Pra quem quiser ler o relatório do banco mundial em português:
http://pt.slideshare.net/monicarochag/livro-sus-banco-mundial
"Isso aí é muita paixão, senso comum, e pouca realidade."
"O SUS é muito bom."
- FORISTA, Pasteur
Exato.
Paixão, senso comum e pouca realidade em perceber que não existe almoço grátis e o SUS é muito bom
levando em consideração o tanto que faz com pouco dinheiro.
Compare com o financiamento dos outros países.
Essas notícias tristes não me surpreendem nem um pingo.
Isso é interessantíssimo, visto que o próprio Magnus Lindelow, que você citou como referência algumas mensagens acima, deixou bem claro no relatório que o principal problema do SUS não é a falta de recursos, mas, sim, a desorganização e a ineficiência, e que investir mais dinheiro na saúde, sem uma gestão minimamente profissional, não traz absolutamente nenhum resultado significativo.
Lendo esse trecho do relatório:
Um aumento dos gastos governamentais em saúde podia, sem dúvida, ajudar a financiar mais recursos para o sistema de saúde (infraestrutura, equipamentos, pessoal), insumos médicos e serviços. Contudo, o relatório afirmou de forma inequívoca que a falta de recursos e materiais, em muitos casos, não é o fator impeditivo de uma melhoria no acesso e na qualidade.
[...]embora o debate sobre se o sistema público está "adequada" ou "suficientemente" financiado tenha começado até antes mesmo da sua criação, infelizmente não existe nenhuma forma clara e científica de determinar isso.
http://image.slidesharecdn.com/livrosusbancomundial-140409121104-phpapp02/95/livro-sus-banco-mundial-126-638.jpg?cb=1397045658
vemos que a sua observação não corresponde plenamente ao que o relatório explica.
O relatório afirma que é possível fazer mais e melhor com o mesmo orçamento.
Sim, a partir do momento que há reconhecimento que há falhas de gestão e desvios, isso se torna óbvio, mas há que se reconhecer que um sistema complexo, gigantesco como o SUS as melhoras ocorrem lentamente. Enquanto isso deixamos o povo sofrer? É um tanto irracional pensar que com 100 bilhões se faz tanto e com 200 bilhões o mesmo tanto. Ou seja, dá pra fazer melhor, mas não tudo.
Veja a utilização do SUS comparado com o privado:

fica muito claro o desequilíbrio, menos da metade do financiamento vem do público, como você pode ver em tabelas que postei algumas páginas atrás.
"Diversas experiências têm demonstrado que o aumento de recursos investidos na saúde, sem que se observe a racionalização de seu uso, pode não gerar impacto significativo na saúde da população", diz Magnus Lindelow, líder de desenvolvimento humano do banco no Brasil[...]
Concordo plenamente, mas você há de reconhecer que há setores em que a racionalização do uso dos recursos é muito boa e outras nem tanto, e de novo, quando você olha o macro, fica muito claro o subfinanciamento se você compara com outros países. O próprio relatório reconhece isto.
Basicamente o que eu e outros foristas estamos falando o tópico todo: a gestão é amadora,
Há gestão amadora, há gestão profissional. Ela não é a mesma em todos os níveis: federal, estadual e municipal.
dá pra se fazer melhor com o mesmo orçamento,
Com certeza dá. O que não dá é pra fazer milagre.
e você não coloca mais dinheiro em um ralo de ineficiência, sem antes tornar a gestão dos recursos eficientes.
Ralo é um termo totalmente fora de propósito, pelos motivos já explicitados. Concordo com o ministro da saúde quando ele fala que é muito comodo culpar a gestão. Por que? Imagino ser necessário tempo, muito tempo pra sanar esses problemas e a população não pode esperar.
Um simples "vocês tinham razão" basta.
Eu sempre concordei que há problemas de gestão, mas continuo afirmando, baseado nos dados, que o subfinanciamento é o principal problema, não o único, mas o principal.
Voltando ao Magnus, o que você pensa de toda a conclusão dele desse link que já postei?:
http://www.portaldoeconomista.org.br/comunicacao/noticias_detalhes.php?notId=2279