Autor Tópico: Problemas do SUS  (Lida 155219 vezes)

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Offline Pasteur

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2250 Online: 18 de Agosto de 2015, 13:43:42 »
Aí Gaúcho, achei o post com um dos autores do relatório do BM:


Magnus Lindelow é um dos autores do relatório do Banco Mundial:

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A marca do SUS

Valor Econômico

Por Magnus Lindelow

Com a aproximação de 2015, o mundo começa a pensar nas agendas pós-metas do milênio. Na área de saúde, há hoje um movimento amplo e crescente nos países em desenvolvimento, que tem buscado as reformas necessárias para se atingir cobertura universal de saúde para seus cidadãos. O Banco Mundial está completamente alinhado com este movimento, e anunciou recentemente, junto com a Organização Mundial de Saúde, novas metas relacionadas à prevenção e tratamento das doenças crônicas.

Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) há mais de 20 anos, o Brasil foi um dos primeiros e poucos países de fora da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) a prever em sua legislação o acesso universal aos serviços de saúde, reconhecendo a saúde como direito do cidadão e dever do Estado. Com base nesta experiência e mesmo com todas as dificuldades inerentes a um país em desenvolvimento, o Brasil é hoje referência internacional na área de saúde pública e exemplo para outros países que buscam sistemas de saúde com maior equidade.

Passados mais de 20 anos desde sua criação, qual é a marca do SUS? O livro "20 anos de construção do SUS no Brasil" recentemente lançado pelo Banco Mundial busca analisar esta trajetória. O texto conclui que a construção do Sistema Único de Saúde do Brasil lançou os alicerces de um sistema de saúde melhor para o país, contribuindo para o bem-estar social e a melhoria da qualidade de vida da população. Entre os progressos trazidos pelo SUS destacam-se a reestruturação profunda dos mecanismos de integração do sistema, o processo constante de descentralização e compartilhamento das responsabilidades entre União, Estados e municípios, assim como o aumento gradual dos gastos públicos para o financiamento do setor.

É importante ressaltar que a ampliação dos gastos em saúde foi acompanhada por uma melhor alocação de recursos federais e estaduais, privilegiando as áreas e populações mais pobres do país. Estes esforços contribuíram para uma forte ampliação do acesso da população aos serviços básicos de saúde com importante impacto na redução da mortalidade e das internações por causas sensíveis à atenção primária. As instalações ambulatoriais aumentaram de 2,2 por 10.000 habitantes em 1990 para 3,6 em 2009, e o número de consultas médicas por pessoa aumentou em 70% durante o mesmo período, refletindo em grande medida a introdução e expansão do Programa Saúde da Família (PSF), que hoje cobre por volta de 100 milhões de brasileiros. Estudos apontam que o PSF contribuiu significativamente para a redução da mortalidade infantil e a melhora de outros indicadores de saúde, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Portanto, mesmo com as limitações e desafios que ainda enfrenta, as marcas do SUS são o avanço no acesso à saúde no país e a visão ao fundo desse avanço, ainda que apenas parcialmente realizada.

Por sua própria natureza, sistemas de saúde estão em constante avaliação e aperfeiçoamento. Nenhum país do mundo conseguiu construir até agora um sistema de saúde perfeito. Prioridades e estratégias podem ser diversas entre países. Porém, em qualquer caso, é muito importante o esforço de se avaliar com transparência o desempenho de um sistema com vistas a mapear seus principais avanços e limitações, e assim contribuir para sua evolução.

Entre os desafios do SUS, o estudo do Banco Mundial identifica que o aporte de recursos à saúde precisa ser equacionado e que a capacidade gerencial do sistema ainda é um obstáculo importante. Além disso, há questões reconhecidas sobre as quais é preciso evoluir, como a melhora da qualidade e da coordenação do cuidado, a continuidade da expansão na cobertura da atenção primária, a superação de barreiras ainda presentes no acesso a cuidados especializados e de alta complexidade e a permanência de uma elevada dependência dos gastos privados no financiamento dos cuidados de saúde no país. Esses desafios tendem a aumentar no futuro, sobretudo por conta do envelhecimento da população brasileira e pelo aumento significativo do peso do câncer e das doenças cardiovasculares no perfil de mortalidade do País.

O processo de transformação de um sistema de saúde com as dimensões e complexidade do SUS é necessariamente um percurso longo e demorado. O Banco Mundial, ciente do seu papel, acompanha de perto esta trajetória e tem apoiado projetos de desenvolvimento em quase todos os Estados brasileiros. Na área da Saúde tem atuado junto com os gestores tanto no fortalecimento de sua capacidade administrativa quanto no enfrentamento aos principais problemas epidemiológicos, indo das doenças negligenciadas às doenças crônicas como câncer, hipertensão e diabetes.

Como princípio institucional, prezou sempre pela construção desses projetos por meio de parceria, diálogo e proximidade com os gestores, sejam eles federais, estaduais ou municipais. Nesse percurso, o Banco Mundial passou a conhecer as virtudes do SUS, sem deixar, porém, de buscar um olhar sincero para seus desafios.

Se é verdade que é relevante considerar os desafios do SUS hoje, não menos importante é considerá-lo em perspectiva histórica. Neste aspecto, os avanços e o compromisso político e social presentes no SUS desde sua criação, e o que o sistema representa em termos de cidadania para milhões de brasileiros, significam uma enorme conquista da sociedade, especialmente para os mais pobres e mais vulneráveis. O caminho para uma saúde mais inclusiva e acessível não é simples, mas o SUS e o Brasil já deram enormes passos nessa direção.


Magnus Lindelow é coordenador de operações do Departamento de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial no Brasil

http://www.portaldoeconomista.org.br/comunicacao/noticias_detalhes.php?notId=2279

Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2251 Online: 18 de Agosto de 2015, 14:13:19 »
Esse já foi refutado larga disso cara. Isso NÃO é o relatório do BM o relatório do BM é aquele que eu coloquei de 130 páginas. Isso é um resumo provavelmente comprado e se você ler nem fiz nada demais
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2252 Online: 18 de Agosto de 2015, 14:14:26 »
Pasteur não existe. Parece que estou discutindo com petistas
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Offline Pasteur

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2253 Online: 18 de Agosto de 2015, 14:19:13 »
Já foi refutado por você que faz leitura seletiva e fica floodando com 10  posts seguidos? Pega mal você desqualificar esse autor do relatório que você tanto admira.

Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2254 Online: 18 de Agosto de 2015, 14:23:27 »
Então porque você não pega todo o relatório Pasteur??? Esse cara não é O autor, ele é um COLABORADOR. O estudo foi feito por um GRUPO de mais de 50 pessoas. LEIA algo em sua vida
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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2255 Online: 18 de Agosto de 2015, 14:29:47 »
Então porque você não pega todo o relatório Pasteur??? Esse cara não é O autor, ele é um COLABORADOR. O estudo foi feito por um GRUPO de mais de 50 pessoas.

Ele é um dos três autores.

LEIA algo em sua vida

Denunciado.

Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2256 Online: 18 de Agosto de 2015, 14:41:11 »
Parabéns conseguiu. Denuncie os outros que pediram para você ler também. 

E não, não são três autores. Existe vários estudos citados que eles apenas reusam. Leia lá e veja.
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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2257 Online: 18 de Agosto de 2015, 14:51:11 »
A denúncia foi pelos floods também e foi você que começou com essa história de ler.

Eu não sou obrigado a responder a cada vez que você decide postar 10 posts seguidos,  ainda mais quando tudo já foi discutido e você volta com coisas velhas.

Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2258 Online: 18 de Agosto de 2015, 15:01:29 »
Existe uma diferença entre não responder nenhum e responder todos. Tem alguns que falam de bilhões e nem esses você se dá ao trabalho. Não foi flood todos os posts tem sentido e já não haviam sido rebatidos por você antes. Agora você reabre a discussão fingindo que começamos hoje.
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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2259 Online: 18 de Agosto de 2015, 20:10:03 »
Algumas coisas hoje na rede bandeirantes: (mais um banana picking)

A difícil vida de quem precisa do SUS no Brasil

1- A fila para MARCAR agenda começa as 4:00 da manha.
2- Velhos 80 anos diabéticos (sendo torturados), gente com problemas neurais.. todo mundo na chuva.. esperando desde madrugada para MARCAR uma agenda
3- Faltam profissionais para atendimento
4- Em salvador um neurologista (consulta) demora no mínimo 6 meses
5- Tomografia ao menos 8 meses

O ministro promete criar mais 12.400 vagas, orientadas por onde não tem médicos.. chamado... "Mais especialidades" .. que não tem data para começar.. mas estão planejando

QUE BURRO!

#edit.. e como é bom o SUS. Eu vou renunciar ao meu plano de saúde para ficar desde as 4 da manha para marcar uma consulta que ocorrerá, com sorte, 8 meses depois.

« Última modificação: 18 de Agosto de 2015, 20:29:45 por Moro »
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Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2260 Online: 18 de Agosto de 2015, 20:13:40 »
O relatório do BM e a 95ª posição no ranking mundial estão errados. A realidade do dia a dia do SUS não existe. Pessoas não morrem esperando atendimento e os exames e resultados são quase imediatos.

Venham todos para o mundo do Pasteur.


Outra coisa: não leio flood, passo por cima porque meu tempo é precioso.

Tu não lê absolutamente nada. Se lesse algo, não estaria vomitando essas asneiras.
Você viu que a gente já discutiu isso há umas 40 páginas atrás?

Bom, que tal então refutar os posts onde detalho os dados da pesquisa do B.M e as outras informações dadas? Você disse que iria responder.

Morte por câncer acima da média - subfinanciamento, má gestão, corrupção

Hospitais parados e equipamentos apodrecendo - má gestão, corrupção

Roubos ao extremo - você acha que é 30%, o TCU acha que é 0,045% e eu uns 5% no máximo.

Filas de um ano - subfinanciamento,  má gestão, corrupção, mas até no Canadá há filas demoradas.

Ingerência política - ninguém nega.

Posição 95 no ranking - não é o SUS e sim a Saúde brasileira incluindo os planos de saúde e hospitais privados. Já disse isso muitas vezes, só que você finge não ver.

Banco Mundial fala que países fazem mais com menos - está ligado com o anterior.

Já disse um milhão de vezes: há problemas, mas se comparar do início até agora, segundo um dos autores do BM, a situação melhorou. Pega mal você ignorar o que um dos autores do relatório do BM concluiu.


O país está em 95 porque tem, não se você viu os gráficos, menos da metade do financiamento da saúde vem do setor público.

E você lembra do que disse um dos autores do relatório do BM ou quer que eu te lembre?

Se quiser terei o prazer em postar!  :ok:

Não eu tenho o prazer de postar.

Se você voltar a trás, vera que a posição do SUS seria muito pior que 95 lugar.. se você tivesse lido, veria que a iniciativa privada tem rating 30% maior.

30% a menos na pontuação colocaria o SUS lá pelo 140o lugar.


Entendeu?? É o contrário do que você disse.. e isso já foi postado 5x na discussão.

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Offline Lorentz

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2261 Online: 18 de Agosto de 2015, 20:28:25 »
1- A fila para MARCAR agenda começa as 4:00 da manha.
2- Velhos 80 anos diabéticos (sendo torturados), gente com problemas neurais.. todo mundo na chuva.. esperando desde madrugada para MARCAR uma agenda

Apesar de em vários lugares o atendimento e a qualidade dos profissionais serem altas, esse tipo de coisa é muito ridícula. Você precisa gastar seu tempo para ir lá no posto ou hospital em dias específicos apenas para marcar a consulta. Não seria mais barato marcar online, por telefone, ou que tal a qualquer momento?
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2262 Online: 18 de Agosto de 2015, 20:34:26 »

[...]
8- Transição passo a passo. Mas com a intenção de abandonar o SUS completamente em 10..20 anos no máximo.
[...]


Você não viu esse post do Moro/Bahadur? Não percebeu que ele tem asco a tudo o que é estatal? É isso, ele acha que tudo o mercado resolve! Com saúde não é assim!

Cara.. porque tirar de um conjunto de iniciativas apenas uma fora de contexto dizendo que acredito em uma coisa que não acredito, que o mercado resolve tudo?

Isso é maneira honesta de se debater?
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Offline MarceliNNNN

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2263 Online: 18 de Agosto de 2015, 21:45:24 »
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MANIFESTO DE BELÉM

UMA MENSAGEM DOS MÉDICOS À NAÇÃO BRASILEIRA

O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), reunidos em Belém (PA), manifestam seu repúdio às ações anunciadas, recentemente, pelo Governo Federal que ferem conquistas e diretrizes constitucionais da saúde pública. As entidades alertam a sociedade brasileira para as medidas, com as quais não concordamos, que se implementadas podem comprometer o futuro do sistema de saúde brasileiro:

1)    A entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no exterior sem sua respectiva revalidação fere a norma legal, coloca a qualidade da assistência à população em situação de risco e não garante a ampliação definitiva de acesso à assistência nas áreas de difícil provimento. Trata-se de proposta improvisada, imediatista e midiática, que ignora as questões estruturais do trabalho médico no Sistema Único de Saúde (SUS) e também o Revalida, exame criado pelo Governo que tem avaliado com justiça a competência e a capacidade desses médicos interessados em atuar no país;

2)    A ausência de uma carreira de Estado para o médico do SUS, com a previsão de infraestrutura e de condições de trabalho adequadas para os profissionais, impede a presença efetiva de médicos e a melhoria do atendimento em pequenos municípios e nas periferias dos grandes centros. Somente a implementação dessa carreira trará solução eficaz para o preenchimento definitivo dos vazios assistenciais;

3)    A intenção de reduzir impostos, dar subsídios e destinar recursos públicos para as operadoras de planos de saúde, conforme anunciado após encontros de representantes do Governo com empresários do setor, demonstra, de forma contraditória, o favorecimento da esfera privada em detrimento da pública na prestação da assistência à saúde, cuja prática tem sido feita sob o signo do subfinanciamento público federal, principal responsável pelas dificuldades do SUS;

4)    Os Conselhos de Medicina defendem o SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a toda a população. Para tanto, exigimos o cumprimento de uma agenda mínima, a qual inclui a destinação de 10% da receita da União para a saúde e o aperfeiçoamento dos serviços públicos, dotando-os de infraestrutura e recursos humanos valorizados para atender de forma eficaz a população;

Conclamamos o Poder Legislativo; o Poder Judiciário; o Ministério Público; as entidades médicas e da área da saúde; os parlamentares; as universidades; a imprensa; e todos os movimentos da sociedade civil organizada a se irmanarem nesta cruzada em defesa de um sistema público de saúde de qualidade, como um dos maiores patrimônios sociais da Nação. Não podemos admitir que interesses políticos subalternos, financeiros e de mercado decidam sozinhos os rumos e o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e que pertence a 190 milhões de brasileiros.

Belém (PA), 8 de março de 2013.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)
CONSELHOS REGIONAIS DE MEDICINA (CRMs)

http://portal.cfm.org.br/option=com_content&view=article&id=23621:conselhos-de-medicina-aprovam-manifesto-em-defesa-do-sus-e-fazem-criticas-a-medida-do-governo&catid=3
Mostrar que médicos são favoráveis ao SUS não é um argumento que prova que o SUS é bom. Aliás, isso só mostra que até médicos têm pensamentos de um burocrata.

Offline Jack Carver

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2264 Online: 18 de Agosto de 2015, 22:01:21 »
Jack, é irrecuperável porque no brasil todos o fracasso do SUS vem desde de dezenas de anos e apresentou melhoras (questionáveis) em algumas áreas e pioras em outras, enquanto todo o desperdício continua, com os roubos e todos os desmandos. Não está claro que você notou os bilhões citados nesses últimos dados.

É irrecuperável porque o brasil, o governo brasileiro, coloca um pedágio na distribuição de renda, um pedágio de corrupção e um pedágio de ineficiência. Não sei sua idade, tente ver como a 3g é gerida, como a Amazon é gerida, como a Oracle é gerida, como várias empresas nacionais são geridas.. e veja os órgãos públicos e estatais. O SUS não é uma anomalia de incompetência, esse é o ponto, é apenas esperado do modelo de gestão pública brasileira.

Sobre ser 8 ou 80, esses dados que você mostrou não são estudos, é o que chamo de jaba institucional, você pega gente disposta a se pronunciar favoravelmente a qualquer coisa se bem remunerado. E claramente conflita com estudos mais sérios, que demoraram 6 anos para serem concluídos.

Seria difícil com dados tão duros o SUS ser eficiente, além de sabermos sobre jornais, filas, conhecidos, empregadas.. o que é o SUS. Seria uma aberração, uma fenda no espaço da realidade, se o SUS fosse algo decente, dentro de um país como o brasil e com todos os sinais e estudos julgando o SUS.

Dito isso, a solução é simples.

O estado NÃO necessita operar nada. O estado não sabe operar nada. Ele precisa criar condições para que todo o serviço seja prestado por hospitais privados e públicos em lugar onde um investimento social se justifica. Ainda nesses casos, a gestão poderia ser privada, o investimento não.

O modelo seria então:
1- O governo faz o PLANEJAMENTO da saúde, isso é, metas, áreas a ser atendidas, quais são as iniciativas que com recursos controlados podem gerar mais saúde a população, propõe KPIs de controle por região, estado, município e hospitais.

2- O governo libera o mercado para a iniciativa privada operar. Quanto mais grupos competirem, melhor. Mais eficiência e menor preço.
Em lugares onde não há interesse comercial, o governo deve intervir e fazer uma PPP, com gestão privada.

3- Todos os cidadãos são convidados a ter um plano de saúde, com mais subsídio ou menos de acordo com sua condição financeira.

4- SLA based management para as empresas

5- O governo contrata e terceiriza toda a parte de sistemas (detecção de fraude, agendamentos, controle de SLA, CRM, financeiro, call center, sala de situação.. tudo), não põe a mão em nada que não seja regulamentação

6- Congelasse a contratação de funcionários públicos, são caros, ineficientes e trabalham menos que os da iniciativa privada.

7- Em 20 anos, teremos poucos funcionários públicos e diversas empresas no mercado. Com sorte, os mais sérios migrem para a iniciativa privada.

8- Transição passo a passo. Mas com a intenção de abandonar o SUS completamente em 10..20 anos no máximo.

9- O governo não meche na oferta. Todas as empresas que quiserem entrar no sistema entra.. respeitando apenas os critérios de qualidade. Sem máfias, sem proteção de território.
Os pontos estabelecidos no seu post deixaram mais claro a forma como pensa sobre essa suposta transição. Só acho que não é tão simples assim.
Alguns pontos a observar:


-Na assertiva 1, em tese isso já acontece, se chamam Comissões e  Conselhos de Saúde, tem na Lei 80.080 e outros decretos federais que explicam a estrutura, da distribuição e competências, se não me engano. O que acontece no meio disso tudo eu não sei, rs.

-A 2 é questionável. Saúde é diferente, é um bem imaterial de alto valor e custa caro demais a sua manutenção.
Partindo dessa verdade, não há qualquer impedimento por parte do governo à iniciativa privada estabelecer-se nas regiões mais pobres e distantes. Desenvolver empresas dessa natureza mercadológica do zero nestes cenários não é tarefa fácil mesmo numa PPP. Difícil vingar lucro, a salientar o suporte aos casos de pessoas com doenças crônicas. Essa sua ideia carece de mais detalhes do qual nem posso te exigir.
OBS: O Governo Federal e alguns Estaduais, já passaram a Administração de muitos Hospitais Públicos(com funcionários regidos pela Lei  8.112) para a Administração de Empresas Públicas, com funcionários regidos pela CLT, provavelmente visando no futuro privatizá-los. 

-Hoje, quase todo cidadão é praticamente forçado a ter um plano de saúde e no entanto, mais da metade depende do SUS(nas capitais isso varia para menos). Lembrando que o SUS não é só hospitais/postos, são os trabalhos dos agentes comunitários, da vigilância sanitária(com ANVISA), o SAMU e tudo o mais que abrange.

-A 6, eu não tenho tanto certeza a respeito, certo que os médicos no geral recebam um pouco mais do que na iniciativa privada. Quanto aos outros, saiba que o remuneração do profissional de ensino médio/técnico é em torno de R$ 2100 na esfera federal(a melhor), na estadual e municipal são menores, por motivos óbvios.

-Quanto ao prazo de desmonte do SUS passo a passo, Renan Calheiros, ao lado da Dilma, talvez tenha uma proposta parecida com a sua em relação ao tempo (:D). Ao passo que E. Cunha quer ampliar o acesso aos planos através de uma PEC em que todas as empresas contratantes são obrigada a pagar um plano de saúde ao contratado.

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2015/08/se-levada-adiante-e-o-fim-do-sus-avalia-presidenta-do-cebes-sobre-agenda-brasil-3795.html


O que é mais relevante, nos gráficos, para você?
Tirando o fato da relação dos países, já colocado antes, é a constatação de uma fatia imensa dos brasileiros não serem de classe média de verdade, e, com isso, inviabilizar o financiamento por um plano decente. E tbm àquilo que foi falado, sobre a situação nebulosa que iremos todos enfrentar devido ao envelhecimento populacional... + inflação.
« Última modificação: 18 de Agosto de 2015, 22:57:08 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Pasteur

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2265 Online: 18 de Agosto de 2015, 22:51:01 »
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MANIFESTO DE BELÉM

UMA MENSAGEM DOS MÉDICOS À NAÇÃO BRASILEIRA

O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), reunidos em Belém (PA), manifestam seu repúdio às ações anunciadas, recentemente, pelo Governo Federal que ferem conquistas e diretrizes constitucionais da saúde pública. As entidades alertam a sociedade brasileira para as medidas, com as quais não concordamos, que se implementadas podem comprometer o futuro do sistema de saúde brasileiro:

1)    A entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no exterior sem sua respectiva revalidação fere a norma legal, coloca a qualidade da assistência à população em situação de risco e não garante a ampliação definitiva de acesso à assistência nas áreas de difícil provimento. Trata-se de proposta improvisada, imediatista e midiática, que ignora as questões estruturais do trabalho médico no Sistema Único de Saúde (SUS) e também o Revalida, exame criado pelo Governo que tem avaliado com justiça a competência e a capacidade desses médicos interessados em atuar no país;

2)    A ausência de uma carreira de Estado para o médico do SUS, com a previsão de infraestrutura e de condições de trabalho adequadas para os profissionais, impede a presença efetiva de médicos e a melhoria do atendimento em pequenos municípios e nas periferias dos grandes centros. Somente a implementação dessa carreira trará solução eficaz para o preenchimento definitivo dos vazios assistenciais;

3)    A intenção de reduzir impostos, dar subsídios e destinar recursos públicos para as operadoras de planos de saúde, conforme anunciado após encontros de representantes do Governo com empresários do setor, demonstra, de forma contraditória, o favorecimento da esfera privada em detrimento da pública na prestação da assistência à saúde, cuja prática tem sido feita sob o signo do subfinanciamento público federal, principal responsável pelas dificuldades do SUS;

4)    Os Conselhos de Medicina defendem o SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a toda a população. Para tanto, exigimos o cumprimento de uma agenda mínima, a qual inclui a destinação de 10% da receita da União para a saúde e o aperfeiçoamento dos serviços públicos, dotando-os de infraestrutura e recursos humanos valorizados para atender de forma eficaz a população;

Conclamamos o Poder Legislativo; o Poder Judiciário; o Ministério Público; as entidades médicas e da área da saúde; os parlamentares; as universidades; a imprensa; e todos os movimentos da sociedade civil organizada a se irmanarem nesta cruzada em defesa de um sistema público de saúde de qualidade, como um dos maiores patrimônios sociais da Nação. Não podemos admitir que interesses políticos subalternos, financeiros e de mercado decidam sozinhos os rumos e o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e que pertence a 190 milhões de brasileiros.

Belém (PA), 8 de março de 2013.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)
CONSELHOS REGIONAIS DE MEDICINA (CRMs)

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Mostrar que médicos são favoráveis ao SUS não é um argumento que prova que o SUS é bom. Aliás, isso só mostra que até médicos têm pensamentos de um burocrata.

Mas são todos os conselhos do país, federal e regional. E eles não estão dizendo que o SUS e bom e sim que o apoia ao mesmo tempo que faz reivindicações para melhoria.

Abraço.

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2266 Online: 18 de Agosto de 2015, 23:05:42 »
Jack, é irrecuperável porque no brasil todos o fracasso do SUS vem desde de dezenas de anos e apresentou melhoras (questionáveis) em algumas áreas e pioras em outras, enquanto todo o desperdício continua, com os roubos e todos os desmandos. Não está claro que você notou os bilhões citados nesses últimos dados.

É irrecuperável porque o brasil, o governo brasileiro, coloca um pedágio na distribuição de renda, um pedágio de corrupção e um pedágio de ineficiência. Não sei sua idade, tente ver como a 3g é gerida, como a Amazon é gerida, como a Oracle é gerida, como várias empresas nacionais são geridas.. e veja os órgãos públicos e estatais. O SUS não é uma anomalia de incompetência, esse é o ponto, é apenas esperado do modelo de gestão pública brasileira.

Sobre ser 8 ou 80, esses dados que você mostrou não são estudos, é o que chamo de jaba institucional, você pega gente disposta a se pronunciar favoravelmente a qualquer coisa se bem remunerado. E claramente conflita com estudos mais sérios, que demoraram 6 anos para serem concluídos.

Seria difícil com dados tão duros o SUS ser eficiente, além de sabermos sobre jornais, filas, conhecidos, empregadas.. o que é o SUS. Seria uma aberração, uma fenda no espaço da realidade, se o SUS fosse algo decente, dentro de um país como o brasil e com todos os sinais e estudos julgando o SUS.

Dito isso, a solução é simples.

O estado NÃO necessita operar nada. O estado não sabe operar nada. Ele precisa criar condições para que todo o serviço seja prestado por hospitais privados e públicos em lugar onde um investimento social se justifica. Ainda nesses casos, a gestão poderia ser privada, o investimento não.

O modelo seria então:
1- O governo faz o PLANEJAMENTO da saúde, isso é, metas, áreas a ser atendidas, quais são as iniciativas que com recursos controlados podem gerar mais saúde a população, propõe KPIs de controle por região, estado, município e hospitais.

2- O governo libera o mercado para a iniciativa privada operar. Quanto mais grupos competirem, melhor. Mais eficiência e menor preço.
Em lugares onde não há interesse comercial, o governo deve intervir e fazer uma PPP, com gestão privada.

3- Todos os cidadãos são convidados a ter um plano de saúde, com mais subsídio ou menos de acordo com sua condição financeira.

4- SLA based management para as empresas

5- O governo contrata e terceiriza toda a parte de sistemas (detecção de fraude, agendamentos, controle de SLA, CRM, financeiro, call center, sala de situação.. tudo), não põe a mão em nada que não seja regulamentação

6- Congelasse a contratação de funcionários públicos, são caros, ineficientes e trabalham menos que os da iniciativa privada.

7- Em 20 anos, teremos poucos funcionários públicos e diversas empresas no mercado. Com sorte, os mais sérios migrem para a iniciativa privada.

8- Transição passo a passo. Mas com a intenção de abandonar o SUS completamente em 10..20 anos no máximo.

9- O governo não meche na oferta. Todas as empresas que quiserem entrar no sistema entra.. respeitando apenas os critérios de qualidade. Sem máfias, sem proteção de território.
Os pontos estabelecidos no seu post deixaram mais claro a forma como pensa sobre essa suposta transição. Só acho que não é tão simples assim.
Alguns pontos a observar:


-Na assertiva 1, em tese isso já acontece, se chamam Comissões e  Conselhos de Saúde, tem na Lei 80.080 e outros decretos federais que explicam a estrutura, da distribuição e competências, se não me engano. O que acontece no meio disso tudo eu não sei, rs.

Não acontece. Os KPIs são todos conseguidos a posterior por levantamentos no mínimo ad hoc. Não há um sistema de CRM por exemplo, não há nada.. apenas papel morto. Uma estrtura analítica é completamente diferente disso.. mas não sei se você conhece o assunto.

Já falei sobre esse assunto ao Derfel no início desse tópico.. um gestor do SUS, como o Derfel, sequer sabia o que era um CRM e ERP que são as fontes básicas para os controles mínimos de gestão para um ambiente desse. Acredite-me, ao não ter isso, é o mesmo que um engenheiro fazer uma obra complexa sem um software CAD




-A 2 é questionável. Saúde é diferente, é um bem imaterial de alto valor e custa caro demais a sua manutenção.
Partindo dessa verdade, não há qualquer impedimento por parte do governo à iniciativa privada estabelecer-se nas regiões mais pobres e distantes. Desenvolver empresas dessa natureza mercadológica do zero nestes cenários não é tarefa fácil mesmo numa PPP. Difícil vingar lucro, a salientar o suporte aos casos de pessoas com doenças crônicas. Essa sua ideia carece de mais detalhes do qual nem posso te exigir.
OBS: O Governo Federal e alguns Estaduais, já passaram a Administração de muitos Hospitais Públicos(com funcionários regidos pela Lei  8.112) para a Administração de Empresas Públicas, com funcionários regidos pela CLT, provavelmente visando no futuro privatizá-los. 

-Hoje, quase todo cidadão é praticamente forçado a ter um plano de saúde e no entanto, mais da metade depende do SUS(nas capitais isso varia para menos). Lembrando que o SUS não é só hospitais/postos, são os trabalhos dos agentes comunitários, da vigilância sanitária(com ANVISA), o SAMU e tudo o mais que abrange.


Não é diferente. O sistema de saúde funciona e é lucrativo. O sistema japonês é baseado em planos de saúde com diferentes tipos de subsídio, assim como o Obamacare.

Não há nada que impeça a terceirização. O SAMU não funciona também, já foi apresentado seus problemas neste tópico.

Mais uma vez, o SUS é menos eficiente do que jogar dinheiro de um helicóptero para a população na fila do agendamento.



-A 6, eu não tenho tanto certeza a respeito, certo que os médicos no geral recebam um pouco mais do que na iniciativa privada. Quantos aos outros, saiba que o remuneração do profissional de ensino médio/técnico é em torno de R$ 2100 na esfera federal(a melhor), na estadual e municipal são menores, por motivos óbvios.

O custo do médico é um ponto no mar de gastos despropositados do SUS. Viu os dados que mostrei, sobre como o SUS, com toda essa fila, consegue ficar com seus leitos 85% vazios?? Viu como o sus perdeu milhares de leitos em 10 anos? Viu como os equipamentos são distribuídos praticamente randomicamente?
Se um projeto reestruturante como esse é implementado e se congela a contratação de funcionários públicos, o gap será cada vez mais preenchido pela iniciativa privada com custos de convênios subsidiados para a população (desde que a legislação permitisse isso)

O SUS iria morrer aos poucos.. a máquina de tortura em massa que é o SUS seria um traço em 10 anos.





-Quanto ao prazo de desmonte do SUS, Renan Calheiros, ao lado da Dilma, talvez tenha uma proposta parecida com a sua em relação ao tempo (:D). Ao passo que E. Cunha quer ampliar o acesso aos planos através de uma PEC em que todas as empresas contratantes são obrigada a pagar um plano de saúde ao contratado.

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2015/08/se-levada-adiante-e-o-fim-do-sus-avalia-presidenta-do-cebes-sobre-agenda-brasil-3795.html

Eles querem desmantelar a merda e deixar ainda mais merda. Eu quero desmantelar a merda e deixar algo que funcione no lugar.

Infelizmente, como a boquinha para a corrupção do SUS deve ser equivalente a da petrobras, não creio que nenhuma lei para reestruturação seja adotada. E vamos a continuar a torturar velhos e doentes.



O que é mais relevante, nos gráficos, para você?
Tirando o fato da relação dos países, já colocado antes, é a constatação de uma fatia imensa dos brasileiros não serem de classe média de verdade, e, com isso, inviabilizar o financiamento por um plano decente. E tbm àquilo que foi falado, sobre a situação nebulosa que iremos todos enfrentar devido ao envelhecimento populacional... + inflação.

O envelhecimento é tratado explicitamente no relatório do BM. Pena que ninguém lê.

Eles citam que isso vai colocar ainda mais pressão sobre o modelo já cheio de falhas.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Jack Carver

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2267 Online: 18 de Agosto de 2015, 23:24:42 »
Não acontece. Os KPIs são todos conseguidos a posterior por levantamentos no mínimo ad hoc. Não há um sistema de CRM por exemplo, não há nada.. apenas papel morto. Uma estrutura analítica é completamente diferente disso.. mas não sei se você conhece o assunto.
Meu trabalho pouco tem a ver com Administração(não sou servidor público), mas no SUS existem muitos Analistas Administrativos. Não tem como responder.

Obrigado pelas respostas.
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Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2268 Online: 19 de Agosto de 2015, 00:10:47 »
Não é questão de analista.

Pense assim.. alguém faz um pedido de agendamento, isso vai para um sistema de CRM. Esse sistema prevê a data e faz a alocação do recurso. E provê informações para os dashboards de controle.. fila, motivo da chamada, tempo de espera, tempo de atendimento, diagnóstico etc..

Os dashboards são vivos como o sistema e permite ver on-line o que está acontecendo, por exemplo nuvem de atendimento, pontos com problemas, tempo médio de espera, especialidades mais demandas, recursos mais ociosos, perfil dos que estão esperando, regras de priorização..

Veja.. isso é INFANTIL. E o SUS não tem NADA. Eu pude entrar em alguns sites e ver suas estruturas internas de dados a partir de um ipad com técnicas infantis... sistemas completamente amadores feito por estagiários retardados.

O SUS é todo errado. É uma pena que as pessoas aqui em sua maioria não tenham um benchmark para avaliar. A situação iria ficar ainda mais desesperadora. Isso é o mínimo para alguém gerir.

Um dos maiores defensores do SUS (Derfel) colocou um texto, postado por mim a pouco, onde admite que os gestores do SUS não sabem nada de gestão, ignoram rotinas de planejamento e tomam decisões a revelia do financeiro.

Sabe o que é planejamento em uma empresa descente? É o que define a capacidade de atendimento e produção de cada área, faz as simulações onde o dinheiro seria melhor investido para obter os melhores retornos, faz análise de custo/benefício e probabilidades de cenários de acordo com cenários ecoômicos, o controle do orçado versus realizado, e define metas para pessoas e departamentos... definindo se essa pessoa terá um emprego após o exercício do ano calendário ou fiscal.

Sabe o que o SUS tem? Gente que sequer sabe o que é isso. Gente que sequer IMAGINA o que é gerir algo.. e ficam com power points sem fim falando merda.

O problema não é apenas esses gestores serem ignorantes. O problema é que são ignorantes de sua própria ignorância.

Deveriam perder seu emprego e subsitituídos controladamente, por contratos de iniciativa privada gerida por SLAs.

ELAs não entendem isso.
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Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2269 Online: 19 de Agosto de 2015, 00:46:20 »
1- A fila para MARCAR agenda começa as 4:00 da manha.
2- Velhos 80 anos diabéticos (sendo torturados), gente com problemas neurais.. todo mundo na chuva.. esperando desde madrugada para MARCAR uma agenda

Apesar de em vários lugares o atendimento e a qualidade dos profissionais serem altas, esse tipo de coisa é muito ridícula. Você precisa gastar seu tempo para ir lá no posto ou hospital em dias específicos apenas para marcar a consulta. Não seria mais barato marcar online, por telefone, ou que tal a qualquer momento?


Porque eles são incompetentes a ponto de não ter um sistema de agendamento que não seja single purpose, como agendar uma sala..   nem isso tem. Se tem que agendar baseado em critérios de especialidade, disponibilidade de equipamentos e recursos, simplesmente não tem técnicos nem idéias nem vontade de fazer.

Compre um sistema pronto.. existem vários para isso, inclusive especializados para medicina.
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Offline Geotecton

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2270 Online: 19 de Agosto de 2015, 01:09:33 »
Citar
MANIFESTO DE BELÉM

UMA MENSAGEM DOS MÉDICOS À NAÇÃO BRASILEIRA

O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), reunidos em Belém (PA), manifestam seu repúdio às ações anunciadas, recentemente, pelo Governo Federal que ferem conquistas e diretrizes constitucionais da saúde pública. As entidades alertam a sociedade brasileira para as medidas, com as quais não concordamos, que se implementadas podem comprometer o futuro do sistema de saúde brasileiro:

1)    A entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no exterior sem sua respectiva revalidação fere a norma legal, coloca a qualidade da assistência à população em situação de risco e não garante a ampliação definitiva de acesso à assistência nas áreas de difícil provimento. Trata-se de proposta improvisada, imediatista e midiática, que ignora as questões estruturais do trabalho médico no Sistema Único de Saúde (SUS) e também o Revalida, exame criado pelo Governo que tem avaliado com justiça a competência e a capacidade desses médicos interessados em atuar no país;

2)    A ausência de uma carreira de Estado para o médico do SUS, com a previsão de infraestrutura e de condições de trabalho adequadas para os profissionais, impede a presença efetiva de médicos e a melhoria do atendimento em pequenos municípios e nas periferias dos grandes centros. Somente a implementação dessa carreira trará solução eficaz para o preenchimento definitivo dos vazios assistenciais;

3)    A intenção de reduzir impostos, dar subsídios e destinar recursos públicos para as operadoras de planos de saúde, conforme anunciado após encontros de representantes do Governo com empresários do setor, demonstra, de forma contraditória, o favorecimento da esfera privada em detrimento da pública na prestação da assistência à saúde, cuja prática tem sido feita sob o signo do subfinanciamento público federal, principal responsável pelas dificuldades do SUS;

4)    Os Conselhos de Medicina defendem o SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a toda a população. Para tanto, exigimos o cumprimento de uma agenda mínima, a qual inclui a destinação de 10% da receita da União para a saúde e o aperfeiçoamento dos serviços públicos, dotando-os de infraestrutura e recursos humanos valorizados para atender de forma eficaz a população;

Conclamamos o Poder Legislativo; o Poder Judiciário; o Ministério Público; as entidades médicas e da área da saúde; os parlamentares; as universidades; a imprensa; e todos os movimentos da sociedade civil organizada a se irmanarem nesta cruzada em defesa de um sistema público de saúde de qualidade, como um dos maiores patrimônios sociais da Nação. Não podemos admitir que interesses políticos subalternos, financeiros e de mercado decidam sozinhos os rumos e o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e que pertence a 190 milhões de brasileiros.

Belém (PA), 8 de março de 2013.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)
CONSELHOS REGIONAIS DE MEDICINA (CRMs)

http://portal.cfm.org.br/option=com_content&view=article&id=23621:conselhos-de-medicina-aprovam-manifesto-em-defesa-do-sus-e-fazem-criticas-a-medida-do-governo&catid=3

É um manifesto com viés de libelo de uma classe corporativista. Talvez a segunda maior, só superada pela dos advogados. E a parte grifada em vermelho é a confirmação de que alguns vivem em Neverland.
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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2271 Online: 19 de Agosto de 2015, 01:31:21 »
1- A fila para MARCAR agenda começa as 4:00 da manha.
2- Velhos 80 anos diabéticos (sendo torturados), gente com problemas neurais.. todo mundo na chuva.. esperando desde madrugada para MARCAR uma agenda

Apesar de em vários lugares o atendimento e a qualidade dos profissionais serem altas, esse tipo de coisa é muito ridícula. Você precisa gastar seu tempo para ir lá no posto ou hospital em dias específicos apenas para marcar a consulta. Não seria mais barato marcar online, por telefone, ou que tal a qualquer momento?
Olha...  esse tipo de "discussão" é de um despropósito que... não vale nem discutir o despropósito do despropósito, mas isso estava no topo da pilha agora e sempre o MESTRE aqui comete esse erro. Por vezes, ele vê algo tão absurdo que não aguenta ficar "calado"...

As REALIDADES a respeito de tudo isso, que qualquer máquina com um mínimo de (poder de) separação acuitiva visual deve ter, especialmente máquinas que lidam com programação de sistemas...

Está-se em foco aqui numa coisa chamada 'povo'. Se não se puser um obstáculo qualquer, não seja uma caixa registradora direta no caminho, entre cada elemento e a injeção gratuita ("digrátisss!") na testa, nenhum sistema será suficiente para não ser travadamente congestionado. Não são indivíduos civilizados que sabem do que precisam/sabem respeitar as disponibilizações.

A ingerência dessa bestialidade estúpida chamada SUS não é uma ocorrência produto de ignorância. Não são "imbecis por trás disso" que "não sabem o que fazer" do tão ridiculamente óbvio e simples a se fazer, só um motivo a servir para insuflar superiorismos de quem acha que entende o ocorrente e discutir banalidades infidamente. É proposital, é criminoso. O que falta é o mesmo de sempre: punição. Chamem de "cultura de punição", "tradição de punição", a b... que quiserem. É SÓ o que falta. E não é para os funcionários do atendimento, da "administração"... Não deveria ser preciso dizer para quem falta... A pergunta única de relevância é: quem vai punir??? A resposta é...      ........


Isso aqui nem pelo menos divertido é de se ver. É trágico demais, ridículo demais, tolo POR demais. Lamento não ter aguentado. Podem seguir nessa estrada sem fim para lugar nenhum. Desculpem.

Offline Geotecton

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2272 Online: 19 de Agosto de 2015, 01:48:44 »
Os pontos estabelecidos no seu post deixaram mais claro a forma como pensa sobre essa suposta transição. Só acho que não é tão simples assim.
Alguns pontos a observar:

-Na assertiva 1, em tese isso já acontece, se chamam Comissões e  Conselhos de Saúde, tem na Lei 80.080 e outros decretos federais que explicam a estrutura, da distribuição e competências, se não me engano. O que acontece no meio disso tudo eu não sei, rs.

O problema é que estas comissões e conselhos de saúde são compostas, nas que eu conheço, por pessoas que NÃO sabem nada de gestão ou de administração. Ou seja, não adianta esperar um aumento de eficiência e nem a implantação de mecanismos de controle.


-A 2 é questionável. Saúde é diferente, é um bem imaterial de alto valor e custa caro demais a sua manutenção.

Mas continua sendo um bem, passível de valoração portanto.

E tem de ser assim, porque do contrário não há como gerir uma sociedade, sempre tendo em mente que os recursos são escassos.


Partindo dessa verdade, não há qualquer impedimento por parte do governo à iniciativa privada estabelecer-se nas regiões mais pobres e distantes. Desenvolver empresas dessa natureza mercadológica do zero nestes cenários não é tarefa fácil mesmo numa PPP. Difícil vingar lucro, a salientar o suporte aos casos de pessoas com doenças crônicas. Essa sua ideia carece de mais detalhes do qual nem posso te exigir.

Neste caso entraria o modelo que já foi discutido anteriormente, que é a de utilização de vouchers nos casos de procedimentos de mais alto custo.


OBS: O Governo Federal e alguns Estaduais, já passaram a Administração de muitos Hospitais Públicos(com funcionários regidos pela Lei  8.112) para a Administração de Empresas Públicas, com funcionários regidos pela CLT, provavelmente visando no futuro privatizá-los.

Entregar a administração de hospitais para pessoas sem qualificação nesta área, tais como médicos e enfermeiros, não resolverá o problema. Se a gestão não for feita tendo como base o uso de ferramentas, como por exemplo, KPIs adaptados para a área, a situação continuará a se deteriorar.


-Hoje, quase todo cidadão é praticamente forçado a ter um plano de saúde e no entanto, mais da metade depende do SUS(nas capitais isso varia para menos). Lembrando que o SUS não é só hospitais/postos, são os trabalhos dos agentes comunitários, da vigilância sanitária(com ANVISA), o SAMU e tudo o mais que abrange.

Sim, o SUS é muito amplo.

E isto é um dos aspectos que o enfraquece.

Esqueça as 'boas intenções' e as 'estruturas ideologizadas de idiotas', especialmente os de esquerda e os populistas.

A realidade é 'fria e insensível' e ela mostra que sem uma re-estruturação profunda do SUS (e de outros aspectos da sociedade), este está fadado ao colapso financeiro. 


-A 6, eu não tenho tanto certeza a respeito, certo que os médicos no geral recebam um pouco mais do que na iniciativa privada. Quanto aos outros, saiba que o remuneração do profissional de ensino médio/técnico é em torno de R$ 2100 na esfera federal(a melhor), na estadual e municipal são menores, por motivos óbvios.

Eu tenho certeza disto porque vivo esta realidade no dia-a-dia de duas profissões completamente distintas, que é a de Contabilista e a de Geólogo. No exercício de ambas eu observo o despreparo, a leniência, a incompetência e a arrogância de boa parte do funcionalismo público.

Sobre os médicos, não é preciso comentar nada. Basta constatar que eles querem que a classe deles tenha função de 'carreira de estado' no SUS. Ou seja, corporativismo pleno, com benesses a rodo.
 

-Quanto ao prazo de desmonte do SUS passo a passo, Renan Calheiros, ao lado da Dilma, talvez tenha uma proposta parecida com a sua em relação ao tempo (:D). Ao passo que E. Cunha quer ampliar o acesso aos planos através de uma PEC em que todas as empresas contratantes são obrigada a pagar um plano de saúde ao contratado.

O senhor Cunha é um imbecil e um populista demagogo. Eu, como empresário, NÃO quero mais nenhuma obrigação (leia-se, custo!) por causa da incompetência e da corrupção do setor público. NÃO quero ser espoliado mais uma vez.


http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2015/08/se-levada-adiante-e-o-fim-do-sus-avalia-presidenta-do-cebes-sobre-agenda-brasil-3795.html

Típica fonte que junta os anseios de esquerdistas anacrônicos e dos interesses corporativistas do funcionalismo público. Aliás, é incrível o mau-caratismo destes idiotas, sempre usando o argumento de 'bom-mocismo e da defesa da população e do patrimônio público' para acobertar a busca incessante de aumento de privilégios e benesses.


O que é mais relevante, nos gráficos, para você?
Tirando o fato da relação dos países, já colocado antes, é a constatação de uma fatia imensa dos brasileiros não serem de classe média de verdade, e, com isso, inviabilizar o financiamento por um plano decente. E tbm àquilo que foi falado, sobre a situação nebulosa que iremos todos enfrentar devido ao envelhecimento populacional... + inflação.

Recursos limitados.

Esta é chave na definição de qualquer orçamento factível, ainda mais quando se discute um projeto de país. A realidade impõe isto.

Não importa se os esquerdistas e os populistas usarem como argumento o que está escrito na Constituição, no Capital ou na Bíblia. 'Boas (eu duvido disto!) intenções' e 'palavras bonitas e edificantes em um um conjunto de folhas de papel' não mudam o fato de que todos os orçamentos, sejam eles de pessoas, empresas ou países, são limitados. Aumentar a alocação de verbas para um dado segmento implica necessariamente na redução de disponibilidade financeira para outro segmento.

Não há como satisfazer todas as necessidades de todas as pessoas em todos os aspectos de vida em sociedade, a não ser que o futuro das próximas gerações NÃO seja uma preocupação.

A maior parte da sociedade tem que sair do 'mundo do faz de contas' e entrar no 'mundo que faz contas'.
« Última modificação: 19 de Agosto de 2015, 10:21:38 por Geotecton »
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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2273 Online: 19 de Agosto de 2015, 10:16:22 »
Notícia de agora de manhã.
Mas isso é irrelevante, porque acontece todo dia em todos os estados.

Citar
Pacientes encontram dificuldades em tratamento médico na capital de MG
Edição do dia 19/08/2015
Moradores saem do interior do estado para buscar atendimento em BH. Pessoas aguardam em praças ou vans sem nenhum conforto.
Pacientes do interior de Minas Gerais estão chegando em massa a Belo Horizonte para buscar tratamento médico. Mas, depois de uma viagem exaustiva, ainda precisam encontrar mais paciência.



O suplício começa de madrugada. Em um frio de 13°C, pacientes saem de Nova União, na região central de Minas, para ir ao médico em Belo Horizonte.

Maria do Carmo da Silva tem que fazer um exame porque teve trombose no fígado. “Lugar que a gente mora não tem recurso direito, não tem nada. Tem que vir toda semana fazer exame aqui”, conta a dona de casa.

Às 5h os pacientes já estão na estrada rumo à capital mineira. São 60 quilômetros, além do sacrifício da viagem, tem o risco. Esta é uma das rodovias mais perigosas do país. BR-381: Pista simples e sinuosa. “Tem que estar sempre vigilante, sempre alerta”, relata o motorista.

José Luiz Fernandes, que colocou uma prótese no joelho, sofre com o sacolejo. “É um desconforto porque minha perna não dobra 100%. Manter ela espichada em uma posição só, posso dobrar não porque dói”, diz o agricultor.

Depois de duas horas de viagem, os pacientes chegam à capital. Centenas de carros que vêm do interior ficam estacionados em uma área perto dos hospitais.

Para muita gente a espera em Belo Horizonte é longa. Até que todos os pacientes das caravanas sejam atendidos ninguém pode voltar casa. As pessoas aguardam nos bancos das praças ou nas vans, sem nenhum conforto.

Depois da consulta e sentindo muita dor, Maria Berenice ainda vai esperar mais cinco horas para pegar a estrada. “É muito doído. Depois a gente precisar e tem que enfrentar”, reclama a aposentada.

Para não deixar as pessoas na rua, a prefeitura de Lagoa da Prata resolveu alugar uma casa, onde os pacientes podem descansar até a hora da partida da van.

“A gente termina a consulta, a gente liga para eles, buscam a gente na hora. Vem para cá, tem comida, tem a televisão, cama se quiser descansar”, conta a aposentada Maria José Timóteo.

“Para aqueles pacientes que vão fazer o tratamento com um tempo maior e precisam ficar em Belo Horizonte é disponibilizada a casa para hospedagem do paciente e do acompanhante, se ele não ficar internado”, explica Geraldo de Almeida, secretário de saúde de Lagoa da Prata. Mas moradores de outras cidades não têm onde ficar.

Bom Dia Brasil: Que horas que o senhor chegou aqui no hospital hoje?
Paciente: Era sete e pouco. Eu levantei 4h, colhi o sangue para poder ver as plaquetas, plaquetas baixas.
Bom Dia Brasil: Que horas que sai o resultado do exame?
Paciente: Daqui há três, quatro horas ainda.
Bom Dia Brasil: E banheiro aqui?
Paciente: Só tem aquele, olha lá o tanto de gente esperando.
Bom Dia Brasil: E tem lanchonete, tem nada?
Paciente: Só para quem está internado.

“É duro, sair de casa, não tem hora para voltar, se tem dinheiro, bem, se não tem fica por isso mesmo. É humilhante”, diz outra paciente.

O Ministério da Saúde disse que o tratamento fora de casa está previsto no SUS e que estados e municípios recebem dinheiro do Fundo Nacional de Saúde que é para pagar as despesas com transporte, alimentação e pernoite dos pacientes.

É idoso chorando, é gente sofrendo...
Os mais pobres, os mais debilitados, os que não têm a quem apelar...

Isso é cruel. Não tem defesa.

Offline Gabarito

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2274 Online: 19 de Agosto de 2015, 10:16:49 »
Comentário sobre a notícia acima:

Citar
Alexandre Garcia: 'Chegamos ao extremo de aplaudir quando funciona'
Edição do dia 19/08/2015
Comentarista fala da dificuldade no atendimento médico para pacientes que saem do interior para a capital e também analisa funcionamento do SUS.

É um sofrimento para ter acesso à saúde. Um sofrimento imposto às pessoas que muitas vezes já estão ali com alguma doença, com dor. Um sofrimento que afeta justamente os já debilitados pela doença.

Na teoria parece que vai tudo bem, como explicou o Ministério da Saúde. O SUS paga o transporte, alimentação e pernoite, mas nada disso paga o sofrimento humilhante que vimos.

Na teoria, tudo é bom. Lembro até que seis anos atrás o presidente do Brasil disse que recomendaria ao presidente dos Estados Unidos o SUS brasileiro, motivo de orgulho para o Brasil e exemplo para os Estados Unidos, segundo o nosso presidente.

Visto assim de longe, na teoria, está tudo bem. Agora, olhado de perto, nas filas, nos ônibus, na espera de meses para exames urgentes, na desumanidade das madrugadas, na angústia dos idosos e doentes, chegamos ao extremo de aplaudir quando funciona, quando o atendimento é normal. Parte é resultado da cultura de decidir na mesa de reunião, de anunciar com arrogância, de botar soluções no papel, mas não saber converter palavras em ação, e aí fica tudo longe da realidade.

Isso também pela falta de educação que não cria hábitos de ordem, disciplina, organização, que fariam funcionar sistemas complexos como o da saúde. Seria até menos grave se não se tratasse de pessoas que trabalham, pagam impostos e acreditam que os governos devam cumprir a sua parte, como determina a lei maior, que diz que saúde é direito de todos e dever do Estado.

 

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