Uma questão sobre esses "vales". Quem é que paga? O estado? De onde vem o recurso para pagar o vale? De impostos?
A idéia dos vales nada mais seria do que uma terceirização da saúde e educação (ao invés do estado administrar e fornecer os serviços diretamente, paga a empresas privadas para que estas o forneçam).
É uma idéia muito boa, considerando os incríveis resultados que eu pessoalmente já vi em hospitais públicos com administração terceirizada.
Gente, na boa o serviço público é ruim ou se torna ruim para poder ser privatizado a custo de banana e onde qualquer melhora vá ser encarada como prova de competência?
Aqui mesmo jogamos uma caixa de superbond fechada pela data de validade ter vencido (e o produto estragado), afinal lecitações vão pelo preço e não pela qualidade e demoram muitas vezes meses.
No famigerados anos FHC (onde tudo devia ser privatizado) tínhamos de trabalhar com a luz apagada, não tínhamos dinheiro para manutenções de equipamentos e material de aula.
Então éramos incompetentes?
Abro um paralelo com uma greve do INSS (com ou sem motivo demonizado pela sociedade) onde uma das “ameaças” era tirar do prédio tudo o que foi comprado com o dinheiro dos funcionários (ia desde cadeira e computadores até papel).
Porque fiz esse paralelo?
Por que aqui também quando rasga uma rede ou precisa fazer manutenção em uma draga ou outra coisa ou precisa comprar reagente, etc , os funcionários/professores tiram do bolso o dinheiro (o que não cobre todas as necessidades) e caso uma empresa privada compre a faculdade com certeza algumas coisas que não conseguimos comprar com nosso salário poderiam ser compradas, mas as custas da mensalidade ou venda de serviços (e que com certeza jamais englobariam a pesquisa-extensão) e a população iria continuaria pagando o mesmo valor em impostos (só que não iriam para a educação).
Então seria a prova de que éramos incompetentes e corruptos?
Esses dias veio um policial federal entregar uma intimação no sindicato (um rolo com as fechaduras e cola) e ele comentou que estava lá com o dinheiro dele pois não tinha dinheiro para combustível na entrega de intimações.
Por que ele veio então?
Porque no serviço público não tem disso de “não deu”, tem uma tarefa a ser feita... se no prazo determinado não foi feita dane-se a desculpa (claro que existe entendimento, mas não tem desculpa de “não tem estrutura”... tem a tarefa e o funcionário que se vire para realizar), senão o serviço para, o policial falou que ou ele colocava gasolina ou vinha de ônibus da cidade vizinha.
Quando é parceria público-privada é que a coisa entorna o caldo... pois todo investimento público que não vem para o serviço antes é repassado integralmente a empresa (que não fica presa a licitações), inclusive o montante para pagar funcionários não concursados (montante igual aos concursados, mas que estranhamente não chega aos contratados) que será empregado em contrações precarizadas e onde "convênios" com outras empresas (como planos de saúde) podem ser feitas sem necessidade de "burocracia".
Aí com certeza o serviço anda, a qualidade do material/medicamentos melhora, tem mais (não melhores) funcionários e é mostrado como exemplo de competência e boa administração.