Autor Tópico: Problemas do SUS  (Lida 155225 vezes)

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Offline Johnny Cash

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2400 Online: 15 de Dezembro de 2015, 10:19:44 »
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[...]
Compartilhando mais informações...
A todos os companheiros comprometidos com o SUS e. Reforma Psiquiátrica. Hoje na audiência com o ministro da saúde, as entidades da sociedade civil foram comunicadas do ataque mais grave impetrado a Refoa Psiquiátrica. Marcelo Castro anunciou que vai nomear no lugar de Tykanori o ex diretor do maior hospício da América latina - Casa de saúde Dr Euras Paracambi- fechada pela luta dos companheiros por décadas: valencius wurch. Responsável pela gerência deste hospício por toda a década de 90. Lembrando que as internações foram fechadas ao final desta década pelas condições subumanas encontradas pela comissão de parlamentares. Este Sr. Não é apenas um defensor da contra reforma mas um de seus articuladores mais ardilosos. Por anos estivemos nestes frente de batalha. E agora simbolicamente ressurge este nome, das trevas, com a missão de substituir o primeiro interventor de um hospício ( que o fechou - casa de saúde anchieta em Santos)responsável pelo primeiro programa de saúde mental em liberdade.substituido pelo braço operacional de Carlos Muranda , dono da Eiras, e filho de Leinel Mieando que não só criou a Eiras Paracambi em sua gestão como ministro mas também tentou emplacar uma lei de defesa da privatização na saúde. Valencius representa este grupo que há décadas tenta destruir as políticas públicas de Estado. Não podemos calar # naopassarao. #hospício nuncamais. Vamos juntos lutar!! (Ana Paula Guljor)


Li esse trecho umas 3 vezes e ainda não consegui entender muito bem.

Offline Derfel

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2401 Online: 15 de Dezembro de 2015, 11:13:56 »
Isso a ver com a reforma psiquiátrica e movimento anti manicomial. O Tykanori era o coordenador de saúde mental do MS, é um dos iniciadores da reforma psiquiátrica no Brasil e referência internacional na área, e foi substituído pelo Wurch, que é um psiquiatra anti reforma e era diretor do Eiras Paracambi, um hospício do Rio que foi fechado e era lugar de vários atentados aos direitos humanos.

Offline Derfel

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2402 Online: 15 de Dezembro de 2015, 11:17:25 »
O ministro atual também é um psiquiatra anti reforma e também nomeou como chefe do DAPES um psiquiatra anti reforma. É todo um movimento que parece que quer retroceder a saúde mental de volta aos anos 80.

Offline Johnny Cash

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2403 Online: 15 de Dezembro de 2015, 12:21:21 »
É inacreditável a postura de muitos ainda sobre manicômios e similares.

O que houve em Barbacena deveria ter uma espécie de "investigação" e punição retroativa. É um absurdo aquilo. Sem dúvida é das coisas mais pavorosas e vergonhosas de nossa história.

Offline Sergiomgbr

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2404 Online: 15 de Dezembro de 2015, 12:52:24 »
Houve avanços na abordagem da loucura humana, nunca valeu tanto o ditado que "de louco todo mundo tem um pouco", mas algo que precisa realmente ser revisto é a coitadização de bandidos que entrou de penetra nessa "nova visão".
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Derfel

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2405 Online: 15 de Dezembro de 2015, 12:56:15 »
E não só lá. Histórias de horror têm em vários manicômios. Os judiciais ainda são piores. É algo em extinção em países como Reino Unido, Portugal e Itália. Aqui também caminhava-se para isso, mas agora...

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2406 Online: 15 de Dezembro de 2015, 14:17:10 »
Houve avanços na abordagem da loucura humana, nunca valeu tanto o ditado que "de louco todo mundo tem um pouco", mas algo que precisa realmente ser revisto é a coitadização de bandidos que entrou de penetra nessa "nova visão".

Em alguns lugares nos EUA, conseguiu-se uma considerável redução de reincidência de presos libertos simplesmente dando a eles medicações psiquiátricas para um período adicional ao de soltura.

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[...] To address this glaring problem, Iowa is experimenting with an elegantly simple solution. Under the Central Pharmacy Pilot Project, an inmate is still given his 30-day supply of medication upon his release but is also handed prescriptions for an additional 60 days of medication. Those prescriptions—for everything from thiothixene for schizophrenia to hydroxyzine for anxiety—can be filled at one of 320 participating pharmacies around the state, at no cost to the inmate. “We found that [the former inmates] were really struggling to get access,” says Jon-Michael Rosmann, the executive director of the Iowa Prescription Drug Corp., a nonprofit that partnered with the state to launch the program. “There are just a lot of things that have to occur. They have to find a place to live, find financial assistance, start a job search—and without access to their medication, the likelihood that all those will occur is incredibly low.”

[...]

The pilot program has been running for less than two years, but the early returns are promising. Through the program’s first nine months—the last time the stats were compiled—none of the 165 participants had been charged with a violent crime in the first 90 days after his release, compared to 1.6 percent of a similar population of severely mentally ill former inmates who were not in the program. The gains were even more pronounced when it came to the type of smaller violations that can land an ex-con back in prison for violating the conditions of his release. Less than 3 percent of participants suffering from less severe but still chronic mental illnesses had their releases revoked, compared with 11.3 percent of nonparticipants with similar conditions. [...]

http://www.slate.com/articles/news_and_politics/politics/2014/09/recidivism_and_mental_illness_iowa_s_central_pharmacy_pilot_project_is_an.html

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Despite what you see on television, a verdict of “not guilty by reason of insanity” is exceedingly rare. Most defendants with mental illnesses end up incarcerated—studies reveal that fully half of all prisoners have at least one mental disorder. That is one million people in the U.S. alone, and the prison system does very little to successfully treat them. As a result, the recidivism rate among released convicts is especially high for those with serious disorders.

Forensic hospitals, on the other hand, which hold and treat offenders found not guilty by reason of insanity, have a very high success rate in preventing disordered individuals from returning to crime. In an analysis of data from California, New York and Oregon, Victoria Harris, a forensic psychiatrist at the University of Washington, reported in 2000 that people at these institutions reoffended at a “much lower” rate than untreated mentally ill offenders. Psychiatrist Jeremy Coid and his colleagues at St. Bartholomew's Hospital in London found in 2007 that forensic patients in the U.K. were 60 percent less likely to reoffend than released inmates and 80 percent less likely to turn to violence.
[...]
http://www.scientificamerican.com/article/criminals-need-mental-health-care/

A rejeição a essas políticas como "politicamente corretas"/"coitadização"/"injustiça"/"impunidade" tem apenas o efeito de criar mais vítimas (dos criminosos) em troca da satisfação momentânea em dar murro em ponta de faca.

Offline Derfel

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2407 Online: 19 de Dezembro de 2015, 18:12:08 »
Interessante como pouco tem saído na imprensa o que está ocorrendo sobre a saúde mental. Tem um grupo ocupando o ministério da saúde já há alguns dias, acampando na coordenação de saúde mental, quase não se vê nada. Abaixo alguns poucos links sobre os últimos lances.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-12-19/movimento-contra-manicomios-pede-saida-de-valencius-wurch-da-saude-retrocesso.html

http://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/rjtv-1edicao/videos/t/edicoes/v/moradores-de-paracambi-rj-falam-do-novo-coordenador-de-politica-nacional-de-saude-mental/4682222/

Quem estiver interessado sobre o que se deseja evitar, tem um documentário sobre o holocausto brasileiro manicômio de Barbacena, no YouTube

Offline Derfel

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2408 Online: 19 de Dezembro de 2015, 18:15:50 »
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CARTA ABERTA AO COLEGA MÉDICO VALENCIUS WURCH

Não faço parte dos que lhe acham um monstro, um torturador manicomial, o maior representante das antigas formas de exclusão que a psiquiatria efetuou em nome da razão. Mas entendo a fúria dos que protestam e acho que eles têm razão. Tentarei aqui lhe explicar o motivo. Espero ajudar.

Estive presente na Assembleia Legislativa durante toda audiência pública em que você participou. Não fiquei gritando, aplaudindo, demonstrando, como todos os presentes, o descontentamento com a sua presença. Até porque lhe conheci no passado e estava constrangido, com vergonha alheia. Parecia que você não entendia a unanimidade da repulsa de todos os presentes naquela casa. Eu fiquei admirado e impressionado com a sua postura impassível, numa couraça resistente que parecia coragem, tentando manter um diálogo impossível com quem não queria dialogar. Todos, deputados, oradores, representantes de entidades, inclusive representantes dos Direitos Humanos, pediam sua renúncia, solicitavam um gesto de grandeza. E você firme, irredutível, fazendo proposta de conciliação a uma plateia ruidosa que gritava “Fora Valencius”! Você foi avisado de que aquela plateia era apenas uma amostra do que estava acontecendo em todo o país, do Oiapoque ao Chuí. No mesmo momento daquela audiência o Ministro da Saúde estava sendo recepcionado em Natal por outro grupo ruidoso que gritava também “Fora Valencius”. E você ali, sozinho, impassível, sem alterar a voz, querendo desdizer um passado conhecido de muitos que ali estavam.

Tentaram lhe dizer que não era contra sua pessoa, mas contra o quê você representava. E por essa representação, que ainda está muito viva nos corpos e mentes dos seus oponentes de quase vinte anos atrás, todos ali lhe diziam que você não podia ocupar o lugar pretendido. Você insistia em dizer que tinha mudado. Você ouviu um paciente gritar, muito transtornado, que não acreditava que você tivesse mudado. Você ouviu um familiar dizer olhando nos seus olhos, que “quem bate nunca se lembra, mas também quem apanha nunca se esquece”, evocando um verso da nossa canção popular. Você ouviu Milton Freire, representante de uma associação antimanicomial e ex-paciente da Casa de Saúde Dr Eiras de Paracambi, contrapor o passado daquela casa de torturas, que você dirigiu, ao afeto do tratamento em liberdade com uma emoção de fazer chorar a plateia.

Você representa no imaginário de todos a volta do manicômio, mesmo que você tenha mudado de opinião sobre a lei 10.216, mesmo que você acredite que teve boas intenções quando foi diretor do maior hospício privado da América Latina, que, fechado, representou o fim do manicômio. Valêncius, mesmo que você não queira acreditar, você representa a volta do manicômio, que como diz um paciente que conheci: “manicômio bom é manicômio fechado”. Talvez você não saiba, mas não há boas intenções no manicômio. Ele é o próprio inferno cheio de boas intenções.

E veja mais as relações do que você representa com o imaginário do movimento antimanicomial: quem dirigiu um manicômio, mesmo com boas intenções, não pode substituir um coordenador que foi interventor num manicômio privado em Santos, arrebentou as algemas dos seus internos, fazendo a primeira grande rede de serviços substitutivos e extinguindo o manicômio de lá. Você entente a simbologia contida nessas ações que são opostas?

É isso que você precisa entender. Não fosse isso, seria desproporcional a ocupação da Coordenação de Saúde Mental em Brasília e um movimento que se espalha, feito rastilho de pólvora, por todo país. Naquela audiência pública você não quis entender isso. Entenderá?

Se não, estamos diante de um fenômeno já estudado. Não vejo você como um monstro, o maior representante das antigas formas de exclusão que a psiquiatria efetuou em nome da razão. Mas apenas como um psiquiatra que acredita que a verdade da psiquiatria ordena as suas ações. Hannah Arendt entenderia esse fenômeno como a banalidade do mal.

texto do psiquiatra Edmar Oliveira.

Se refere a uma Audiência Pública ocorrida ontem, 18/12/2915, no Rio de Janeiro.


Offline Derfel

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2410 Online: 19 de Dezembro de 2015, 18:56:35 »
Não. Tem uma relação direta com a reforma psiquiátrica.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2411 Online: 19 de Dezembro de 2015, 19:02:20 »
"Não" talvez não deva anteceder a frase. "A antipsiquiatria inspirou mudanças significativas na psiquiatria e na origem de outros movimentos, como o orgulho autista. No Brasil, ela está na raiz da reforma psiquiátrica." - Wikipédia.

Offline Derfel

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2412 Online: 19 de Dezembro de 2015, 19:37:20 »
Tinha entendido que você queria dizer que seria contra a psiquiatria.

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Reforma_psiqui%C3%A1trica_no_Brasil

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2413 Online: 19 de Dezembro de 2015, 21:48:28 »
Bem, no mínimo todas pessoas contra a psiquiatria serão também contra os manicômios.

A menos que a facção pró-psiquiatria no anti-manicomismo seja extremamente vocal quanto a isso, a ponto dos anti-psiquiatria evitarem a associação, deve haver considerável sobreposição entre os dois grupos.

Offline Gaúcho

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2414 Online: 06 de Janeiro de 2016, 14:02:27 »
Cara, entenda: que diferença faria se o relatório dissesse que o SUS é a oitava maravilha do mundo? Eu pego esse relatório e levo pro cara que está dormindo em uma maca em um corredor e digo: -"Seus problemas acabaram, esse relatório aqui diz que o SUS melhorou!"? Levo o relatório pra família do senhor que morreu na fila e digo para não ficarem tristes, pois um relatório disse que o SUS tem alguns pontos positivos? De repente a família que recebeu uma ligação para finalmente marcar a consulta de um ente querido que já faleceu, em decorrência de algo que poderia ter sido evitado se tivesse sido tratado antes, veja algum consolo no relatório? Eu tenho uma realidade horrenda pra discutir, qual o sentido de discutir esses relatórios? "Veja bem, você pode morrer antes de conseguir se consultar, mas o relatório aqui apontou uma leve melhora em algorelacionadoaoSUSmasquenãofazamínimadiferençanoquerealme nteimporta. Anime-se!".

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/rbs-noticias/videos/t/edicoes/v/onze-anos-depois-de-morrer-paciente-e-chamada-para-consultar/4718867/

SUS: inveja do mundo.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Gabarito

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2415 Online: 06 de Janeiro de 2016, 15:05:10 »
Cara, entenda: que diferença faria se o relatório dissesse que o SUS é a oitava maravilha do mundo? Eu pego esse relatório e levo pro cara que está dormindo em uma maca em um corredor e digo: -"Seus problemas acabaram, esse relatório aqui diz que o SUS melhorou!"? Levo o relatório pra família do senhor que morreu na fila e digo para não ficarem tristes, pois um relatório disse que o SUS tem alguns pontos positivos? De repente a família que recebeu uma ligação para finalmente marcar a consulta de um ente querido que já faleceu, em decorrência de algo que poderia ter sido evitado se tivesse sido tratado antes, veja algum consolo no relatório? Eu tenho uma realidade horrenda pra discutir, qual o sentido de discutir esses relatórios? "Veja bem, você pode morrer antes de conseguir se consultar, mas o relatório aqui apontou uma leve melhora em algorelacionadoaoSUSmasquenãofazamínimadiferençanoquerealme nteimporta. Anime-se!".

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/rbs-noticias/videos/t/edicoes/v/onze-anos-depois-de-morrer-paciente-e-chamada-para-consultar/4718867/

SUS: inveja do mundo.


Essa notícia está correndo os quatro cantos do país.

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Paciente é chamada para consulta pelo SUS onze anos após ter morrido
Edição do dia 06/01/2016
Filha conta que a mãe passou os últimos dois anos de vida esperando para se consultar com um especialista. Ela tinha dificuldades para caminhar.



Uma história sobre o descaso com a saúde da população em vários pontos do país. Na Região Metropolitana de Porto Alegre uma paciente foi chamada para uma consulta pelo SUS onze anos depois de ter morrido. Ela estava na fila de espera por um reumatologista.

Pouco antes do fim do ano, Dona Erni recebeu uma correspondência. Um comunicado para a mãe dela comparecer ao posto de saúde, em Alvorada, na  Região Metropolitana de Porto Alegre. O problema é que a Dona Zilá já morreu.

“Fiquei chateada, porque uma coisa assim eu jamais esperava que fosse vir, porque foi onze anos depois que ela faleceu”, diz a filha de Zilá, Erni Almeida.

A filha conta que a mãe tinha dificuldades para caminhar e passou os últimos dois anos de vida esperando para se consultar com um especialista. “Ela precisava de um reumato. Uma consulta que de repente podia ter evitado tanta coisa”, diz a filha.

A prefeitura, que coordena os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde, diz que a ficha de dona Zilá foi encontrada em 2013. Estava junto com outros 30 mil pedidos de consultas com especialistas, fora do sistema informatizado. No principal posto de saúde do município o controle dos pacientes ainda é feito em fichários antigos e preenchidos a mão.

“Essa senhora se incluía nesse grupo de pessoas, então talvez possam até surgir mais casos assim. Por isso a gente está fazendo o chamamento”, diz o diretor da Secretaria de Saúde, Carlos Souza.

Agora, os pacientes estão sendo chamados para evitar que a espera por um médico aumente ainda mais. Só na reumatologia, hoje, são 1,2 mil na fila. Situação que revolta quem esperou tanto tempo por um problema que não foi resolvido.

“Isso que eu acho engraçado, porque se a gente está devendo na prefeitura eles te acham. Pelo teu CPF, qualquer coisa. Mas quando é para um médico, uma coisa, eles não acham. Volta tudo à lembrança. De repente ela podia ter mais atenção dos médicos, da saúde”, diz Erni Almeida.



Offline Buckaroo Banzai

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2416 Online: 06 de Janeiro de 2016, 15:35:44 »
Seria curioso uma comparação de custos e eficiência do SUS com a saúde pública do Canadá ou Alemanha, por exemplo. Ou mesmo planos privados no Brasil.



http://cebes.org.br/2014/11/o-lado-oculto-das-contas-de-hospital/

Offline Osler

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2417 Online: 06 de Janeiro de 2016, 15:42:41 »
Bem, no mínimo todas pessoas contra a psiquiatria serão também contra os manicômios.

A menos que a facção pró-psiquiatria no anti-manicomismo seja extremamente vocal quanto a isso, a ponto dos anti-psiquiatria evitarem a associação, deve haver considerável sobreposição entre os dois grupos.

Vai por mim, esse pessoal na luta "anti-manicomial" é na sua maioria anti-psiquiatra (e anti-médico).
Coisas do nosso País, vários hospitais psiquiátricos (HP) eram lugares horrorosos, logo todos os hospitais psiquiátricos são horrorosos, logo vamos fechar os HP e tudo vai se resolver.

Resultado disso é que o paciente psiquiátrico que necessita internação ou não é internado (o que é perigoso) ou é internado num hospital geral que não tem a menor condição de comportar alguns tipos de paciente (treinamento de equipe, presença de psiquiatras experientes, conformidades físico-estruturais).

Resultado disso é que temos pacientes diagnosticados (?) e tratados (??) por não especialistas, ou na maioria das vezes por psicólogos, no CAPES do governo

Resultado disso é que temos uma enxurrada de pacientes que foram ou diagnosticados errados ou tratados errados por longo tempo, que chegam aos consultórios psiquiátricos já com sequelas do uso prolongado de medicações psicoativas mal empregadas.

Resultado disso é que as ditas comunidades terapêuticas, na maioria das vezes evangélicas, filantrópicas e financiadas por benesses via legislativo, tratam (???) pacientes sem utilizar as bases modernas do tratamento neurofarmacológico ou comportamental.

Resultado disso é que quem tem dinheiro continua utilizando os bons hospitais psiquiátricos, que agora se chamam casas de saúde, com tratamento VIP enquanto a população fica ao leo.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Pasteur

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2418 Online: 06 de Janeiro de 2016, 15:43:08 »
Seria curioso uma comparação de custos e eficiência do SUS com a saúde pública do Canadá ou Alemanha, por exemplo. Ou mesmo planos privados no Brasil.



http://cebes.org.br/2014/11/o-lado-oculto-das-contas-de-hospital/

Fecha o tópico!


Offline Buckaroo Banzai

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2420 Online: 06 de Janeiro de 2016, 17:13:12 »
Bem, no mínimo todas pessoas contra a psiquiatria serão também contra os manicômios.

A menos que a facção pró-psiquiatria no anti-manicomismo seja extremamente vocal quanto a isso, a ponto dos anti-psiquiatria evitarem a associação, deve haver considerável sobreposição entre os dois grupos.

Vai por mim, esse pessoal na luta "anti-manicomial" é na sua maioria anti-psiquiatra (e anti-médico).
Coisas do nosso País, vários hospitais psiquiátricos (HP) eram lugares horrorosos, logo todos os hospitais psiquiátricos são horrorosos, logo vamos fechar os HP e tudo vai se resolver.

Resultado disso é que o paciente psiquiátrico que necessita internação ou não é internado (o que é perigoso) ou é internado num hospital geral que não tem a menor condição de comportar alguns tipos de paciente (treinamento de equipe, presença de psiquiatras experientes, conformidades físico-estruturais).

Resultado disso é que temos pacientes diagnosticados (?) e tratados (??) por não especialistas, ou na maioria das vezes por psicólogos, no CAPES do governo

Resultado disso é que temos uma enxurrada de pacientes que foram ou diagnosticados errados ou tratados errados por longo tempo, que chegam aos consultórios psiquiátricos já com sequelas do uso prolongado de medicações psicoativas mal empregadas.

Resultado disso é que as ditas comunidades terapêuticas, na maioria das vezes evangélicas, filantrópicas e financiadas por benesses via legislativo, tratam (???) pacientes sem utilizar as bases modernas do tratamento neurofarmacológico ou comportamental.

Resultado disso é que quem tem dinheiro continua utilizando os bons hospitais psiquiátricos, que agora se chamam casas de saúde, com tratamento VIP enquanto a população fica ao leo.

Poxa, esperava que as coisas fossem "menos piores", apesar de antecipar alguns "cranks" indo de carona com posições mais razoáveis.

Offline Geotecton

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2421 Online: 06 de Janeiro de 2016, 19:50:02 »
[...]
Fecha o tópico!

Exatamente.

Primeiro que se faça uma gestão melhor e depois se dá mais dinheiro, se for o caso.
Foto USGS

Offline Gaúcho

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2422 Online: 03 de Fevereiro de 2016, 13:48:18 »
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Bebê que usava garrafa pet no lugar de máscara de oxigênio morre, no AM
Fato ocorreu nesta semana em Jutaí, município a 751 Km de Manaus. Irmão gêmeo de bebê morta foi liberado neste domingo; Susam investiga.

Uma recém-nascida morreu 10 horas após o parto no hospital de Jutaí, 751 Km de Manaus. Sem máscaras de oxigênio, o hospital improvisou garrafas pet na internação da criança e do irmão gêmeo, que nasceram com problemas respiratórios. A direção da unidade afirmou que a falta da máscara de venturi não teria contribuído para o óbito do bebê.

O menino Gabriel teve alta neste domingo (31), mesmo tendo nascido com 7 meses de gestação. A Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) investiga o caso

Ao G1, a tia das crianças disse que os bebês nasceram em parto normal por volta de 1h do dia 28 e que a menina morreu às 11h. Segundo Rayssa Neres, a família foi comunicada que o hospital não possui incubadora e que estava sem máscaras de oxigênio.

“O médico cortou a garrafa e colocou nos bebês, porque não tinha aparelho nem nada. Ele não tem culpa. Tentou ajudar”, diz a tia.

Rayssa diz que as ‘máscaras de PET’ chegaram a melhorar a respiração dos bebês, mas a improvisação rendeu machucados aos gêmeos. “Machucou os pescoços deles. Ficou roxo e o médico precisou afrouxar. Outro problema foi que havia apenas um [cilindro] de oxigênio para as duas crianças. Isso nos preocupou”, comenta.

Após a morte da recém-nascida, o irmão dela continuou internado com a garrafa como máscara. Neste domingo, ele recebeu alta. No entanto, o fato de Gabriel  ter sido liberado após nascer de forma prematura tem deixado a família em alerta.



“O médico disse que ele está bem e deu alta, porque o hospital não tem incubadora. Mas estamos preocupados, porque ele nasceu meses antes do previsto. Queremos que ele vá para Manaus, para poder receber acompanhamento”, afirma a tia.

Resposta

Em nota, a Susam informa que não foi acionada pelo hospital de Jutaí sobre a gravidade da situação. A pasta afirma que também não recebeu solicitação "de serviço de remoção aérea, que está funcionando normalmente para os casos de maior gravidade que não podem ser resolvidos nos municípios".

Nesta segunda (1º), será enviada ao município uma equipe da Secretaria-Adjunta de Atenção Especializada do Interior para investigar o caso e adotará as medidas cabíveis.

Acionada neste final de semana pela Susam, a direção do hospital informou que os gêmeos nasceram prematuros e que a menina tinha um quadro pulmonar mais debilitado.

Mesmo tendo sido submetida aos mesmos procedimentos que o irmão (que já recebeu alta do hospital), não resistiu devido ao quadro de infecção respiratória aguda de etiologia alveolar, ocasionada por síndrome de membrana hialina, principal complicação de prematuridade.

http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2016/02/hospital-improvisa-garrafa-no-lugar-de-mascara-de-oxigenio-e-bebe-morre.html

Após mortes e R$ 669,5 mi, Arena da Amazônia será aberta neste domingo

Copa: Prejuízo de 'elefantes brancos' já supera R$ 10 milhões

Prioridades.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Gaúcho

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2423 Online: 03 de Fevereiro de 2016, 15:13:10 »
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Costureira com nódulos nos seios luta há 1 ano por terapia na rede pública
Mulher de 37 anos conta que consultas sempre são desmarcadas. 'Até quando vou esperar na fila?', questiona a paciente, em Goiânia.

A costureira Ariomária de Oliveira, de 37 anos, descobriu há um ano que está com nódulos nos seios e, desde então, luta por atendimento na rede pública de saúde, em Goiânia. Ela conta que as últimas consultas foram desmarcadas.

“Estou com muito medo, ontem nem dormi, não dormi de noite porque estou preocupada. Eu tenho dois filhos para criar, não é fácil. Até quando eu vou esperar na fila?”, lamentou a costureira.

Ariomária começou a peregrinação na rede pública em fevereiro do ano passado. Na época, ela foi avaliada por uma ginecologista no Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) do Setor Vila Nova.

Em março, a costureira se consultou com um mastologista do Hospital das Clínicas. Na ocasião, uma nova consulta ficou marcada para setembro, mas foi desmarcada e reagendada para janeiro deste ano. A situação se repetiu e remarcaram a consulta para o final de agosto, o que a abalou ainda mais: “É muito difícil”.

De acordo com Ariomária, ela não tem condições financeiras de pagar por um tratamento particular. Com dois filhos, a família sobrevive com o salário dela e o do marido, que é pedreiro.

O Hospital das Clínicas informou nesta quarta-feira (3) que conseguiu antecipar a consulta da costureira de agosto para o próximo dia 29 de fevereiro. Ariomária já foi avisada da mudança.

http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/02/costureira-com-nodulos-nos-seios-luta-ha-1-ano-por-terapia-na-rede-publica.html

É fácil falar que o SUS é a inveja do mundo, e ir tratar o câncer no Sírio Libanês.
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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2424 Online: 27 de Fevereiro de 2016, 01:37:37 »
Estudo inédito mostra que no Brasil dinheiro da saúde é mal administrado
Poder público investe na saúde de cada cidadão do país pouco mais de R$ 3 por dia. Reportagem vai a hospitais do Rio, do Distrito Federal e da Bahia.


http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/02/estudo-inedito-mostra-que-no-brasil-dinheiro-da-saude-e-mal-administrado.html
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

 

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