O Eucalipto é uma árvore que cresce muito rápido, mas isso não vem de graça. O problema que apontam no Eucalipto é o seu alto consumo de água que leva à uma diminuição de fertilidade no solo aos arredores e ao secamento de rios e córregos próximos.
Opinião do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais:
http://www.ipef.br/hidrologia/eucaliptosecaosolo.asp
Talvez você diga que esta é uma opinião não isenta, mas dê uma olhada assim mesmo:
http://www.aracruz.com.br/eucalipto/pt/agua02.html
Não me importo que postem a opinião da Aracruz. Se eu estou falando mal dela, é justo que o seu ponto de vista também seja invocado. Bem, vamos lá ao conteúdo das postagens.
Existe muita pouca polêmica na comunidade científica à respeito de dados e quantificações objetivas da produção de Eucalipto. As divergências estão, na verdade, em um outro nível. Alguns dados que são vistos com certo consenso (e que foram mostradas nos links que você passou):
* O Eucalipto é extremamente eficiente na transformação de água e nutrientes em biomassa. Algo que é de se esperar de uma planta adaptada aos climas secos australianos. Isso explica o seu emprego na produção de papel e seu rápido crescimento em climas úmidos.
* As raízes do Eucalipto não ultrapassam 2,5 metros e por isso, aquíferos e reservas hídricas localizados à profundidades maiores não serão prejudicados (exceto em casos de índices pluviométricos realmente baixos, nos quais o Eucalipto acaba sugando a água antes que ela se infiltre neles).
* É possível plantar Eucaliptos em áreas extensas minimizando bastante o dano ambiental, e até mesmo preservando uma biodiversidade razoável. A solução é manter na área porções de matas e plantas nativas além do Eucalipto. Assim, criam-se os chamados corredores naturais para que espécies nativas consigam viver na região. Não considero áreas assim como "monocultura", ou pelo menos não como uma forma de plantação muito destrutiva.
* Por ter menos superfície nas suas folhas, mais água da chuva é absorvida acaba indo para o chão e irrigando o solo (o que não é exatamente uma coisa positiva como dá a entender o site da Aracruz e comentarei em breve).
Entretanto, a maioria das pesquisas e reportagens que tem um viés de defesa dos Eucaliptos, muitas vezes acabam omitindo algumas outras informações:
* O Eucalipto realmente consome mais água que outras plantas e outros tipos de plantação. Sabe-se que há uma relação direta entre velocidade de crescimento e consumo de água, por mais eficiente que seja o Eucalipto na geração de biomassa. Ele é uma das plantas que mais consome.
* Em muitos casos, as plantações de Eucalipto são feitas sem se preocupar com a profundidade de reservas hídricas e lençóis freáticos. Há casos de plantações que sugaram valiosos recursos hídricos de uma região.
* A camada mais superficial do solo torna-se mais seca após a introdução de monoculturas de Eucalipto. E isso prejudica bastante a vegetação rasteira, o crescimento de novas plantas e o plantio de outras culturas nos arredores. A menos que haja irrigação após a colheita do Eucalipto.
* Embora seja possível, raramente uma monocultura de Eucalipto terá os chamados corredores naturais e nem manterão uma boa biodiversidade. Em típicas monoculturas de Eucalipto, os seres que passam a viver e proliferar na região são formigas e caturritas. Tanto o inseto como a ave acabam se tornando pragas na região e prejudicam as demais plantações.
* As folhas do Eucalipto absorvem menos chuva e mais água vai para o solo. Uma vez lá, uma parte da água é efetivamente absorvida, e a outra vai escorrendo por cima do solo, gerando um aumento de erosão e de fuga de nutrientes do solo.
* Como toda monocultura, o Eucalipto necessita de um uso constante de agrotóxicos.