Os pontos estabelecidos no seu post deixaram mais claro a forma como pensa sobre essa suposta transição. Só acho que não é tão simples assim.
Alguns pontos a observar:
-Na assertiva 1, em tese isso já acontece, se chamam Comissões e Conselhos de Saúde, tem na Lei 80.080 e outros decretos federais que explicam a estrutura, da distribuição e competências, se não me engano. O que acontece no meio disso tudo eu não sei, rs.
O problema é que estas comissões e conselhos de saúde são compostas, nas que eu conheço, por pessoas que NÃO sabem nada de gestão ou de administração. Ou seja, não adianta esperar um aumento de eficiência e nem a implantação de mecanismos de controle.
-A 2 é questionável. Saúde é diferente, é um bem imaterial de alto valor e custa caro demais a sua manutenção.
Mas continua sendo um bem, passível de valoração portanto.
E tem de ser assim, porque do contrário não há como gerir uma sociedade, sempre tendo em mente que os recursos são escassos.
Partindo dessa verdade, não há qualquer impedimento por parte do governo à iniciativa privada estabelecer-se nas regiões mais pobres e distantes. Desenvolver empresas dessa natureza mercadológica do zero nestes cenários não é tarefa fácil mesmo numa PPP. Difícil vingar lucro, a salientar o suporte aos casos de pessoas com doenças crônicas. Essa sua ideia carece de mais detalhes do qual nem posso te exigir.
Neste caso entraria o modelo que já foi discutido anteriormente, que é a de utilização de
vouchers nos casos de procedimentos de mais alto custo.
OBS: O Governo Federal e alguns Estaduais, já passaram a Administração de muitos Hospitais Públicos(com funcionários regidos pela Lei 8.112) para a Administração de Empresas Públicas, com funcionários regidos pela CLT, provavelmente visando no futuro privatizá-los.
Entregar a administração de hospitais para pessoas sem qualificação nesta área, tais como médicos e enfermeiros, não resolverá o problema. Se a gestão não for feita tendo como base o uso de ferramentas, como por exemplo,
KPIs adaptados para a área, a situação continuará a se deteriorar.
-Hoje, quase todo cidadão é praticamente forçado a ter um plano de saúde e no entanto, mais da metade depende do SUS(nas capitais isso varia para menos). Lembrando que o SUS não é só hospitais/postos, são os trabalhos dos agentes comunitários, da vigilância sanitária(com ANVISA), o SAMU e tudo o mais que abrange.
Sim, o SUS é muito amplo.
E isto é um dos aspectos que o enfraquece.
Esqueça as 'boas intenções' e as 'estruturas ideologizadas de idiotas', especialmente os de esquerda e os populistas.
A realidade é 'fria e insensível' e ela mostra que sem uma re-estruturação profunda do SUS (e de outros aspectos da sociedade), este está fadado ao colapso financeiro.
-A 6, eu não tenho tanto certeza a respeito, certo que os médicos no geral recebam um pouco mais do que na iniciativa privada. Quanto aos outros, saiba que o remuneração do profissional de ensino médio/técnico é em torno de R$ 2100 na esfera federal(a melhor), na estadual e municipal são menores, por motivos óbvios.
Eu tenho certeza disto porque vivo esta realidade no dia-a-dia de duas profissões completamente distintas, que é a de Contabilista e a de Geólogo. No exercício de ambas eu observo o despreparo, a leniência, a incompetência e a arrogância de boa parte do funcionalismo público.
Sobre os médicos, não é preciso comentar nada. Basta constatar que eles querem que a classe deles tenha função de 'carreira de estado' no SUS. Ou seja, corporativismo pleno, com benesses a rodo.
-Quanto ao prazo de desmonte do SUS passo a passo, Renan Calheiros, ao lado da Dilma, talvez tenha uma proposta parecida com a sua em relação ao tempo (
). Ao passo que E. Cunha quer ampliar o acesso aos planos através de uma PEC em que todas as empresas contratantes são obrigada a pagar um plano de saúde ao contratado.
O senhor Cunha é um imbecil e um populista demagogo. Eu, como empresário, NÃO quero mais nenhuma obrigação (leia-se, custo!) por causa da incompetência e da corrupção do setor público. NÃO quero ser espoliado mais uma vez.
http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2015/08/se-levada-adiante-e-o-fim-do-sus-avalia-presidenta-do-cebes-sobre-agenda-brasil-3795.html
Típica fonte que junta os anseios de esquerdistas anacrônicos e dos interesses corporativistas do funcionalismo público. Aliás, é incrível o mau-caratismo destes idiotas, sempre usando o argumento de 'bom-mocismo e da defesa da população e do patrimônio público' para acobertar a busca incessante de aumento de privilégios e benesses.
O que é mais relevante, nos gráficos, para você?
Tirando o fato da relação dos países, já colocado antes, é a constatação de uma fatia imensa dos brasileiros não serem de classe média de verdade, e, com isso, inviabilizar o financiamento por um plano decente. E tbm àquilo que foi falado, sobre a situação nebulosa que iremos todos enfrentar devido ao envelhecimento populacional... + inflação.
Recursos limitados.
Esta é chave na definição de qualquer orçamento factível, ainda mais quando se discute um projeto de país. A realidade impõe isto.
Não importa se os esquerdistas e os populistas usarem como argumento o que está escrito na Constituição, no Capital ou na Bíblia. 'Boas (eu duvido disto!) intenções' e 'palavras bonitas e edificantes em um um conjunto de folhas de papel' não mudam o fato de que todos os orçamentos, sejam eles de pessoas, empresas ou países, são limitados. Aumentar a alocação de verbas para um dado segmento implica necessariamente na redução de disponibilidade financeira para outro segmento.
Não há como satisfazer todas as necessidades de todas as pessoas em todos os aspectos de vida em sociedade, a não ser que o futuro das próximas gerações NÃO seja uma preocupação.
A maior parte da sociedade tem que sair do 'mundo do faz de contas' e entrar no 'mundo que faz contas'.