falsa interpretação dos problemas da sociedade, tenta criar um modelo econômico a partir de slogans e palavras de ordem.
conceitos apresentados como precisos mas que são incalculáveis, simplificações grosseiras e um moralismo disfarçado de ciência é o que o Marxismo pode oferecer.