Quando eu vejo essas afirmações marxistas eu percebo uma fantasia e uma ingenuidade.
A fantasia decorre de perceber qualquer relação de trabalho como exploratória sendo que, a idéia de exploração, por si, é antes subjetiva que o contrário. Um escravo é explorado se assim o considera, da mesma forma como um trabalhador assalariado. Se você for capaz de manter um mínimo de dignidade tanto pra um quanto pra outro, essa, que não é mais que uma impressão pessoal, pode não surgir e a pessoa responder que está tudo bem. Sim, a escravidão fere a dignidade da pessoa humana e sempre deverá ser punida; mas ainda assim, a idéia de exploração decorre duma impressão subjetiva da própria situação e quando estamos diante dum escravo, é a empatia que nos fere e nosso senso de justiça que chama a polícia.
Esse conhecido meu que ficou rico não reconhece sua exploração, afinal, pra ele é tão somente um trabalho. Dessa forma, a fantasia da exploração serve apenas pra justificar argumentos muitas vezes ingênuos, caso de dizer que, antes, num antes improvável, o salário, ou o lucro, era todo do trabalhador e isso era, de alguma forma, melhor.
Ou seja, afirmar que toda relação de trabalho é exploratória é fantasioso e serve, somente, pra justificar um argumento ingênuo, qual seja, que toda relação de trabalho é exploração. Um looping!